quarta-feira, 20 de maio de 2020

O importante mesmo é, não defender qualquer proposta que defenda os interesses capitalistas


 "Uma em cada duas grandes empresas está a receber apoios do Estado relacionados com a pandemia de covid-19, enquanto estes apoios chegam a menos de uma em cada dez micro e pequenas empresas, alertou esta terça-feira a CGTP."

 A CGTP bem pode dizer que não assinou e que denunciou o último dito acordo entre o governo/patronato e UGT, mas o importante mesmo para poder contrariar tais objectivos, é mobilizar os trabalhadores e não defender qualquer proposta que defenda os interesses capitalistas

É justo que se denuncie o "maná" a céu aberto, que tem constituído o programa do Lei-OFF para as grandes empresa, mas a critica que se deve fazer não é para que as micro, pequenas e médias empresas capitalistas tenham as mesmas facilidades de acesso, mas estar contra a Lei-off pura e simplesmente, seja pela via do fundo da Segurança Social como é o caso, debilitando-o ainda mais, ou pela via do OE, na medida em que não tem que ser os contribuintes a pagar para evitar a insolvência ( quem não tem cabedal, que arreie o cabaz) por outro quando tal Lei-Off ao contrário da protecção que dá aos capitalistas, reduz um terço o salário do trabalhador .

A obrigação sindical da CGTP e dos seus dirigentes não é defender as pequenas e médias empresas, como constantemente o faz, nem a promoção da "actividade económica capitalista" em nome da criação de emprego, ou seja de manutenção da escravatura assalariada, mas sim de defesa intransigente da classe trabalhadora da exploração capitalista e pela liquidação da exploração do "homem pelo homem" como consta nos seus estatutos.


terça-feira, 19 de maio de 2020

19 de Maio de 1954: Catarina Eufémia é morta a tiro em Baleizão

19 de Maio de 1954: Catarina Eufémia é morta a tiro em Baleizão, numa manifestação de trabalhadores agrícolas por aumento do salário.
 
Ceifeira alentejana, Catarina Eufémia, filha de José Diogo e de Maria Eufémia, nasceu em 1928, na aldeia de Baleizão, concelho e distrito de Beja. Era uma assalariada rural pobre e analfabeta, como tantas outras mulheres do seu Alentejo natal. Casou ainda nova, em 1946, tendo depois três filhos. A sua vida teria sido anónima e esquecida como a de tantos outros alentejanos da sua condição se não tivesse acabado em circunstâncias tenebrosas, guindando-a a símbolo da resistência e contestação ao regime salazarista.
 
O Alentejo, naqueles tempos difíceis, era uma região de latifúndios e de emprego sazonal, onde as condições de vida dos  assalariados eram extremamente difíceis. Esta situação sócio-económica e laboral penosa e dura agitou as massas camponesas da região a partir de meados dos anos 40, vindo-se a agudizar nas duas décadas seguintes, gerando-se um permanente clima de agitação social no campesinato. 
 
Eram inúmeros tumultos e mais frequentes ainda as greves rurais, que acabavam sempre com a intervenção da GNR e eram devidamente vigiadas pela PIDE, em busca então de infiltrados e agitadores comunistas.Numa dessas greves de trabalhadores agrícolas, ocorrida a 19 de maio de 1954 na aldeia de Baleizão, um grupo de operários assalariados dirigiu-se à residência do patrão. Entre esses trabalhadores rurais, contava-se Catarina Eufémia,com um filho de oito meses ao colo. 
 
Entre outras pretensões, reivindicava-se para as mulheres um aumento da jorna (salário de um dia de trabalho) de 16 para 23 escudos (o que representa na moeda atual - o Euro - um aumento de 8 para 11 ou 12 cêntimos), na campanha da ceifa. 
 
No entanto, a GNR apareceu, como tantas outras vezes, acabando por intervir duramente. Para além dos tiros para o ar, de intimidação e para dispersar a concentração dos operários rurais, outros houve que tiveram um destino mais cruel e sangrento. 
 
De facto, o tenente Carrajola, da GNR, no caminho do grupo de assalariados para a casa do patrão, matara Catarina Eufémia com vários tiros, que caíra para o chão com o filho ao colo. Este assassinato a sangue-frio foi uma das mais brutais ações do regime de Salazar, causando uma revolta surda e contida entre as massas rurais alentejanas. 
 
Catarina tornou-se, depois da sua morte trágica, como um símbolo, principalmente entre o Partido Comunista Português, como um modelo de mulher, mãe e militante. Muitas vezes se lhe jurou vingança, tal foi a raiva de dor que pulsou durante décadas no Alentejo por aquela morte cruel, aparecendo também flores na campa de Catarina, no cemitério de Quintos, depositadas por desconhecidos. 
 
Os cantores de intervenção e os poetas opositores ao regime não deixaram também de cantar a pobre assalariada rural assassinada: José Afonso, Sophia de Mello Breyner ou José Carlos Ary dos Santos, entre outros. 
 
No imaginário popular e oposicionista, o assassinato de Catarina Eufémia era a demonstração clara da crueldade e brutalidade dos métodos e formas de resposta por parte do regime às desigualdades e injustiças que apoiava e mantinha.
 
Catarina Eufémia. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012.
CATARINA EUFÉMIA

Sophia de Mello Breyner Anderson
O primeiro tema da reflexão grega é a justiça
E eu penso nesse instante em que ficaste exposta
Estavas grávida porém não recuaste
Porque a tua lição é esta: fazer frente
Pois não deste homem por ti
E não ficaste em casa a cozinhar intrigas
Segundo o antiquíssimo método obíquo das mulheres
Nem usaste de manobra ou de calúnia
E não serviste apenas para chorar os mortos
Tinha chegado o tempo
Em que era preciso que alguém não recuasse
E a terra bebeu um sangue duas vezes puro
Porque eras a mulher e não somente a fêmea
Eras a inocência frontal que não recua
Antígona poisou a sua mão sobre o teu ombro no instante em que morreste
E a busca da justiça continua

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Sobre o dito acordo social, imposto ao governo e aos lacaios da UGT !

 
Tal dito "acordo" não é mais do que a satisfação das exigências de mais apoio financeiro e diminuição fiscal que desde a discussão parlamentar do OE 2020 (orçamento de Estado) as associações patronais e todos os partidos mais à direita vinham reclamando, mas agora reforçado  e à boleia do "coronavirús" segundo o comunicado saído de tal acordo : "para reforçar e aprofundar, a breve prazo, um quadro legal, administrativo e de medidas de apoio céleres  e cada vez mais desburocratizadas às empresas... que seja favorável à retoma da actividade económica, à promoção da produtividade e competitividade"  e é evidente que para satisfazer os ditos sentimentos "patrióticos" ou seja  " os objectivos estratégicos para o nosso país" que não deixam de ser exclusivamente os seus e para que tudo corra pelo melhor, ou seja, evitar ao máximo  a resistência dos trabalhadores à sua ofensiva, não se esquecem de referir e recorrer aos seus parceiros sociais para a necessidade quanto "à salvaguarda da coesão social" ou seja, para que os trabalhadores se submetam pacificamente à sua ofensiva capitalista e a toda a exploração que dela decorra
 É inteiramente justo as denuncias que a CGTP faz de uma série importante de situações anti-laborais e sociais, que já vêm de trás e reforçadas recentemente, pela via da simplificadíssima Lei-off a favor da tesouraria da classe capitalista,  como os novos ataques contemplados no novo documento, como não o assinar foi ainda mais positivo, como aliás já em outras situações anteriores também o tinham feito, mas com muito pouco resultado prático para a classe operária, na medida em que a mobilização e a luta convocada ficou muitíssimo aquém do que era necessário e por isso tais "acordos" anti-laborais e sociais foram implementados na sua totalidade, particularmente no governo PSD/CDS/TRÓIKA.
 
 Portanto cair de novo na ilusão de que a CGTP poderá ir mais além longe  do que faz à décadas, ou seja,   umas poucas manifestações ou greves simbólicas, na medida em que  continua a defender até à exaustão, como aliás o PCP e o BE a "recuperação da actividade económica" indo ao encontro da ambição  e da estratégia capitalista, seria um erro grasso por parte dos trabalhadores  pensar que a "oposição" da CGTP ao governo e à exploração capitalista,  vá mais longe do que foi no passado.

Assim sendo o mais importante e o que de facto poderá contribuir para o equilibrar um pouco a balança da luta de classes e contrariar a ofensiva capitalista em curso, é nos locais de trabalho, nas escolas e nos locais de habitação operária e popular, é que os trabalhadores mais conscientes, bem como os intelectuais progressistas que se opõem a esta tragédia humana para o qual o capitalismo em agonia nos está a conduzir, se cheguem à frente e com o seu trabalho revolucionário possa ajudar a acordar e a elevar a consciência da classe trabalhadora, para o combate social emancipador, que é necessário e urgente travar.

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Viva a RESISTÊNCIA a ORGANIZAR !

 
 Viva a RESISTÊNCIA a ORGANIZAR !

 À conta do Fundo (perdido) de Resolução para 2020, mais 850 milhões de euros vão ser injectados no Novo Banco. No total já foram investidos 2.978 milhões de euros e está previsto que até 2026 o Novo Banco acabe por secar a totalidade ao Fundo do poço
A injectar em apoio às empresas capitalistas já está aprovado 23mil milhões de euros, mas o patronato continua a exigir muito mais, desta injecção parte dela será a fundo perdido, o restante se verá se também não o  será, não é por acaso que os bancos para tirar o (cavalinho da chuva) exigiram 90% de garantia ao estado, o que quer dizer que se a coisa correr pró torto, como irá acontecer a milhares de pequenas e médias empresa, lá vão de novo querer obrigar, (mas desta vez com o CONSENSO NACIONAL de todos os aliados parlamentares e direcções sindicais, em nome da " recuperação da actividade económica" ou seja, da recuperação do lucro capitalista) os contribuintes, ou melhor dito, a classe trabalhadora a pagar de novo.

Ao mesmo tempo corta-se nos salários a um milhão e duzentos mil de trabalhadores em lei-off, a outros milhares de trabalhadores a recibo verde atribui-se um subsídio ultra miserável de 280 Euros como a outros milhares que trabalhavam em sistema informal, imposto pelo patronato ou seja em prática de fuga ao fisco e ao pagamento da TSU ( taxa à segurança social) seja na restauração, nos hotéis ou em outros ramos de actividade.

Como o próprio governo, a UE, FMI, OCDE todos declaram e prevêem que a crise económica capitalista vai ser longa e de lenta recuperação, de mais duros e maiores sacríficios para a classe trabalhadora, prevendo-se centenas de milhões de despedimentos.

Na opinião de muito economistas, na sua maioria adeptos do capitalismo, a presente crise económica mundial será bem mais profunda que a grande depressão de 1930, o que quererá dizer que não só a sua recuperação será mais difícil como vai ficar aquém do que consideram desejável recuperar, ou seja, qualquer crescimento a haver este será mínimo, como contribuirá muito pouco para a recuperação das centenas de milhões de empregos que foram destruídos. Em Portugal, à semelhança ou mesmo pior do que fez o governo ultra reacionário do PSD/CDS - P.Coelho/P.Portas, o governo PS/UE, ASSALTARÁ, os rendimentos salariais, laborais e sociais à classe trabalhadora na dimensão e profundidade que a crise económica e a agonia em que vegeta o capitalismo, o exigir.

Daqui se deve concluir que não se pode continuar a confiar em todos aqueles, que em nome dos interesses dos trabalhadores, procuram intoxicar com a ideia reformista, mas altamente conservadora de é possível humanizar o sistema de exploração capitalista, quando a vida diariamente nos demonstra exactamente o contrário e nos diz que o número de pessoas a viver na pobreza e em extrema pobreza é cada vez maior no nosso país e que já ultrapassa 60% da população.

A resistência a fazer a tal ofensiva capitalista, dado a presença de tal CONSENSO NACIONAL anti-operário, só será possível se os sectores mais conscientes, elevarem a consciência da classe trabalhadora e a fazer compreender que a luta pela defesa dos seus direitos, contra a ofensiva capitalista em curso, passa também pelo derrube das forças oportunistas que controlam os sindicatos e os têm colocado desde à décadas ao serviço dos seus próprios interesses, do governo e da burguesia exploradora.

Viva a RESISTÊNCIA a ORGANIZAR !

Não ao desemprego, redução do horário de trabalho sem perda de salário !

Trabalho para todos !

Abaixo o capitalismo!  Viva o socialismo ou será a barbárie !

quinta-feira, 7 de maio de 2020



Exército Vermelho salvou humanidade do nazismo

8 de Maio de 2015
No capitalismo, as guerras são fruto da concorrência entre as classes dominantes de diferentes nações pelo domínio do planeta. Na Primeira Guerra Mundial, formaram-se dois blocos imperialistas opostos: Tríplice Aliança (Impérios Alemão, Austro-Húngaro e Turco-Otomano) e a Tríplice Entente (Impérios Inglês, Francês e Russo).
O sol nasce vermelho
Algo novo, entretanto, surgiu durante a Primeira Guerra Mundial: a revolução socialista de outubro de 1917, na Rússia; nova cisão ocorria no mundo, agora dividido em dois sistemas adversos: o capitalismo e o socialismo.
Os dois blocos capitalistas passaram a ter um objetivo comum: a destruição do primeiro Estado operário-camponês da história, em vista da restauração do capitalismo em escala global. Foi com este propósito que o bloco vencedor investiu na economia alemã 15 bilhões de marcos em seis anos (1924-1929).
Quando o nazismo se apossa da Alemanha e explicita seu intento de domínio mundial, as potências capitalistas dominantes não tratam de combatê-lo. Ao contrário, fecham os olhos às suas agressões e até incentivam o monstro nazista a direcionar seu ataque contra a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Em 1939, a URSS propôs à Inglaterra e França um pacto para ações militares conjuntas se os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), bloco nazifascista, iniciassem a guerra na Europa. Não houve rejeição formal, mas nenhum passo foi dado por parte dos países capitalistas para concretizar o pacto. Ao contrário, França e Inglaterra firmaram com Alemanha e Japão acordos de não-agressão. Deixada sozinha, em agosto de 1939, a URSS assinou com a Alemanha um tratado de não-agressão. Os dirigentes sabiam que, mais cedo ou mais, tarde Hitler romperia o acordo, mas conseguiram ganhar um tempo valioso para transferir parte de suas indústrias para o leste do grande território soviético, bem como reforçar sua capacidade de defesa militar.
De 1938 a 1941, Hitler ocupou Áustria, Checoslováquia, Polônia, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Noruega, Grécia, Iugoslávia e finalmente a própria França. Na Europa central e oriental, a Alemanha adquiriu imensa quantidade de material de combate, meios de transporte, matérias-primas, materiais estratégicos e força de trabalho, tornando-se forte o suficiente para atacar a URSS.
Hitler, no livro MeinKampf (Minha Luta), proclamou: “…tratando-se de obter novos territórios na Europa, deve-se adquiri-los principalmente à custa da Rússia”.
A invasão hitlerista foi impiedosa. “Fuzilavam em massa as pessoas (mulheres, crianças, idosos, montavam campos de morte, deportavam para trabalho forçado na Alemanha. Por onde passavam, não deixavam pedra sobre pedra”. Era a política do extermínio. “Eu tenho o direito de destruir milhões de homens de raça inferior que se multiplicam como vermes” (Hitler).
Em resposta, o governo, o Partido Bolchevique e o povo soviético lançaram a palavra de ordem: “Morte aos invasores fascistas, tudo para a frente! Tudo para a vitória!”. Às fileiras do Exército Vermelho se integraram milhões de homens. Criaram-se também inúmeros regimentos de milícia popular, contando com dois milhões de combatentes.
Formou-se ainda na retaguarda uma força guerrilheira massiva. A dedicação e bravura do povo soviético comoveram o mundo e foram decisivas para quebrar a resistência capitalista (EUA, Inglaterra, França). Formou-se finalmente o bloco aliado, antifascista, a frente única dos povos pela democracia.

Caíra por terra a ideia de Hitler de que a ocupação da URSS seria um passeio uma “guerra relâmpago”. Os nazistas não imaginavam a resistência que encontrariam nas principais cidades: Leningrado, Stalingrado, Kiev e Moscou, entre tantas. Homens, mulheres, idosos e crianças se ergueram como muralha inexpugnável.

 Os feitos do povo soviético repercutiram no mundo inteiro, levando um jornal burguês como o STAR, de Washington, a publicar: “Os sucessos da Rússia na luta contra a Alemanha hitleriana revestem-se de grande importância não só para Moscou e o povo russo, como também para Washington, para o futuro dos Estados Unidos. A história renderá homenagens aos russos por terem suspendido a guerra relâmpago, pondo em fuga o adversário”.
Em junho de 1942, os invasores avançam, mas encontram uma barreira instransponível em Stalingrado. Durante sete meses de combate, os invasores perderam 700.000 soldados e oficiais, mais de mil tanques, dois mil canhões e morteiros, 1.400 aviões. Os invasores eram tecnicamente superiores, mas, em novembro de 1942, os números já se invertiam em favor dos soviéticos. Os alemães estavam com 6.200.000 soldados, os soviéticos com 6.600.000; 5.000 tanques invasores contra 7.000 soviéticos; 51.000 peças e morteiros contra 77.000.
Na derrota do Stalingrado, os nazistas perderam 1,5 milhões de soldados e oficiais. “… Do ponto de vista moral, a catástrofe que o exército alemão sofreu nos acessos de Stalingrado teve um efeito sob o peso do qual ele não pôde mais reerguer-se”. (A segunda guerra mundial, B.Lideel Hart)
Depois, ocorreu a vitória do Cáucaso e se iniciou processo de expulsão em massa dos ocupantes nazistas. “A União Soviética pode orgulhar-se das suas heroicas vitórias”, escreveu o presidente dos EUA, Franklin Roosevelt, acrescentando: “…os russos matam mais soldados inimigos e destroem mais armamentos do que os outros 25 estados das Nações Unidas no conjunto”.
O final de 1943 marca a virada na frente soviética e na Segunda Guerra em geral. O movimento contra o nazifascismo se consolidou e se ampliou em todo o planeta.

Em junho de 1944, com o exército alemão batido em todas as regiões da URSS, as tropas anglo-americanas desembarcaram no Norte da França, dando início à frente ocidental proposta pelo governo soviético desde o início da invasão.
Pode-se dizer que a essa altura a guerra estava decidida, diante da derrota alemã na Rússia. O próprio Winston Churchil, primeiro-ministro britânico, reconhece o papel fundamental dos soviéticos, no discurso pronunciado na Câmara dos Comuns, em julho de 1944: “….Considero meu dever reconhecer que a Rússia mobiliza e bate forças muitíssimas maiores que as enfrentadas pelos aliados no Ocidente, que, há longos anos, ao preço de imensas perdas, ela suporta o principal fardo da luta em terra”.
Um Exército Libertador
Apesar de imensas perdas, o Exército Vermelho avançou no encalço dos alemães pela Europa Oriental adentro, fustigando os nazistas e auxiliando as forças populares da resistência a derrotarem os ocupantes e seus colaboradores internos. Repúblicas democrático-populares foram instaladas com os partidos comunistas à frente na Polônia, Hungria, Iugoslávia, Checoslováquia, Romênia e Bulgária.
“Para Berlim!” era a palavra de ordem do exército libertador. Não foi um passeio. A resistência nazista, embora enfraquecida, produzia encarniçados e sangrentos combates. Os russos vitoriosos não mataram, não pilharam, não se vingaram dos crimes cometidos pelo exército alemão no solo soviético. Ao contrário, alimentaram os famintos, organizaram a assistência médica, o funcionamento dos transportes, a distribuição de água e de energia elétrica. A 2 de maio de 1945, o Comando Supremo alemão assinou o ato de capitulação incondicional das forças armadas, com a bandeira da URSS tremulando no alto do parlamento alemão, em Berlim. No dia 09 de maio, houve um imenso ato em Moscou em comemoração ao fim da Grande Guerra Patriótica (como os soviéticos denominaram sua participação na Segunda Guerra Mundial) e, desde então, até hoje, celebra-se na Rússia esta data como o Dia da Vitória.

Sob novos céus
Terminada a guerra na Europa, era preciso voltar-se para a Ásia. O Japão, aliado dos nazistas dominava milhões de pessoas na China, na Coreia, nas Filipinas. Apesar de as forças armadas dos EUA e da Inglaterra virem imprimindo sucessivas derrotas, as forças japonesas ainda eram numerosas e fortes. De vez em quando, elas atacavam as fronteiras da URSS e torpedeavam navios soviéticos em alto-mar.

No dia 8 de agosto de 1945, a União Soviética declarou guerra ao Japão e começou a ofensiva. Nesse mesmo dia, o primeiro-ministro japonês, Teiichi Suzuki afirmou: “…A entrada da URSS na guerra hoje de manhã põe-nos definitivamente numa situação sem saída e torna impossível continuar a guerra” . Estava certo. No final do mês, o Exército nipônico havia perdido 677 mil soldados e oficiais: 84 mil mortos e 593 mil prisioneiros.
Ao contrário do que muitos pensam, e a historiografia burguesa busca difundir, não foram as bombas estadunidenses lançadas no início de agosto contra Hiroshima e Nagasaki que provocaram a capitulação japonesa. A guerra continuou normalmente depois do ataque bárbaro e covarde. A rendição resultou do destroçamento do exército nipônico pelas tropas soviéticas.
Se alguém duvida, leia o testemunho do general Chenault, que chefiou as forças dos EUA na China: “…A entrada da URSS na guerra contra o Japão foi o fator decisivo para o fim da guerra no Pacífico, o que sucederia mesmo sem o emprego de bombas atômicas. O rápido golpe desferido pelo Exército Vermelho sobre o Japão fechou o cerco que pôs finalmente o Japão de joelhos”.
O Exército Vermelho contribuiu ainda para a expulsão dos nazistas da China e da Coreia. O sacrifício do povo soviético foi inestimável. Mas valeu a pena porque livrou a Humanidade da besta nazista. Foi também a vitória do socialismo que saiu da Segunda Guerra triunfante em toda a Europa Oriental e na China.
Por todos, valeu a carta de agradecimento enviada pelo povo coreano a Josef Stalin, comandante supremo das forças soviéticas: “… Os combatentes soviéticos chegaram não como conquistadores, mas como libertadores. Emancipada da escravidão, a nossa pátria respirou livremente. O céu apareceu-nos radioso. A nossa terra floresceu. Jorraram canções de liberdade e felicidade…”.

José Levino é historiador

Fonte de pesquisa: O Grande Feito do Povo Soviético e do Seu Exército. VassiliRiábov, Edições Progresso, Moscou,1983.
Via "averdade.org.br"

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Marinha israelita abre fogo contra pescadores palestinos enquanto exército ataca agricultores

Marinha israelita abre fogo contra pescadores palestinos enquanto exército ataca agricultores

Barcos da marinha israelita abriram hoje fogo contra pescadores palestinos ao largo da costa norte de Gaza e soldados dispararam granadas de gás lacrimogéneo contra agricultores no sul da Faixa de Gaza, noticiou a agência WAFA.

Os barcos da marinha abriram fogo e apontaram canhões de água aos pescadores que navegavam a três milhas náuticas da costa norte de Gaza, obrigando-os a regressar à costa.

No sul da Faixa de Gaza, soldados israelitas dispararam granadas de gás lacrimogéneo contra agricultores palestinos que se encontravam a leste de Khan Younis, forçando-os também a abandonar a zona antes de serem feridos.

O assédio da marinha e do exército israelitas aos pescadores e agricultores palestinos perto das fronteiras é um acontecimento quase diário que visa desencorajá-los de prosseguir a pesca, uma fonte de rendimento vital para milhares de famílias de Gaza, e de cuidar das suas terras perto da vedação da fronteira com Israel.

Num outro incidente, também relatado pela WAFA, forças israelitas impediram hoje os agricultores palestinos de lavrar as suas terras perto da cidade de Nablus, no norte da Cisjordânia, de acordo com um dos agricultores.

Ahmad Shahin disse que os agricultores foram hoje às suas terras na aldeia de al-Sawiyeh para as lavrar e preparar a plantação, quando os soldados israelitas os impediram e lhes ordenaram que as deixassem sob o pretexto de serem terras do Estado.

Disse que o exército não deixaria os agricultores trabalharem nas suas terras porque querem mantê-las para a expansão dos colonatos.

Segundo os habitantes locais, a vida na aldeia tem sido profundamente afectada pelo assédio dos colonos judeus. «As pessoas não podem ir cultivar as suas terras. Os colonos arrancam as nossas oliveiras e atiram pedras às pessoas».
Sábado, 2 Maio, 2020 - 20:05

sábado, 2 de maio de 2020

A "recuperação económica que é necessário fazer"?

Em face da exigência ao governo por parte das associações patronais para que se alivie as medidas de confinamento, para que as empresas possam retomar a actividade sem que para isso haja um parecer cientifico que demonstre que é possível fazê-lo em segurança sanitária para os trabalhadores, A Chispa! até acha que a concentração do 1º de Maio até podia e devia ser muito maior, caso a direcção da CGTP não levasse  as regras impostas pelo governo capitalista bem mais para lá do que era exigido ...

Quanto ao discurso, é justo que se denuncie os ataques que vem sendo feitos aos direitos sociais e laborais, e ao salário, como mesmo o pouco apoio social ou até a falta dele a muitos milhares de trabalhadores, enquanto por outro se atribui apoios na ordem  dos milhares de milhões de euros, no qual muitos milhões a fundo perdido, às empresas capitalistas

No entanto não deixamos de criticar a direcção da CGTP por continuar a insistir no velho discurso de colaboração e conciliação de classe com o poder burguês capitalista, em vez de optar por um discurso e por uma prática anti-capitalista, que eleve a consciência de classe ao proletariado, e o mobililize contra a actual situação social e anti-laboral de miséria crescente, de desemprego e de exclusão social e ao invés disso venha considerar que tal situação não apenas prejudica os trabalhadores, como a própria "recuperação económica que é necessário fazer" ou seja, recuperação essa que não é, nem mais nem menos, do que a recuperação dos lucros capitalistas.

Sendo esta orientação politica sindical a questão central do discurso, ela é  extremamente perigosa para os trabalhadores, na medida em que em nosso nosso entender ela, vai fazer depender a resposta e a resistência a dar à nova ofensiva capitalista em curso.  Assim sendo apelamos a todos os trabalhadores aos militantes sindicais e outros, aos jovens e às mulheres trabalhadoras a estar vigilantes e a lutar contra tal orientação politica sindical, na medida em que  está contra os nossos interesses de classe.
Não à conciliação de classe!
Não ao desemprego e à degradação dos salários !

Redução dos horários de trabalho, trabalho para todos!

O caminho a percorrer só pode ser um, o caminho da luta pela defesa dos nossos direitos e da nossa emancipação do jugo capitalista!