O que é apresentado como o "plano de cessar-fogo de Trump" não é umasolução nem uma iniciativa de paz. É um projecto imperial destinado a liquidar a causa palestina e legitimar o assassinato em massa do nosso povo em Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém. As tentativas de retratar este plano como um "acordo" não são nada mais do que uma declaração de extermínio organizado com o objectivo de subjulgar o nosso povo e consolidar a ocupação sob um disfarce diplomático e económico.
O povo palestino, que resistiu por décadas a políticas de despejo, limpeza étnica e deslocamento forçado, não aceitará ser excluído de qualquer solução relativa ao seu próprio destino, nem permitirá que o seu sofrimento seja transformado em negócios entre criminosos de guerra como Trump e Netanyahu e seus apoiadores reacionários.
A análise marxista-leninista confirma que o imperialismo não é uma fonte de paz, mas sim de pilhagem, guerras e extermínio. A situação actual na Palestina personifica esta verdade: a ocupação expansionista, apoiada pelos Estados Unidos e Europa, as alianças com regimes árabes reacionários que se submetem abertamente a interesses imperialistas e sionistas – tudo isto visa aniquilar a identidade palestina e legitimar a usurpação de terras e pessoas.
Neste contexto, o Partido Comunista da Palestina declara:
- Não há paz com a ocupação: Não podemos aceitar qualquer plano que ignore o direito histórico do povo palestino de estabelecer seu Estado livre e plenamente soberano em todo o território nacional – um Estado democrático e secular para todos os seus habitantes, com Jerusalém como capital.
- Direito à resistência: A resistência à ocupação é necessária e legítima em todas as suas formas contra a máquina repressiva. As tentativas de criminalizar a resistência não alteram a realidade da injustiça.
- Rejeição do deslocamento e do extermínio: Rejeitamos quaisquer planos para deslocar palestinos ou para institucionalizar um projecto de aniquilação. Exigimos garantias para o retorno das pessoas deslocadas, de acordo com a lei e as resoluções internacionais.
- Libertação dos prisioneiros: Libertação imediata de todos os prisioneiros palestinos detidos nas prisões da ocupação.
- Responsabilização dos culpados: Exigimos que os líderes da entidade sionista e aqueles que os apoiam sejam responsabilizados internacionalmente por crimes de guerra, extermínio e destruição.
- Escalada do boicote: Apelamos às forças progressistas, partidos operários e organizações populares em todo o mundo para intensificarem as campanhas de boicote e isolarem política e economicamente a entidade sionista e seus aliados.
- Formação de uma ampla frente nacional e reestruturação da OLP: Apelamos veementemente pela formação de uma ampla frente nacional, incluindo todas as forças nacionais, progressistas e independentes palestinas, uma frente que lidere a resistência popular e nacional, ponha fim à odiosa divisão e trabalhe para reestruturar a Organização para a Libertação da Palestina numa instituição nacional genuinamente representativa, com base nacional e revolucionária. Esta organização deve comprometer-se a prosseguir uma linha única de luta contra a ocupação e pela restauração dos direitos inalienáveis do povo palestino. Propomos convocar imediatamente uma conferência nacional abrangente com a participação de representantes de forças políticas, forças populares, comitês de resistência popular, sindicatos e organizações da sociedade civil para elaborar um programa unificador claro de confrontação e política nacional.
Ó, filhos do nosso povo,
O objectivo destes "planos" é silenciar a voz da Palestina e apagar a nossa causa nacional e social da face da terra. Reiteramos: a Palestina não está à venda nem é negociável, e o sangue dos nossos mártires não será trocado por planos destinados a apagar a nossa identidade.
Falamos a uma só voz: continuaremos a luta até a libertação e a criação de um Estado democrático e secular — um Estado de justiça social e igualdade para todos os cidadãos, sem ocupação e exploração.
Glória aos mártires — Liberdade aos prisioneiros — Vitória à resistência — Viva a Palestina livre e orgulhosa
Partido Comunista da Palestina
04\10\2025
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