terça-feira, 9 de agosto de 2016

Lei israelita permite aprisionar crianças palestinianas com menos de 14 anos


A Lei da Juventude, aprovada no Knesset na quarta-feira, permite às autoridades israelitas encarcerarem crianças com menos de 14 anos se estas forem condenadas por «acções de terrorismo contra civis ou militares israelitas».
Um soldado israelita tenta prender um rapaz palestiniano num protesto perto de Ramallah, na Margem Ocidental

De acordo com a agência Ma'an, o projecto de lei, apresentado pela deputada Anat Berko (Likud), foi aprovado com 32 votos a favor, 16 contra e uma abstenção. Um comunicado do Knesset sobre a aprovação da lei inclui declarações da deputada: «Para os que são assassinados com uma faca no coração, não importa se a criança tem 12 ou 15 anos.»

Esta lei visa, sobretudo, os palestinianos de Jerusalém Oriental ocupada. Palestinianos de todas as idades, incluindo menores muito novos, na Margem Ocidental, há muito que são julgados, condenados e encarcerados ao abrigo da lei militar de Israel que aí vigora, refere a Ma'an.

A «Lei da Juventude» é uma de várias leis aprovadas no ano passado que têm como alvo menores palestinianos. Em Julho de 2015, foi aprovada no Knesset legislação que permitia condenar alguém até 20 anos de cadeia por atirar pedras a veículos, caso fosse provada a intenção de provocar dano. No entanto, a Lei permite que o Estado israelita prenda alguém até 10 anos mesmo não existindo prova da intenção.

Para além disso, em Novembro último, Israel publicou legislação que permite condenar palestinianos a um mínimo de três anos de prisão por atirarem pedras a israelitas.

Membros do governo israelita já antes tentaram fazer aprovar legislação permitindo encarcerar menores com menos de 14 anos, tendo a Association for Civil Rights in Israel — ACRI exortado o governo, em 2015, a não avançar com a proposta de baixar a idade mínima de prisão. De acordo com esta organização, estão em curso propostas no sentido de permitir às autoridades israelitas condenarem a prisão perpétua crianças de menos de 14 anos, refere a Ma'an.
Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) condenou a legislação contra os atiradores de pedras, declarando: «Estas mudanças são aplicadas quase exclusivamente aos palestinianos. Os extremistas e colonos israelitas raramente são processados de acordo com os mesmos padrões legais.»

A organização israelita de direitos humanos B'Tselem também criticou a nova lei, afirmando que, «em vez de mandar [os jovens palestinianos] para a prisão, seria melhor mandá-los para a escola, onde poderiam crescer na dignidade e na liberdade, e não sob a ocupação», refere a Al-Mayadeen.

 Original encontra-se em porAbril Abril

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