sábado, 30 de abril de 2022

Por um 1º de Maio, de festa, mas também de combate ao capitalismo!

 Por um  1º de Maio, de festa, mas também de combate ao capitalismo!

O próximo dia 1º de Maio decorre debaixo de novas ofensivas imperialistas sobre o proletariado e os povos do mundo inteiro.
 
Ainda a crise pandémica Covid19 com milhões de mortes e de infectados e outros custos sociais, tais como o  desemprego, a redução de salários e de direitos laborais pelo mundo não terminou e já outra nova crise com contornos bem mais profundos e mais sérios como a guerra  com duração imprevisivel está em curso.
 
As classes trabalhadoras e os povos da  Europa e do resto do mundo,  que já antes à boleia do Covid19  tinham sentido na sua vida a especulação inflacionista a roubar-lhes parte dos seus rendimentos do trabalho e agora a serem de novo  roubados pela nova escalada inflacionista à pala  da "crise" energética e por todos os outros efeitos boumerang das restantes sanções económicas impostas à Rússia, são as grandes vitimas  da politica imperialista dos EUA/UE de querer "enfraquecer a Rússia" como o confirma as afirmações do presidente norte-americano Joe Biden e seus secretários Lloid Austin e Antony Blinken. 
 
Na medida em que a crise está para durar e é prevísivel que as suas consequências sejam bem mais profundas do que as duas juntas  de 2008 e aquela que a Covid19 fez precipitar, pensamos que o  melhor será  os trabalhadores tomarem consciência do que aí já está, como o que está para  chegar, dado que o governo capitalista PS, já deixou bem claro  na discussão do "seu" programa, de que apenas pequenas côdeas promete deixar cair, que na nossa opinião é mais   para infeitar a sua argumentação demagógica do que para matar a fome ao povo,  bem como para continuar a via sacra de fazer com que seja o povo trabalhador a pagar a divída pública  que  tem enriquecido a burguesia capitalista, seja nacional ou estrangeira.

Se até aqui as formas de luta que se tem utilizado para se defender os nossos interesses e direitos foram incapazes de suster os efeitos desvastadores da ofensiva capitalista dos últimos anos, as nuvens negras que transportam os novos tempos muito menos  se compadecem com tais formas de luta, daí que seja necessário  dirigentes revolucionários, maior unidade e combatividade por parte da classe trabalhadora  e novas formas de organizações que une a classe e transforme os locais de trabalho em fortalezas contra a exploração capitalista.

Viva o 1º de Maio, dia Internacional do Proletariado!

Pela emancipação da classe trabalhadora!

Pelo socialismo, rumo a uma sociedade sem classes!

Viva o comunismo!

A Chispa!


 
30/4/2022


O verdadeiro propósito dos EUA

O verdadeiro propósito dos EUA

Joe Biden e Lloyd Austin. Continuar a guerra para enfraquecer a Rússia 

Editor / Global Times — 29 Abril 2022

Numa reunião realizada na Alemanha em 26 de abril, na base militar norte-americana de Ramstein, o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, afirmou sem pudor o que já era fácil de ver: o propósito dos EUA na guerra é enfraquecer a Rússia. Ganha assim todo o sentido, agora pela voz dos próprios, a aposta norte-americana de prolongar as hostilidades o mais possível, tentando convencer o mundo de que a Ucrânia vai vencer. Prolongar as hostilidades significa não apenas fornecer armas e conselheiros a Zelensky, mas também alimentar a ilusão de que os russos podem ser vencidos, e ainda bloquear todas as tentativas de negociação ou de mediação conduzidas por países terceiros, caso dos europeus ou da Turquia.

No encontro de Ramstein participaram uns 40 “aliados” (entre eles Portugal) no âmbito do recém-criado Grupo Consultivo sobre a Segurança da Ucrânia, que se propõe fazer um balanço mensal sobre “as necessidades de defesa da Ucrânia”. O objectivo é só um: fornecer armas e mais armas às forças ucranianas, mês após mês, levando-as a combater até à exaustão. Como afirma o dito tornado comum, os EUA estão dispostos a combater os russos até ao último ucraniano. Ou, como disse o ministro turco dos Negócios Estrangeiros (membro da Nato): “Eles não se importam muito com a situação na Ucrânia”.

A confissão do dirigente norte-americano é duplamente reveladora. Ela não fala apenas sobre o comportamento dos EUA depois da guerra desencadeada. Fala também sobre a atitude que os EUA tomaram desde muito antes da invasão russa e que conduziu às hostilidades. Desde há catorze anos, quando o propósito de integrar a Ucrânia na Nato foi anunciada em Bucareste, os EUA promoveram todo o tipo de provocações no sentido de encurralar a Rússia, não lhe deixando outra opção — como bem disse um diplomata iraniano, ex-embaixador em Moscovo, em entrevista à PressTV — senão a escolha entre uma coisa má (a invasão) e uma coisa pior (a presença da Nato na sua fronteira, nas costas norte do Mar Negro e no Mar de Azov). 

Como afirma o texto do Global Times que divulgamos, Washington finalmente deixou de fingir.

 

WASHINGTON REVELA A SUA VERDADEIRA INTENÇÃO. ESCALADA DE TENSÃO COLOCA A EUROPA E O MUNDO EM RISCO

Global Times, 26 de abril

Os EUA querem “ver a Rússia enfraquecida”, disse o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, em entrevista colectiva na Polónia na segunda-feira [25 de abril], após a viagem dele e do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a Kiev.

Washington finalmente parou de fingir e revelou o seu verdadeiro propósito. A principal intenção de Washington ao provocar o conflito Rússia-Ucrânia foi enfraquecer a Rússia, facto que tem sido amplamente reconhecido pela comunidade internacional. Moscovo está farta das investidas de Washington. Falando na segunda-feira numa reunião com altos funcionários do gabinete do Procurador-Geral, o presidente russo, Vladimir Putin, acusou os EUA e seus aliados de tentarem “dividir a sociedade russa e destruir a Rússia por dentro”.

Um artigo do The New York Times considera que a essência do conflito Rússia-Ucrânia mudou, transformando-se “de uma batalha pelo controle da Ucrânia para uma batalha que coloca Washington mais directamente contra Moscovo”.

A retórica de “ver a Rússia enfraquecida” do chefe do Pentágono claramente implica que os EUA estão a tentar esgotar as forças militares da Rússia. “Washington planeia fornecer mais armas ofensivas à Ucrânia para equipar a capacidade militar ofensiva dos ucranianos contra a Rússia”, disse Lü Xiang, investigador da Academia Chinesa de Ciências Sociais, ao Global Times.

Os EUA não querem dar espaço à negociação. A porta para a negociação, de facto, foi fechada. Embora Lavrov [ministro russo dos Negócios Estrangeiros] tenha apontado que as negociações de paz com a Ucrânia continuariam, os contactos tornaram-se uma conversa de surdos, sem qualquer significado prático.

As provocações cegas dos EUA contra a Rússia nada podem fazer a não ser atirar combustível para o fogo, empurrando a situação de escalada entre a Rússia e a Ucrânia ainda mais para o campo da incerteza. Como resposta, o ministro Sergey Lavrov alertou na segunda-feira [25 de abril] o Ocidente para não subestimar os riscos elevados de um conflito nuclear e enviou um alerta de que havia um perigo “real” de Terceira Guerra Mundial. Disse também que a Nato estava “em essência” envolvida numa guerra por procuração com Moscovo ao fornecer armas a Kiev.

Essas afirmações indicam que a Rússia está a fazer os seus preparativos. Se a Nato liderada pelos EUA fornecer à Ucrânia um fluxo constante de armas ofensivas e até destrutivas, e continuar as suas provocações verbais contra a Rússia, isso irá exasperar Moscovo, levando-a a procurar maneiras de aumentar a resposta para lidar com a crise na Ucrânia. Isto provocaria riscos de o conflito transbordar. As práticas dos EUA em relação à Rússia agravam o risco de transformar a Europa num campo de batalha, o que representará um enorme desastre para os países europeus e para o mundo.

O principal objectivo da viagem de Blinken e Austin é prolongar o conflito militar entre a Rússia e a Ucrânia. Washington está a tentar enfraquecer a Rússia à custa da Ucrânia, o que é claramente o que os ucranianos estão relutantes em ver. Aos olhos dos EUA, a Ucrânia é apenas um peão. O derramamento de sangue dos ucranianos é apenas um instrumento para servir a intenção de Washington de pressionar a Rússia. Tal como o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlüt Çavuşoğlu, disse em 20 de abril: “De entre os estados membros da Nato há os que querem que a guerra continue, que deixam que a guerra continue para que a Rússia fique mais fraca. Eles não se importam muito com a situação na Ucrânia”.

(Tradução: Mudar de Vida)

Via "jornalmudardevida.net"

segunda-feira, 25 de abril de 2022

A aliança do MI6, da CIA e dos banderistas


 A aliança do MI6, da CIA e dos banderistas


Thierry Meyssan
 
Após ter mostrado que a guerra na Ucrânia foi preparada pelos Straussianos e desencadeada, em 17 de Fevereiro, pelo ataque de Kiev contra o Donbass, Thierry Meyssan volta à história secreta que liga os Anglo-Saxónicos aos banderistas desde a queda do IIIº Reich. Ele dá o alarme : desde há trinta anos que não somos capazes de ver o ressurgimento do racialismo nazi na Ucrânia e nos países Bálticos, também não vemos que um bom número de civis ucranianos que acolhemos estão impregnados de ideologia banderista. Teremos que esperar que atentados nazis comecem na Europa ocidental para nos acordar.

O APOIO DOS OCIDENTAIS AO NAZISMO (1933-1940)

O apoio maciço dos Estados Unidos, e dos seus aliados, aos banderistas ucranianos contra a Rússia é comparável ao apoio do mesmo campo no arranque da Alemanha hitleriana contra a URSS. Lembremos, de forma clara, que todos os Estados ocidentais, sem excepção, acreditaram, num momento ou noutro, que os nazis eram a solução para a crise económica de 1929. Só eles pareciam propor uma alternativa credível ao capitalismo. É claro, quase todas essas pessoas mudaram de ideia quando o perigo nazi se voltou contra elas.

A título de exemplo, recordemos que o Ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Georges Bonnet, encantado pela política judaica do Reich, propôs ao seu homólogo alemão, Joachim von Ribbentrop, deportar os judeus franceses, polacos (poloneses-br) e alemães para uma longínqua colónia, Madagáscar [1]. O mesmo Georges Bonnet assinou com Joachim Ribbentrop, Ministro dos Negócios Estrangeiros do Reich, em 6 de Dezembro de 1938, o Compromisso franco-alemão de colaboração pacífica.

O Primeiro-Ministro britânico Neuville Chamberlain organizou os Acordos de Munique, em 30 de Setembro de 1938, que liquidaram a Checoslováquia em proveito do Reich [2]. Enquanto o governador do Banco de Inglaterra, Montagu Norman, roubou 27 toneladas de ouro checoslovaco para ajudar ao reforço do Exército nazi [3].

Ou, ainda, Prescot Bush, o pai do Presidente George H. Bush e avô do Presidente George W. Bush, o qual investiu em 1940 nas fábricas (usinas-br) do campo de prisioneiros de Auschwitz (que só em 1942 se transformou num campo de extermínio) [4].

Após a queda do nazismo, estas pessoas não foram julgadas. Muito pelo contrário, foi feito um esforço para cerrar fileiras e esquecer estas traições. Tomemos cuidado para não reproduzir os mesmos erros !

A Rádio Liberty em Munique. Stepan Bandera, o líder dos colaboracionistas nazis ucranianos, e Saïd Ramadan, o herdeiro de Hassan el-Banna à cabeça dos Irmãos Muçulmanos, trabalharam nela ao mesmo tempo.

O PAPEL DOS UCRANIANOS DURANTE A GUERRA FRIA

Durante a Segunda Guerra mundial, o teórico do nazismo, e Ministro para o Leste (Ostminister), Alfred Rosenberg, confiou ao Letão Gerhard von Mende a organização da união dos povos da URSS ao führer Adolf Hitler. Ao fazê-lo, ele concebeu um modelo de manipulação de minorias que foi retomado, após a queda do IIIº Reich, pela CIA. Com a ajuda do grande Mufti de Jerusalém, Amin al-Husseini, Von Mende criou escolas de mullahs em Göttingen e em Dresden, ordenou a nomeação de um grande mufti na Crimeia e alistou regimentos SS do Leste. Foi ele também o oficial que tomou conta do « nacionalista » ucraniano Stepan Bandera.

Em Washington, o Presidente Truman e depois Eisenhower decidiram por ênfase numa guerra psicológica contra os Soviéticos. A CIA criou pois o AmComLib (Comité Americano para a Libertação dos Povos da URSS) que geria a Rádio Liberté a partir de Munique. Ela reciclou Gerhard von Mende. Foi ele quem propôs estabelecer uma mesquita em Munique que, no fim, foi confiada a Said Ramadan (o genro do fundador da Irmandade, Hassan el-Banna) [5]. Foi também ele que resolveu os problemas de Stepan Bandera e o reciclou para o MI6 e para a CIA [6].

Divisão SS Das Reich

O antigo adjunto de Stepan Bandera e Primeiro-Ministro ucraniano imposto pelos nazis, Yaroslav Stetsko, fora, a instruções do IIIº Reich, um dos fundadores do Bloco das Nações Anti-Bolcheviques (ABN) durante a Segunda Guerra Mundial. Durante a Guerra Fria, ele perpetuou o ABN desta vez para os Estados Unidos. A tal título, tornou-se um dos pilares da Liga Anti-comunista Mundial (WACL) criada pela CIA [7].

ABN

A sede do ABN foi instalada em Munique, de onde Stepan Bandera e Iaroslav Stetsko dirigem operações de sabotagem na URSS. O Presidente do ABN é o Dinamarquês Ole Bjørn Kraft, antigo Presidente do Conselho do Atlântico Norte (a autoridade civil que comanda as forças aliadas). Diversas operações foram planeadas em colaboração com a CIA e o MI6, quer dizer sob a supervisão de Frank Wisner (o avô por herança de Nicolas Sarkozy) e de Kim Philby. Mas este último traiu a Coroa e transmitiu informações ao KGB que as fez falhar [8].

Regimento Azov

Um dos colaboradores de Yaroslav Stetsko, Lev Dobriansky, tornou-se embaixador dos EUA nas Bahamas, enquanto a sua filha Paula Dobriansky foi Sub-secretária de Estado para a Democracia (sic) na Administração George W. Bush. Foi a Srª Dobriansky que financiou, durante dez anos, estudos históricos visando fazer esquecer que o Holodomor, a grande fome que atingiu a Ucrânia em 1932-33, devastou igualmente a Rússia e o Cazaquistão, e em fazer crer que ela havia sido decidida por Stalin para eliminar o povo ucraniano. Este mito foi manipulado pelos banderistas para fazer crer num ódio secular doss Russos contra os Ucranianos. O Parlamento europeu avalizou-o em 2008 [9]. A seguir, Paula Dobriansky exerceu altas funções na agência Reuters e trabalha actualmente no Atlantic Council. Era ela a vice-presidente da NED durante o putsch do Maidan.

Esta campanha de comunicação do governo ucraniano é fundada no mito do Holodomor. Uma deusa narra os crimes imemoriais dos Russos contra os Ucranianos para anunciar que a ceifa (o acerto de contas -ndT) chegou. Então ela decapita um Russo tal como os jiadistas decapitam os infiéis.

O Presidente Ronald Reagan e o seu Vice-Presidente George H. Bush recebem os banderistas, incluindo Iaroslav Stetsko, em 1983 na Casa Branca [10].

Bandera foi assassinado pelo KGB em 1955. Stetsko morreu em 1986. Os dois homens estão enterrados no cemitério alemão de Walffriedhof.

O Presidente Eisenhower recebe uma delegação da Confraria dos Irmãos Muçulmanos na Casa Branca em 23 de Setembro de 1953. A organização terrorista dispõe agora do apoio da CIA.

O APOIO DOS ANGLO-SAXÓNICOS AOS JIADISTAS

Em 1979, o Presidente norte-americano, Jimmy Carter, autorizou a « Operação Ciclone ». Tratava-se de enviar jiadistas árabes, membros da Confraria dos Irmãos Muçulmanos, para o Afeganistão a fim de lutar contra o governo comunista. Foi nessa altura que esta pequena organização terrorista se transformou num verdadeiro exército [11]. De uma coisa levando a outra, passou-se das guerras do Afeganistão às da Jugoslávia e da Chechénia, para acabar no Daesh (E. I.) no Iraque e na Síria [12].

Durante quarenta anos, todos os Estados membros da OTAN foram instados a fornecer « asilo político » aos jiadistas « perseguidos » pelas ditaduras árabes. Pelo menos 17 Estados aliados participaram na « Operação Timber Sycamore » de aprovisionamento em armas, no valor de milhares de milhão (bilhões-br) de dólares, aos jiadistas [13]. Até ao dia em que eles ameaçaram os Ocidentais. Tome-se cuidado para não reproduzir os mesmos erros !

Jovens Ucranianos, membros da OUN-B (quer dizer, da Organização de nacionalistas ucranianos tendência Banderista), a seguir cursos de sabotagem numa base da OTAN, na Estónia (2006). A formação concluiu com uma homenagem aos soldados alemães, estónios e finlandeses mortos em luta pelo IIIº Reich.

O APOIO DOS OCIDENTAIS AOS BANDERISTAS UCRANIANOS, AOS USTACHAS CROATAS E AOS NEO-NAZIS BÁLTICOS

Durante a Guerra Fria, antigos especialistas da repressão nazi foram integrados pelos Estados Unidos no seu dispositivo anti-soviético. Por exemplo, lembremos o « carniceiro de Lyon », Klaus Barbie, tornado chefe da repressão na Bolívia ou de Aloïs Bruner tornado conselheiro especial do presidente sírio (antes do Baas) depois de ter exterminado judeus na Áustria, na Grécia e em França. Ora, parecia que isso tinha cessado com a dissolução da URSS.

No entanto, milícias banderistas, ustachas e nazis emergiram no espaço público com a dissolução do Pacto de Varsóvia e as independências dos Estados anteriormente soviéticos. Elas obtiveram o apoio dos Anglo-Saxónicos em nome da colaboração dos seus pais durante a Guerra Fria. A título de exemplo recordemos:

Na Bulgária, uma manifestação anual em memória do General Hristo Lukov realiza-se em Sófia desde há uma quinzena de anos [14].

Na Estónia, começaram em 2009 pelo retorno das cinzas do Coronel SS Alfons Rebane (o « Rommel estónio »), depois por colocar uma placa comemorativa [15], sempre com o forte apoio do Presidente Toomas Hendrik Ilves (ele próprio funcionário dos EUA). O Ministro da Defesa, Urmas Reinsalu, visitou a ilha de Saaremaa, em 2012, para participar numa cerimónia da « Aliança dos Combatentes pela Liberdade da Estónia » (colaboracionistas nazis) e felicitar antigos SS por terem « libertado a pátria » [16].

Na Letónia, o Presidente Vaira V??e-Freiberga (1999-2007) afirmou que os « SS eram heróis da luta anti-soviética ». Mandou modificar os manuais escolares de história e autorizou manifestações em comemoração destes « heróis ». A Letónia, na qual um quarto da população é russa, proibiu a utilização do russo nas escolas secundárias (de ensino médio-ndT). Além disso, junto com a Estónia, construiu em 2018 um muro na fronteira com a Rússia [17].

Na Bolívia, o MI6 apoiou-se na comunidade ustacha croata para derrubar o Presidente Evo Morales, em 2019 [18].

Em 18 de Novembro de 2020, a 3ª Comissão da Assembleia Geral das Nações Unidas adoptou uma Resolução sobre a « Luta contra a glorificação do nazismo, do neo-nazismo e de outras práticas que contribuem para alimentar as formas contemporâneas de racismo, de discriminação racial, de xenofobia e de intolerância que lhe estão associadas » (Nações Unidas A/C.3/75/L.49). Todos os membros da ONU votaram « a favor », apenas os Estados Unidos e a Ucrânia votaram « contra ». Todos os membros da OTAN e da União Europeia se abstiveram.

O agente “stay-behind” da OTAN Dmitryo Yarosh.

AS MESMAS CAUSAS PRODUZEM OS MESMOS EFEITOS

Em 8 de Maio de 2007, em Ternopol (ocidente da Ucrânia), grupúsculos nazis e islamistas criaram uma « Frente Anti-Imperialista » a fim de lutar em conjunto contra a Rússia. Participaram organizações da Lituânia, Polónia, Ucrânia e da Rússia, entre as quais separatistas islamistas da Crimeia, Adigueia, Daguestão, Inguchétia, Cabardino-Balcária, Carachai-Cherquéssia, Ossétia, Chechénia. Não podendo lá aparecer por causa de sanções internacionais, Dokka Umarov, o emir da Itchquéria (Chechénia) considerado pelas Nações Unidas como membro da Alcaida, mandou ler a sua contribuição. A Frente é presidida por Dmytro Yarosh, que foi bater-se na Chechénia. Junto com Andriy Biletsky, o « Führer Branco », ele criou o Sektor Direito (Pravyie Sektor-ndT) que fez a revolução do EuroMaidan, e depois o Batalhão Azov. A partir de 2 de Novembro de 2021, tornou-se Conselheiro do Comandante-Chefe das Forças Armadas Ucranianas, o General Valerii Zaluzhnyi.

Em 7 de Abril 2022, o Presidente Zelensky falou ao Parlamento grego. Durante a sua intervenção ele passou um curto vídeo. Um ucraniano de origem grega apareceu neste vídeo como membro do Regimento Azov onde gabou o combate da sua facção contra os Russos.

A seguir à dissolução da URSS, a Ucrânia reavivou os seus velhos demónios. Os manuais escolares de história foram modificados. As crianças aprendem na escola, desde há trinta anos, que o seu país só se tornou independente graças aos nazis e que eles não têm genes comuns com os Russos, essa raça inferior. Todos os anos, dezenas de milhar de crianças e de adolescentes frequentam os « campos de férias » banderistas, tal como faziam as Juventudes hitlerianas. Aí, eles gritam o seu slogan (eslogan-br): « Glória à Ucrânia! ». Estes jovens, raparigas e rapazes, encontram hoje em dia asilo na União Europeia. Amanhã, tal como os seus aliados, os Irmãos Muçulmanos, alguns deles irão nela cometer atentados.

Cerimônia da Ordem Secreta da Centúria. Diretores da Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, França e Polônia já fazem parte desse grupo.

Desde logo, os banderistas recrutam cadetes na Alemanha, no Canadá, na França, na Polónia, no Reino Unido e nos Estados Unidos e agora oficiais nas academias militares destes países. Para isso, criaram, em 2019, uma Ordem secreta, Centuria, que difunde a sua ideologia. Esta ordem opõe-se aos processos democráticos e ao sufrágio universal. Os seus membros recitam a « Oração dos Nacionalistas ucranianos », redigida por Josef Mashchak durante o período entre as duas guerras. Eles arvoram a Cruz do Sol dinamarquesa e multiplicam as referências à Ordem de Thule de que os mais altos dignitários nazis faziam parte. Os Exércitos ocidentais não tomaram esta ameaça a sério. Esta ideologia, tal como a dos Irmãos Muçulmanos no Médio-Oriente, expande-se como um rastilho pólvora.

A besta imunda já cá está, no meio de nós.

Como se pode ser tão cego?

Notas no artigo original

https://www.voltairenet.org/article216415.html

Um “Mossad ucraniano” anunciado pelo conselheiro do Ministro de Assuntos Internos da Ucrânia

 


Um “Mossad ucraniano” anunciado pelo conselheiro do Ministro de Assuntos Internos da Ucrânia

Moscou, 24 de abril (SANA) .- O assessor do ministro do Interior ucraniano, Anton Gueraschenko, anunciou recentemente que Kiev já fundou uma organização dedicada a assassinar soldados russos e moradores locais que colaboram com eles em territórios ucranianos sob o controle da Rússia.

Durante uma entrevista ao canal Ukraine 24, o funcionário foi questionado se a Ucrânia poderia organizar uma agência para perseguir os ucranianos que optaram pelo lado russo no conflito em curso entre os dois países. "Já foi criado, já está funcionando nos territórios ocupados", respondeu Gerashchenko.

“Se alguém morreu repentinamente nos territórios controlados pela Rússia, isso é obra de nossos serviços especiais, que exterminam os ocupantes e os traidores. Nosso 'Mossad ucraniano' já está funcionando”, assegurou o assessor citado pela RT.

Sobre a estrutura da organização, Gueraschenko afirmou que “o sobrenome não pode ser dado, a pessoa que a administra não pode ser nomeada” e que ela é “completamente descentralizada, de modo que não pode ser finalizada” com ela.

“Já temos muitas pessoas que estão prontas para matar os ocupantes, estão até conscientes de que eles mesmos podem enfrentar uma morte muito difícil. É preciso organizá-los adequadamente para que os traidores entendam que não viverão. Você já sabe que o prefeito de Balakleya, um traidor, o prefeito de Kupiansk, um traidor, já deixaram o território da Ucrânia, porque perceberam que não poderiam mais viver aqui”, disse o funcionário.

No início de abril, Gerashchenko pediu para encontrar e deter ucranianos que cooperaram com tropas russas nas áreas da província de Kiev que estavam sob controle russo por várias semanas após o início de sua operação militar.

Fonte: sana.sy
 
  A verdade pode demorar, mas  virá ao de cima!
 
As afirmações do assessor do ministro do Interior ucraniano, Anton Gueraschenko, demonstra que aos poucos os grupos terroristas nazi/fascistas ucranianos ao serviço dos EUA/UE/Nato, vão montar novas perseguições e crimes bárbaros sobre a população civil, russos ou ucranianos russofanos  como o massacre que realizaram Bucha e em outras localidades. A Chispa!

Batalhões paramilitares na Ucrânia: o que a OTAN fará com "seus filhos da puta"?

 


"Foi o presidente e protector desta escória humana, que a dias antes da comemoração do 48 aniversário do 25 de Abril, que os ditos democratas do B"E", do "Livre" do PAN, do PS, do PSD, do I.L. e do Chega/Azov, presentes na A.R. decidiram  convida-lo, (já que  Zelensky,  que por tão anões que são, nem deles  se lembrar)  a discursar   e a promter todo o apoio, desde mais armamento, apoio economico e agravamento das sanções que sabem de antemão  que agravará ainda mais a situação economica da classe trabalhadora, no qual Zelensky agradeceu  e aproveitou à sombra  do 25 de abril antifascista e popular, para fazer a sua demagogia de vitimização e encobrimento da sua ideologia e prática fascista/nazi  de linguajar pseudo-democrático e patriótico, no qual o próprio povo ucraniano tem sido a grande vitima.

 Esperemos que o povo trabalhador português, que mais uma vez será vitima desta politica reacionária imperialista, não o esqueça e que  lute contra ela, pela defesa dos seus direitos e interesses de emancipação social" A Chispa!

 

Batalhões paramilitares na Ucrânia: o que a OTAN fará com "seus filhos da puta"?

Artigo de Alberto Matxain publicado em Naiz.eus 

24 de abril de 2022

Em 10 de junho de 1944, a 2ª Divisão SS Das Reich do Exército Alemão matou 643 homens, mulheres, idosos, crianças e bebês em uma pequena vila occitana. Foi o maior massacre de civis da Segunda Guerra Mundial no Estado francês; apenas trinta pessoas conseguiram sair vivas. Desde então, Oradour-sur-Glane tem sido uma cidade fantasma, mantida exatamente como os nazistas a deixaram para não esquecer. Um dia antes, nas proximidades de Tulle, a mesma divisão da SS havia enforcado 99 jovens em árvores, postes e varandas, a grande maioria deles sem vínculos com a resistência. Em um contexto de negociações surreais em torno de questões como quem seria executado e quem não seria, o prefeito Pierre Trouillé pediu ao comandante nazista Aurel Kowatsch que as execuções não fossem realizadas por enforcamento, ao que Kowatsch respondeu: “Nós nos acostumamos a enforcar na Rússia, enforcamos mais de 100.000 homens em Kharkov e Kiev, isso não significa nada para nós.” Estima-se que seus subordinados tenham matado cerca de 4.000 pessoas no estado francês, a maioria civis.

Emblemas da 2. Divisão SS Das Reich e do Regimento Azov 

A 2ª Divisão SS Das Reich estava ativa na Ucrânia um ano e meio antes do massacre de Oradour-sur-Glane. Em outubro de 1941, o exército alemão tomou Kharkov (Kharkiv em ucraniano), então a maior cidade da Ucrânia e a quarta em população da URSS. Entre dezembro de 1941 e janeiro de 1942, os nazistas executaram cerca de 30.000 pessoas, a maioria judeus. Mais tarde, em fevereiro de 1943, o Exército Vermelho libertou a cidade, mas os nazistas perceberam o esgotamento da marinha soviética e contra-atacaram, tomando a cidade novamente no que ficou conhecido como a "Terceira Batalha de Kharkov". A 2ª Divisão SS Das Reich participou dessa batalha. Alguns meses depois, o Exército Vermelho finalmente libertou a cidade. Kharkov experimentou quatro grandes batalhas, duas ocupações e duas libertações. A cidade foi destruída durante a guerra e a maioria de sua população fugiu. Dezenas de milhares morreram.

Cerca de 16.000 judeus jazem na grande vala comum em Dobritsky Yar, a leste da cidade. A grande  menorá  do memorial que os lembra foi danificada durante a guerra, mas os homenageados não descansam há anos. Sete décadas após o massacre, no calor das revoltas contra o governo pró-russo de Viktor Yanukovych, apoiado pelos EUA e pela UE e com a notável participação de grupos neonazistas e de extrema-direita, nasceu o batalhão Azov. Em seu emblema, invertido, a  runa wolfsangel do emblema da 2ª Divisão SS Das Reich. Não foi o primeiro movimento ultra-ucraniano a usá-lo. Ao fundo, um sol negro usado no ocultismo nazista. Grupos de extrema-direita como o batalhão Azov, Svoboda ou Pravyi Sektor foram inspirados por Stepan Bandera, líder da Organização dos Nacionalistas Ucranianos. Este movimento fascista e ultranacionalista aliou-se ao exército nazista e participou ativamente de pogroms e operações de limpeza étnica nas quais morreram milhares de judeus ucranianos e dezenas de milhares de poloneses.

Seis pessoas enforcadas na rua Sumskaya em Kharkov, em 25 de outubro de 1941, sob ocupação nazista.
 

Grupos de extrema-direita ucranianos desempenharam um papel importante nos protestos violentos que terminaram em banho de sangue e na queda do governo de Viktor Yanukovych em fevereiro de 2014. Eles também participaram dos distúrbios de 2 de maio de 2014, nos quais incendiaram a cidade de Odessa Casa dos Sindicatos. 48 pessoas morreram. Um mês antes, a guerra havia eclodido em Donbás e o batalhão Azov e outros batalhões paramilitares neonazistas que foram combater as milícias da independência por conta própria foram integrados ao Exército ucraniano. Este facto chama a atenção por si só, mas ainda mais se lembrarmos que a guerra e a ocupação nazista deixaram vários milhões de mortos na Ucrânia, incluindo um milhão e meio de judeus.

  
Antes de a Rússia intervir militarmente na Ucrânia, Azov não era apenas um regimento, era um movimento político.  Dele surgiu um partido político, o Corpo Nacional, uma milícia chamada Centuria e outras organizações filiadas. Este movimento e a extrema direita ucraniana em geral tinham pouco apoio social e constituíam uma pequena minoria dentro do Exército. A coligação formada pelo Órgão Nacional, Svoboda e outros partidos de extrema-direita obteve apenas 315.568 votos (2,15%), e tem apenas um parlamentar. Mas a luta eleitoral não estava entre as prioridades do regimento Azov; Um de seus principais objetivos era tornar gradualmente as bases ideológicas do movimento aceitáveis ​​para a sociedade ucraniana. Durante os anos após o Maidan, vários líderes ultra foram colocados em posições importantes na administração.

A extrema direita ucraniana cometeu inúmeras violações de direitos humanos nos últimos oito anos. O Centro Europeu dos Direitos dos Ciganos denunciou que grupos neonazistas cometeram pogroms contra comunidades ciganas e atacaram manifestações feministas e gays em várias cidades ucranianas, gozando de impunidade e, em alguns casos, de proteção institucional. Eduard Dolinsky, diretor geral do Comitê Judaico Ucraniano, passou anos denunciando a ascensão do antissemitismo no país, que se expressa em discursos e mensagens de ódio, em atos de homenagem a colaboradores e genocídios e em ataques contra a população judaica .

Por outro lado, no contexto da guerra em Donbas, a Missão de Monitoramento de Direitos Humanos da ONU na Ucrânia e a Anistia Internacional documentaram crimes de guerra e graves violações de direitos humanos atribuídas aos batalhões Azov, Aidar, Donbas e outros, bem como o serviços secretos ucranianos.

Uma vez iniciada a intervenção militar russa, no início de abril, Zelensky defendeu o regimento Azov em entrevista à Fox e provocou a sociedade grega ao dar-lhe voz em seu discurso perante o Parlamento Helênico. A verdade é que Azov poderia ser um sério obstáculo para uma solução negociada: quando Zelensky chegou ao poder, o regimento neonazista ameaçou enforcá-lo em uma árvore se ele chegasse a um acordo com a Rússia. No momento, os regimentos neonazistas do Exército ucraniano estão recebendo armas tanto da UE quanto do Estado espanhol.

Uma rede internacional de supremacistas brancos

Apesar de sua breve história, o regimento Azov tornou-se o nexo internacional de vários movimentos de extrema-direita. Nos últimos oito anos, ultras e neonazistas de todo o mundo viajaram para a Ucrânia, forjando laços e ganhando treinamento militar e até experiência de combate. De acordo com o relatório "White Supremacy Extremism: The Transnational Rise of the Violent White Supremacist Movement" do Soufan Center, entre 2014 e 2019 cerca de 4.000 pessoas de 38 países diferentes teriam lutado na guerra de Dombas do lado do governo. O relatório observou: "Os Estados Unidos devem considerar a sanção de grupos extremistas transnacionais de supremacia branca como organizações terroristas estrangeiras".

Em 2018, o Congresso dos EUA já havia aprovado um projeto de lei que proibia a ajuda militar ao batalhão Azov por sua proximidade com a ideologia da supremacia branca, mas após a intervenção do fundador do Centro Soufan em audiência do Comitê de Segurança Nacional da Na Câmara dos Deputados, em setembro de 2019, parlamentares dos EUA tentaram duas vezes incluir o regimento Azov na lista de organizações terroristas estrangeiras, mas os secretários de Estado Mike Pompeo e Antony Blinken não responderam a essa demanda. Ao contrário, a milícia Centuria, criada em 2018 e relacionada ao regimento Azov, recebeu treinamento militar de diferentes países da OTAN, enquanto a Ucrânia e os EUA se recusaram ano após ano a apoiar as resoluções das Nações Unidas para proibir a glorificação do nazismo. 


Neofascistas de diferentes países, como Stefano delle Chiaie ou Jean Pierre Cherid, participaram dos eventos de Montejurra. 

Países da OTAN treinando regimentos neonazistas e permitindo a formação de uma rede internacional de ultras em um contexto de tensão geopolítica? Esta não é a primeira vez que algo assim acontece. Em outubro de 1990, o primeiro-ministro italiano Giulio Andreotti admitiu ao Senado a existência de uma "rede de permanência" na Itália e em outros país. 

Essa rede de exércitos secretos a serviço da OTAN, formada por neofascistas de diversos países e conhecida como "Gladio", dedicou-se a tentar impedir que os partidos comunistas conquistassem o poder e canalizar processos políticos desestabilizando governos, promovendo golpes de estado 'estado e cometer graves violações dos direitos humanos. A rede esteve envolvida em ações como os eventos de Montejurra em 1976 e o ​​massacre da rua Atocha em Madrid em 1977.

Ao fato de os EUA e os países da UE financiarem, armarem e treinarem um exército aliado que tem regimentos abertamente neonazistas em suas fileiras, devemos acrescentar a existência de uma rede internacional de supremacistas cujo nexo é o batalhão Azov e, por outro lado, Por outro lado, a existência de um número significativo de neonazistas de vários países com experiência bélica.

A ameaça é real: neste 19 de março, em Paris, um ultra baleado matou o jogador profissional de rugby Federico Martín Aramburu. Loïk le Priol, o ultra que atirou nele, foi preso dias depois no posto fronteiriço de Záhony entre a Hungria e a Ucrânia, quando supostamente estava a caminho de lutar contra a invasão russa.

Vale a pena lembrar dois massacres cometidos por supremacistas brancos. Brenton Tarrant, o atirador que matou 51 pessoas na mesquita de Christchurch (Nova Zelândia) em 2019, disse que sua maior fonte de inspiração foi Anders Behring Breivik, o ultra que matou 77 pessoas em Utoya (Noruega) em 2011, com quem teve um "breve contato".

E agora que?

Teremos que esperar até o fim da guerra para ver a situação dos regimentos neonazistas e seu espaço sócio-político na Ucrânia, bem como os laços entre os movimentos de extrema-direita ao redor do mundo. Também será necessário ver o que acontece com a grande quantidade de armas enviadas para a Ucrânia que, uma vez terminada a guerra, corre o risco de inundar o mercado negro e acabar nas mãos erradas. Tudo isso em um contexto de rearmamento dos países membros da OTAN, de possível ampliação da aliança militar e consolidação da extrema direita nas instituições europeias, que já governa em alguns países e em outros tem possibilidades reais de fazê-lo. O cenário que pode gerar a conjunção desses fatores é realmente preocupante.

Franklin Delano Roosevelt é creditado por dizer do ditador nicaraguense Anastasio Somoza: "Ele pode ser um filho da puta. Mas ele é nosso filho da puta." Os neofascistas que formaram a rede Gladio eram outros "filhos da puta" a serviço dos interesses dos EUA, assim como os neonazistas ucranianos. Em relação à rede internacional de ultras criada em torno do regimento Azov, a pergunta é: o que os EUA pretendem fazer? Eles vão persegui-la? Você vai ignorá-la? A OTAN vai usá-lo para defender os interesses dos EUA, como fez com a rede Gladio e como fez com os neonazistas ucranianos? Qual é o plano? E a UE e os países e sociedades que a compõem, eles têm algo a dizer?

terça-feira, 19 de abril de 2022

Um parlamento agachado

Um parlamento agachado

Via: jornalmudardevida.net

Editor — 14 Abril 2022

 


Teria sido simples, como já foi dito, evitar a guerra na Ucrânia. Bastaria cumprir os acordos de Minsk de 2014-15 e garantir que o país não entraria na NATO, como a Rússia reclamou até 24 de fevereiro. Teria sido ainda mais simples se, em 2014, os EUA e a UE não tivessem promovido um golpe de estado em Kiev e instalado um governo ao seu jeito com a missão de afrontar a Rússia. 

Ainda mais simples teria sido se, na conferência da NATO de 2008, em Bucareste, os EUA não tivessem imposto na declaração final (mesmo contra a vontade de franceses e alemães) o “convite” para a entrada da Ucrânia e da Geórgia na Aliança.

Também se pode dizer que, já com a guerra desencadeada, as conversações entre ucranianos e russos teriam podido evoluir por melhores caminhos se não fosse a pressão que os EUA — seguidos de perto pelos fascistóides polacos e, logo atrás, pelos servis-acobardados europeus em nome da “unidade do mundo ocidental” — sempre exerceram e continuam a exercer para empurrar os ucranianos para o conflito armado. 

Só os EUA, com efeito, têm interesse na guerra e no seu prolongamento indefinido. Por duas razões evidentes e primeiras: desgastar a Rússia e submeter a Europa. E por mais umas quantas vantagens colaterais, tais como vender armas e gás a preços de monopólio.

Na lógica imposta pelos EUA de “matem-se uns aos outros e durante o maior tempo possível” — como fizeram, por exemplo, na guerra Irão-Iraque de 1980-88 — os norte-americanos encontraram em Zelensky o instrumento ideal, uma vez vencida (a troco de quê?) a sua resistência inicial em aceitar a fatalidade da guerra. 

Zelenski tornou-se o porta-voz do extremismo guerreiro do imperialismo norte-americano, da guerra a todo o custo, a pretexto de interpretar os interesses e a vontade patriótica do povo ucraniano. O papel que lhe dão a desempenhar faz dele o arauto das mais loucas exigências que conduziriam em linha recta à guerra generalizada, pelo menos na Europa — como seja a ideia de uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia ou a de uma intervenção directa da NATO no conflito.  

A acreditar nas suas palavras, tanto lhe faz que os ucranianos sejam sacrificados até ao último numa guerra perdida à partida, ou que a Europa seja engolfada num conflito destruidor e mortífero. O que lhe parece importar é apenas que se cumpra o script norte-americano.

É este factotum travestido de herói nacional que a Assembleia da República resolveu acolher, dispondo-se a ouvir com ar reverente mais uma das suas palestras de propaganda rasteira — protegida pelo bloqueio informativo das fontes russas — em que acaba sempre por pedir armas e mais armas, vendendo a mistificação de que vai vencer a guerra. E, tal como no caso dos parceiros europeus, também as autoridades e os propagandistas de serviço portugueses verão no número de Zelensky uma razão suplementar para continuarem a alimentar o esforço de guerra e a pagar-lhe os custos.

Não espanta que, do Chega ao PS, a AR tenha achado a proposta do PAN oportuna: é a NATO e a sacrossanta “unidade” europeia a ditar regras. 

Também começa a não espantar o apoio sem reticências do BE: é a necessidade de dar mostras de fidelidade a um sistema de poder que o tem hoje como apêndice dispensável. Num acesso de zelo, o líder parlamentar do BE chegou a lastimar que a palestra de Zelensky não seja presencial … Pedro Filipe Soares considerou importante que “a casa da democracia portuguesa seja solidária com o povo ucraniano”. E acrescentou: “Não há melhor forma de demonstrar essa solidariedade do que a presença, mesmo que por videoconferência, do presidente Zelensky no parlamento português”. (Dinheiro Vivo, 6.4.22, sublinhado nosso)

Valeu o não do PCP, mas foram frouxas as justificações: o regimento da AR foi deturpado? a palestra não ajuda à paz? Certo — mas o que dizer do papel dos EUA, da UE e da NATO na moldagem da política nacional, como no caso é por de mais evidente?

A quase unanimidade da AR retrata um parlamento agachado diante das determinações que vêm de fora. Mas mostra também, através da grande maioria dos seus representante políticos, uma classe dominante conivente, por vontade própria, com os interesses mais obscuros do imperialismo a que por necessidade se encosta — sabendo que os custos políticos, sociais, económicos de aventuras como esta serão sempre descarregados sobre a população portuguesa.

 

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Nazis ucranianos fora de Portugal!

  

 

Nazis ucranianos fora de Portugal!

 Via: A. januário

 A acção patrocinada pela embaixada e pela associação ucraniana contra a opinião do PCP sobre o conflito na Ucrânia, em frente à sua sede, tiveram o cuidado para não deixar dúvidas do que realmente defendem, de se apresentar com a bandeira nazi vermelha/negra do grupo Stepan Bandera.
 
Se têm a infâmia de fazer tal provocação e demonstração nazi em Portugal, não respeitando os valores democráticos do seu povo, o que será na dita Ucrânia democrática, onde o seu governante Vlodomiro Zelensky condecora e promove os lideres nazis a heróis nacionais.

 
Esperemos que o PCP, bem como o povo português, exigem a imediata expulsão da Embaixadora ucraniana e do nazi que dirige a Associação, bem como de todos os nazis que vegetam à sua volta, de Portugal.

 

 


 


terça-feira, 5 de abril de 2022

Poder económico do imperialismo é arma para punir o resto do mundo.

 

Poder económico do imperialismo é arma para punir o resto do mundo

Editor / Sara Flounders — 5 Abril 2022 


Sanções: os países menos desenvolvidos e dependentes são ameaçados pela fome pura e simples.

Como toda a gente está a sentir no seu dia a dia, as sanções contra a Rússia decididas pelos EUA e pela UE não atingem apenas a Rússia mas todo o mundo. Uma das vítimas imediatas é a própria UE, que se viu cair, de um dia para o outro, num abismo económico que a coloca numa maior dependência face aos EUA, sem conseguir de modo nenhum colmatar as quebras do comércio que ainda ontem tinha com a Rússia. Outra das vítimas é o resto do mundo, onde se incluem os países menos desenvolvidos e dependentes, ameaçados pela fome pura e simples.

Os danos de curto prazo que os EUA e a UE causam à Rússia vão ser, pelos indícios que já se podem observar, largamente ultrapassados pelo ricochete das sanções sobre toda a economia mundial, fazendo delas uma verdadeira bomba de fragmentação. 

A arma das sanções – que é antes demais uma arma norte-americana – põe a descoberto uma realidade que a propaganda do Ocidente quer esconder: a ainda maior economia do globo não oferece ao mundo qualquer via de progresso; os seus recursos imensos não se traduzem em qualquer vantagem (mesmo em termos desiguais) para o resto do mundo. O poderio económico dos EUA, e também o da UE, revelam-se, ao contrário, uma punição para a maioria dos países e para as classes trabalhadoras em todos os azimutes. O objectivo é transparente: prolongar a todo o preço o domínio das potências imperialistas sobre o planeta.

O artigo que divulgamos fala destas questões a partir do centro do furacão, os EUA. Ao mesmo tempo que mostra o efeito de bumerangue das sanções sobre as classes trabalhadoras norte-americanas, evidencia que os EUA não conseguirão, com este gesto desesperado, restaurar o seu estatuto de potência dominante.

 

SANÇÕES À RÚSSIA FAZEM RICOCHETE – BIDEN GARANTE ESCASSEZ DE ALIMENTOS

Sara Flounders, Workers World, 31 março 2022

“A escassez de alimentos será uma realidade”, disse o presidente Joe Biden em Bruxelas em 25 de março. “O preço das sanções não é apenas imposto à Rússia. É imposto a muitos outros países, incluindo países europeus e ao nosso país também.” Este aviso ameaçador, relatado em todo o mundo, foi feito numa entrevista colectiva da NATO.

Enquanto Biden falava, protestos de trabalhadores em Espanha, Grécia, Itália, França e Alemanha contestavam os preços crescentes dos combustíveis e dos alimentos. Camionistas, agricultores e pescadores bloquearam estradas e barcos. O preço dos combustíveis já se tornou insuportável.

Essa resistência é apenas um vislumbre do que está por vir, à medida que o desmoronamento económico da Europa, devido às sanções dos EUA e da União Europeia, recai sobre os países que atenderam às exigências dos EUA.

‘O preço vale a pena’

Para a brutal classe dominante dos EUA, o preço da vida humana “vale a pena” sempre. O comentário insensível da ex-secretária de Estado dos EUA Madeleine Albright, recentemente falecida, sobre a morte de meio milhão de crianças iraquianas, reflete esse cálculo imperialista cínico

A diretora-geral da Organização Mundial do Comércio, Ngozi Okonjo-Iweala, prevê fome e motins nos países pobres. Ela explicou que muitas nações africanas dependem do abastecimento de alimentos da região do Mar Negro e a segurança alimentar depende das importações. As importações de alimentos da região do Mar Negro são cruciais para a sobrevivência de 35 países africanos. (The Guardian, 24 março)

Essa catástrofe económica para milhões de trabalhadores na Rússia, Ucrânia e em toda a Europa, África e EUA foi bem compreendida muito antes de os EUA anunciarem as piores sanções agora impostas. É para isso que as sanções económicas são projectadas – criar sofrimento e fomentar a dissidência contra governos visados pelos EUA ​​para “mudança de regime”.

A crescente integração económica da Rússia e da China com a Europa é a maior ameaça à dominação das empresas dos EUA.

A UE é o maior investidor na Rússia. O comércio da UE com a Rússia é de 260 mil milhões de dólares por ano, 10 vezes o comércio com os EUA. Forçar a UE a cortar seu comércio com a Rússia está a criar ondas de choque e não apenas para a classe trabalhadora. A classe dominante, os oligarcas na Alemanha e em toda a UE estão a ser duramente atingidos, à medida que os mercados lucrativos com a Rússia vão sendo encerrados.

Tudo isso é bastante aceitável para o poder empresarial dos EUA se os EUA com isso beneficiarem. E por um certo tempo assim será. Mas, a longo prazo, o desmoronamento económico minará também o capitalismo dos EUA.

O capitalismo tem vistas curtas

Como o capitalismo é baseado no impulso para maximizar o lucro implacavelmente e competir impiedosamente, o planeamento de longo prazo – mesmo com os melhores estrategas e grupos de reflexão – não evita o que Karl Marx chamou “anarquia da produção”.

Por mais de 100 anos, com base na sua poderosa posição económica, o imperialismo dos EUA esteve em posição de dar ordens com arrogância. Qualquer país que resistisse ao controlo dos EUA enfrentaria um corte completo no acesso a tecnologia, desenvolvimento industrial, investimento e comércio.

As sanções económicas dos EUA, combinadas com assassinatos, ameaças militares e desestabilização política foram aplicadas desde a Revolução Haitiana de 1804. A Revolução Russa de 1917 enfrentou 70 anos de sanções e isolamento. Durante décadas, a República Popular Democrática da Coreia tem enfrentado as mais duras sanções, e Cuba tem resistido a um bloqueio completo.

As sanções estendem-se hoje a mais de 40 países, cobrindo um terço da população mundial. A exigência dos EUA de que todos os demais países devem acatar as suas imposições provoca o caos económico também nos países vizinhos.

Mas à medida que o número de países que lutam para sobreviver às sanções vai crescendo, a vontade e a capacidade de contornar as sanções e continuar o comércio também crescem.

Este mês, depois de Washington ter expandido as sanções contra a Rússia, o imperialismo dos EUA esperava arrogantemente que todo o mundo cumprisse. Os parceiros imperialistas dos EUA na UE, Canadá, Japão e Austrália concordaram.

Para choque dos estrategas dos EUA, no entanto, a maioria dos países em desenvolvimento da Ásia, África e América Latina recusou. Este é um bloco comercial substancial. Os investimentos chineses da Nova Rota da Seda abriram novas possibilidades globalmente.

Sanções saem pela culatra – paguem em rublos

As sanções confiscaram 300 mil milhões de dólares em ouro e activos cambiais que a Rússia mantinha em bancos ocidentais e removeram os bancos russos do acordo internacional de transferência de fundos entre bancos (SWIFT). Isso bloqueou todas as transferências de dólares para a Rússia no comércio internacional.

Em resposta, a Rússia anunciou que todos os países que participam nas sanções dos EUA/UE continuarão a receber gás natural e petróleo russos, em volumes e preços acordados em contratos anteriores, mas agora serão obrigados a pagar na moeda nacional da Rússia, em rublos.

A maior parte da Europa e do Japão dependem do gás e do petróleo da Rússia. Na UE, 40% das necessidades de gás são supridas pela Rússia. Japão, Coreia do Sul e Taiwan importam gás natural liquefeito (GNL) dos projetos russos Sakhalin-2 e Yamal LNG. O Japão é o maior importador de GNL russo na Ásia. (tinyurl.com/35phs3dt) [*]

Os banqueiros dos EUA e da UE reagiram com indignação e frustração. Os países que colaboraram na apreensão dos ativos da Rússia e na imposição de um estrangulamento económico podem ficar sem combustível se se recusarem a pagar na moeda da Rússia.

Desde esse anúncio pela Rússia, o rublo atingiu o valor mais alto das três semanas anteriores em relação ao dólar.

Diante das ameaças da UE e dos EUA de fechar todas as empresas que operam na Rússia, a Rússia respondeu ameaçando confiscar e nacionalizar todos os activos dos países ocidentais que saíssem. Grandes empresas, como McDonald’s, Burger King e Starbucks, Shell e BP, enfrentam enormes perdas.

Um movimento desesperado

O imperialismo dos EUA está a fazer um esforço desesperado para restabelecer o seu domínio económico. O cerco da Rússia, expandindo a NATO, comandada pelos EUA, juntamente com o armamento de unidades militares fascistas na Ucrânia, é uma ameaça contra a Rússia. Esse cerco foi concebido para sabotar o crescente comércio da UE com a Rússia e a China.

Mas isso não pode restaurar o imperialismo dos EUA no seu status anterior.

Até 2001, 80% do mundo negociava mais com os EUA do que com a China. No entanto, hoje, 128 dos 190 países negoceiam mais com a China do que com os EUA, com 90 países negociando duas vezes mais com a China do que com os EUA (tinyurl.com/3eckcjry)

São estes os países que se recusam a cumprir as sanções dos EUA à Rússia. Eles agora têm outras opções.

Em casa, os EUA reduziram drasticamente o investimento em infraestruturas civis, fábricas e maquinaria durante mais de 50 anos. Apesar do projecto de lei de Biden Build Back Better [Voltar a Construir Melhor] – que não tem apoio do Senado – o financiamento continua a fluir para o orçamento do Pentágono. Os gastos militares são mais imediatamente lucrativos para a classe dominante, mas os trabalhadores e oprimidos pagam o preço.

A ameaça muito real de uma guerra mais ampla permanece. Como Lenin explicou na sua obra clássica – “Imperialismo, o estádio supremo do capitalismo”, escrita durante a Primeira Guerra Mundial – as guerras na era imperialista são travadas pelo controlo dos mercados.

Até onde irá o Pentágono para manter a dominação global dos EUA? A crise exige uma resposta da classe trabalhadora, em massa e global, para repelir os objectivos do império.

(Tradução: Mudar de Vida)

Via "jornalmudardevida.net