quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

A Corrupção é um fenómeno intrínseco do capitalismo.

 O Chega fascista levanta a bandeira da “limpeza” de Portugal da corrupção quando é ele próprio o mais repugnante e abjeto lobista dos interesses de grupos capitalistas ligados ao anterior regime fascista que, entre outros, o financiam. Trata-se dos grupos Champalimaud e Mello1.


 

 

 Sobre a Corrupção

Há algo a dizer sobre a corrupção. Primeiro: já Lenine em O Imperialismo fase superior do capitalismo falava das “portas giratórias” entre os cargos governamentais e políticos e os conselhos de administração dos monopólios como traços próprios do capitalismo na sua fase derradeira. Acresce que este fenómeno que mostra a podridão do capitalismo atinge todas as esferas de poder, desde a junta de freguesia ao governo, do parlamento às Entidades Reguladoras disto e daquilo, às comissões especiais para um ou outro fim, às administrações de instituições nomeadas pelo governo, etc., etc, etc. Com isto não se põe em causa a probidade de alguns indivíduos que estão nesse sistema e não são corruptos. Denunciamos apenas o fenómeno em geral e os seus mecanismos. É  um fenómeno político e económico objetivo. A parte moral da questão coloca-se pelo facto de o sistema capitalista assentar na exploração de seres humanos por outros, portanto todo ele ser imoral,  imoralidade ainda mais visível no capitalismo apodrecido. Em resumo, a corrupção não se limita aos casos recentes tornados públicos, mas faz parte integrante do sistema capitalista em geral em todo o mundo.

 Segundo: o poder económico necessita dos seus funcionários políticos para acautelarem os seus interesses na esfera política seja de forma “legal” seja de forma “ilegal”. Muitos atores do processo político são lobistas – ministros, secretários de Estado, membros de gabinetes, vereadores, presidentes de câmara. etc.. E o lóbi é tão necessário ao capital que o PS propõe novas leis para legalizar  essa prática.

Terceiro: é necessário que estes funcionários do capital sejam pagos pelos seus serviços ou compensados de alguma forma, na medida em que muitos dos que entram para a “carreira política” o fazem com o objetivo de melhorar as suas condições de vida a todo o preço. É assim que o capitalismo e as suas instâncias políticas funcionam. Deve-se acrescentar que o capital tolera e apoia e estimula a “pequena” corrupção dos seus funcionários para que ele possa roubar o povo em larga escala. Há que pagar aos  servidores.

 Quarto: Por mais que as leis que possam pôr “ordem na casa”, é um fenómeno intrínseco do capitalismo. Não que se discorde de medidas jurídicas para mitigar a corrupção ou  do trabalho das instâncias judiciais para as punir, mas elas não serão capazes de a erradicar.  

Há  crimes de corrupção que aparecem em público na medida em que esteja em causa algum interesse político ou económico de grupos capitalistas e políticos concorrentes. 

A justiça apresenta publicamente o seu trabalho por ter  aparentemente cumprido o seu dever e com isto se atira areia para os olhos do povo. O Chega fascista levanta a bandeira da “limpeza” de Portugal da corrupção quando é ele próprio o mais repugnante e abjeto lobista dos interesses de grupos capitalistas ligados ao anterior regime fascista que, entre outros, o financiam. Trata-se dos grupos Champalimaud e Mello1.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Por favor nâo use mensagens ofensivas.