1 CONTRATAÇÃO DE ADVOGADOS CRIMINALISTAS.
No início de agosto, após a onda de detenções e as fianças desproporcionais pedidas pela "justiça", reunimo-nos com o nosso advogado trabalhista Luis Ocaña. Nessa reunião, por conselho de Ocaña, decidimos que seria necessário contratar vários advogados criminalistas com experiência suficiente. Em setembro, reunimo-nos com vários advogados e, finalmente, Ester Coto, Felipe Meléndez e Erlanz Ibarrondo foram os advogados contratados. Os 3, desde o primeiro instante, mostraram muito interesse em assumir os casos e temos conhecimento de que estão a fazer um bom trabalho. Os processos judiciais encontram-se agora no período de instrução.
2 ARGUIDOS ATÉ À DATA DE HOJE.
As detenções durante a greve do metal de Cádiz e, sobretudo, uma vez terminada esta, somam 25. Dos 25 companheiros detidos, um era menor, pelo que passou para a Procuradoria de menores e outro, segundo nos conta o próprio afectado, foi absolvido. Actualmente, 24 companheiros continuam com os seus processos judiciais. Destes 24, 16 solicitaram a colaboração dos advogados contratados para a causa e que serão pagos pela Caixa de Resistência. Trata-se de 2 procedimentos da mesma greve. O que afeta a maioria dos companheiros segue no tribunal de instrução criminal número 4 de Cádiz e o outro, no tribunal de instrução criminal de Puerto Real.
3 TRATA-SE DE TRABALHADORES, NÃO DE FILIADOS.
É importante recordar que as primeiras detenções foram realizadas durante o decurso da greve e não foram pedidas fianças. Uma vez finalizada a greve, mais companheiros foram detidos e por quase todas estas detenções, foram pedidas fianças. De realçar que a maioria das detenções foi realizada pelos acontecimentos ocorridos no primeiro dia da greve. Greve convocada pelos sindicatos UGT e CCOO. Desconhecemos a filiação de todos os detidos, É-NOS INDIFERENTE, a Caixa de Resistência foi criada para defender os companheiros que participaram na greve, as siglas aqui, haja-as ou não, carecem de importância.
4 O POVO ORGANIZADO SALVOU O POVO.
As detenções posteriores à greve, como dizíamos no parágrafo anterior, em quase todas, foi pedida fiança: A Juíza do tribunal de instrução criminal número 4, no dia 7 de Julho, pediu 40.000€ por um companheiro: foi pago no mesmo dia, ficando a caixa de resistência em -17.000€. No dia seguinte, quarta-feira 8 de julho, foi pedido (sempre pelo mesmo tribunal de instrução criminal): 45.000€ por 3 companheiros. Se não fosse pago antes da sexta-feira às 14:00 horas, entrariam na prisão. Na sexta-feira, muito antes da hora indicada, foram pagos os 45.000€. Posteriormente, foram pagos mais 15.000€ por outro companheiro detido e há umas semanas, 4.000€.
Em Cádiz, naqueles dias, foram quebrados 2 estereótipos: "as pessoas não são solidárias e as pessoas só pensam em dinheiro". As pessoas de Cádiz e de todo o Estado, a CLASSE TRABALHADORA, demonstraram, fora de demagogia e populismo, que o povo salva o povo porque, de outra forma, os companheiros teriam ido para a prisão. Nenhuma instituição saiu em defesa dos trabalhadores. Nem, claro, os sindicatos convocantes nem o resto dos sindicatos "oficialistas". Claramente, o povo salvou o povo porque o povo, aqui em Cádiz e também noutros lugares, começa a defender-se através da organização de Classe.
5 ATAQUE À CLASSE TRABALHADORA EM VEZ DE FAZER JUSTIÇA.
A perceção de injustiça e de desproporção das fianças exigidas não é a maneira de ver as coisas de pessoas que não temos experiência nestes aspetos. Consultámos juízes e ex-juízes, advogados, solicitadores e pessoal relacionado com o campo da justiça e todos coincidem na DESPROPORÇÃO E EXAGERAÇÃO das fianças. Estamos a falar, claramente, de um ataque judicial à classe trabalhadora no qual se faltou à presunção de inocência, já que pedir mais de 3.000€ de fiança para uns trabalhadores é enviá-los directamente para a cadeia. Não havia possibilidade de destruição de provas, nem de fugas. Havia apenas a necessidade de "dar uma lição à classe trabalhadora de todo o Estado para que o que aconteceu em Cádiz não se repita". A "justiça" não hesitou em ser injusta mesmo sabendo-o.
6 OS VALORES COM OS QUAIS LIDAMOS E A CORRELAÇÃO DE FORÇAS
O fundo de resistência é gerido pelos sindicatos CGT e CTM:
Até à data, foram pagos 104.000€ em fianças. Os custos judiciais podem chegar a cerca de 40.000€. Até agora, foram pagos, entre os honorários dos advogados actuais e dos que actuaram de ofício, 30.899€. A isto teríamos de somar as possíveis multas e sanções. Em relação ao nosso sindicato, estaremos com os detidos SEMPRE, como fizemos em 2021. A CTM não vai olhar para trás, mas queremos que fique registado que somos um sindicato provincial com pouco mais de 200 afiliados, com uma equipa de organização reprimida para trabalhar nas grandes fábricas metalúrgicas da Baía. Dois dos nossos companheiros estão em Newcastle e outros fora da província de Cádiz. Nenhum de nós tem trabalhos estáveis ou "confortáveis" para poder exercer o sindicalismo. Os companheiros acusados são trabalhadores, aqui não há siglas, e temos de, entre todos os colectivos e a classe trabalhadora, unir-nos para que eles saiam desta. Evidentemente, a questão económica é muito importante, mas não menos importante é a pressão social que devemos exercer para reivindicar a liberdade dos 24 companheiros. Os valores com os quais estamos a lidar para que os trabalhadores não sejam tratados como delinquentes e, sobretudo, para que não entrem na prisão, são consideráveis, o que nos obriga a reforçar o nosso exército. Iremos informando sobre os actos que serão organizados para a causa. Precisamos que, entre todos e todas, dando o máximo valor ao trabalho em comum, enfrentemos este mais do que descarado ataque à classe operária.
A ORGANIZAÇÃO DE CLASSE=REVOLUÇÃO
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