UMA GUERRA QUE NÃO QUEREMOS!
UMA CARESTIA QUE NOS É IMPOSTA!
Não há mistério: é a penúria de quem trabalha que enche os bolsos do Pingo Doce, do Continente, da Galp ou da Banca. O custo de vida não aumenta igualmente para todos: a inflação dos produtos alimentares é o triplo da inflação geral. São os pobres e os assalariados que mais pagam para sobreviverem.
O Governo, em acordo com patrões e proprietários, recusa-se a tabelar preços, a travar a especulação, a impor limites às rendas de casa para que sejam os trabalhadores a pagar os custos da crise económica. Bloquear a subida dos salários é a única missão em que o Governo se sente forte.
A dívida do capital privado foi transformada em dívida nacional para serem os trabalhadores a pagá-la: com os salários que não sobem e com os impostos que não descem. O excedente orçamental arrecadado graças aos impostos vai para os bolsos dos credores estrangeiros, quando faz falta nos hospitais, nas maternidades, nas escolas, na habitação, nos salários, nas pensões.
Os mesmos que nos exigem há anos que paguemos a dívida até ao último cêntimo, exigem-nos agora que paguemos também os custos da guerra.
A Nato, os EUA, a UE tornaram a guerra inevitável e querem torná-la interminável. Pagam-na à custa dos nossos rendimentos, do nosso sossego, do nosso bem-estar.
O aumento das despesas militares prometido pelo Governo, a reboque da Nato, significará um gasto de milhares de milhões de euros a mais por ano para alimentar uma guerra que não queremos. O que é concedido para a Nato falta para o pão dos portugueses.
Não basta confrontar o Governo com a carestia, os baixos salários, o estado da Saúde e da Escola Pública, ou os escândalos na TAP. Importa também dizer que o povo português não quer ser arrastado para a guerra.
Não podemos ficar calados. O silêncio sai caro: inflação, despesas militares inúteis, degradação do magro Estado Social, incentivo às vozes belicistas e da extrema-direita, estímulo dos ódios nacionalistas.
Quando o Governo e os patrões falam em “contas certas”, defender as “regras do mercado”, ou respeitar “compromissos internacionais” estão a dizer austeridade para quem trabalha. Estão a desviar dinheiro dos trabalhadores para saldar a dívida privada, proteger os lucros do capital e alimentar a guerra.
Nada disto é aceitável, nada disto pode passar sem forte protesto.
A procissão da crise ainda vai no adro. Os ventos de afundamento da economia mundial voltam a soprar: subida dos juros, aumento do desemprego, falências, recessão mais que certa, riscos acrescidos de guerra.
Serão os países mais débeis, como o nosso, a sofrer as piores consequências económicas e sociais.
Os anúncios optimistas do Governo, do presidente da República, do patronato só servem para manter a população iludida e quieta.
O futuro nada oferece de bom às próximas gerações se não forem os trabalhadores a mudar o rumo político do país. Precisamos de um movimento popular aguerrido — pelo bem-estar das classes trabalhadoras, pela justiça social, contra a guerra, contra a Nato.
CONTRA A CARESTIA E A ESPECULAÇÃO — indexação dos salários abaixamento dos preços dos bens essenciais e das rendas de casa!
CONTRA A AUSTERIDADE — os ricos que paguem a dívida!
FIM À GUERRA, FORA A NATO — não ao aumento das despesas militares, nem mais um tostão para a NATO!
18 Março 2023
A Chispa - achispavermelha.blogspot.com
Colectivo Mumia Abu-Jamal - colectivomumiaabujamal@gmail.com
Mudar de Vida - www.jornalmudardevida.net
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