quarta-feira, 25 de outubro de 2017

LIBERDADE para JORDI SÀNCHEZ, JORDI CUIXART !

COMISSÃO NACIONAL DO PARTIS COMUNISTA OBRER DE CATALUNYA (PCOC)


Ontem, a Audiência Nacional, herdeira do Tribunal da Ordem Pública Fascista, decidiu prender o presidente do Òmnium Cultural, Jordi Cuixart, e o presidente da Assembléia Nacional da Catalã, Jordi Sànchez. Seu único crime foi ter idéias políticas independentistas e agir em defesa delas.

O Estado demonstra sua essência reacionária e fascista, onde existem tribunais, como o Tribunal Nacional, que julgam e perseguem as idéias políticas dos cidadãos, algo inconcebível em um estado chamado de democrático.

No entanto, Jordi Cuixart e Jordi Sánchez não são os primeiros prisioneiros políticos deste estado criminal, mas em suas prisões existem outros prisioneiros políticos comunistas, anarquistas, sindicalistas ou independentistas. Enquanto os ladrões e corruptos PP e PSOE estão na rua, assim como os torturadores fascistas, como Billy the Kid; Jordi Sànchez, Jordi Cuixart, Arenas e muitos outros comunistas, sindicalistas ou independentistas estão nas prisões pelo mero facto de dissidência política de um estado que nega os direitos democráticos ao povo e aos trabalhadores.

O encarceramento de Cuixart e Sànchez é da responsabilidade directa do governo corrupto de Rajoy, de um Procurador Geral reprovado pelo Parlamento pelo comportamento indecente do Procurador Anti-Corrupção no caso Lezo, mas também pelo apoio incondicional do PSOE e Cidadanos. Todos eles são responsáveis ​​pela repressão política no estado espanhol. O rosto fascista de todos eles é apreciado nas declarações de ontem de Xavier García Albiol, que pediram a proibição de todas as partes que, em seu programa, desejam a proclamação de uma república.

O Comitê Nacional do PCOC rejeita a prisão de Jordi Sànchez e Jordi Cuixart, simpatiza com ambos com Òmium e o ANC e com todos os prisioneiros políticos e exige a libertação imediata de todos eles. Do mesmo modo, exigimos que o presidente Puigdemont cumpra o mandato que nosso povo deu e que o Parlamento catalão declare sem ambiguidade a independência e a proclamação solene da República da Catalunha. Finalmente, nosso partido apoia e participará em todas as manifestações que serão realizadas contra a repressão do Estado e porque o mandato dado pelo nosso povo será executado em 1º de outubro.


Barcelona, ​​17 de outubro de 2017


COMISSÃO NACIONAL DO PARTIS COMUNISTA OBRER DE CATALUNYA (PCOC)


domingo, 22 de outubro de 2017

Depois dos incêndios a burguesia capitalista projecta a expropriação de milhares de pequenos proprietários!

Para além dos altos  negócios e  lucros que envolve a chamada industria do fogo, uma das grandes áreas que mais fustigada foi pelos incêndios foi a região do País onde se encontra as grandes reservas de Lítio para fabrico de baterias que vão equipar os novos carros eléctricos...


Portanto não se admirem que após os incêndios se procure justificar o abandono das pequenas propriedades como a causa principal dos incêndios se prossiga um programa de expropriação dessas pequenas propriedades que em nome do desenvolvimento do interior venha a beneficiar as grandes empresas de extração de minério, do ramo automóvel e outras.

Depois de serem obrigados a abandonar as suas terras e propriedades e a emigrar devido às condições sociais miseráveis que o sistema fascista/capitalista lhes criava e sujeitava, situação esta agravada com a entrada e com as politicas imperialistas impostas pela UE, milhares de pequenos proprietários poderão ser agora expropriados a preço de saldo...ou ainda mais abaixo.

A Chispa! manifesta toda a sua solidariedade ao povo que sofreu e perdeu os seus entes queridos e bens e aos trabalhadores que por via desses incêndios criminosos perderam o seu trabalho,  esperando que em conjunto com as populações pobres nas aldeias e freguesias não se deixem iludir com falsas promessas e com falsos amigos que se aproveitam da sua dor e desespero , para mascarar as suas enormes responsabilidades e poder granjear simpatias e apoios políticos para os seus objectivos reacionários anti-populares e se reúna e crie CONCELHOS POPULARES de LUTA, afim de se oporem a tal expropriação capitalista e passem a exejir todos os seus interesses e direitos sociais.


segunda-feira, 16 de outubro de 2017

A Inevitabilidade das Guerras Entre os Países Capitalistas. Por: J.Stalin

Alguns camaradas afirmam que devido ao desenvolvimento das novas condições internacionais, após a segunda guerra mundial, as guerras entre os países capitalistas deixaram de ser inevitáveis. Consideram que as contradições entre os campos do socialismo e do capitalismo são mais fortes do que as contradições entre os países capitalistas; que os Estados Unidos já dominam suficientemente os outros países capitalistas, para impedi-los de guerrear-se entre si e de enfraquecer-se mutuamente; que os homens avançados do capitalismo já estão bem instruídos pela experiência de duas guerras mundiais — guerras que causaram sérios prejuízos a todo o mundo capitalista — para outra vez permitirem que os países capitalistas sejam arrastados a uma guerra entre si e que, em vista de tudo isto, as guerras entre os países capitalistas deixaram de ser inevitáveis.

Estes camaradas estão errados. Eles vêem os fenômenos externos, que aparecem na superfície, mas não vêem as forças profundas que, embora no momento atuem imperceptivelmente, irão determinar a marcha dos acontecimentos.

Externamente parece que tudo "vai bem": os Estados Unidos puseram no regime de tutela a Europa Ocidental, o Japão e outros países capitalistas. A Alemanha (Ocidental), a Inglaterra, a França, a Itália, o Japão, nas garras dos Estados Unidos, executam obedientemente as suas ordens. Mas seria um erro supor que este "bem-estar" possa conservar-se "eternamente", que estes países suportarão para sempre a dominação e o jugo dos Estados Unidos e que não tentarão livrar-se do cativeiro americano e tomar o caminho do desenvolvimento independente.

Vejamos, antes de tudo, a Inglaterra e a França. Sem dúvida, estes países são imperialistas. Sem dúvida, a matéria-prima barata e os mercados de escoamento garantidos têm para eles uma importância de primeira ordem. Será lícito supor que esses países suportarão indefinidamente a situação atual, em que os americanos, a pretexto da "ajuda do plano Marshall", penetram na economia da Inglaterra e da França, tentando convertê-las em apêndices da economia dos Estados Unidos; em que o capital americano se apodera das matérias-primas e dos mercados de exportação coloniais anglo-franceses, preparando assim uma catástrofe para os altos lucros dos capitalistas anglo-franceses? Não seria mais certo dizer que a Inglaterra capitalista, e com ela a França capitalista, serão por fim obrigadas a escapar dos braços dos Estados Unidos e a entrar em conflito com estes a fim de garantirem uma situação independente e, naturalmente, altos lucros?

Passemos aos principais países vencidos: a Alemanha (Ocidental) e o Japão. Estes países levam hoje uma existência lastimável, sob a bota do imperialismo americano. Sua indústria e sua agricultura, seu comércio, sua política interna e externa, toda a sua vida está acorrentada pelo "regime" de ocupação americano. Mas estes países ainda ontem eram grandes potências imperialistas, que abalavam as bases do domínio da Inglaterra, dos Estados Unidos, da França, na Europa e na Ásia. Pensar que estes países não tentarão pôr-se novamente de pé, destruir o "regime" dos Estados Unidos e enveredar pelo caminho do desenvolvimento independente — significa acreditar em milagres.

Diz-se que as contradições entre o capitalismo e o socialismo são mais fortes do que as contradições entre os países capitalistas. Teoricamente isso, sem dúvida, é verdade. Isso é certo não somente agora, no momento atual, como também o era antes da segunda guerra mundial. Os dirigentes dos países capitalistas compreendiam isso, mais ou menos bem. Mas, apesar de tudo, a segunda guerra mundial foi iniciada não contra a URSS, mas com a guerra entre os países capitalistas. Por que? Porque, em primeiro lugar, a guerra contra a URSS, país do socialismo, é mais perigosa para o capitalismo do que a guerra entre os países capitalistas, visto que se a guerra entre os países capitalistas apresenta a questão apenas da supremacia de uns países capitalistas sobre outros países capitalistas, a guerra contra a URSS apresentaria, inevitavelmente, a questão da existência do próprio capitalismo. Porque, em segundo lugar, embora os capitalistas proclamem, para fins de propaganda, a agressividade da União Soviética, eles próprios não acreditam nesta agressividade, porque têm em conta a política de paz da União Soviética e sabem que a União Soviética não atacará os países capitalistas. Após a primeira guerra mundial, considerava-se também que a Alemanha havia sido definitivamente posta fora de combate, do mesmo modo como pensam atualmente alguns camaradas que o Japão e a Alemanha foram definitivamente postos fora de combate. Naquela época também se falava e se proclamava na imprensa que os Estados Unidos haviam posto a Europa no regime de tutela, que a Alemanha não poderia mais pôr-se de pé, que daí por diante não haveria mais guerra entre os países capitalistas. Apesar disso a Alemanha pôs-se de pé e elevou-se a grande potência passados 15-20 anos depois da sua derrota, libertou-se do cativeiro e tomou o caminho do desenvolvimento independente. É sintomático o fato de que a Inglaterra e os Estados Unidos tenham sido precisamente os que ajudaram a Alemanha a reerguer-se economicamente e a elevar seu potencial econômico e militar. É certo que os Estados Unidos e a Inglaterra, ajudando a Alemanha a levantar-se economicamente, tiveram em vista dirigir a Alemanha restaurada contra a União Soviética, usá-la contra o país do socialismo. A Alemanha, porém, dirigiu suas forças, em primeiro lugar, contra o bloco anglo-franco-americano. E quando a Alemanha hitlerista declarou guerra à União Soviética, o bloco anglo-franco-americano não só deixou de associar-se à Alemanha hitlerista como, pelo contrário, foi obrigada a coligar-se com a URSS, contra a Alemanha hitlerista.

Conseqüentemente, a luta dos países capitalistas pelos mercados e o desejo de esmagar os seus concorrentes mostraram-se na prática mais fortes do que as contradições entre o campo do capitalismo e o do socialismo.

Pergunta-se: que garantia pode haver de que a Alemanha e o Japão não se reerguerão novamente, que não tratarão de escapar ao cativeiro norte-americano e de viver uma vida independente? Penso que tais garantia não existem.

Daí decorre, pois, que a inevitabilidade das guerras entre os países capitalistas continua em vigor.

Diz-se que a tese de Lênin, de que o imperialismo inevitavelmente gera as guerras, deve ser considerada caduca, visto como, atualmente, desenvolveram-se poderosas forças populares que atuam em defesa da paz, contra uma nova guerra mundial. Isto não é certo.

O movimento atual pela paz tem por objetivo levantar as massas populares para a luta pela manutenção da paz, para impedir uma nova guerra mundial. Por conseguinte, não tem o objetivo de derrubar o capitalismo e estabelecer o socialismo; limita-se aos objetivos democráticos da luta pela manutenção da paz. Sob este aspecto, o atual movimento pela manutenção da paz difere do movimento realizado no período da primeira guerra mundial para transformar a guerra imperialista em guerra civil, uma vez que este último movimento ia mais além e tinha objetivos socialistas.

Pode acontecer que, dentro de certas circunstâncias, a luta pela paz se desenvolva em alguns lugares, transformando-se em luta pelo socialismo; no entanto, isto já seria, não o atual movimento pela paz, mas um movimento para a derrubada do capitalismo.

O mais provável é que o atual movimento pela paz, como movimento pela manutenção da paz, sendo bem sucedido, conseguirá evitar uma determinada guerra, adiá-la por certo tempo, manter por certo tempo uma determinada paz, afastar um governo belicista e substituí-lo por outro governo disposto a manter temporariamente a paz. Isto, naturalmente, é uma boa coisa. Uma ótima coisa, aliás. Entretanto, isso não basta para eliminar a inevitabilidade das guerras em geral, entre os países capitalistas. Não basta porque mesmo com um movimento bem sucedido em defesa da paz, o imperialismo subsiste, conserva sua força e, por conseguinte, subsiste também a inevitabilidade das guerras.

Para eliminar a inevitabilidade das guerras, é preciso destruir o imperialismo.


domingo, 8 de outubro de 2017

Como nasceu a obra O Capital


 No dia 11 de setembro, completaram-se 150 anos de O Capital. Esta é sua história.

A obra que, talvez mais que qualquer outra, contribuiu para mudar o mundo nos últimos 150 anos, teve uma gestação longa e muito difícil. Marx começou a escrever O Capital só muitos anos após iniciar seus estudos de economia política. Se já a partir de 1844 havia criticado a propriedade privada e o trabalho alienado da sociedade capitalista, foi somente após o pânico financeiro de 1857 – que começou nos Estados Unidos e depois se estendeu a Europa – que se sentiu obrigado a deixar de lado sua incessante pesquisa e começar a redigir o que chamava sua “Economia”.

Crise, os Grundrisse e pobreza

Com o início da crise, Marx antecipou o nascimento de uma nova fase de convulsões sociais e considerou que o mais urgente era proporcionar ao proletariado a crítica ao modo de produção capitalista, um requisito prévio para superá-lo. Desse modo, nasceram os Grundrisse, oito cadernos nos quais examinou as formações econômicas pré-capitalistas e descreveu algumas características da sociedade comunista, ressaltando a importância da liberdade e do desenvolvimento dos indivíduos. O movimento revolucionário que surgiria por causa da crise ficou em uma ilusão e Marx não publicou seus manuscritos, consciente da distância que ainda estava do domínio total dos temas que enfrentava. A única parte publicada, após uma profunda reelaboração do capítulo sobre o dinheiro, foi a Contribuição à Crítica da Economia Política, um texto distribuído em 1859 e revisado por uma só pessoa: Engels.

O projeto de Marx era dividir sua obra em seis livros. Deveriam se dedicar ao capital, à propriedade da terra, ao trabalho assalariado, ao Estado, ao comércio exterior e ao mercado mundial. Contudo, em 1862, como resultado da guerra de secessão estadunidense, o New York Tribune despediu seus colaboradores europeus. Marx – que trabalhou para o jornal durante mais de uma década – e sua família voltaram a viver em condições de terrível pobreza, as mesmas que haviam sofrido durante os primeiros anos de seu exílio em Londres. Só contava com a ajuda de Engels, a quem escrevia: “Todos os dias, minha esposa me diz que preferiria estar em uma sepultura com as pequenas e, na verdade, não posso culpá-la, dadas as humilhações e sofrimentos que estamos padecendo, realmente indescritíveis”. Sua condição era tão desesperadora que, nas semanas mais sombrias, faltava comida para as filhas e papel para escrever. Buscou emprego em um escritório das ferrovias. A vaga, no entanto, não lhe foi concedida por causa de sua letra ruim. Portanto, para enfrentar a indigência, a obra de Marx esteve sujeita a grandes atrasos.

A mais-valia e o carbúnculo

Neste período, em um longo manuscrito intitulado Teorias sobre a Mais-Valia, realizou uma profunda crítica ao modo como todos os grandes economistas haviam tratado erroneamente a mais-valia como lucro ou renda. Para Marx, no entanto, era a forma específica pela qual se manifesta a exploração no capitalismo. Os trabalhadores passam parte de seu dia trabalhando para o capitalista de forma gratuita. Este último busca de todas as formas possíveis gerar mais-valia por meio do trabalho excedente: “Não basta que o trabalhador produza em geral, deve produzir mais-valia”, ou seja, servir à autovalorização do capital. O roubo de inclusive alguns poucos minutos da comida ou do descanso de cada trabalhador significa transferir uma enorme quantidade de riqueza aos bolsos dos patrões. O desenvolvimento intelectual, cumprir as funções sociais e os dias festivos são para o capital “puras e simples bagatelas”.

Après moi le déluge (depois de mim, o dilúvio) era para Marx o lema dos capitalistas, ainda que pudessem, hipocritamente, se opor à legislação sobre as fábricas em nome da “liberdade plena do trabalho”. A redução da jornada de trabalho e o aumento do valor da força de trabalho foi, portanto, o primeiro terreno da luta de classes.

Em 1862, Marx escolheu o título de seu livro: O Capital. Acreditava que podia começar imediatamente a redigi-lo, no entanto, às já graves vicissitudes financeiras se somaram problemas de saúde. De fato, o que sua esposa Jenny descreveu como “a terrível enfermidade” contra a qual Marx precisaria lutar muitos anos de sua vida era o carbúnculo, uma horrível infecção que se manifesta em várias partes do corpo com uma série de abscessos cutâneos e uma extensa e debilitante furunculose. Marx foi operado e “sua vida permaneceu durante muito tempo em perigo”. Sua família estava à beira do abismo.


O Moro (este era seu apelido) se recuperou e até dezembro de 1865 se dedicou a escrever o que se converteria em sua autêntica obra magna. Além disso, a partir do outono de 1864 assistiu assiduamente as reuniões da Associação Internacional de Trabalhadores, para a qual escreveu durante oito anos seus principais documentos políticos. Estudar durante o dia na biblioteca, para se inteirar das novas descobertas, e seguir trabalhando em seu manuscrito durante toda a noite: esta foi a esgotadora rotina a qual Marx se submeteu até a exaustão de todas as suas energias e o esgotamento de seu corpo.

Um todo artístico

Ainda que havia reduzido seu projeto de seis para três volumes sobre O Capital, Marx não quis abandonar seu propósito de publicá-los juntos. De fato, escreveu a Engels: “Não posso decidir sobre o que abrir mão, antes de tudo estar diante de mim, sejam quais forem os defeitos que possam ter, este é o valor de meus livros: todos formam um todo artístico, alcançável somente graças ao meu sistema de não o entregar ao impressor antes de tê-lo completo diante de mim”.

O dilema de “corrigir uma parte do manuscrito e entregá-lo ao editor ou terminar de escrever tudo” foi resolvido pelos acontecimentos. Marx sofreu outro ataque bestial de carbúnculo, o mais virulento de todos. A Engels disse que havia “perdido a pele”. Os médicos lhe disseram que a recaída se deu em razão do excesso de trabalho e as contínuas vigílias noturnas. Marx se concentrou no livro um: O processo de produção do capital.

Os furúnculos seguiram o atormentando e, durante semanas, Marx nem sequer pôde se sentar. Tentou se operar. Procurou uma navalha e disse a Engels que tentou extirpar essa maldita coisa. Desta vez, o encerramento de sua obra não foi postergado pela “teoria”, mas, sim, por “razões físicas e burguesas”.

Em abril de 1867, o manuscrito foi finalmente concluído. Marx pediu a seu amigo de Manchester, que lhe ajudou durante 20 anos, que lhe enviasse dinheiro para poder recuperar “a roupa e o relógio que se encontram na casa de empenho”. Marx sobreviveu com o mínimo indispensável e, sem esses objetos, não podia viajar à Alemanha, onde a imprensa esperava por sua obra.

A correção do rascunho durou todo o verão e Engels lhe destacou que a exposição da forma do valor era muito abstrata e “se ressentia da perseguição dos furúnculos”. Marx respondeu: “espero que a burguesia se recorde de meus furúnculos até o dia de sua morte”.

O Capital foi colocado à venda no dia 11 de setembro de 1867. Um século e meio depois, o texto figura entre os livros mais traduzidos, vendidos e discutidos na história da humanidade. Para aqueles que queiram entender o que realmente é o capitalismo e por que os trabalhadores devem lutar por uma “forma superior de sociedade, cujo princípio fundamental seja o desenvolvimento pleno e livre de cada indivíduo”, O Capital é hoje mais que nunca uma leitura simplesmente imprescindível”.

*O artigo é de Marcello Musto, professor da Universidade Iorque, Toronto-Canadá, publicado por La Razón, 24-09-2017. A tradução é do Cepat.

http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/572065-como-nasceu-a-obra-o-capital

Via: Os Bárbaros
04 de Outubro 2017