quarta-feira, 24 de junho de 2020

O que Marx entendia sobre a escravidão

O que Marx entendia sobre a escravidão

(artigo escrito em 2019 mas inteiramente actual)

Kevin B. Anderson*

Este ano marca o 400º aniversário da chegada dos primeiros africanos escravizados à Virgínia. Embora esse evento funesto esteja sendo atualmente discutido de maneiras profundas e penetrantes, poucos na grande mídia estão dando atenção para o caráter particularmente capitalista da forma moderna de escravidão do Novo Mundo – um tema que atravessa a crítica ao capital de Marx e suas extensas discussões sobre capitalismo e escravidão.

Marx não via a escravização em larga escala dos africanos pelos europeus, iniciada no começo do século XVI no Caribe, como uma repetição da escravidão Romana ou Árabe, mas como algo novo. Ela combinava formas antigas de brutalidade com a forma genuinamente moderna de produção de valor. A escravidão, escreveu ele em um rascunho de O capital, atinge “sua forma mais odiosa . . . em uma situação de produção capitalista”, na qual “o valor de troca se torna o elemento determinante da produção”. Isso leva à extensão da jornada de trabalho além de qualquer limite, fazendo pessoas escravizadas literalmente trabalharem até a morte.

Seja na América do Sul, no Caribe ou nas plantations do sul dos Estados Unidos, a escravidão não era um elemento periférico, mas central do capitalismo. Como o jovem Marx teorizou essa relação em 1846 em A miséria da filosofia, dois anos antes do Manifesto comunista:

“A escravidão direta é o eixo da indústria burguesa, assim como as máquinas, o crédito etc. Sem escravidão, não teríamos o algodão; sem o algodão, não teríamos a indústria moderna. A escravidão deu valor às colónias, as colónias criaram o comércio universal, o comércio universal é a condição da grande indústria. Assim, a escravidão é uma categoria económica da mais alta importância.”

Tais conexões entre capitalismo e escravidão estão por toda parte nos escritos de Marx. Mas ele também abordou como várias formas de resistência à escravidão poderiam contribuir para a resistência anti-capitalista. Esse foi especialmente o caso antes e durante a Guerra Civil estadunidense, quando ele apoiou fervorosamente a causa antiescravista.

Uma forma de resistência abordada por Marx foi a dos afro-americanos escravizados. Por exemplo, ele levou muito a sério o histórico ataque de 1859 a um arsenal em Harpers Ferry, Virgínia, realizado por militantes antiescravistas, tanto negros quanto brancos, sob o comando do abolicionista radical John Brown. Ainda que o ataque tenha falhado em desencadear a insurreição de escravos que os militantes esperavam, Marx concordou com os abolicionistas de que esse foi um evento importante, depois do qual a situação não seria mais a mesma. Mas ele acrescentou uma comparação internacional com os camponeses russos e a ênfase na ação autônoma dos afro-americanos escravizados em seu potencial contínuo de insurreição em massa:

“A meu ver, a coisa mais importante que está acontecendo no mundo hoje é, de um lado, o movimento entre os escravos na América, iniciado pela morte de Brown, e o movimento entre os escravos na Rússia, de outro . . . Acabei de ver no Tribune que houve uma nova revolta de escravos no Missouri, naturalmente reprimida. Mas o sinal já foi dado.”

Nesse momento, Marx parecia perceber uma insurreição em massa dos escravos como a chave para a abolição, e talvez algo mais no que tange ao desafio da própria ordem capitalista. Logo depois, quando o Sul declarou sua secessão e a Guerra Civil eclodiu, ele declarou seu apoio à causa do Norte, não obstante os ataques abrasadores a Lincoln por sua hesitação inicial em defender, sem mencionar levar a cabo, a abolição da escravidão e o alistamento de tropas negras.

Durante a guerra surgiu uma segunda forma de resistência ao capitalismo e à escravidão, não nos Estados Unidos, mas na Inglaterra. Enquanto as classes dominantes do país ridicularizavam os Estados Unidos como um experimento fracassado de governo republicano e até atacavam o plebeu Lincoln por sua falta de sofisticação, as classes trabalhadoras britânicas viam as coisas de maneira diferente. Ainda lutando por seus direitos diante da necessidade de comprovar exorbitantes qualificações de propriedade os trabalhadores viam os Estados Unidos como a forma mais ampla de democracia que existia na época, especialmente depois que o Norte se comprometeu com a abolição.

Como Marx relatou em vários artigos, as reuniões de massas organizadas pelos trabalhadores britânicos ajudaram a bloquear as tentativas do governo de intervir a favor do Sul. Nesse exemplo magnífico do internacionalismo proletário, os trabalhadores britânicos rejeitaram as tentativas de vários políticos de fomentar a animosidade em relação ao Norte com base no fato de que os bloqueios da União haviam reduzido o fornecimento de algodão, criando assim desemprego em massa entre os trabalhadores têxteis de Lancashire. Como Marx entoou em um artigo de 1862 para o New York Tribune,

“Quando grande parte das classes trabalhadoras britânicas sofre direta e severamente com as consequências do bloqueio sulista; quando outra parte é indiretamente afetada pelos cortes com o comércio estadunidense, devido, como é dito, à egoísta “política protecionista” dos Republicanos [dos EUA] . . . em tais circunstâncias, a mais simples justiça exige que se preste homenagem à sensata atitude das classes trabalhadoras britânicas, mais ainda quando contrastada com a conduta hipócrita, intimidatória, covarde e estúpida do John Bull oficial e bem-de-vida.”

Em 1864, a Primeira Internacional era formada, com muitos dos seus primeiros militantes sendo provenientes dos quadros organizadores dessas reuniões antiescravistas. Nesse sentido, um movimento antiescravista da classe trabalhadora ajudou a formar a maior organização socialista que Marx lideraria durante sua vida.

Com o fim da guerra, uma Reconstrução Radical estava em pauta nos Estados Unidos, incluindo a perspectiva de dividir as antigas plantatações escravistas para viabilizar as doações de quarenta acres e uma mula para as pessoas anteriormente escravizadas. No prefácio de 1867 a O capital, Marx comemorou os seguintes desenvolvimentos: “Após a abolição da escravidão, uma transformação radical nas atuais relações de capital e propriedade da terra está em pauta”. O que não ocorreu, pois a medida foi bloqueada pelas forças moderadas no Congresso estadunidense.

No rescaldo da Guerra Civil, Marx discutiu o surgimento, novamente Estados Unidos, de uma terceira forma de resistência ao capitalismo e à escravidão, bem como ao racismo. Na sua visão, séculos de trabalho negro escravo convivendo com trabalho branco formalmente livre tinham criado enormes divisões entre os trabalhadores, tanto urbanos quanto rurais. A Guerra Civil varreu parte da base económica dessas divisões, criando novas possibilidades. Novamente em O capital, ele discutiu essas possibilidades com evidente apreço, quando também pôs no papel sua frase mais notável sobre a dialética entre raça e classe, aqui destacada em itálico:

“Nos Estados Unidos da América do Norte, todo movimento operário independente ficou paralisado durante o tempo em que a escravidão desfigurou uma parte da república. O trabalho de pele branca não pode se emancipar onde o trabalho de pele negra é marcado a ferro. Mas da morte da escravidão brotou imediatamente uma vida nova e rejuvenescida. O primeiro fruto da guerra civil foi o movimento pela jornada de trabalho de 8 horas, que percorreu, com as botas de sete léguas da locomotiva, do Atlântico até o Pacífico, da Nova Inglaterra à Califórnia. O Congresso Geral dos Trabalhadores, em Baltimore (agosto de 1866), declarou: ‘A primeira e maior exigência do presente para libertar o trabalho deste país da escravidão capitalista é a aprovação de uma lei que estabeleça uma jornada de trabalho normal de 8 horas em todos os Estados da União americana. Estamos decididos a empenhar todas as nossas forças até que esse glorioso resultado seja alcançado.”

De fato, os líderes sindicais de 1866 estavam dispostos a pôr o capitalismo diretamente na mira, algo que posteriormente não seria visto com muita frequência nos Estados Unidos. No entanto, o sonho de Marx de solidariedade de classe com transversalidade racial não foi alcançado naquele momento devido à relutância dos sindicatos brancos em incluir trabalhadores negros como membros. O tipo de solidariedade com transversalidade racial que Marx vislumbrava pôde ser vista em larga escala algumas vezes desde então, principalmente na sindicalização em massa na década de 1930.

Quatrocentos anos após a chegada dos africanos escravizados na Virgínia, os afro-americanos continuam a experienciar o legado da escravidão nas condições de encarceramento em massa, no racismo institucionalizado tanto das políticas habitacionais como de emprego, e na crescente desigualdade de riqueza.

Ao mesmo tempo, somos confrontados com o governo mais reaccionário e anti-trabalhadores de nossa história, um governo que fomenta e se alimenta das mais odiosas formas de racismo e misoginia para obter apoio entre sectores da classe média e das classes trabalhadoras. Sob esse prisma, a declaração de Marx, “o trabalho de pele branca não pode se emancipar onde o trabalho de pele negra é marcado a ferro”, continua sendo um lema tão relevante quanto era há 150 anos.

*

*Kevin B. Anderson é professor de sociologia, ciência política e estudos feministas da Universidade da Califórnia (Santa Bárbara). É autor de Marx nas Margens: nacionalismo, etnia e sociedades não ocidentais, a ser publicado este ano pela Editora Boitempo, bem como diversos livros e artigos sobre teoria política e social, com especialização em Marx, Hegel, Escola de Frankfurt, Foucault e o debate sobre o orientalismo. É também um dos colaboradores da MEGA (Marx-Engels Gesamtausgabe), onde contribui para a edição de um volume sobre gênero e sociedades não ocidentais e pré-capitalistas.

Fonte: Jacobin Brasil

Tradução: Allan M. Hillani e Pedro Davoglio

Data original da publicação: 17/09/2019

http://www.dmtemdebate.com.br/o-que-marx-entendia-sobre-a-escravidao/

Os Bárbaros.org

terça-feira, 23 de junho de 2020

Estado de alarme e desviacionismo "progressista": travão à luta de classes

Estado de alarme e desviacionismo "progressista": travão à luta de classes
 por Ernesto Martín

Na realidade, não escapam a quase ninguém as terríveis consequências laborais e sociais da recessão que se avizinha. De fato, ainda não voltamos à "nova normalidade" e já começam a se suceder as demissões massivas. Trata-se de toda uma engenharia patronal para ficar com as ajudas recebidas e reduzir o número de empregados das unidades fabris e, sobretudo, para reduzir os direitos laborais dos empregados que restem.

Se alguém pensava que o choque que estamos vivendo faria com que até os apologistas da "economia de mercado" trocassem de credo, já pode ir mudando de ideia. Em vez disso temos os escribas do patronato editorializando que a saída está nas mãos da iniciativa privada empresarial , a qual deve antes ser salva ou resgatada previamente pelo público. E em paralelo, nada de proteger o trabalhador através do Estado, pois o "que as empresas necessitam agora é mais flexibilidade laboral" [1] , como nos ensina um tal de Íñigo Sagardoy, homem que sabe bem o que necessitam os patrões-clientes do seu escritório de advocacia, e que além disso é um catedrático na matéria.

Assim, o livre mercado só é receitado para a força de trabalho. Quanto à detestada intervenção estatal, esta passa a ser objecto de culto se for para assegurar, de qualquer forma que seja, o lucro empresarial – e também para garantir a "distância (repressiva) de classe". Aqueles que acreditavam que o neoliberalismo vinha para acabar com o Estado agora poderiam decidir mudar de ideias se não tiveram tempo para fazê-lo em 2008, quando estourou o primeira grande terramoto da crise capitalista no próprio centro do sistema.

Mas os escritórios de advogados não poderão salvar a todos os clientes de alto nível. Pois os Estados também serão utilizados para proteger o "meu" mercado e comer "o teu". Assim vemos, para dar um exemplo, os grandes da UE salvando literalmente os altos voos das suas companhias aéreas (o caso da Lufthansa). E quanto ao Estado francês, vemo-lo todo indignado porque o Estado espanhol joga com uma desescalada expressa a fim de "roubar" a sua clientela nacional. Então, se o que está acontecendo agora são navalhadas para assegurarem-se lucros ao nível de economia produtiva de bens e serviços, será que vamos acreditar, para além dos anúncios propagandistas contraditórios, que serão solidários em compartilhar dívidas e que o endividamento forçado dos países mais periféricos (também dentro da UE) não vão se converter em arma de conquista, como aconteceu já na Grécia, em meio a um "salve-se quem puder" e de uma concorrência cada vez mais feroz?

Temos de ser totalmente claros ao expressar nossa convicção de que a recessão brutal que se perfila – da qual se vinha avisando e que o ditoso coronavírus não fez nada senão acelerar e agravar – apenas deixa margens para concessões ao campo popular caso não se adote uma política realmente contrária ao capital e aos ditames da UE. Há cada vez menos espaço político para as situações intermediárias preconizadas a partir de posições reformistas. Um dos últimos a alertar sobre este cenário de "descida aos infernos" foi o próprio governador do Banco da Espanha, que falava da necessidade de um pacto político que fosse além de várias legislaturas. Às declarações de Pablo Hernández de Cos seguiu-se a ministra Calviño (que tem o coração compartilhado entre o Executivo de Bruxelas e esses "grandes da Espanha" que, não nos enganemos, não se reduzem à "gente bem"), assegurando "que começarão a fazer planos a médio prazo assim que a Espanha passe à 'fase' económica" seguinte [2] : que Deus tenha piedade de nós.

Nesse pacto político de Estado o único papel que as classes dominantes poderiam aceitar dos reformistas é o de anestesista da mobilização popular. E as únicas concessões que poderiam admitir, num primeiro momento, são aquelas capazes de apagar o fogo da raiva dos miseráveis, como começou a advertir a mesmíssima Ayuso, presidente da municipalidade de uma Madrid que é campeã em "filas de fome". Por certo que não apenas ela teme que a distância social se transforme violentamente numa aproximação traumática de classe. Assim, para não irmos tão longe, até o catedrático anteriormente mencionado, apologista da flexibilização trabalhista, defende o rendimento mínimo! Pois é preciso " evitar a todo custo a exclusão social ". Claro que esse rendimento mínimo deve estar " centrado em vinculá-lo à busca ativa de emprego "; ou seja, o rendimento deve ser a minimamente necessário (em quantidade e tempo) para sufocar de antemão qualquer rescaldo de indignação activa ou até que o seu Estado-policial dê garantias de assegurar-lhes a sua tranquilidade parasitária.

O caso é que não faltam, nas classes dominantes, quem peça por uma ou outra medida de assistência ante o medo de verdadeiros explosões de insurreição. Não em vão, algo sabem de história e conhecem que a paralisia social pode se transformar muito rápido uma vez desencadeadas chispas aqui e ali – e não apenas em solo pátrio, como estão advertindo relatórios dos serviços de inteligência de diversos países.

Aludimos que a crise é de tal profundidade que não pode deixar de provocar tensões e brigas a nível da própria UE. Mas elas igualmente se produzem na "arena nacional". Tensões que se dão também por acumulo de poder político real, coisa importante no momento de assegurar as intervenções estatais necessárias para garantir os "meus" negócios (antes que os dos outros). E tensões que igualmente se adentram no estrito campo da instituição política, isto é, para se repartir poder de decisão e privilégios dentro do regime de 78. Efectivamente, a situação é de tal calibre que o mesmo corpo social está inclinado a se descontrolar, exacerbando-se a luta entre suas expressões políticas.

Temos advertido que o patronato tem até posições governamentais "progressistas", ainda que no fundo não deixam de agradecer seu trabalho de contenção e não estamos tão seguros de que pensem que os dobermans das várias direitas fossem fazer melhor em gerir as filas da fome e, sobretudo, em controlar que elas não se desalinhem. É insensato pensar que as grandes fortunas preferem em petit comité um governo "progre" que no fim não deixa de estar constantemente se auto-limitando (incluso em suas posses) pelo ladrar daquela matilha? É precisamente esse trabalho de contenção "da rua" a carta com que mais que nada joga a ala  Unidos-Podemos para tomar lugar num tabuleiro que, como dissemos, é impossível que não se agite ante os estreitamentos das margens de manobra deixadas pela ditadura de fato do grande capital, não só estatal como internacional.

O certo é que, em relação a resolver de forma consistente as problemáticas sócio-laborais que afectam a uma imensa "maioria social", nada mais longe dos interesses dessa maioria seria entrar no jogo politiqueiro. O que conta realmente é colocar a perspectiva do poder. Tudo o que nos afaste disso é de fato reacionário no sentido estrito do termo. Nesse aspecto, é uma tarefa militante de primeira ordem a contribuição para o aprofundamento da luta de classes e, em consequência, a mobilização que, como mantemos na nossa organização, é a fonte activa principal de consciencialização prática de grandes sectores, como um caldeirão para forjar a necessária unidade combativa.

Pois bem, dois são os obstáculos de envergadura que nesta tessitura histórica encontramos nessa perspectiva de consciencialização, de mobilização e unidade. Por um lado, o estado de alarme ou os sucedâneos que nos querem decretar à sua medida. Por outro, o desviacionismo de nossas reivindicações que pretende substituir a luta contra o sistema no seu conjunto – começando por identificar os que detêm o poder real – pela luta entre as direitas e uma ala progre que de fato aspira, não a derrubar o regime de 78, e sim a inserir-se nele. Evidentemente pretende inserir-se nele com a conversa de dar uma rebocada na fachada institucional que antes de ser feita já escorre a unidade podre do estábulo imundo que a crise sistémica reservou para o nosso país.

O que está em jogo é nossa independência de classe. A verdadeira luta que nos interessa desenvolver aqui é a de classes perante a situação herdada e aquilo que se avizinha. A respeito, qual é o panorama em que nos encontramos no que se refere ao activismo social realmente existente, esse que se forjou em boa medida ou que recebeu novo vigor na década passada?

Sejamos novamente claros sobre isso. Sabemos que para garantir ao menos um primeiro impulso de mobilização, se requer que haja um activismo social e político avançado que actue a partir dessa independência de classe e a preserve. Essa independência de classe inclui, hoje, não estar alinhado com a agenda do governo chamado de progressista, sobre tudo com a dos recém-chegado "das praças". A constituição deste governo  está desempenhando um verdadeiro papel de anestesista, para continuar empregando a expressão que utilizamos acima. E essa falta de independência a respeito da agenda governamental começa por se reflectir já na falta de unidade dentro do activismo realmente existente para impulsionar as mobilizações que timidamente começam a verificar-se.

Referimo-nos principalmente a que parte das cúpulas deste activismo vem tecendo interesses eleitoralistas com as "forças de mudança" institucionais (e por isso governamentais) que, além do mais, tem se dividido em várias famílias. Inclusive não falta nesse activismo aqueles que pretendem reforçar a dose de nossa anestesia com o argumento da fragilidade da posição unidos/podemos no governo ante a agressividade dos do " vivan las caenas" ; uma fragilidade que, pelo visto, estaríamos convocados a opor-nos sendo cuidadosos nas nossas exigências e na nossa prática mobilizadora. Dessa forma, há dentro desse activismo orgânico aqueles que só vêm no horizonte justificação para se mobilizar caso seja de forma calculada e quando as "forças de mudança" nos peçam ajuda para manter sua posição institucional ameaçada.

Não é a primeira vez no nosso país que acontece substituírem a luta contra o sistema no seu conjunto por reclamações vindas de dentro do regime de 78 para nos envolver em disputas internas. Vale a pena que nos detenhamos um pouco nisso.

Comecemos por reparar no que já ocorreu no próprio parto do dito regime pouco depois da morte de Franco. Aquele parto se confrontou contra as ruas que pediam a ruptura, obrigando-nos a nos contentar com uma mera reforma da ditadura invocando o medo a alguns sectores do franquismo que haviam se bunkerizado e juravam vingança (e, de fato, a exerciam) ante o cadáver ainda fresco de seu "salvador da Espanha". Foi assim que começou a Transição. Primeiro marco da utilização da "ameaça dos fascistas" para chegar a acordos com eles.

A Transição culminaria "de repente" de modo oficial, anos mais tarde, reforçando ainda mais seus aspectos de transição entre os reformistas e, por outro lado, o aparato da ditadura e os que se aproveitaram do "triunfo nacional" em 39 para fazer seus negócios oligárquicos. Seria um tal de Tejero quem fizera crível o medo que havia de ter ao "ruído de sabres" que vinha soando desde anos atrás. Estávamos ante a segunda edição da utilização da ameaça da ultra-direita; desta vez, para terminar de parir o regime de 78, que se estabilizaria nada menos que da mão de um governo socialista que fez, em matéria de regressão trabalhista, o que desde logo não poderiam ter feito nem um Fraga nem um Suárez com as ruas ainda quentes. Depois se comprovou que tampouco Felipe González repugnava os conluios com os golpistas. A verdade é que estabilizou o regime por um bom punhado de anos sem fraquejar e, se era preciso, frequentemente utilizando as mesmas maneiras com as quais "lhe obrigaram" a contemporizar.

Finalmente, quando três décadas mais tarde a crise sistêmica brindou particularmente no Estado espanhol a oportunidade de questionar (novamente) o regime de 78, e incluso "produziu" aqueles que asseguravam que podiam fazê-lo, resultou que no final esses também mudam de rumo e o que nos pedem é que lhes ajudemos a renovar o verniz do ex-desonrado regime, obviamente desde dentro. Mas não nos deixemos enganar: não é que se esqueceram que não são casta; não, "é que repare como estão estes do Vox e a democracia está em perigo…". Terceira edição do medo ultra. Dessa vez se utiliza o medo ultra até para que entrem com efeito retroativo no quadro do regime de 78 aqueles que não o fizeram décadas atrás.

Será a terceira não-vencida? Pois dependerá de nos convencermos de que não temos nada a perder… salvo nossas derrotas anteriores.

Desde já, hoje o cenário é bem distinto para impulsionar réplicas dos Pactos da Moncloa. Ainda que este assunto da comparação histórica em relação aos intentos de elaborar pactos dessa índole mereça uma análise mais precisa, limitemo-nos agora a pontuar que em sua primeira edição, por volta de 1978, a Espanha se encontrava em uma situação de atraso estrutural muito particular e ainda havia uma margem para integrá-la ao mercado comum europeu, enquanto actualmente o cenário de crise é compartilhado a nível internacional e a Espanha é objecto de partilha em meio a uma grande concorrência entre grupos de poder que não podem deixar de se deslocar para a própria "classe política".

É certo que nessa linha já avançaram um Acordo Social que, desde a área do movimento obreiro de nossa organização, tem se caracterizado como uma ferramenta para a "nossa submissão" . Desde logo que a esse respeito se impõem sinalizar o carácter timorato das medidas de apoio social (em relação a brutal degradação que já está se manifestando e, sobre tudo, se se compara com as que estão tomando para salvar os capitalistas) e de sua falta de aplicação real. Ainda que em nosso acompanhamento pedagógico do povo não nos oporemos "a princípio" a qualquer medida "de alívio", mas colocaremos em evidência a quantidade de setores que estão em completo abandono trabalhista e social. Pensemos nos setores mais precarizados incluindo os da economia informal (entre eles, os milhões de trabalhadores das terceirizadas industriais, os imigrantes no campo, as centenas de milhares que trabalham no serviço doméstico). E, acima de tudo, desde um ponto de vista estratégico do impulso da luta de classes, se torna primário se opor a utilização política dessas medidas a fim de obstaculizar a acumulação de forças importantes que se necessita para resistir a bateria de cortes que está à espreita.

Uma bateria de cortes que está destinada, tal como temos avançado, a esvaziar o conteúdo das próprias medidas que estão concedendo agora, o que reflectiria o carácter desmobilizador das mesmas nessa tessitura histórica. E a questão do (não perder) tempo na luta de classes é vital. Quem disse que essas medidas não serão inúteis tendo em vista que se desaproveitou um tempo precioso para se organizar no interesse de responder mais eficazmente aos ataques que virão do conjunto, e até de partes, do sistema?

Por isso, concluamos dizendo que o mais inteligente é não abandonar em nenhum momento uma posição revolucionária integral. Esta passa por:

– Exigir medidas urgentes, muito mais amplas, e mobilizar-se nesse sentido para consegui-las e as manter.

– Desmascarar o estado policial de alarme ou suas consequências ou sucedâneos que impeçam a mobilização requerida.

– E promover em todas as lutas o lema orientador supremo de "salvam-se eles ou nós". Não há conciliação possível. Ou se salva os grandes monopólios financeiros e empresariais ou se salva o povo [4] , na mais que provável perspectiva de fortíssimos cortes, de uma dívida em disparada, de uma emergência social alarmante e de uma degradação (mais outra) do mercado trabalhista.

Para isso urge reactivar a mobilização social sem truques trapaceiros que valham. Somente assim será possível que a terceira seja a (nossa) vitória.
 
[1] www.expansion.com/economia/2020/05/26/5ecc3862e5fdea56408b45bf.html
[2] www.eleconomista.es/...
[3] redroja.net/comunicados/el-acuerdo-social-en-defensa-de-la-sumision/
[4] redroja.net/comunicados/hacia-un-frente-de-salvacion-popular/

O original encontra-se em redroja.net/...


sábado, 13 de junho de 2020

Parte I : O Leninismo, Bandeira Vitoriosa da Libertação da Humanidade P. N. Pospelov

O Leninismo, Bandeira Vitoriosa da  Libertação da Humanidade

P. N. Pospelov

21 de Janeiro de 1952


Informe pronunciado na sessão solene de homenagem a V. I. Lênin. realizada em Moscou, por ocasião do XXVIII aniversárlo da morte de Lênin, transcorrido a 21 de Janeiro de 1952.



PASSARAM-SE vinte oito anos desde o lutuoso dia em que nos deixou Vladimir Ilitch Lênin, o maior gênio da humanidade, o chefe, pai e mestre querido dos trabalhadores de todo o mundo. 

A imortal doutrina de Lênin, desenvolvida pelo grande continuador de sua obra, o camarada Stálin, criou raízes na mente e no coração da humanidade trabalhadora e aponta à humanidade o caminho para libertar-se dos grilhões do capitalismo, o caminho de renovação do mundo na base do socialismo. O leninismo — o marxismo da época do imperialismo e das revoluções proletárias — confirma de ano a ano, de maneira cada vez mais profunda, a sua força grandiosa e invencível, serve de bússola segura e de farol a todos os construtores do socialismo e do comunismo, a todos os que lutam contra o imperialismo e contra a escravidão capitalista. 

Por ocasião do primeiro aniversário da morte de V. I. Lênin disse o camarada Stálin:

"Recordai, amai, estudai Ilitch, nosso mestre e nosso chefe.
Lutai e vencei os inimigos internos e externos como o fazia Ilitch.
Construí a nova vida, as novas condições de existência, a nova cultura, como o fazia Ilitch.
Não renucieis jamais às pequenas coisas no trabalho, pois as grandes coisas se compõem de pequenas coisas; temos aí um dos Importantes legados de Ilitch." 

Os homens soviéticos, dirigidos pelo grande Partido de Lênin e Stálin, conquistaram as vitórias de significação histórica mundial ao socialismo porque lutaram e venceram os inimigos internos e externos e construíram a nova vida como o fazia Ilitch, de acordo com os imortais legados de Lênin.
A garantia da invencibilidade do Partido Comunista e do povo soviético está em observarem os legados de Lênin e em se guiarem em toda a sua actividade pelas sábias indicações do grande continuador da obra de Lênin, o camarada Stálin! (Prolongados aplausos.)

  

I — O Partido Marxista de Novo Tipo, Grande Força Transformadora da Sociedade 

 

Lênin e Stálin lutaram durante muitos anos contra os oportunistas, pela formação de um Partido revolucionário marxista de novo tipo, diferente por princípio dos velhos partidos reformistas da II Internacional, lutaram pela formação de um Partido capaz de conduzir o proletariado à conquista do Poder, capaz de renovar o mundo na base do socialismo.


Há alguns dias, em 18 de janeiro de 1952, completaram-se 40 anos de um importantíssimo acontecimento na vida de nosso Partido: a Conferência de Praga realizada em 1912, em que se expulsou do Partido da classe operária os traidores mencheviques e se formou o Partido Bolchevique como um Partido independente; ali surgiu um Partido revolucionário marxista de novo tipo, o Partido do leninismo. 

Quando se desencadeou a primeira guerra mundial os partidos reformistas da II Internacional degeneraram politicamente por culpa dos líderes oportunistas, agentes da burguesia no movimento operário, atraiçoaram a causa da solidariedade internacional dos operários e apoiaram a guerra imperialista sob as falsas palavras de ordem de "defesa da pátria", mas na realidade, em holocausto aos interesses egoístas e rapaces dos imperialistas.

Somente o Partido Bolchevique, o Partido revolucionário marxista de novo tipo, salvou a bandeira da solidariedade internacional dos operários e se pronunciou contra a guerra imperialista, pela derrota dos governos imperialistas e pela saida revolucionária da guerra imperialista.

Durante os anos de guerra o Partido de Lênin e Stálin se armou ideologicamente com a doutrina leninista das guerras justas e injustas e com os métodos de luta contra a guerra imperialista. O Partido se armou com a genial doutrina leninista da possibilidade da vitória do socialismo primeiramente em alguns países capitalistas ou inclusive num só.

Em um dos momento mais difíceis da história de nosso Partido, depois das jornadas de julho de 1917, quando o Partido era objecto de cruéis perseguições do governo imperialista de Kerenski, Lênin, oculto na clandestinidade, escrevia inspiradamente, referindo-se ao Partido Bolchevique:
"Nele temos fé; nele vemos o cérebro, a honra e a consciência de nossa época."(1)

Na época do imperialismo, quando os multi-mílionários e os milionários, dominados pela demência política e por uma avidez canibalesca de super-lucros de guerra, condenam os povos às guerras imperialistas e à calamidade e sofrimentos indescritíveis, Lênin vê no Partido Comunista a razão de nossa época. No Partido Comunista Lênin vê a grande força capaz de apontar aos povos o caminho para por fim às guerras imperialistas e alentar o povo a essa luta.

Na época do imperialismo, quando o capitalismo agonizante e em decomposição comete os crimes mais desalmados e ferozes para manter o poder caduco dos capitalistas senhores de escravos e quando os imperialistas proclamam que os próprios conceitos de honra e de consciência são uma "quimera" desnecessária, Lênin vê no Partido Comunista a consciência insubornável de nossa época, a grande força destinada a salvar a vida, a honra e a liberdade dos povos.

Em 1917, Lênin e Stálin viram que o mais provável era que a cadeia do imperialismo se rompesse na Rússia. Por isso os chefes da Revolução Lênin e Stálin, guiaram com segurança o Partido e a classe operária à vitória da Revolução Socialista sob a palavra de ordem: "Todo o poder aos Soviéts!". O Partido Bolchevique soube desmascarar ante o povo os partidos dos latifundiários e dos capitalistas (as centúrias negras, os cadetes) e os partidos pequeno-burgueses e conciliadores (os social-revolucinários, os mencheviques, etc.) que haviam se nvertido em defensores dos capitalistas e latifundiários e em servidores dos imperialistas. O Partido de Lênin e Stálin grangeou a confiança da maioria do povo e conquistou o poder porque foi o único Partido que agiu na prática contra os latifundiários e os capitalistas, e foi n único Partido capaz de pôr fim à guerra imperialista, ao domínio dos capitalistas e latifundiários e de garantir um poder genuinamente popular.

— "Nós, o Partido Bolchevique — escrevia Lênin em princípios de 1918 — convencemos a Rússia, conquistamô-la das mãos dos ricos para os pobres, das mãos dos exploradores para os trabalhadores."(2)
 
Ao fundamentar o Decreto sobre a Paz, Lênin definiu genialmente, em seu histórico discurso de 26 de outubro de 1917, em que consistia a força invencível do jovem Estado proletário: na consciência das massas. Lênin demonstrou a diferença de princípio existente entre nosso conceito de força e o conceito burguês. 

"A força — afirmava Lênin — se demonstra, na opinião da burguesia, quando as massas marcham cegamente para o matadouro, obedecendo às ordens dos governos imperialistas. A burguesia não reconhece um Estado como forte senão quando este pode, fazendo uso de todo o poder do aparelho governamental, obrigar as massas a marchar para onde desejam os governantes burgueses. Nosso conceito de força é muito diferente. Acreditamos que a consciência das massas é que determina a fortaleza do Estado. Este é forte quando as massas sabem tudo, podem julgar tudo e fazem tudo conscientemente."(3)
 
Toda a história do Estado soviético, criado pelo gênio de Lênin, demonstra que sua força se baseia na consciência das massas, que defendem com a maior firmeza a sua pátria socialista.
"Somos defensistas agora e desde 25 de outubro de 1917 que o somos — indicava Lênin; desde então somos pela defesa da pátria pois demonstramos- na prática o nosso rompimento com imperialismo."(4)

A guerra civil que nos foi imposta pela classe dos latifundiários e dos capitalistas, derrotados pela Revolução, e pelos Estados imperialistas que empreenderam a intervenção armada contra nosso país, terminou com a vitória do povo soviético. Fracassaram os planos dos imperialistas norte-americanos, ingleses, franceses e outros, fracassaram os planos dos Hoover e dos Urquhart que sonhavam dividir e subjugar a Rúsisa. O povo soviético expulsou de seu território os ocupantes estrangeiros que haviam causado a nosso povo sofrimentos cruéis e imensos e inesquecíveis prejuízos materiais.

A República Soviética conseguiu vencer as hordas dos intervencionistas e dos guardas brancos porque o núcleo dirigente da retaguarda e da frente do Exército Vermelho era o Partido de Lênin e Stálin, forte por sua unidade e coesão e insuperável por sua capacidade para organizar as massas de milhões de homens.

"Se a Rúsisa pôde enfrentar a investida do imperialismo mundial, se conquistou uma série de importantíssimos êxitos na política exterior e se em dois ou três anos adquiriu uma força que abala os fundamentos do imperialismo mundial — afirmava o camarada Stálin em 1921 — isto se deve, entre outras cousas, ao Partido Comunista, coeso, temperado nas lutas e forjado de aço, duro, que nunca deixou de aumentar o número de seus militantes e teve sempre como preocupação primordial melhorar a sua qualidade."(5)
 
Já em seus primeiros anos de existência o Estado soviético revelou a sua imensa força moral e política, sua solidez e firmeza, embora o nosso país fosse, porém, atrasado e fraco no sentido técnico e econômico em relação aos Estados capitalistas mais poderosos. 

Fazendo um balanço do caminho percorrido pelo Partido e pelo Estado soviético, Lênin afirmou por ocasião do XI Congresso do Partido:
"... o que a Revolução Russa conquistou é inalienável. Nenhuma força poderá arrebatá-lo, da mesma forma que nenhuma força do mundo poderá tirar-lhe o que foi criado pelo Estado Soviético. Trata-se de uma vitória histórico-mundial."(6)
Em seu último discurso, pronunciado no Pleno do Soviét de Moscou, Lênin afirmou com a mais profunda segurança que "o socialismo já não é agora uma questão do futuro longínquo" e que nosso Partido saberia conduzir o povo à vitória do socialismo.

Sob a direção de Lênin e Stálin o Partido realizou com êxito uma reviravolta radical em sua política, que consistiu na passagem da política do "comunismo de guerra" à nova política econômica, a política de utilizar as relações mercantis, que visava fortalecer a aliança entre os operários e os camponeses, deslocar os elementos capitalistas e estabelecer os alicerces da economia socialista. 

Realizaram-se as previsões do grande Lênin e seu testamento sobre a construção da sociedade socialista. O Partido Comunista, sob a sábia direção do camarada Stálin, salvaguardou o testamento de Lênin dos ataques dos inimigos do leninismo, soube alentar o povo soviético com os grandiosos objectivos da construção da sociedade socialista em nosso país, derrotou a todos os inimigos do socialismo e suas tentativas de impedir a industrialização da agricultura e conduziu o nosso país à vitória do socialismo. Num prazo histórico de brevidade nunca vista, nos anos dos planos quinquenais stalinistas, nosso país, na base do regime soviético e do grande entusiasmo das massas populares no trabalho, liquidou seu atraso técnico, económico e cultural e converteu-se de um país agrário atrasado numa potência socialista industrial e kolkoziana. O potencial técnico e económico do país do socialismo, que cresceu de maneira incomparável, unido à invencível força moral e política do povo soviético, não somente permitiu enfrentar a pérfida agressão da Alemanha hitlerista que tinha à sua disposição a técnica e a economia de toda a Europa ocupada, mas também derrotar a Alemanha fascista e o Japão imperialista e libertar os povos da Europa do jugo fascista. Pode-se dizer com segurança que somente o Estado soviético, a profunda consciência das massas e a unidade moral e política do povo, somente os patriotas soviéticos, dirigidos pelo Partido de Lênin e Stálin, poderiam suportar as provas de inaudita dureza do primeiro período da guerra e alcançar a vitória completa sobre o fascismo alemão, inimigo jurado da humanidade. 

A vitória histórico-mundial da União Soviética sobre a Alemanha fascista e o Japão imperialista permitiu aos povos de vários países da Europa e da Ásia tomar seu destino em suas próprias mãos, facilitou a vitória do regime de democracia popular em vários países do centro e do sudeste da Europa bem como a vitória da grande revolução popular na China. Modificou-se radicalmente toda a situarão internacional. Formou-se o poderoso campo da paz, do socialismo e da democracia. Modificou-se a correlação de forças entre os sistemas capitalista e socialista. Avançou a causa da renovação do mundo na base da democracia e do socialismo. 

O povo soviético e toda a humanidade avançada guardarão sempre gratidão e reconhecimento para com o grande inspirador e organizador de todas as nossas vitórias, o camarada Stálin, cujo gênio político, organizador e estratégico salvou o futuro da humanidade! (Prolongados e tempestuosos aplausos.)
Em toda a sua atividade no sentido da transformação revolucionaria da sociedade, o Partido marxista de novo tipo se guia pelas leis cientificamente comprovadas do desenvolvimento da sociedade, pela grande ciência do marxismo-leninismo. Nisso reside a imensa superioridade de nosso Partido e dos Partidos Comunistas e Operários irmãos sobre todos os partidos burgueses e pequeno-burgueses, sobre os partidos conciliadores. 

"Somente o nosso Partido — assinala o camarada Stálin — sabe em que direção é preciso agir e leva avante nossa tarefa com êxito. A que o nosso Partido deve esta superioridade? A que é um Partido marxista, um Partido leninista, a que se guia em seu trabalho Pela doutrina de Marx, Engels e Lênin. Não pode haver dúvida de que, enquanto continuarmos fiéis a essa doutrina, enquanto nos guiarmos por esta bússola, lograremos êxitos em nosso trabalho."(7)
Todo o curso da história confirmou e confirma as palavras de Lênin de que o bolchevismo assinalou o caminho justo para se evitar os horrores da guerra e do imperialismo. Os Partidos Comunistas irmãos, que levam a cabo a renovação do mundo na base do socialismo, guiam-se pela grande experiência histórica e o exemplo do Partido de Lênin e Stálin.

(1) V. I. Lênin — Obras, tomo XXV, pg. 239, ed. russa (retornar ao texto)
(2) V. I. Lênin — Obras, tomo XXVII, pg. 214, ed. russa. (retornar ao texto)
(3) V. I. Lênin — Obras Escogidas, tomo III, pg. 328, Ed. Problemas, 1946, B. Aires. (retornar ao texto)
(4) V. I. Lênin — Obras, t. XXVII, pg. 42, ed. russa. (retornar ao texto)
(5) J. Stálin — Obras, t. V, pg 99 ed. russa. (retornar ao texto)
(6) V. I. Lênin — "Obras Escogidas", t. IV, pg. 650, Ed Problemas, B. Aires. (retornar ao texto)
(7) J. Stálin — Obras, t. XII, pg. 377, ed. russa. (retornar ao texto)

quinta-feira, 11 de junho de 2020

VEJA A HISTÓRIA DO NEGRO ZUMBI, O HEROI BRASILEIRO DESCENDENTE DE ANGOLA.

Que o exemplo  de luta contra o racismo e a escravatura dado pelo Negro Zumbi, inspire e transforme a luta de hoje contra o racismo, numa luta pela abolição da escravatura assalariada, do capitalismo e das classes sociais.

Germano Boa Antonio
CAFÉ HISTÓRICO
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VEJA A HISTÓRIA DO NEGRO ZUMBI, O HEROI BRASILEIRO DESCENDENTE DE ANGOLA.
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Negro Zumbi tambémi o último dos líderes do Quilombo dos Palmares e também o de maior relevância histórica para fim da escravatura e independência do Brasil. Descendente de guerreiros Angolanos era sobrinho do líder Ganga Zumba, o qual, por sua vez, era filho da princesa Aqualtune dos Jagas (ou imbangalas), um povo de tradições militares com ótimos guerreiros. Negro Zumbi, é uma das figuras mais marcantes no combate a escravatura, sendo ele poliglota (fluente na língua quimbundo, português, latim e exímio conhecedor de línguas banto...), letrado e destímido líder na defesa da liberdade dos povos negros que de todas as maneiras, não admitia a escravidão, a dominação dos brancos sobre os negros e portanto, tornou-se um dos maiores símbolos pela liberdade dos povos negros da história.

Originário de Angolanos do reino kongo, etimologicamente o nome adotado pelo herói é Zumbi de “kazumbi” que é originário da língua quimbundo do norte de Angola que faz alusão aos seres espirituais, como fantasmas, ou alma de uma pessoa falecida, para Negro Zumbi o seu nome fazia referência aos seus ancestrais em Angola. Negro Zumbi havia nascido livre tendo sido capturado durante a expedição de Brás da Rocha Cardoso e aprisionado quando tinha por volta de sete anos de idade. Entregue aos cuidados do padre jesuíta católico Antônio Melo, recebeu o batismo e ganhou o nome de “Francisco” nome este que Zumbi nunca se identificou.

Adolescente de intelecto incomparável Padre Antônio Melo escreveu várias cartas a um amigo, exaltando a inteligência de Zumbi (Francisco).Inconfor­mado com o sofrimento do seu povo, aos 15 anos fugiu do seminário voltando para o Quilombo dos Palmares onde juntou-se aos seus irmãos de raça e anos mais tarde ainda em terras brasileiras Negro Zumbi tornou-se líder do Quilombo dos Palmares com 25 anos de idade, comandando a resistência contra as tropas do governo Português.

Durante seu “governo” a comunidade em que liderava cresceu e se fortaleceu, obtendo várias vitórias contra os soldados portugueses. O líder Zumbi mostrava grande habilidade no planeamento e organização do quilombo, além de coragem e conhecimentos militares. O seu território ocupava uma área equivalente ao actual território de Portugal, tornando-se num dos pioneiros a lutar activamente na resistência contra a escravidão na América com um exército de cerca de trinta mil homens.

Os que lá viviam chamavam o quilombo de Angola Janga (Angola Pequena). Enquanto guerreiro além de combater o exército português com o seu exército dedicou-se a libertar escravos cativas nas fazendas.

Negro Zumbi ganhou respeito e admiração de seus compatriotas quilombolas devido as suas habilidades como guerreiro, a qual lhe conferia coragem, liderança e conhecimentos de estratégia militar ímpares entre os seus antecessores quilombolas.

O Quilombo dos Palmares, nome dado em referência ao número elevado de Palmeiras, existiu por um período de quase cem anos, entre 1600 e 1695. Este Quilombo liderado por Negro Zumbi constituiu-se num abrigo não só de negros, mas também de brancos pobres, índios e mestiços extorquidos pelo colonizador.

Os quilombos, que na língua banto significam "povoação", funcionavam como verdadeiras metrópoles independentes com hierarquia, tendo núcleos habitacionais e comerciais, além de local de resistência à escravidão, já que abrigavam escravos fugidos de fazendas.

O Quilombo do Negro Zumbi era tido com a Terra Prometida, e Zumbi, era considerado o Messias e tido como eterno e imortal, e era reconhecido como um protector leal e corajoso. Zumbi era um extraordinário e talentoso dirigente militar. Explorava com inteligência as peculiaridades da região. 

No Quilombo de Palmares plantavam-se frutas, milho, mandioca, feijão, cana de açúcar, legumes, batatas, etc. Em meados do século XVII, administrativamente calculavam-se em cerca de onze povoados. 
A capital era Macacos, na Serra da Barriga.
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MORTE
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Traído por um dos seus soldados, a 20 de novembro 1695 aos 40 anos, Negro Zumbi morre em combate, recusando se render tombou como um verdadeiro herói dignificando os seus antepassados e tornando-se num verdadeiro ancestral Africano.

Teve a sua cabeça cortada, salgada e levada com o pénis dentro da boca, ao governador Melo de Castro. Em Recife, foi exposta a cabeça em praça pública no Pátio do Carmo, visando desmentir a crença da população sobre a lenda da imortalidade de Negro Zumbi. 

Nesta épica batalha em que Negro Zumbi foi emboscado com um número reduzido de guerreiros ainda assim lutaram até a morte, por outro lado o exército português com várias centenas de militares empunhado armas e canhões teve inúmeras baixas humanas.

Séculos passaram e Negro Zumbi continua a ser uma das maiores referências como símbolo de resistência a escravatura entre os povos das ex-colónias portuguesas e da liberdade dos povos negros.

Hoje muitos cantores brasileiro refletem ele nas suas musicas (Negro zumbi hooo.. Hooo.. Negro Zumbi.) O dia da Consciência negra é considerado como feriado no Brasil em homenagem ao Heroi Brasileiro Negro Zumbi. E como novidade a produtora americana Marvel escolheu Negro Zumbi como um dos seus novos super Herois, tendo o poder de imortal temente por todos
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Fonte: Livro: Nova crítica Historica, 8 serie. Mário Smidtch (Brasil)
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Por: Germano Boa o Historidor.

conhecido como Zumbi dos Palmares (1655-1695) fo

segunda-feira, 1 de junho de 2020

A mitologia da democracia americana caiu ontem à noite — Lute por uma alternativa da classe trabalhadora !

A mitologia da democracia americana caiu ontem à noite — Lute por uma alternativa da classe trabalhadora!

By J. Palameda em 31 de maio de 2020
chicagoyouth

Manifestantes em Chicago, IL, 30 de maio.

Ontem à noite, a grande mitologia dos Estados Unidos — de liberdade de expressão, compromisso e democracia — caiu em fogo, fumaça, spray de pimenta, toque de recolher e abuso policial. Ficou claro, sem qualquer dúvida, que a única coisa que mantém o governo americano no lugar é a violência, da polícia e dos militares. Em nove estados e territórios, a Guarda Nacional foi chamada, e toques de recolher foram anunciados em 25 cidades de 16 estados. Em todo o país, de Huntsville, Alabama, a Fayetteville, Arkansas, a Nova York, a Los Angeles, a Chicago, e além, manifestantes que enfrentavam condições económicas desesperadas e governo ineficaz levantaram suas vozes de maneiras sem precedentes, e se defenderam da agressão policial, saquearam lojas e geralmente atacaram.

Muitos especialistas, como Don Lemon, da CNN, não acreditavam em seus olhos. Eles não conseguiam entender onde o projecto nacional americano tinha falhado. Apenas cinco anos atrás, Barack Obama era presidente, civilidade, embora tributado pelo extremismo republicano, era o sentimento político da época. De sua posição em apartamentos urbanos aconchegantes ou mansões suburbanas, os chefes políticos de classe alta da América pensavam que tudo estava no caminho certo. A classe trabalhadora deste país sabe há várias décadas que este não é o caso.
Vida na América pós-guerra fria

Que algumas vidas são mais importantes do que outras tem sido uma verdade universal americana, desde o genocídio dos nativos americanos, até a exploração do trabalho escravo negro para construir o país, para lucrar com o trabalho de imigrantes enquanto armazena o nativismo. É tecida integralmente no tecido do país. Os vastos palácios dos ricos, o "estilo de vida de classe média", e todas essas coisas que muitos americanos pensam que os separa do resto do mundo, foram construídos pela hiperex exploração em casa e pelo imperialismo assassino e colonialismo no exterior. O assassinato e exploração de imigrantes e pessoas de cor é uma questão de registo histórico americano.

No entanto, na esteira da Reaganomics, os mitos da era new-deal de uma nação americana, fortes por suas diferenças e compaixão, colocados sobre a simples verdade da brutalidade americana, começaram a corroer até mesmo para os brancos de "classe média". Por várias décadas, o governo americano assassinou abertamente seu próprio povo, enviou empregos para o exterior e cometeu atrocidades amplamente documentadas condenadas não só pela esquerda, mas por vários organismos internacionais burgueses. O valor diferente da vida tornou-se generalizado em quase todos os aspectos de nossas vidas como trabalhadores em 2020, e está presente em todas as interacções que temos com as instituições estatais. A polícia aperta a mão dos manifestantes das mulheres, predominantemente brancos, e arranca crianças de mães imigrantes. "Nossas" tropas devem ser apoiadas, até que voltem da guerra imperialista lidando com traumas. Alguns trabalhadores estão em tempo integral e têm benefícios, outros, fazendo exactamente o mesmo trabalho, estão em part-time e enfrentam falência de pequenos problemas de saúde. Trabalhos de colarinho branco baloon, enquanto empregos de colarinho azul desaparecem. Todos vimos tantos negros desarmados mortos que não nos lembramos de todos os seus nomes e histórias. Até reacionários como Rush Limbaugh, que são os primeiros a defender policiais, tiveram dificuldade em defender Derek Chauvin. Tudo isso, no pano de fundo de uma pandemia na qual os líderes nacionais têm amordaçado estratégias de reabertura sobre quantas vidas podem negociar por ganhos de acções.

"Não, o entendimento crescente e popular de que a vida das pessoas de cor e da classe trabalhadora vale menos do que as opções de acções tem sido uma criação bipartidária."

É importante ressaltar que este tem sido um esforço bipartidário. Não podemos culpar esse desdém aberto pela vida dos trabalhadores e pessoas de cor sobre Trump ou mesmo Reagan. A desregulamentação dos derivativos de Bill Clinton foi responsável pelo colapso de 2008 que viu milhões perderem sua casa, enquanto Wall Street foi resgatada (por Obama). Obama deportou mais de 2 milhões de imigrantes, matou milhares de civis inocentes no Oriente Médio com drones, e pouco fez para conter a ruína neoliberal da América rural e a brutalidade policial contra afro-americanos. Foi Obama quem renunciou ao ato patriota, e permitiu ao Poder Executivo deter "terroristas" indefinidamente sem acusação, uma política que Donald Trump está agora tentando armar contra "antifa". Foi Obama quem puniu as pessoas da classe trabalhadora com impostos extras se eles não compraram um plano de saúde com uma dedução de US $ 10.000. Foram prefeitos democratas em Los Angeles, Atlanta, Nova York, Chicago e muito mais, que desencadearam a brutalidade de seus departamentos de polícia sobre as pessoas nos últimos dias, emitiram toques de recolher e se recusaram a responsabilizar a polícia. Foi a prefeita democrata Lori Lightfoot, em Chicago, que chamou os manifestantes de "criminosos" e prendeu mais de 1000 depois de prendê-los no centro da cidade. Foi Amy Klobuchar que falhou em processar o assassino de George Floyd.

Não, o entendimento crescente e popular de que a vida das pessoas de cor e da classe trabalhadora vale menos do que as opções de acções tem sido uma criação bipartidária. É por isso que os Don Lemons do mundo não podem acreditar em seus olhos — líderes do Partido Democrático e moderados em todo o país passaram as últimas décadas criando essa raiva que agora está apenas começando a se manifestar, diante de um velho inimigo: a lei e o direito da ordem.

Lei e ordem de campanha a partir de 68 eleições

Como trabalhadores, temos que ser estudantes de lutas anteriores por direitos civis e reformas nos Estados Unidos. Em 1968, quando tumultos abalaram o país, Richard Nixon respondeu elaborando uma campanha presidencial para a "lei e a ordem", para "voltar ao normal", ironicamente semelhante à plataforma atual de Biden. Mas é Trump quem está se posicionando como este candidato nos últimos dias, fantasiando sobre atirar em saqueadores, designar antifa tem uma organização terrorista, e atacar "encrenqueiros" em Washington, DC. Funcionou espetacularmente para Nixon, que ganhou a eleição facilmente, apesar do flagrante racista racista George Wallace cortar em território republicano e obter 13% dos votos.

"Há uma forte corrente fascista neste país, que defenderá a supremacia branca a qualquer custo para os direitos  básicos burgueses."

Dois anos depois, em 1970, mais de 60% dos americanos por uma pesquisa gallup na época apoiaram a morte de estudantes inocentes no Estado de Kent, um que estava simplesmente caminhando para a aula. Fred Hampton foi assassinado naquele ano a sangue frio, e os Panteras Negras foram destruídos pela infiltração do FBI e pela COINTELPRO intensificada luta interna. Há uma forte corrente fascista neste país que defenderá a supremacia branca a qualquer custo para os direitos básicos burgueses. Eles vão com um sopro voar uma bandeira de Gadsden, e com outro defender a polícia, pessoas que jogam pimenta sentados em sua própria varanda. Da última vez, essa corrente de lei e ordem foi bem sucedida, e desintegrou o movimento popular.

Quando o poder do povo subir, como aconteceu no final da década de 1960, essas forças na América, empoderadas pelo seu presidente, atacarão os movimentos do povo com força letal. Já vimos que os movimentos fascistas americanos se mudaram para "defender as empresas" e parar de saquear, posicionando-se não como nazistas abertos, mas como simples americanos que anseiam por um retorno à normalidade da "lei e da ordem". Devemos nos preparar para combatê-los de qualquer maneira.
Mas a história não é um círculo, embora deva informar nossas lutas e linhas de diálogo. Em 1964, Malcolm X argumentou em seu famoso discurso "A Cédula ou a Bala" que activistas dos direitos civis deveriam usar a cédula se autenticamente útil, e lutar por uma votação útil se não fosse. Em uma eleição de dois agressores sexuais, com 40 milhões de desempregados, enfrentando desastres ambientais e doenças, o povo dos Estados Unidos, de Fayetteville a Nova York, iniciou esse processo. Ao fazê-lo, os trabalhadores deste país mostraram seu imenso poder, parando cidades inteiras, como o martirizado activista da IWW Joe Hill sabia que eles poderiam.

Estamos nos estágios iniciais desse processo, e movimentos e tendências ideológicas sobem e caem em horas nas ruas em cidades de todo o país, e o poder do povo é muitas vezes cru e desorganizado, como disse Frank Chapman, presidente da NAARPR, sobre as lições da ação de Chicago em 30 de maio. O movimento popular, como continua, terá de enfrentar a violência individualista anárquica e imprudente. Não deve se afastar da classe trabalhadora e das comunidades de cor, ou parecer como invasores estrangeiros em bairros e movimentos, uma situação em que o movimento anti-guerra dos anos 60 se encontrava frequentemente. Deve identificar-se claramente como classe trabalhadora, para os interesses da classe trabalhadora, e identificar claramente seus inimigos. O movimento deve direcionar sua militância contra instalações policiais e estabelecimentos exploratórios, e trazer uma mensagem política contra a supremacia branca e para os direitos dos trabalhadores aos seus locais de trabalho e qualquer local de contato com colegas de trabalho — salas sindicais, clubes esportivos, cenas de música, sala de aula, etc.

O que todos nós temos lutado por todo o país, em grave risco, é por uma sociedade em que toda a vida humana seja valorizada igualmente — uma em que todas as vozes sejam ouvidas igualmente, onde os assassinos vão para a prisão, onde as pessoas são socorridas perante os bancos. Por isso, fomos espancados, atacados com gás lacrimogêneo e baleados com todo tipo de munição. Mas sabemos, apesar do que prefeitos democráticos e superintendentes da polícia dizem, que estamos lutando por uma verdadeira democracia em que a polícia será controlada por assembleias comunitárias, a supremacia branca será activamente arrasada e suprimida, e nossas escolhas democráticas não estão entre dois criminosos senil.

 O preço que pagamos já foi íngreme, com jornalistas feridos, cegos e milhares de activistas espancados, atingidos, gás lacrimogêneo, presos, baleados e até mortos — e o preço continuará a crescer. Mas nós pagamos com o peso das lutas de libertação passadas neste país sobre nossos ombros, e um coração esperançoso para uma reformulação fundamental da sociedade americana em direcção a uma democracia trabalhadora.

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