segunda-feira, 18 de setembro de 2017

A iniciativa de "convergência" proposto pelo SEP aos intrumentos sindicais" do PSD não serve à classe de enfermagem!


A convergência "plataforma" proposto aos "sindicatos" reacionários do PSD pelo SEP e apadrinhado desde o primeiro momento pela bastonária Cavaco não só, não serve a unidade e os interesses dos enfermeiros, como se pode tornar numa armadilha que lhes pode abrir ainda mais o campo de manobra no sentido de procurar utilizar o justo descontentamento social dos enfermeiros para o colocarem ao serviço da estratégia ultra reacionária do PSD (e diga-se também do CDS) do qual a bastonária e esses "sindicatos" são meros instrumentos.


Depois de tantos anos de conciliação e colaboração de classe com os vários governos capitalistas responsáveis pela actual legislação anti-laboral e conhecendo a prática divisionista destes "sindicatos" é por demais lamentável que a direção do SEP se abaixe ainda mais e lhes venha agora a dar cobro, quando tais, no próprio período da greve e da manifestação onde a UNIDADE da classe era um bem precioso a segurar, os elementos por esses "sindicatos" influenciados, gritavam a plenos pulmões e histericamente para que os enfermeiros RASGASSEM os CARTÕES e se DESVINCULASSEM do SEP.

Tal "convergência" pode criar a ilusão de que "juntos somos mais fortes" mas ela à partida não só, não garante a negociação de todas as reivindicações exigidas, como assenta em apenas algumas que a serem aceites contribuirá para manter na prática a divisão existente, ou seja, as 35 horas semanais, as horas de qualidade, o aumento da remuneração salarial dos enfermeiros "especialistas" e o congelamento das carreiras que apesar de ser uma reivindicação justa e há muito exigida só compensará os enfermeiros com ligação aos quadros da função publica, deixando para trás: O fim imediato do trabalho precário e a prazo que descrimina várias gerações de enfermeiros e a sua integração na Função Pública, como garantia de trabalho e estabilidade laboral, salarial e social. Como o:-Aumento da remuneração salarial para TODOS os enfermeiros e não só, para os "especialistas" como se pretende   e pode comprovar pelas declarações da bastonária Cavaco.

Diz a senhora: "Para o bastonário, o Governo e o Ministério da Saúde "devem encetar diálogo com os enfermeiros, nomeadamente com os sindicatos, e tentar chegar a um acordo equilibrado, dentro das possibilidades do próprio país, no sentido de atender a, pelo menos, uma das reivindicações dos enfermeiros, que é os enfermeiros especialistas terem uma remuneração melhor".

Se antes já se tinha percebido que à bastonária Cavaco apenas a preocupava a situação dos "especialistas, agora está mais claro que tais afirmações e pretensão em tal "convergência" apenas reside no facto de esta ter mais capacidade para mobilizar o conjunto da classe no sentido de garantir a reivindicação aos "especialistas". Propósito este que só se pode entender como um enorme desprezo pela situação de exploração e precariedade laboral em que se encontra várias gerações de enfermeiros. 

Torna-se ainda evidente que o que move tal propósito é a tentativa de puder ainda dividir mais os enfermeiros e transformar os "especialistas" numa certa ELITE sempre à mão afim de lhe garantir a permanência na Ordem bem como a existência dos instrumentos"sindicais" da sua cor. Daí que a classe deva de incorporar na sua luta a exigência da sua IMEDIATA DEMISSÃO.


Tal iniciativa de "convergência" com tais forças, vem comprovar a justeza da critica que é feita à nefasta actividade da direcção do SEP, bem como à necessidade urgente da sua destituição e eleição de uma nova Direção, que coloque os interesses da classe de enfermagem acima de TODOS os OUTROS.

Esperemos que a forte UNIDADE, MOBILIZAÇÃO e CONVICÇÃO pelos direitos a conquistar, vos traga uma imensa vitória e se propague ao conjunto de todos os outros trabalhadores que bem merecidos estão de tal exemplo de combatividade e luta.

Viva a justa luta da classe de enfermagem!

O Colectivo Comunista a "A Chispa!"

19/9/2017

sábado, 16 de setembro de 2017

Que nada fique para trás!


O que mobilizou e trouxe à luta a esmagadora maioria da classe de enfermagem foi a conclusão de que as negociações por si só, pouco lhes acrescentaria e que só a luta lhe poderia trazer vantagens e satisfação das suas reivindicações.

Foi isso que a direção do SEP não quis “perceber” e que o levou a tomar a posição politica sindical ESFARRAPADA de não querer aderir à greve e a continuar agarrado ao processo “negocial” com o qual se tinha comprometido com o governo


Tal atitude foi amplamente aproveitada e explorada pelos outros “sindicatos” SE e SIPE, na medida em que compreenderam que tinha chegado finalmente o momento para sair da pequenez e falta de representatividade que sempre tiveram, não porque não tivessem tido outras oportunidades concedidas pela prática sindical de conciliação de classes das várias direcções sindicais anteriores que têm dirigido o SEP ,mas porque a sua prática politica e sindical reaccionária não só converge como é determinada pelas opções politicas dos partidos que têm liderado tais governos e, imposto um regime de ALTA EXPLORAÇÃO e de ROUBO dos DIREITOS LABORAIS,SALARIAIS e SOCIAIS e isso lhes tenha merecidamente justamente o masi vivo repúdio e desprezo manifestado ao longo dos anos pela classe dos enfermeiros.

Como continuará MOBILIZADA e UNIDA em torno das suas reivindicações, que não passam apenas e só, pelas 35 horas, pelas horas de qualidade e pelo aumento da remuneração dos enfermeiros especialistas, que tanto a direcção do SEP como demais outras direções sindicais SE e SIPE estão empenhados em negociar e ao que parece…. o governo capitalista PS em face da ampla e forte mobilização parece estar disposto a abrir mão no próximo OE, deixando para trás outras reivindicações tão ou mais importantes que as que estão a ser “negociadas” que interessam à esmagadora maioria da classe de enfermagem e que por isso se mobilizou e fez ultrapassar todas as divisões existentes e previsões previstas, inclusive pelas das direcções sindicais que não esperavam uma aderência e mobilização tão grande, tanto em relação à greve como à manifestação e estas se tornarem numa enorme demonstração de FORÇA e UNIDADE , reivindicações essas ao que parece as ditas direcções sindicais não deram importância na medida em que as deixaram para trás e não estar a ser negociadas, e que são:

‑Pelo fim do trabalho precário e a prazo e pela integração na Função Publica, como factor de segurança e estabilidade laboral.

-E o aumento salarial não só para os especialistas, mas para todos os enfermeiros generalistas

Só a LUTA em UNIDADE pode mobilizar e elevar a consciência dos trabalhadores a RESISTIR à exploração e assegurar a conquista dos direitos laborais, salariais e sociais. Assim sendo exortamos todos os enfermeiros a manterem-se VIGILANTES, UNIDOS e FIRMES na sua luta e a exigir que todas as suas reivindicações sejam consideradas e a ser negociadas, que nada fique para trás que possa prejudicar a grande maioria da classe, neste caso os enfermeiros “generalistas” precários e a prazo, que possa cavar maior divisão entre a classe dos enfermeiros .

Viva a justa luta dos enfermeiros!

Que nada fique para trás!

A luta continua!

O colectivo Comunista “A Chispa!”
16/9/2017


quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Ao contrário do que apelam algumas vozes de direita e ao serviço dos ditos "sindicatos" que não passam de instrumentos ao serviço do PS/PSD/CDS e da Bastonária Cavaco, a desvincularem-se do SEP e aderir aos outros "sindicatos" significaria um retrocesso enorme na luta pela defesa e conquista dos direitos laborais e sociais, na medida em que tais "sindicatos" foram criados para dividir a classe e impedir que esta lute pelos seus interesses e direitos como se pode comprovar pela sua acção politica "sindical" reacionária até hoje.


A UNIDADE e a DEFESA dos DIREITOS LABORAIS e SOCIAIS só pode passar por uma estrutura sindical inteiramente dedicada a defender os interesses da classe, para que tal aconteça é necessário destituir a direcção sindical do SEF na medida em que também comprovou ao longo dos muitos anos que já leva à frente do sindicato, de não só,não estar à altura de poder defender tais objectivos laborais e sociais, como tem tido uma prática altamente nefasta de conciliação e concertação sindical, prática esta que abriu campo de manobra à intervenção reacionária e demagógica dos instrumentos patronais "SE" e ao "SIPE" altamente prejudiciais à UNIDADE e á defesa dos altos interesses e direitos de toda a classe

Daí que seja importante criar comissões sindicais em todos os hospitais e outras unidades de saúde afim de assegurar a condução da actual luta e ao mesmo tempo abrir um processo de recolha de assinaturas a exigir a destituição e a eleição de nova direção e delegados sindicais, pois só assim se poderá colocar definitivamente o SEP ao serviço de toda a classe de enfermagem

Esperemos que os enfermeiros mais honestos, combativos e dedicados à defesa dos interesses da sua classe, se empenhem profundamente....
Viva a justa dos trabalhadores enfermeiros!

Abaixo a exploração capitalista

O colectivo Comunista a Chispa!
13/9/2017


sábado, 9 de setembro de 2017

Uma reunião"muito produtiva" ou abertura de cedências à administração da Auto Europa Volkswagen?


"O coordenador do Sitesul - Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (afecto à CGTP) afirmou que a reunião com a administração da Autoeuropa realizada esta quinta-feira à tarde "foi muito produtiva".

"Ficaram abertos os canais de diálogo com vista a uma solução para os novos horários de laboração contínua
que agrade a todas as partes", disse à agência Lusa Eduardo Florindo, sem mais detalhes"

"Uma solução que agrade a todas as partes" mas a direção sindical também quer incorporar na negociação a defesa dos interesses patronais?

Pelas afirmações prestadas, não fica qualquer dúvida sobre o que se está a negociar,  dado que estão na disposição de ceder e aceitar os seis dias de trabalho, ou seja um melhor arranjo sobre os novos horários, desde que para tal haja uma melhoria no Pré-acordo que os trabalhadores rejeitaram? O que demonstra que as suas posições não estão assim tão distantes daquela que foi tomada pela ex-maioria traidora que compunha a CT.

O que pensam os trabalhadores da afirmação da direção sindical de que a "reunião" foi "muito positiva" já que tal "reunião" só possa ter sido  "positiva" para a administração da Volkswagen, na medida  em que aceitam  a implementação dos novos horários, sem que esteja garantido os direitos laborais ameaçados, ou seja, a manutenção dos cinco dias de trabalho de segunda a sexta conforme decisão dos plenários que rejeitaram o "pré-acordo"?

Por outro, quem mandatou os dirigentes sindicais a desconvocar a greve que tinha sido aprovada pelos trabalhadores, caso a administração mantivesse a sua ofensiva contra os direitos laborais e agravamento da exploração? Por acaso convocaram algum plenário ou mesmo referendo que lhes desse algum mandato para tal decisão, de que têm medo e a quem querem agradar, será que tal decisão de desconvocação da greve sem ouvir  e aprovado pelos trabalhadores, faz parte das condições determinadas pela administração da Volkswagen para que haja "abertura ao diálogo"?

Quanto à administração manifestar interesse em "só negociar" com a nova CT, compreende-se a sua estratégia já que mantém esperanças na eleição de uma nova maioria, que como a anterior não passe de um simples instrumento ao seu serviço. Esperemos que os trabalhadores não caiam em tal esparrela e elejam para a nova CT, os operários mais honestos, conscientes e combativos, pois só assim se pode criar condições para a defesa e garantia e pela conquista de novos direitos laborais, sociais e económicos na medida em que o novo projecto a implementar pela administração da Auto Europa Volkswagen visa aumentar a carga de exploração dos trabalhadores para o dobro da produção e assim acrescentar ainda mais os seus lucros. 

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Marxismo e Reformismo:. Por: V. I. Lénine


Os marxistas, diferentemente dos anarquistas, reconhecem a luta por reformas, isto é, por melhorias na situação dos trabalhadores que deixam como antes o poder nas mãos da classe dominante. Mas, ao mesmo tempo, os marxistas travam a luta mais enérgica contra os reformistas, que directa ou indirectamente limitam as aspirações e a actividade da classe operária às reformas. O reformismo é um logro burguês dos operários, que permanecerão sempre escravos assalariados, apesar de determinadas melhorias, enquanto existir a dominação do capital.

A burguesia liberal, dando reformas com uma das mãos, retira-as sempre com a outra, redu-las a nada, utiliza-as para subjugar os operários, para os dividir em diversos grupos, para perpetuar a escravidão assalariada dos trabalhadores. Por isso o reformismo, mesmo quando é inteiramente sincero, transforma-se de facto num instrumento de corrupção burguesa e enfraquecimento dos operários. A experiência de todos os países mostra que, confiando nos reformistas, os operários foram sempre enganados.

Pelo contrário, se os operários assimilaram a doutrina de Marx, isto é, tomaram consciência da inevitabilidade da escravidão assalariada enquanto se conservar a dominação do capital, então não se deixarão enganar por nenhumas reformas burguesas. Compreendendo que, conservando-se o capitalismo, as reformas não podem ser nem sólidas nem sérias, os operários lutam por melhorias e utilizam as melhorias para continuarem uma luta mais tenaz contra a escravidão assalariada. Os reformistas procuram dividir e enganar os operários com esmolas, afastá-los da sua luta de classe. Os operários, conscientes da falsidade do reformismo, utilizam as reformas para desenvolver e alargar a sua luta de classe.

Quanto mais forte é a influência dos reformistas sobre os operários tanto mais fracos são os operários, tanto mais dependentes da burguesia, tanto mais fácil é para a burguesia reduzir as reformas a nada por meio de diversos subterfúgios. Quanto mais independente e profundo, quanto mais amplo pelos seus objectivos for o movimento operário, quanto mais livre ele for da estreiteza do reformismo, tanto melhor os operários conseguirão consolidar e utilizar as melhorias isoladas.

Existem reformistas em todos os países, pois por toda a parte a burguesia procura de um modo ou de outro corromper os operários e fazer deles escravos satisfeitos, que renunciem à ideia de suprimir a escravidão. Na Rússia os reformistas são os liquidacionistas, que renunciam ao nosso passado para adormecer os operários com sonhos acerca de um partido novo, aberto, legal. Recentemente, forçados pelo Sévernaia Pravda(1), os liquidacionistas de Petersburgo começaram a defender-se da acusação de reformismo. É preciso determo-nos atentamente nos seus argumentos para esclarecer devidamente esta questão extraordinariamente importante.

Nós não somos reformistas — escreveram os liquidacionistas de Petersburgo — pois não dissemos que as reformas são tudo, que o objectivo final não é nada; nós dissemos: movimento em direcção ao objectivo final; dissemos: através da luta pelas reformas rumo à plenitude das tarefas fixadas.

Vejamos se essa defesa corresponde à verdade.

Primeiro facto. O liquidacionista Sedov, resumindo as declarações de todos os liquidacionistas, escreveu que dos «três pilares» apresentadas pelos marxistas(2), duas delas não são actualmente convenientes para a agitação. Ele deixou a jornada de trabalho de 8 horas, que, teoricamente, é realizável como reforma. Eliminou ou afastou precisamente aquilo que sai do quadro de uma reforma. Por conseguinte, ele caiu no mais evidente oportunismo, praticando justamente a política que se exprime na fórmula segundo a qual o objectivo final não é nada. É precisamente reformismo quando o «objectivo final» (ainda que seja relativamente à democracia) é afastado da agitação.

Segundo facto. A famigerada conferência de Agosto (do ano passado) dos liquidacionistas também afasta — num caso especial — as reivindicações não reformistas em vez de as aproximar mais, para o próprio centro da agitação.

Terceiro facto. Negando e minimizando o «velho», esquivando-se a ele, os liquidacionistas limitam-se desse modo ao reformismo. Na situação actual, é evidente a ligação do reformismo com a negação do «velho».

Quarto facto. O movimento económico dos operários suscita o ódio e os ataques dos liquidacionistas («arrebatamento», «gesticulação», etc., etc.) logo que ele se liga a palavras de ordem que saiam dos limites do reformismo.

Que resultado obtemos? Em palavras os liquidacionistas rejeitam o reformismo de princípio, de facto aplicam-no em toda a linha. Por um lado asseguram-nos que de modo nenhum as reformas são tudo para eles, mas, por outro lado, sempre que na prática os marxistas saem dos limites do reformismo isso provoca ou os ataques ou uma atitude desdenhosa dos liquidacionistas.

Entretanto, os acontecimentos em todos os sectores do movimento operário mostram-nos que os marxistas não só não ficaram para trás como, pelo contrário, vão claramente à frente na utilização prática das reformas e da luta por reformas. Considerem-se as eleições para a Duma pela cúria operária, as intervenções dos deputados na Duma e fora da Duma, a criação de jornais operários, a utilização da reforma do seguro, o sindicato dos metalúrgicos como sindicato mais importante, etc., em toda a parte vemos a preponderância dos operários marxistas sobre os liquidacionistas, no domínio do trabalho directo, imediato, «quotidiano», de agitação, de organização, de luta pelas reformas e pela sua utilização.

Os marxistas trabalham incansavelmente, não perdendo uma única «possibilidade» de reformas e da sua utilização, não reprovando, antes apoiando e desenvolvendo atentamente, qualquer saída dos limites do reformismo tanto na propaganda como na agitação e na acção económica de massas, etc. Quanto aos liquidacionistas, que se afastaram do marxismo, com os seus ataques contra a própria existência de um todo marxista, com a sua infracção da disciplina marxista, com a sua pregação do reformismo e da política operária liberal, apenas desorganizam o movimento operário.

Não se deve esquecer, além disso, que na Rússia o reformismo se apresenta sob uma forma particular, que consiste em identificar as condições fundamentais da situação política da Rússia actual e da Europa actual. Do ponto de vista do liberal, semelhante identificação é legítima, pois o liberal acredita e confessa que «nós temos, graças a Deus, uma constituição». O liberal exprime os interesses da burguesia quando defende a ideia de que depois de 17 de Outubro qualquer saída da democracia para além dos limites do reformismo é uma loucura, um crime, um pecado, etc.

Mas são precisamente essas ideias burguesas que são de facto aplicadas pelos nossos liquidacíonistas, que «transferem» constante e sistematicamente para a Rússia (no papel) o «partido aberto», a «luta pela legalidade», etc. Por outras palavras, eles, tal como os liberais, pregam a transferência para a Rússia da constituição europeia sem o caminho peculiar que no Ocidente conduziu à criação das constituições e à sua consolidação ao longo de gerações, por vezes mesmo ao longo de séculos. Os liquidacionistas e os liberais querem, como se costuma dizer, lavar a pele sem a meter na água.

Na Europa, o reformismo significa de facto a rejeição do marxismo e a sua substituição pela «política social» burguesa. No nosso país, o reformismo dos liquidacionistas não significa apenas isso mas também a destruição da organização marxista e a rejeição das tarefas democráticas da classe operária, a sua substituição pela política operária liberal.


terça-feira, 5 de setembro de 2017

A "Festa do Avante!" não é vermelha nem comunista!

A Chispa! foi à "Festa do Avante!", visitamos a área internacional e vários pavilhões, apesar de uns serem mais ou menos reformistas que outros, o que mais nos chamou a atenção nesta área da (Festa) foi o do PCdoBrasil, onde na sua entrada ostentava uma palavra de ordem, que dizia, "O PCdoBrasil luta por um socialismo com a cara do Brasil", perguntamos que tipo de "socialismo" era aquele, preferiram não responder, tal é o sentido e objectivo reacçionário de tal palavra de ordem.


Continuamos e fomos observando os vários comportamentos das pessoas e algumas das suas opiniões..... por fim ouvimos o discurso de J. de Sousa que mais uma vez vem na linha do que já antes tinha afirmado, portanto nada de novo. Para convencer a grande maioria dos presentes, procurou fazer crer que o retorno da parte dos salários e reformas e alguns benefícios sociais que foram roubados pelo governo Tróika/PSD/CDS se devia à sua forte acção parlamentar e exigência do PCP junto do governo, quando na verdade se trata de cedências a troco da aprovação dos seus OE, retorno esse
já previsto, na medida em que para o governo tais cedências são migalhas quando comparado com o seu programa de recuperação capitalista em curso, daí o aplauso e a convergência de cada vez mais sectores da burguesia e da UE em seu apoio.

A parte do discurso que refere a exigência do "aumento da produção" para atender às "necessidades de recuperação da economia" é no nosso ponto de vista não só altamente demagógico, repugnante e reacionário, que pensamos que só possa ser aplaudido, pelo governo capitalista do PS, pela UE e pela burguesia, ou por uma massa de trabalhadores que não tenha o minimo de consciência de classe, o que por si só, vem comprovar a podridão reformista e o esforço a que os dirigentes do PCP desde algumas décadas a esta parte, vêem fazendo por transformar o PCP e neste caso a "festa do Avante!" cada vez mais nuns meros instrumentos ao serviço da burguesia, da UE e do capitalismo.

Os trabalhadores não precisam do PCP para os mobilizar a exigir o "aumento da produção" para isso já lhes basta o patronato que diariamente aumenta os ritmos e as cargas de trabalho a que são submetidos, nem o apoio aos "pequenos e médios empresários" na medida em que estes são tão exploradores como os grandes capitalistas, esperariam antes que se exigi-se e os mobiliza-se para a defesa dos seus direitos e pelo fim da exploração de que sofrem e do capitalismo.


Tal visita e observação levou mais uma vez a concluir que dificilmente a Festa do Avante! seja uma Festa Vermelha e Comunista e que a emancipação dos trabalhadores alguma vez possa passar por lá, como a própria recuperação do PCP para o campo revolucionário nos parece impossível.