
Em 3 de Janeiro em nota divulgada pelo seu CC diz o PCP que :"As subidas de preços de bens e serviços essenciais que têm nos
últimos dias vindo a ser anunciadas, nomeadamente no que se refere à
electricidade, aos combustíveis, às portagens, às comunicações e aos
transportes públicos - aumentos que serão projectados em cadeia nos preços de
outros bens essenciais, nomeadamente na alimentação - constituem para o PCP
motivo de preocupação e discordância. Na verdade, o peso crescente destas
despesas nos orçamentos familiares, como o último inquérito às despesas das
famílias demonstram, irá absorver uma parte significativa da reposição do
rendimento dos trabalhadores e dos reformados e pensionistas iniciada em 2016,
impedindo e limitando desta forma a melhoria das condições de vida da nossa
população."
Diz ainda:"Não é possível ignorar as consequências destes aumentos... E muito
menos ignorando que estes aumentos conduzirão à acumulação dos lucros de
algumas grandes empresas como acontece nos sectores da energia, dos
combustíveis e das telecomunicações"
Depois de ter aprovado, conjuntamente com o BE e o PS os orçamentos
capitalistas do Estado para 2016-2017, que previam todos estes aumentos de
"bens e serviços essenciais" e novos impostos, que reduzem a zero a
devolução de algum rendimento económico feito pelo governo capitalista PS, e
que tais "aumentos conduzirão à acumulação dos lucros de algumas grandes
empresas,como acontece nos sectores da energia, dos combustíveis e das
telecomunicações" vem agora o PCP lamentar tal situação quando tem enormes
responsabilidades não só nisso, como no de criar ilusões acerca das diferenças
das politicas capitalistas do governo PS, com as do governo anterior PSD/CDS,
bem com o travão que têm constituído ao desenvolvimento da luta social contra
tal politica reacionária.
Assim entendemos que só por demagogia e pela evolução das pressões e
contradições internas e pelo aproximar das eleições autárquicas a clique
social-democrata dominante no PCP, pode agora avançar com esta posição,já que
ainda há muito pouco tempo atrás, precisamente no seu XX Cong. fez aprovar a
continuação do seu apoio ao governo capitalista PS, embora para "inglês ver" ou mandar "serradura para os olhos dos trabalhadores e do povo" as tenha considerado a suas politicas sociais "insuficientes" mas ainda assim bastante positivas, quando na
verdade, tanto no O.E. de 2016, bem como no de 2017 a situação da classe trabalhadora e de amplas camadas populares pobres
se continua a degradar a cada passo diariamente. Basta observar os dois milhões e meio de pessoas que vivem abaixo do chamado limite de pobreza, a passar fome, bem como os milhares de jovens que todos os anos continuam a ter que emigrar.
Apelamos aos seus militantes, bem como aos do BE, à classe trabalhadora em
geral para que se oponham a tais aumentos e que exigem aos seus orgãos
representativos, sindicatos e comissões de trabalhadores, (já que eles por sua
livre iniciativa não o querem fazer) que rompam com o estado de paz social que
tem vindo a impôr aos trabalhadores, numa clara demonstração de apoio à
politica capitalista e ao "acordo" de pacto social realizado entre o BE e o PCP com o governo PS, a mobilizar e a convocar novas formas de luta até o fazer recuar nas suas pretensões politicas anti-laborais e sociais e de recuperação capitalista.
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