terça-feira, 27 de julho de 2021

Viva o 25 de Abril, OBRIGADO e ATÉ SEMPRE, AMIGO Otelo Saraiva de Carvalho

 Obrigado Otelo, pela sua coragem e determinação a por fim à ditadura fascista de Salazar e Marcelo Caetano que durante 48 longos anos oprimiu e condenou a grande maioria do povo trabalhador à exploração, ao analfabetismo, à miseria e à guerra colonial que durante 13 anos matou e feriu milhares de jovens soldados e populações indefesas nas ex-colónias.

 

Obrigado por ter sido amigo da classe trabalhadora e nunca se ter oposto às suas reivindicações e conquistas laborais e sociais, ao contrário de outros que o acusam de traição, que em nome do "caos económico" e da sobrevivência da "democaracia capitalista" tiveram papel de relevo no seio da classe operária, na sabotagem, na desmobilização e impedimento do aprofundamento dessas mesmas conquistas.

 

Obrigado pela sua coragem em apresentar a sua candidatura e programa popular à Presidência da Républica contra o regime novembrista instalado pelo golpe militar de 25 de Novembro, que tinha como objectivo destruir o movimento operário e popular e as conquistas laborais e sociais de Abril, como hoje se pode confirmar, enquanto outros  se acovardaram e apresentaram candidatos com a única intenção de  dividir a classe trabalhadora e o povo para poder facilitar a vitória dos candidatos reaccionários ao serviço da burguesia exploradora e do imperialismo.
 

Viva o 25 de Abril, Viva Otelo Saraiva de Carvalho

 

A toda a sua família e amigos "A Chispa!" envia as mais sentidas e sinceras condolências.


segunda-feira, 19 de julho de 2021

Viva a justa luta dos trabalhadores da Groundforce!

 

Viva a justa luta dos trabalhadores da Groundforce!
 
Não são as lutas por mais radicais que se tornem, que causam problemas sociais à classe operária, mas sim as consequências sociais da exploração capitalista.

Para subsídiar o Ley-off a 80% com tudo de trafulhice que está por detrás, garantias bancárias a 90%, a recapitalizar as tesourarias das empresas privadas, houve e continua a haver milhares de milhões de euros, para indemnizar o acionista americano David Neeleman que ajudou a afundar ainda mais a TAP houve 55 milhões, mas para os trabalhadores da Groundforce não há um milhão para repôr os seus ordenados e subsídios de férias.

Se alguém é responsável pelos prejuízos económicos que possa haver não são certamente os trabalhadores, dado que foi a sua situação económica e social que os obrigou a radicalizar a sua luta para defender o pagamento integral dos salários e do subsídio de férias e de outros direitos ameaçados, mas sim a atitude do governo e dos capitalistas privados, na TAP, Groundforce e ANA/VINCE, que preferem antes ter (como dizem vários milhões de euros de prejuízo) do que a pagar o milhão que devem aos trabalhadores, na medida em que para eles governo e capitalistas o importante é fazer vergar e derrotar a luta, nem que seja pela Requisição Civil, como aconteceu com os Estivadores, para que estas não se tornem num enorme exemplo de mobilização e resistência, para todos os trabalhadores e principalmente para, os da TAP, da Galp, Efacec, da Altice, dos bancários e de tantas outras empresas que sofreram e vão continuar a sofrer na pele a conciliação, colaboração e capitulação  das suas direções sindicais perante a ofensiva capitalista em curso.
 
Viva a greve, abaixo a exploração capitalista!

domingo, 18 de julho de 2021

Cuba não está só! Provocações imperialistas não passarão! Cuba vencerá! Por P.C.da Grécia

 – Partido Comunista da Grécia (KKE): Provocações imperialistas não passarão!


Mais um plano imperialista contra Cuba e seu povo está em andamento nas últimas horas. Os EUA, em cooperação com a máfia anti cubana que opera em seu território, bem como com as forças internas que apoiam seus planos, estão orquestrando protestos em Cuba com slogans anticomunistas e antirrevolucionários, pregando a derrubada do governo. Eles também ampliam e difundem estas ações com auxílio da mídia e seu enorme aparato de propaganda. Clamam ainda por uma “intervenção humanitária” em Cuba, sob o pretexto das dificuldades sociais causadas pelo próprio bloqueio imperialista!

Não é possível conciliar com a hipocrisia e a provocação dos imperialistas. A escassez em Cuba se deve ao bloqueio econômico desumano de 60 anos dos EUA e às 242 medidas adicionais tomadas pelo governo Trump contra Cuba, que o governo Biden continua implementando. O castelo de cartas promovido por várias forças burguesas e oportunistas internacionalmente e em nosso país, como SYRIZA, MeRA-25, etc., dizendo que a eleição de Biden significaria supostamente uma mudança progressiva na política externa dos EUA, entrou em colapso.

O KKE condena inequivocamente os atos imperialistas provocativos que visam derrubar as conquistas e o poder do povo cubano. Condena todos os planos de qualquer tipo de intervenção imperialista em Cuba a pretexto dos direitos humanos. Os EUA, a OTAN, a UE cometeram os crimes imperialistas mais horríveis na Iugoslávia, na Líbia, etc., precisamente sob este pretexto. É hipocrisia da parte deles falar sobre direitos democráticos ao mesmo tempo que espezinham diariamente esses direitos nos seus próprios países!

O KKE mais uma vez expressa sua solidariedade ao povo, ao governo e ao Partido Comunista de Cuba. As conquistas da revolução cubana, a luta do povo cubano e a atividade internacionalista de Cuba inspiram milhares de pessoas do nosso povo que se solidarizam firmemente com Cuba. Cuba, apesar do criminoso bloqueio dos Estados Unidos, conseguiu em condições pandêmicas desenvolver 5 vacinas e enviar assistência médica internacionalista a outros povos!

Cuba não está só! Provocações imperialistas não passarão! Cuba vencerá!

Oficina de Imprensa do CC do KKE

12/7/2021

sábado, 17 de julho de 2021

Tarefas Urgentes do Nosso Movimento V. I. Lenine Novembro de 1900

 

Tarefas Urgentes do Nosso Movimento

V. I. Lenine

Novembro de 1900



A social-democracia russa já declarou, em diversas ocasiões, que a tarefa política mais imediata do partido operário russo deve ser o derrubamento da autocracia, a conquista da liberdade política. Declararam isto, há mais de 15 anos, os representantes da social-democracia russa, os membros do Grupo Emancipação do Trabalho; declararam-no também, há dois anos e meio, os representantes das organizações social-democratas russas que, na Primavera de 1898, constituíram o Partido Operário Social-Democrata da Rússia. Apesar dessas reiteradas declarações, o problema das tarefas políticas da social-democracia na Rússia torna a surgir nos dias que correm. Numerosos representantes do nosso movimento manifestam as suas dúvidas quanto ao acerto da mencionada solução do problema. Dizem que a luta económica tem uma importância predominante, relegam para plano secundário as tarefas políticas do proletariado, menosprezam e restringem estas tarefas e afirmam, inclusive, que as longas exposições sobre a constituição de um partido operário independente na Rússia são simples decalques de palavras ditas por outros, e que os operários devem sustentar exclusivamente a luta económica, deixando a política para os intelectuais aliados com os liberais. Esta última declaração do novo símbolo da fé (o tristemente famoso Credo(1)) significa simplesmente considerar-se o proletariado russo de menoridade e negar-se, por completo, o programa social-democrata. Na realidade, Rabotchaia Mysl (sobretudo no Suplemento) manifestou-se no mesmo sentido. A social-democracia russa atravessa um período de vacilações e de dúvidas que a fazem mesmo negar-se a si própria. Por um lado, o movimento operário está desligado do socialismo: ajudam-se os operários a impulsionar a luta económica, mas de forma alguma se lhes explicam, ao mesmo tempo, ou explicam-se-lhes insuficientemente, os fins socialistas e as tarefas políticas de todo o movimento no seu conjunto. Por outro lado, o socialismo está desvinculado do movimento operário: os socialistas russos começam novamente a dizer, cada vez mais, que a luta contra o governo deve ser sustentada apenas pelos intelectuais, pois os operários limitam-se à luta económica.

Na nossa opinião, são três as circunstâncias que preparam o terreno para estes lamentáveis fenómenos. Em primeiro lugar, no início da sua actividade, os social-democratas russos limitaram-se ao simples trabalho de propaganda nos círculos. Ao passar-se à agitação entre as massas, nem sempre pudemos evitar cair no outro extremo. Em segundo lugar, na fase inicial da nossa actuação tivemos que defender constantemente o direito à existência, em luta contra os partidários de «A Vontade do Povo»(2), que concebiam a «política» como uma actividade divorciada do movimento operário e a reduziam a uma simples conspiração. Ao repelir essa «política», os social-democratas caíram no outro extremo, relegando para segundo plano a política em geral. Em terceiro lugar, ao actuarem dispersos em pequenos círculos operários locais, os social-democratas não deram a devida atenção à necessidade de organizar um partido revolucionário que coordenasse toda a actividade dos grupos locais e permitisse estruturar com acerto o trabalho revolucionário. O predomínio de uma actividade dispersa caminha unido espontaneamente ao predomínio da luta económica.

Todas estas circunstâncias deram lugar à propensão para um só aspecto do movimento. A corrente «economista» (na medida em que aqui se pode falar de «corrente») deu origem aos planos de se erigir esta estreita concepção numa teoria particular, aos planos de utilizar para este fim o bernsteinianismo(3) em voga, à «crítica do marxismo» na moda, que preconizava as velhas ideias burguesas sob uma nova roupagem. Estes propósitos originaram o perigo de se enfraquecerem os vínculos entre o movimento operário russo e a social-democracia russa, como combatente de vanguarda pela liberdade política. Daí a tarefa mais urgente do nosso movimento consistir em reforçar estes vínculos.

A social-democracia é a união do movimento operário com o socialismo. A sua missão não se baseia em servir passivamente o movimento operário em cada uma das suas fases, mas em representar os interesses de todo o movimento no seu conjunto, indicar o objectivo final deste movimento, as suas tarefas políticas, e salvaguardar a sua independência política e ideológica. Desligado da social-democracia, o movimento operário restringe-se e transforma-se forçosamente num movimento burguês: ao promover exclusivamente a luta económica, a classe operária perde a independência política, converte-se num apêndice de outros partidos e trai o grande preceito: «A emancipação da classe operária deve ser a obra da própria classe operária»(4). Em todos os países houve um período em que o movimento operário e o socialismo existiram isoladamente, seguindo caminhos distintos, e em todos os países esta separação debilitou o socialismo e o movimento operário; em todos os países, só a união do socialismo com o movimento operário criou uma sólida base tanto para um como para o outro. Em cada país, porém, esta união do socialismo com o movimento operário foi obtida durante todo um processo histórico, seguindo um caminho particular, de acordo com as condições de lugar e tempo. Na Rússia, a necessidade da união do socialismo com o movimento operário foi afirmada, há muito, no terreno teórico, mas, na prática, esta união só nos nossos dias se vai tornando efectiva. Este processo é muito difícil, e nada há de estranho que seja acompanhado de diferentes vacilações e dúvidas.

Que ensinamentos tiramos do passado? A história de todo o socialismo russo indica que a tarefa mais urgente é a luta contra o governo autocrático, a conquista da liberdade política; o nosso movimento socialista concentrou-se, por assim dizer, na luta contra a autocracia. Por outro lado, a história mostra que na Rússia a separação entre o pensamento socialista e os representantes avançados das classes trabalhadoras é muito maior do que noutros países e que, se continuar esta separação, o movimento revolucionário russo está condenado à impotência. Daí se deduz logicamente o dever que a social-democracia russa é chamada a cumprir; levar as ideias socialistas e a consciência política à massa do proletariado e organizar um partido revolucionário ligado indissoluvelmente ao movimento operário espontâneo. Neste sentido, muito já foi feito pela social-democracia russa; mas, o que ainda está por fazer é muito mais. À medida que o movimento cresce, amplia-se o campo da actividade da social-democracia, o trabalho é cada vez mais diverso e aumenta o número de militantes do movimento que concentram as energias na realização de diferentes tarefas parciais determinadas pelas necessidades diárias da propaganda e da agitação. Este fenómeno é perfeitamente natural e inevitável, exige, porém, uma extraordinária atenção para que as tarefas parciais e as diferentes formas de luta não se convertam em algo que se baste a si mesmo e o trabalho preparatório não adquira foros de trabalho principal e único.

A nossa primeira e fundamental missão consiste em promover o desenvolvimento político e a organização política da classe operária. Quem relega esta incumbência para segundo plano e a ela não subordina todas as tarefas parciais e as diferentes formas de luta, toma um caminho errado e inflige grave dano ao movimento. Desprezam esta missão, em primeiro lugar, aqueles que induzem os revolucionários a lutar contra o governo com as forças dos círculos de conspiradores, desligados do movimento operário. Desprezam esta missão, em segundo lugar, aqueles que restringem o conteúdo e o alcance da propaganda, agitação e organização políticas; aqueles que consideram possível e oportuno convidar os operários a intervir na «política» só em momentos excepcionais da sua vida, apenas em casos graves; aqueles que sentem excessiva ânsia de substituir a luta política contra a autocracia pela simples reclamação a esta de certas concessões e se preocupam muito pouco em que a reivindicação de concessões se transforme na luta sistemática e ininterrupta do partido operário revolucionário contra a autocracia.

«Organizai-vos!», repete aos operários nos mais diversos tons Rabotchaia Mysl, e com ele todos os partidários da corrente «economista». Como é natural, solidarizamo-nos inteiramente com este apelo, mas acrescentando: organizai-vos não só em sociedades de ajuda mútua, em caixas de resistência e em círculos operários, mas também num partido político, para a luta decidida contra o governo autocrático e contra toda a sociedade capitalista. Sem esta organização, o proletariado não é capaz de se elevar ao nível de uma luta consciente de classe; sem esta organização, o movimento operário está condenado à impotência; exclusivamente com as caixas de resistência, os círculos e as sociedades de ajuda mútua, a classe operária não conseguirá jamais cumprir a grande missão histórica que lhe está reservada; emancipar-se a si mesma e emancipar todo o povo russo da sua escravidão política e económica. Nenhuma classe conseguiu instaurar o seu domínio na história, sem criar os seus próprios chefes políticos, os seus representantes de vanguarda, capazes de organizar e dirigir o movimento. A classe operária russa já demonstrou, também, que é capaz de criar tais homens: a luta dos operários russos, que alcançou grande desenvolvimento nos últimos cinco ou seis anos, mostra que a classe operária possui um grande potencial de forças revolucionárias e que as perseguições do governo, por ferozes que sejam, não diminuem, mas, pelo contrário, aumentam o número de operários que se inclinam para o socialismo, para a consciência política e para a luta política. O congresso dos nossos camaradas, em 1898, expôs acertadamente a tarefa, e não repetiu palavras alheias nem expressou uma simples tendência de «intelectuais»... E devemos empreender com decisão o cumprimento destas tarefas, colocando na ordem do dia o problema do programa, da organização e da táctica do Partido. Já dissemos como concebemos os pontos fundamentais do nosso programa, mas, naturalmente, este não é o lugar para desenvolver em detalhe esses pontos. Temos o propósito de dedicar às questões de organização uma série de artigos nos próximos números. Este é um dos nossos problemas mais urgentes. Neste sentido, ficamos muito atrás dos velhos militantes do movimento revolucionário russo; é preciso reconhecer abertamente esta falha e dedicar as nossas forças a uma organização mais conspirativa do trabalho, a uma propaganda sistemática das suas normas e dos métodos para desorientar os polícias e não cair nas suas malhas. É necessário preparar homens que não dediquem à revolução as tardes livres, mas toda a sua vida; preparar uma organização tão numerosa, que possa aplicar uma rigorosa divisão do trabalho nos diferentes aspectos da nossa actividade. Finalmente, no que toca às questões tácticas limitar-nos-emos ao seguinte: a social-democracia não ata as suas próprias mãos, não limita as actividades a um plano qualquer, previamente preparado, ou a um único método de luta política, mas, ao contrário, admite como bons todos os métodos de luta, contanto que correspondam às forças do Partido e permitam alcançar os melhores resultados possíveis em determinadas condições. Se existe uma forte organização do Partido, cada greve pode converter-se numa demonstração política, numa vitória política sobre o governo. Se existe uma forte organização do Partido, a insurreição numa localidade isolada pode transformar-se em revolução triunfante. Devemos ter presente que a luta reivindicativa contra o governo e a conquista de certas concessões não são mais do que pequenas escaramuças com o adversário, ligeiras refregas nas frente de luta, e que a batalha decisiva está por vir. Temos pela frente a fortaleza inimiga, bem armada, de onde se lança sobre nós uma chuva de metralha que abate os melhores lutadores. Devemos tomar essa fortaleza, e tomá-la-emos se unirmos, em um só partido, todas as forças do proletariado que desperta às forças dos revolucionários russos, para o que se inclinam todos os elementos activos e honestos da Rússia. Só então se verá cumprida a grande profecia do operário revolucionário Piotre Alexeiev:

«Levantar-se-ão os braços vigorosos de milhões de operários, e o jugo do despotismo, protegido pelas baionetas dos soldados, saltará em pedaços!»


Notas de rodapé:

(1) Credo: com este título foi publicado em «1899 um documento no qual se expunham as teses fundamentais do «economismo», corrente oportunista que surgiu nos fins do século passado entre uma parte dos sociais-democratas russos. Os «economistas» consideravam que a luta política contra o czarismo devia ser tarefa principalmente da burguesia liberal e que os operários deviam limitar-se à luta económica pelo melhoramento das condições de trabalho, à elevação de salários, etc. Os «economistas» opunham-se à criação de um partido político operário independente e negavam a importância da teoria revolucionária no movimento operário. No seu livro Que Fazer?, publicado em 1902, e em outros trabalhos, V. I. Lenine demonstrou a total inconsistência e o carácter pernicioso das opiniões dos «economistas».

(2) A Vontade do Povo: organização secreta fundada em 1879. Na luta contra o czarismo, os adeptos de A Vontade do Povo recorriam ao terror individual e organizaram diversos atentados contra dignatários czaristas. A 1 de Março de 1881 assassinaram o czar Alexandre II. Os membros de A Vontade do Povo acreditavam erroneamente que um pequeno grupo de revolucionários, sem se apoiar no movimento revolucionário de massas, podia conquistar o poder e acabar com a autocracia. A Vontade do Povo deixou de existir na segunda metade da década de 80.

(3) Bernsteinianismo: corrente oportunista do movimento socialista alemão e internacional, fundada pelo social-democrata alemão Bernstein. A sua exigência era a revisão e supressão das teses fundamentais do marxismo revolucionário sobre a revolução socialista e a ditadura do proletariado. Em essência, o bernsteinianismo propunha à social-democracia renunciar à luta pelo socialismo e esforçar-se por conseguir apenas a realização de algumas reformas nos quadros da sociedade capitalista.

(4) Lenine cita a tese fundamental dos Estatutos Gerais da Associação Internacional dos Trabalhadores, escritos por K. Marx. Ver K. IMarx e F. Engels, Obras Escolhidas

quarta-feira, 7 de julho de 2021

Israel: mudar para seguir tudo como está

 

Israel: mudar para seguir tudo como está

No início do mês de junho Naftali Bennett venceu as eleições para o cargo de primeiro ministro de Israel, substituindo Benjamin Netanyahu que governava o país desde 2009. O novo dirigente do Estado Sionista e genocida nasceu na cidade de Haifa em 1972, filho de imigrantes vindos dos Estados Unidos.
 
Bennett serviu em uma unidade de comando militar de elite no exército israelense. Após a passagem pelo exército entrou para o ramo empresarial e acumulou fortuna no setor de segurança cibernética, sendo um dos fundadores da Cyota, empresa que foi vendida posteriormente para a RSA Security LLC. Em 2006 ingressou na política se filiando ao Partido Likud (Consolidação) de Netanyahu.
 
O sionista fervoroso serviu como chefe de gabinete do primeiro-ministro Netanyahu, o seu atual adversário político. Ao decorrer de sua vida política desempenhou várias funções incluindo ministro de assuntos religiosos, ministro da educação e, por um breve período, ministro da defesa.

Posteriormente, Bennet rompe com o Likud e suas lideranças para capitanear o Conselho de Yesha, que se trata do principal grupo que atua em defesa de milhares de colonos israelenses na porção territorial ocupada da Cisjordânia. Fato que já nos fornece uma noção do caráter escancaradamente anti-palestino que o governo Bennett irá assumir. No início da década passada, Bennett funda junto de seu aliado Ayelet Shaked o “My Israel” (Meu Israel), movimento extraparlamentar e ultrarreacionário que caça nas redes sociais e Wikipedia posicionamentos antissionistas, além de organizar manifestações com o mesmo propósito.

 
Engatou na carreira política no “Bait Yehudi” (Lar Judaico), se tornando líder do partido de latente caráter nacionalista em 2015. Nos últimos anos, para se adequar à agenda imperialista ianque do Partido Democrata, o Lar Judaico adotou posições moderadas sobre a questão dos costumes como a defesa do pluralismo e o respeito aos direitos dos homossexuais.

Atualmente Bennett lidera a coligação Yamina que conseguiu aglutinar políticos da oposição em uma ampla aliança com intuito de encerrar os 15 anos do governo Netanyahu. Na corrida pelo poder, Bennett defendeu ideias à direita de seu oponente Netanyahu e agora irá ocupar o lugar de primeiro ministro pelos próximos 18 meses na estrutura de uma "coalizão de mudança".

 
O Yamina adota em sua agenda econômica a expressão mais pura do neoliberalismo além de ter, no plano internacional, posições belicistas contra Palestina e Irã. Contudo, o novo governo é composto por uma miscelânea de partidos de diversas posições nas mais variadas agendas, que se aliaram com o único objetivo: derrotar Netanyahu. Em relação à população, o seu discurso sionista e anti-palestino, pró-anexação da Cisjordânia foi um dos fatores que o fizeram angariar apoio por parte dos colonos israelenses além de amplos setores reacionários da sociedade israelense.

Sobre a Palestina, Bennett já deu várias declarações como bom genocida que é, enfatizando que não existe ocupação israelense na Cisjordânia pois nunca houve um estado Palestino. Em outra ocasião criticou a Autoridade Palestina, que segundo as suas palavras se trata “do maior organismo terrorista do mundo”. Além do mais, ainda teve a audácia de dizer que não vê problemas nos árabes que matou durante a sua época no exército e que os palestinos prisioneiros não devem ser soltos, e sim mortos.

 
Bennett mantém a sua verborragia genocida quando o assunto é o Irã - a principal ameaça à hegemonia israelense na região. O vencedor das eleições israelenses prometeu fazer da República islâmica um “Vietnã” se acaso o governo iraniano manter os seus soldados na vizinha Síria. Além do mais faz coro com as posições do ex-governo Trump ao chamar o acordo nuclear com o Irã de “desastre absoluto”.

A matança dos palestinos e a pilhagem de seu território tende a escalar no governo Bennett, que terá como resposta natural a própria resistência do povo Palestinos que sofre com o genocídio perpetrado pelo Estado Sionista de Israel desde a sua criação em 1948.


Via "NOVACULTURA.info"

terça-feira, 6 de julho de 2021

O legado de tortura de Rumsfeld na história imperialista dos EUA (ou a morte de um canalha)Por: Ramona Wadi

 O legado de tortura de Rumsfeld na história imperialista dos EUA (ou a morte de um canalha)

Ramona Wadi
 
Os elogios podem continuar a chover para Rumsfeld, mas a história continuará a julgar os estragos da violência imperialista dos EUA.

Outros criminosos de guerra dos EUA elogiaram o ex-secretário de Defesa Donald Rumsfeld com a notícia de sua morte. “Um fiel mordomo de nossas forças armadas”, declarou o ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush . “Um período que trouxe desafios sem precedentes ao nosso país e aos nossos militares também trouxe à tona as melhores qualidades do secretário Rumsfeld.” Diga isso aos torturados, executados e deslocados iraquianos torturados sob as ordens de Rumsfeld, de acordo com a agenda da “Guerra ao Terror” pós 11 de setembro.

A intervenção estrangeira no Oriente Médio estava no topo da agenda dos Estados Unidos, e uma premissa era necessária para a invasão - uma premissa inventada seria suficiente. Que a suposta evidência de que o Iraque acumula armas de destruição em massa para justificar uma invasão para mudança de regime. As armas de destruição em massa nunca foram descobertas, mas a alegação serviu ao seu propósito de tornar o Iraque um estado falido.

O legado de Rumsfeld está principalmente ligado ao seu papel nas “técnicas aprimoradas de interrogatório” - o eufemismo dos EUA para tortura - contra prisioneiros iraquianos em Abu Ghraib. Embora de forma alguma o único lugar onde os detidos foram torturados - Guantánamo e Bagram são dois outros centros de detenção ligados à tortura generalizada e violações dos direitos humanos - o foco da mídia na tortura de Abu Ghraib forneceu uma visão sobre a tendência do governo dos EUA para a tortura, todos no nome da democracia.

Em dezembro de 2002, Rumsfeld aprovou um conjunto de técnicas de interrogatório para obter inteligência relacionada à “Guerra Global contra o Terrorismo”. Os métodos de tortura indicados foram objeto de ressalvas que, naturalmente, não foram incluídas para observar, mas sim para gerar impunidade para os perpetradores e funcionários que autorizam as violações dos direitos humanos. Sobre o afogamento, um documento datado de 27 de novembro de 2002 afirma : “O uso de uma toalha molhada para induzir a percepção equivocada de sufocamento também seria permitido se não for feito com a intenção específica de causar danos mentais prolongados e na ausência de orientação médica de que isso acontecesse.”

Em 2004, tornou-se público que o próprio Rumsfeld havia aprovado o uso de tortura contra detidos. Com a indignação global que se seguiu, o ex-presidente Bush procurou isolar os perpetradores dos tomadores de decisão, garantindo assim a impunidade para os guerreiros políticos. Tão envolvido estava Rumsfeld na autorização de tortura contra detidos, que o ex-brigadeiro-general do Exército dos EUA Janis Karpinski, que comandou Abu Ghraib até o início de 2004, lembrou um memorando assinado por Rumsfeld e detalhado nas margens: “Certifique-se de que isso seja cumprido”.

Hipocritamente, os EUA aplicaram práticas de tortura durante as sessões de interrogatório pelas quais condenaram outras nações. A renúncia às Convenções de Genebra foi instruída como uma exceção, supostamente para reduzir o risco de uma ameaça terrorista. O motivo subjacente era garantir a impunidade aos funcionários norte-americanos envolvidos na aprovação de técnicas de tortura.
Havin autorizou a tortura, Rumsfeld não podia fingir ignorância. No entanto, mesmo quando as advertências aumentaram e foram evidenciadas publicamente, Rumsfeld se recusou a interromper o programa de tortura. As fotos de Abu Ghraib, bem como os principais artigos da mídia destacando o papel dos EUA na tortura, não serviram como um impedimento. Pelo contrário, Rumsfeld autorizou novas agressões contra detidos em janeiro de 2003. Outro endosso da impunidade veio de Bush, que recusou a renúncia de Rumsfeld duas vezes.

Notavelmente, Rumsfeld recusou o rótulo de tortura em 2004. «O que foi acusado até agora é abuso, que acredito tecnicamente é diferente de tortura. Não vou abordar a palavra “tortura”», declarou ele . Ainda assim, o Artigo 1 da Convenção das Nações Unidas contra a Tortura é claro, apesar do jogo inútil de Rumsfeld com a semântica. Como os EUA descrevem o uso de um prisioneiro nu em Abu Ghraib para tiro ao alvo, por exemplo?

Os elogios podem continuar a chover para Rumsfeld, mas a história continuará a julgar os estragos da violência imperialista dos EUA.

(Tradução livre)

https://www.strategic-culture.org/news/2021/07/A03/rumsfeld-legacy-torture-in-us-imperialist-history/

Via  "Os Bárbaros"
04 de Julho 2021

sábado, 3 de julho de 2021

 De: Georgiano Evansil

Não são as lutas por mais radicais que se tornem, que causam problemas sociais à classe operária, mas sim as consequências sociais da exploração capitalista.

Os trabalhadores da Groundforce vão estar em greve às horas extraordinárias entre 15 e 29 de julho, a que se vão seguir mais três dias de greve total, reivindicando o pagamento atempado dos salários.
 
Ao contrário da capitulação de todas as direções sindicais e CT perante as imposições da ofensiva capitalista da administração e governo na TAP, os trabalhadores da Grounforce procuram resistir pela defesa dos seus direitos salariais e postos de trabalho.
 
Que tal resistência dos trabalhadores da Groundforce se transforme num exemplo de mobilização e luta para todos trabalhadores da TAP, que bem precisam dele nesta hora de profundo ataque aos seus interesses laborais e sociais e de TRAIÇÃO por parte de quem os devia organizar e mobilizar para resistir e vencer e mais uma vez não o fez.

A repressão policial à greve resultou em 15 mortos, mais de 450 presos e 45 feridos.

 



"A "revolução de 1905" ou "o ensaio geral" das Revoluções de Fevereiro e Outubro de 1917, conforme a denominação de Lénine, resultou da crescente degradação das condições de vida dos operários e do acúmulo de suas lutas antecedentes barbaramente reprimidas. 
 
Por terem ajudado a apagar o fogo durante o incêndio dos depósitos da petrolífera dos Rothschild, em 4 de janeiro de 1902, na cidade de Batum, junto ao mar Negro, os operários adquiriram o direito a um bónus acrescido aos salários.
 
 A reunião com o diretor François Jeune para a negociação do bónus negado aos operários, contou com a participação de Stálin, que desde 1898 filiara-se ao Messame Dassi. A recusa ao pagamento do bónus levou os operários a deflagrar uma greve que em 17 de fevereiro do mesmo ano obrigou os Rothschild e os Nobel não só ao pagamento do referido bónus como um acréscimo de 30% nos salários.
 
A vingança dos Rothschild pela vitória da greve deu-se com a demissão de 389 operários, nove dias após o pagamento. No mesmo dia os operários entraram novamente em greve. Numa reunião realizada na casa de Lomdjária, a direção do movimento deliberou pelo prolongamento da greve com o fechamento de todo o terminal petroleiro. Em 7 de março, Porfírio Lomdjária e os líderes grevistas foram presos. 
 
No outro dia, Stálin organizou uma manifestação em frente à cadeia, que obrigou a transferência dos presos para uma cadeia de passagem. Como alternativa a uma reunião proposta pelo governador, Stálin organizou uma marcha dos habitantes da cidade para invadir a cadeia e libertar os presos. No enfrentamento com os manifestantes os cossacos foram obrigados a recuar, enquanto alguns dos presos escaparam. Sob uma forte artilharia os manifestantes abandonaram a praça.
 
A repressão policial à greve resultou em 15 mortos, mais de 450 presos e 45 feridos. O enterro dos mortos em 12 de março, transformou-se numa manifestação com 7 mil pessoas. Stálin é então preso, em Batum, a 5 de abril, e enviado, no outono do ano posterior, a 27 de novembro, para a aldeia de Novaya Uda, irkutsk, na Sibéria oriental.
 
Desde 13 de dezembro de 1904, quando irrompeu uma prolongada greve dos operários da indústria petrolífera de Baku, poucas semanas antes do "Domingo Sangrento", encerrada em 31 de dezembro, cujo resultado foi o primeiro acordo coletivo assinado na Rússia, Koba, que após uma tentativa frustrada, quando quase morre congelado, conseguira fugir com sucesso da prisão de Novaya Uda, já se encontrava no Cáucaso, dirigindo a luta dos bolcheviques. Às vésperas do "Domingo Sangrento", em 8 de janeiro de 1905, já em Baku, Koba, não deixando "de constatar os primeiros rumores da revolução", escreveu, imprimiu um panfleto, na sua tipografia clandestina, e espalhou por toda a vastidão asiática do império, com a seguinte mensagem:
 
'OPERÁRIOS DO CÁUCASO, CHEGOU A HORA DE NOS VINGARMOS!
 
Pedem-nos que esqueçamos o estalar do chicote e o zumbido das balas, as centenas de heróicos companheiros assassinados, suas sombras gloriosas, que rondam em volta de nós e nos murmuram: 'Vingai-nos!".
A autocracia nos estende cinicamente a mão ensanguentada e aconselha a conciliação! [...]
 
Só essa assembléia [a Constituinte] nos dará a república democrática, que nos é extremamente necessária em nossa luta pelo socialismo.
 
Portanto, avante, camaradas! Quando a autocracia tzarista vacila, nosso dever é preparar-nos para o ataque decisivo! Chegou a hora de nos vingarmos'" 
 

(OISIOVICI, P. Estaline nos Manuais de Portugal e Brasil. Porto: Universidade do Porto, 2019, p. 117-119)