terça-feira, 19 de julho de 2022

Três anos de prisão na República Checa por expressar opiniões favoráveis ​​à Rússia

 

Três anos de prisão na República Checa por expressar opiniões favoráveis ​​à Rússia




A República Tcheca, um estado membro da OTAN e da União Européia, ameaça sua população com uma sentença de três anos de prisão por expressar apoio à Rússia na atual Guerra da Ucrânia.

De acordo com um comunicado de imprensa do Procurador-Geral do país, Igor Striz, "a Procuradoria Suprema considera necessário informar aos cidadãos que a atual situação associada ao ataque da Federação Russa à Ucrânia pode ter implicações na sua liberdade de expressão".

“A liberdade de expressão também tem seus limites em um Estado de Direito democrático”, acrescentou o procurador-geral, que é a mesma coisa que os promotores na Espanha dizem quando querem prender alguém por suas mensagens nas redes sociais.

Ele continuou explicando que as pessoas que “publicamente (inclusive em manifestações, na internet ou em redes sociais) concordaram (aceitaram ou apoiaram os ataques da Federação Russa contra a Ucrânia) ou expressaram seu apoio ou elogios à liderança da Federação Russa neste em relação a isso, eles também podem enfrentar responsabilidade criminal sob certas condições”.

A nova censura é aplicada sob medidas do Código Penal, que tornam crime questionar, negar, justificar ou tolerar o genocídio.

O relatório da Rádio Praga Internacional explica que a violação do Código Penal pode levar a uma pena de três anos de prisão. Mas o promotor admitiu que seria difícil apresentar queixa.

A conta oficial da polícia tcheca no Twitter disse estar monitorando comentários na internet sobre "discussões que aprovam a invasão russa e as atividades do exército russo" na Ucrânia.

—https://verejnazaloba.cz/nsz/informace-k-moznym-trestnepravnim-limitum-svobody-projevu-ve-vztahu-k-situaci-na-ukrajine/

Fonte: mpr21.info

sábado, 16 de julho de 2022

Cimeira da Nato: marco histórico, diz o governo

 Um texto importante a  estudar, a divulgar e a debater - A Chispa!

 

Manuel Raposo — 10 Julho 2022

Via:"jornalmudardevida.net"

Cimeira da Nato: marco histórico, diz o governo 

António Costa, João Cravinho. O governo português insiste em manter-se do lado errado da história

 A cimeira da Nato, realizada em Madrid em final de Junho, não podia ser mais explícita sobre o papel da Aliança na defesa dos interesses dos EUA. A unanimidade que dela saiu não esconde o facto de as decisões aprovadas serem em tudo ditadas pelos propósitos norte-americanos de combater a influência crescente da China e da Rússia, arrastando para mais essa aventura os aliados que se deixarem levar.

A Nato mostrou, talvez como nunca, ser o braço da política imperialista de Washington, agora sofrendo as agruras da perda de influência no mundo, mas nem por isso menos ameaçadora. Pelo contrário, à medida que perdem capacidade de domínio económico global mais facilmente os EUA puxam da pistola para responderem aos desafios de um mundo que vai escapando à sua tutela.

“Novo” conceito estratégico 

O tão falado novo conceito estratégico adoptado em Madrid apenas é novo no modo como aponta os inimigos de Washington. A Rússia como “a maior e mais directa ameaça” e a China como fonte de “sérios desafios” para a próxima década são afirmações que desenham um estado de guerra (para já, latente) dirigido contra os principais competidores dos EUA nos planos militar e económico. 

A mira apontada à Rússia escuda-se evidentemente na guerra contra a Ucrânia, escondendo cuidadosamente os anos de provocações dirigidas pela Nato no Leste da Europa que tornaram a guerra na prática inevitável. Nada de novo, no entanto, se considerarmos que, desde sempre, a Nato teve como alvo a URSS ou a Rússia, apenas com mudanças de linguagem consoante os altos e baixos das relações mútuas. O ressurgimento da Rússia como potência nacional e a sua aliança com a China são a razão de fundo da fúria norte-americana.

A acusação lançada à China, por seu lado, é uma antecipação do estado de guerra que os EUA querem estender ao Extremo Oriente. De facto, em que medida é que o crescimento e o aumento da influência da China no mundo (são estes os argumentos) podem constituir um “desafio para os nossos valores, os nossos interesses e a nossa segurança”, isto é, para o Ocidente? Apenas na medida em que a expansão económica da China e o apoio que presta aos países em desenvolvimento pode ajudar estes a saírem da penúria, a encontrarem alternativas de investimento que não passem pelo FMI ou o Banco Mundial, e a tornarem-se menos dependentes. 

Ora, este processo tende a socavar o domínio que as potências imperialistas hoje ainda mantêm. Só neste âmbito se percebe a preocupação dos EUA com a China, a ponto de levarem a Nato (que começou por ser um tratado do Atlântico Norte, lembremos) a preparar-se para um conflito no outro lado do mundo.

É visível aqui que o interesse em jogo é essencialmente o dos EUA: manter por todos os meios a sua dominação mundial. O sim dos aliados europeus é mais um compromisso que, previsivelmente, lhes vai sair caro: tanto nos gastos militares acrescidos, como na maior dependência da política guerreira ditada a partir de Washington, como ainda nas perdas económicas que forçosamente terão em resultado da guerra comercial que os EUA promovem contra a China. 

Os estados europeus, que estão a pagar pesadamente a aventura ucraniana em que decidiram participar, caminham a passos largos para uma completa vassalagem face aos EUA.

Defensiva, a Nato?

A agressividade da Nato, se outras provas não houvesse, ficou patente nas intervenções destruidoras na Jugoslávia, no Afeganistão ou na Líbia. Mas, mesmo quando não dispara tiros, o aliciamento de novos países para as suas fileiras não faz dela uma aliança defensiva, como insistem os seus mentores. 

A expansão a novos territórios destina-se a possibilitar a multiplicação das bases militares norte-americanas, a instalar meios de guerra nas fronteiras dos adversários e a mobilizar forças e recursos locais para um eventual conflito aberto, como tem sido patente no alargamento da Nato a Leste na Europa.

Este constante clima de guerra cria uma pressão permanente sobre os adversários, forçando-os a uma inevitável corrida às armas. Em Madrid, novos passos foram dados nesse mesmo sentido. 

Uma vez mais, foi declarado apoio, “a curto e a longo prazo”, à Ucrânia, o que significa que a integração na Nato não foi excluída. A Geórgia, outro dos mais recentes pontos de conflito, voltou a ser citada, desta vez na forma arredondada de “apoio às suas aspirações euro-atlânticas”. A Polónia e os países bálticos tornam-se a ponta avançada da presença militar directa dos EUA em equipamento e em tropas. A Bósnia-Herzegovina e a Moldávia terão “programas alargados” para acorrer às suas “necessidades defensivas”. Na Roménia, será instalada mais uma brigada de combate sob comando norte-americano. Espanha, Itália, Alemanha e Reino Unido acolherão mais navios de guerra, meios aéreos suplementares e dispositivos de ciber-guerra. 

Chamar “dissuasão” e “defesa” a esta política, como repetiu a cimeira, é brincar com as palavras.

Do Atlântico Norte ao Pacífico

Pela primeira vez, a União Europeia esteve presente numa cimeira da Nato, tendo os dirigentes europeus destacado “os papéis complementares da Nato e da UE”. Traduzindo: a UE procede à integração económica dos países que caem na sua esfera de influência e a Nato trata da sua integração militar. 

Percebe-se assim melhor o papel que desempenharam conjuntamente na crise ucraniana — desde 2004, passando por 2014, até às vésperas da guerra — e o significado que tem a apressada aceitação da candidatura da Ucrânia a membro da UE.

Também quatro aliados do Pacífico (Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia), estiveram presentes pela primeira vez.

O sinal dado pela cimeira com estes convites foi claro: fazer da Nato uma aliança global.

O modelo, de acordo com os debates havidos, deveria estender-se ao Extremo Oriente e ao Pacífico, juntando os aliados dos EUA para enfrentarem conjuntamente a China. 

Mas também devia estender-se ao “flanco sul” da Europa, isto é, ao Médio Oriente e à África. Estas últimas são, não por acaso, duas das regiões onde o imperialismo europeu e norte-americano perdem influência e de onde provêm vagas de migrantes e refugiados vitimados, desde longa data, pela dominação colonial e neo-colonial do Ocidente. Estender o braço da Nato para o Magrebe, o Sahel e o Médio Oriente será uma forma, não de atacar os reais problemas destas regiões, mas de lhes responder por via militar.

Promessas vazias

Adivinham-se as implicações práticas da linha consagrada em Madrid: 

  • Aumento exponencial dos gastos militares, com fatal sacrifício do investimento de carácter social; 
  • Cada vez maior peso das decisões políticas ditadas por pretextos de segurança e defesa, e portanto não subordinadas a decisões soberanas de cada país, e, menos ainda, a escrutínio democrático; 
  • Maior vassalagem, com consequências agravadas nos países mais fracos, perante as manobras dos EUA que convenham à sua política de confronto com a China e a Rússia.

Certamente para sossegar os espíritos diante desta realidade, a cimeira não resistiu a fazer umas quantas juras à opinião pública. 

Uma, respeita à “preservação dos valores e das instituições democráticas”. Se os exemplos são os regimes ucraniano ou polaco, o apoio aos nazis do batalhão Azov, a corrupção que corrói a Ucrânia, a censura sobre as emissoras russas, as decisões recentes do Supremo Tribunal dos EUA, as trafulhices de Boris Johnson… estamos conversados.

Outra jura foi a de “lutar contra as mudanças climáticas” e de “promover boas práticas” em matéria de consumo energético. Mas com o aumento previsto da corridas às armas que a cimeira aponta, tudo vai obviamente piorar também nas questões ambientais — o que faz da promessa de Madrid uma farsa. (*)

De resto, a própria UE acabou de fazer marcha atrás nas questões do clima e da segurança energética ao declarar “verdes” o gás e a energia nuclear, depois de a Alemanha e outros retomarem o consumo de carvão para compensar a falta do gás russo. 

“Marco histórico”

O primeiro-ministro António Costa classificou a cimeira de Madrid como “um marco histórico”. Que poderia ele dizer que não fosse um sinal da subserviência do país diante dos grandes do mundo? É caso para usar o argumento que os EUA têm usado contra a China: o governo português, ao arrasto de toda a UE, insiste em manter-se do lado errado da história.

Costa, bem acolitado pelos ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros, prometeu subir os gastos com a defesa (isto é, essencialmente com a Nato) dos actuais 1,55% do PIB para 1,66% em 2023 (antecipando a medida em um ano) com vista a alcançar, até 2030, os 2% que os norte-americanos reclamam. 

A generosidade de António Costa, em euros, traduz-se nisto: este ano, os gastos militares serão mais de 4.000 milhões de euros; no ano que vem, quase 4.700 milhões de euros; e por aí acima nos próximos anos.

Se a isto juntarmos o custo em juros da dívida pública (quase 6.300 milhões de euros em 2022) teremos, este ano, uma despesa socialmente perdida acima dos 10.300 milhões de euros.

Com a subida constante do custo de vida, com a estagnação dos salários, com a recusa do governo em limitar preços, com o alastrar da miséria, com a falta de meios no Serviço Nacional de Saúde, com o garantido aumento dos gastos com a dívida — é de perguntar que legitimidade têm as autoridades portuguesas para assumirem ainda mais compromissos com a Nato, como fizeram em Madrid, empenhando o país com verbas colossais saídas dos bolsos de quem trabalha.

Como se torna evidente, sobra para a Nato o que falta para o pão dos portugueses.

———

(*) Um relatório publicado em 2019 pela Universidade de Durham and Lancaster apontou as forças armadas dos EUA como um dos maiores consumidores de hidrocarbonetos e um dos maiores poluidores mundiais. Segundo números de 2017, foram responsáveis pela emissão anual de 1.200 milhões de toneladas de gases com efeito de estufa, o equivalente a 257 milhões de automóveis — mais do que as emissões totais de países como a Suécia, Marrocos ou Portugal. 

Os EUA retiraram-se em 2001, pela mão de George W. Bush, do Protocolo de Quioto (assinado em 1997) que estabelecia regras para diminuir a emissão de gases com efeito de estufa. Os EUA não estão por isso obrigados a divulgar as emissões poluentes das suas forças armadas, pelo que os valores reais de poluição que elas provocam são difíceis de calcular. 

Bush argumentou então que o protocolo “afectaria negativamente a economia dos EUA”, e pôs em causa as bases científicas sobre as alterações climáticas. Dezasseis anos depois, Donald Trump faria o mesmo com o Acordo de Paris usando os mesmos argumentos de Bush.

segunda-feira, 11 de julho de 2022

Protestos crescem no Panamá contra alto custo de vida

   

Protestos crescem no Panamá contra alto custo de vida

Organizações sindicais, organizações populares e associações profissionais no Panamá anunciaram ontem que a partir da próxima semana vão multiplicar os protestos contra o alto custo de vida.


Em entrevista coletiva, Marco Andrade, um dos líderes da aliança Pueblo Unidos por la Vida, destacou que a partir da próxima segunda-feira diversos sectores como educadores, transportadores e construtores vão protagonizar com suas bases o corte de estradas e paralisação de 48 horas de trabalho.

 “As ações devem levar o governo a ouvir a voz do povo, dos trabalhadores e   podemos ter alívio da situação de crise que os panamenhos vivem”, afirmou o também secretário-geral da Confederação Nacional da Unidade Sindical Independente.

Andrade confirmou para terça-feira, 12 de julho, uma marcha da aliança que sairá à tarde do parque Belisário Porras até a Assembleia Nacional (parlamento) para insistir nas demandas sociais.

Aumento geral dos salários, congelamento e redução dos altos preços dos combustíveis, alimentos e remédios, são algumas dessas reivindicações, disse.

Por sua vez, o coordenador da Frente Nacional de Defesa dos Direitos Econômicos e Sociais (Frenadeso), Jorge Guzmán, rejeitou que o Executivo tente condicionar o diálogo e impor quem deve representar as organizações populares nas mesas de discussão técnica.

Os governantes são obrigados pela Constituição a respeitar, promover e defender os direitos humanos dos panamenhos e o que acontece na realidade é exactamente o contrário, por isso a crescente onda de protestos que sacode o país e aos quais mais e mais pessoas e sectores aderem a cada dia, disse.

Guzmán exortou aqueles que ainda não aderiram a participar na próxima terça-feira na marcha de toda a cidade para defender a equidade e a justiça social.

Este sábado, a Associação dos Médicos, Odontólogos e trabalhadores do Fundo de Segurança Social deu ainda 48 horas ao governo para tomar medidas imediatas de poupança fiscal, caso contrário entrará em greve nacional de 48 horas, prorrogável.

O país vive há várias semanas intensos protestos de produtores, educadores, indígenas, estudantes universitários, transportadores e diversos sindicatos que exigem ao governo uma solução imediata sobre o alto custo da cesta básica familiar.

quinta-feira, 7 de julho de 2022

Esclarecimento do diagnóstico após o início da operação

 

 
 
Esclarecimento do diagnóstico após o início da operação
 




 Declaração conjunta dos partidos comunistas e operários (preparada pela RCWP juntamente com os comunistas do Donbass e da Ucrânia)

Quatro meses se passaram desde o início da operação militar abertamente declarada das forças armadas da Rússia e dos exércitos das repúblicas de Donbass contra o regime nazista na Ucrânia. E embora a guerra dos nazistas de Kyiv contra as repúblicas rebeldes, a DPR e a LPR, esteja realmente acontecendo desde 2014, levada pelo início de 2022. Para cerca de 15 mil vidas, acabou sendo uma tarefa muito difícil para todos nós fazer um diagnóstico preciso das verdadeiras causas da tragédia vivida por sintomas observáveis ​​externamente. A disparidade de opiniões causou uma série de discussões e até levou algumas partes a conclusões opostas.  

Hoje, em nossas análises, podemos usar informações sobre as ações práticas das partes beligerantes, seus aliados e parceiros, sobre os resultados dessas ações, sobre os humores dos povos tanto nos países beligerantes quanto em outros países do mundo. Isso, figurativamente falando, pode ser comparado ao esclarecimento do diagnóstico após o início de uma operação cirúrgica. O abscesso é aberto, quais são as causas do abscesso? Quão perigosa é a patologia? Começou a infecção do sangue e a disseminação da doença para outros órgãos? O plano de intervenção cirúrgica e o tratamento subsequente são escolhidos corretamente? E quais são as perspectivas?

A primeira coisa que chama sua atenção é a diferença nos métodos de guerra. Se as forças armadas russas e do Donbass agem de forma extremamente proposital contra o inimigo armado, tentando de todas as maneiras possíveis evitar danos diretos à população civil, o que é notado pela mídia russa e estrangeira, então as forças do regime de Kyiv usam táticas exatamente opostas . Eles se escondem atrás da população civil como um escudo humano. Eles usam pessoas como reféns, por exemplo, em Mariupol na fábrica de Azovstal. As Forças Armadas da Ucrânia (AFU), principalmente de artilharia, estão em todos os lugares em áreas residenciais e disparam contra o inimigo de lá, esperando que as tropas russas não atirem em casas com pessoas.

Em segundo lugar, trata-se do bombardeio das cidades de Donbass e áreas residenciais, especialmente Donetsk, por artilharia de longo alcance das Forças Armadas da Ucrânia, que tem sido repetidamente intensificada e colocada em uma base regular. Há exemplos frequentes de bombardeios pelas Forças Armadas da Ucrânia em seus próprios territórios para culpar o inimigo por esses crimes. Pessoas puramente pacíficas sofrem e morrem todos os dias.

Em terceiro lugar, representantes das Forças Armadas da Ucrânia estão planejando e tentando realizar vários atos de sabotagem em instalações industriais de alto risco, desde processamento de gás e usinas químicas até usinas nucleares, a fim de causar desastres em grande escala com um grande número de baixas humanas e culpar o inimigo por isso.

Quarto, em ações contra a população civil, unidades nacionalistas com símbolos nazistas abertos e slogans correspondentes são especialmente cruéis. Essas pessoas se sentem fascistas e se apresentam abertamente ao mundo dessa maneira.

Quinto, uma atitude completamente diferente das partes beligerantes em relação aos prisioneiros. Calma, com a implementação das normas da Convenção de Genebra, pelas forças armadas da Rússia e Donbass. Ao mesmo tempo, por outro lado, ouvimos apelos francos de oficiais ucranianos para aleijar prisioneiros de guerra, vemos vídeos em canais de TV ucranianos onde os nazistas lidam com soldados feridos ou capturados da Federação Russa e Donbass com especial sadismo.

Sexto , quase duas dezenas de países da coalizão militante existente liderada pelos Estados Unidos, incl. armas de artilharia pesada e sistemas de mísseis de médio alcance, tanques e veículos blindados. Os volumes dessa "ajuda" já chegam a dezenas de bilhões de dólares e continuam a crescer.

Sétimo, na Ucrânia, o regime nazista usa ativamente mercenários estrangeiros de muitos países do mundo. A corrente principal desse lixo moral foi para a Ucrânia da Polônia, Romênia, Grã-Bretanha, Canadá, Geórgia e EUA. Mais de dois mil desses bandidos já encontraram seu fim nas terras do Donbass e da Ucrânia.

Oitavo , dos lábios de políticos possuídos por demônios em Kiev e alguns de seus parceiros ocidentais, há desejos e propostas para a aquisição de armas nucleares pela Ucrânia. Assim, idéias extravagantes e provocativas semelhantes sobre a necessidade de um dia desferir um ataque nuclear de retaliação aos centros de tomada de decisão podem ser ouvidas de tempos em tempos da boca de publicitários e políticos russos.

Nono, em ambos os campos dos partidos combatentes (Rússia-OTAN), vozes já são ouvidas abertamente na propaganda, que considera, com uma combinação bem-sucedida de circunstâncias, arrancar algumas partes da Ucrânia ou da Rússia para si. Na Polônia, alguns círculos sonham com a Transcarpatia e a Ucrânia Ocidental. Há pessoas na Rússia que querem resolver a questão da devolução de terras históricas . Na UE, alguns levantam a questão da necessidade de separar a região de Kaliningrado da Federação Russa. Estes são sinais de um possível desenvolvimento da situação para uma guerra muito maior.

Décimo, em ambos os lados em guerra (Rússia e Ucrânia), até campos (Rússia com aliados e Ucrânia com a OTAN), de maneiras diferentes, mas há claramente um aumento do anticomunismo e da chamada descomunização oficial . Como o anticomunismo é uma característica inalienável do fascismo, temos que afirmar o perigo do crescimento do fascismo em ambos os campos e no mundo como um todo.

Décimo primeiro, o fim próximo da guerra em curso não é visível de nenhuma direção. Os parceiros ocidentais estão empurrando o regime ucraniano para a guerra até o fim (“ até o último ucraniano” ). As autoridades russas não têm um plano específico sobre como alcançar a desnazificação e a desmilitarização com o estabelecimento de uma ordem estável em vastos territórios com milhões de pessoas. Sim, é bem provável que desde o início esses objetivos tenham sido mais proclamados do que concretizados.

De tudo o que foi exposto, pode-se tirar as seguintes conclusões:

- A guerra é de natureza interimperialista, causada pela rivalidade das maiores forças imperialistas lideradas pelos Estados Unidos pela dominação mundial e pelo desejo de suprimir as forças crescentes do imperialismo russo, apoiadas pela Bielorrússia, em parte pela China e outros aliados. Sem dúvida, o ímpeto para a guerra é a nova rodada especialmente aguda da crise econômica do sistema capitalista mundial que está sendo vivenciada.

- A guerra pelo povo das repúblicas de Donbass tem um caráter justo e libertador.

- Para a Rússia, embora a guerra seja imperialista, é amplamente defensiva por natureza, protegendo-a de uma possível ameaça da OTAN. Naturalmente, o Estado russo defende os interesses de sua classe dominante, a grande burguesia.

- Forças abertamente fascistas operam na Ucrânia, que são iniciadas e apoiadas pelo Ocidente, que na verdade já está travando uma guerra com as mãos da Ucrânia contra a Rússia.

- Hoje, os países da OTAN, liderados pelos Estados Unidos, estão praticando uma política externa fascista. Eles não apenas fornecem armas para a Ucrânia, eles fornecem armas, encorajam e ajudam fascistas reais a matar pessoas. Ou seja, o próprio Ocidente hoje manifesta uma essência abertamente fascista.  

- Os partidos comunistas e operários do mundo, sobretudo os países beligerantes, incluindo os países da NATO, e simpatizantes, devem explicar esta situação aos trabalhadores dos seus países. Sem dúvida, que os esforços comuns de todos os partidos deveriam de estar dirigidos a suprimir o fascismo na Ucrânia e na política externa dos Estados Unidos e seus aliados. Esta é uma luta, em geral, para evitar a possibilidade de o conflito se transformar em uma terceira guerra mundial.

- Os comunistas da Rússia, Ucrânia, Donbass, Bielorrússia e seus aliados devem apoiar as ações para reprimir o fascismo e libertar o Donbass e a Ucrânia dele, mas ao mesmo tempo devem explicar a culpa do capitalismo russo e ucraniano, o papel do contra-revolução que ocorreu na União Soviética em um desenvolvimento tão trágico dos eventos.

- Os comunistas de todos os países devem juntos propagar e organizar a luta pelo socialismo como a única maneira possível de destruir o fascismo e criar um mundo sem guerras.

Proletários de todos os países, uni-vos!         

A declaração foi apoiada pelos partidos:
- Partido Operário Comunista Russo
- Organização Operária Comunista da LPR (KRO LPR)
- Frente Operária de Donbass (DPR)
- União dos Comunistas da Ucrânia
- Frente Operária da Ucrânia
- Partido Comunista do Azerbaijão
- Organização Republicana Bielorrussa do PCUS

(A declaração está aberta para assinatura por outros partidos  e organizações)

sábado, 2 de julho de 2022

Onda de greves na Europa contra o aumento do custo de vida

Onda de greves na Europa contra o aumento do custo de vida

Não é apenas no Equador. Uma onda de greves também começou em quase toda a Europa. Os trabalhadores estão exigindo aumentos salariais em face da inflação descontrolada e do aumento do custo de vida.

A situação é especialmente espetacular no Reino Unido, que está passando por sua maior greve ferroviária em 30 anos nesta semana. Além disso, há outras greves planejadas ou em discussão entre trabalhadores aeroportuários, advogados, professores, funcionários dos correios e trabalhadores da saúde.

O governo quer mudar a lei para legalizar os fura-greves: substituir os grevistas por trabalhadores temporários e reduzir o que considera um impacto desproporcional das greves.

O transporte aéreo é particularmente afetado por greves. Em companhias aéreas como a Ryanair, Brussels Airlines ou Easyjet, houve várias greves no início do verão em Espanha, Itália e Portugal. O aeroporto de Bruxelas-Zavantem foi forçado a cancelar todos os seus voos no início da semana, após uma mobilização nacional dos sindicatos belgas.

Na quinta-feira começou o primeiro dia de greve no setor metalúrgico em Bizkaia, com 52.000 trabalhadores exigindo aumentos salariais.

Na França todos os setores são afetados por greves, seja na SNCF, o equivalente da Renfe, cujos sindicatos estão preparando uma greve geral em 6 de julho, ou na RATP (linhas de ônibus) ou TotalEnergies na sexta-feira. O aeroporto Roissy-Charles-de-Gaulle já sofreu greves em 9 de junho e as lojas Marionnaud em 24 de maio.

A aceleração da inflação, que deve atingir 6,8% em setembro, está sendo sentida nos bolsos dos trabalhadores, primeiro nos preços da energia e agora nas prateleiras dos supermercados. O aumento do custo de vida leva os trabalhadores a aumentar a pressão sobre seus empregadores. A falta de mão de obra em alguns setores reforça a posição forte dos trabalhadores.

Fonte: mpr21.info

Esperemos que o avanço concedido desde o 1º de Maio, ao governo capitalista PS/UE de dois meses e sete dias, termine em 7 de Julho, e que às novas mobilizações seja incorporado às  reinvidicações apresentadas pela  CGTP, as reivindicações de cada fábrica e de outros sectores em luta, na perspectiva de a cada uma dessas lutas dar unidade, dimensão e força nacional, afim de se conseguir obrigar o governo a ouvir e a atender a tais exigências urgentes contra a carestia de vida e pelo retorno de todos os direitos laborais e sociais roubados. A Chispa!