A militarização dos estados europeus está em curso pela mão da Nato.
Os EUA e a UE querem criar um clima de guerra permanente, uma “nova
normalidade”, a que os povos europeus tenham de resignar-se. Resignar-
-se e pagar.
Trump intimou os aliados europeus a pagarem as contribuições para a Nato, exigindo a cada país 2% do PIB. A equipa de Biden fez pior: exige não apenas os 2% de Trump, mas um mínimo de 2%.
Nenhum dirigente europeu ousou protestar. Onde podem países como Portugal ir buscar tantos milhares de milhões de euros, quando aumenta a pobreza agravada pela própria guerra? Os adeptos da guerra dizem abertamente: “Corte-se na saúde, na educação, nos sistemas de pensões”. É o que os propagandistas “liberais” e de extrema direita estão a fazer com a pressão que exercem para privatizar tudo o que é estatal.
Mais guerra. A próxima cimeira da Nato (em meados de julho) não vai abrandar o esforço de armar a Ucrânia nem recuar no propósito de desgastar a Rússia. Novos teatros de guerra são ensaiados: no Kosovo, na Moldávia ou em Taiwan.
É
neste quadro de guerra permanente e de sacrifícios que a atitude das
autoridades portuguesas, Estado e Governo, tem de ser julgada.
A Nato de hoje não é bem a Nato de ontem. O cenário em que actua é outro. Em tempo de guerra-fria ainda pôde ser possível vender a ideia falsa de uma aliança “defensiva”. Agora não.
A Aliança foi sempre um meio de amarrar o país aos interesses dos EUA.
Hoje tem de se considerar, em cima disso, a guerra que conduz na Ucrânia, a ameaça de desencadear outros conflitos, a extensão dos seus tentáculos ao Atlântico, à África e ao Extremo Oriente. É neste carro que o Governo e o Estado estão a conduzir a população portuguesa.
Subservientes.
O Presidente da Assembleia da Républica e vários deputados entre os quais, um representante do BE logo após a visita de Lula da Silva, foi a correr a Kiev garantir a Zelensky que Portugal manteria o apoio à guerra e não se deixaria contaminar pela posição do Brasil, que aponta culpas aos EUA e à UE.
A diplomacia portuguesa tem tentado, felizmente sem êxito, que Angola e Moçambique mudem de campo e condenem a Rússia.
A
base das Lajes voltou a ser reanimada. O comandante norte-americano
admitiu, em maio, o reforço do contingente permanente, reafirmando a
importância estratégica da base para os propósitos dos EUA.
Este interesse renovado pelas Lajes tem tudo a ver com a Ucrânia e com o alargamento da acção da Nato. Mas para o governo português, silencioso sobre tudo isto, é como se o assunto se passasse num qualquer arquipélago no outro lado do mundo...
Sem legitimidade
Que legitimidade têm o presidente da República e o Governo para envolver o país numa guerra de consequências imprevisíveis ditada por interesses alheios? Que democracia é esta que permite a dirigentes políticos transitórios arrastar um povo inteiro para um sorvedouro que compromete a vida de gerações?
É falso dizer que na Ucrânia se defende a democracia e a liberdade da Europa. Ao contrário: a liberdade dos povos europeus está em risco quando os seus dirigentes apresentam a Ucrânia como um modelo de regime a defender e a apoiar.
A Ucrânia, dominada por um regime de extrema direita, é o palco de uma guerra promovida e gerida pelos EUA e a UE, paga com o sacrifício dos ucranianos e dos povos europeus.
Pela derrota da Nato!
. As classes trabalhadoras pagam os maiores custos políticos e materiais do rumo seguido pelo país.
Não são apenas a carestia e os baixos salários que exigem resposta de massas — são também as opções políticas de direita dos governantes ao seguirem a reboque dos EUA, da UE e da Nato. Os milhares de milhões de euros gastos de despesa militar será mais uns milhares de milhões a menos no lado dos trabalhadores e nos milhões de pobres existentes.
Cada equipamento enviado para a guerra apenas aumentará os riscos de alastramento do conflito.
A
submissão aos interesses dos EUA e da UE divide e enfraquece os povos
da Europa. Mas também faz deles a única fonte possível de resistência à
política de guerra. Será essa a base segura para levantar um movimento
de contestação do imperialismo, e da Nato como seu braço armado.
FALTA PRÓ PÃO, SOBRA PRÁ NATO!
17 Junho 2023
A Chispa - achispavermelha.blogspot.com
Colectivo Mumia Abu-Jamal - colectivomumiaabujamal@gmail.com
Mudar de Vida - www.jornalmudardevida.net
PORTUGAL FORA DA NATO !
NATO FORA DE PORTUGAL !
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