sábado, 30 de abril de 2022

O verdadeiro propósito dos EUA

O verdadeiro propósito dos EUA

Joe Biden e Lloyd Austin. Continuar a guerra para enfraquecer a Rússia 

Editor / Global Times — 29 Abril 2022

Numa reunião realizada na Alemanha em 26 de abril, na base militar norte-americana de Ramstein, o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, afirmou sem pudor o que já era fácil de ver: o propósito dos EUA na guerra é enfraquecer a Rússia. Ganha assim todo o sentido, agora pela voz dos próprios, a aposta norte-americana de prolongar as hostilidades o mais possível, tentando convencer o mundo de que a Ucrânia vai vencer. Prolongar as hostilidades significa não apenas fornecer armas e conselheiros a Zelensky, mas também alimentar a ilusão de que os russos podem ser vencidos, e ainda bloquear todas as tentativas de negociação ou de mediação conduzidas por países terceiros, caso dos europeus ou da Turquia.

No encontro de Ramstein participaram uns 40 “aliados” (entre eles Portugal) no âmbito do recém-criado Grupo Consultivo sobre a Segurança da Ucrânia, que se propõe fazer um balanço mensal sobre “as necessidades de defesa da Ucrânia”. O objectivo é só um: fornecer armas e mais armas às forças ucranianas, mês após mês, levando-as a combater até à exaustão. Como afirma o dito tornado comum, os EUA estão dispostos a combater os russos até ao último ucraniano. Ou, como disse o ministro turco dos Negócios Estrangeiros (membro da Nato): “Eles não se importam muito com a situação na Ucrânia”.

A confissão do dirigente norte-americano é duplamente reveladora. Ela não fala apenas sobre o comportamento dos EUA depois da guerra desencadeada. Fala também sobre a atitude que os EUA tomaram desde muito antes da invasão russa e que conduziu às hostilidades. Desde há catorze anos, quando o propósito de integrar a Ucrânia na Nato foi anunciada em Bucareste, os EUA promoveram todo o tipo de provocações no sentido de encurralar a Rússia, não lhe deixando outra opção — como bem disse um diplomata iraniano, ex-embaixador em Moscovo, em entrevista à PressTV — senão a escolha entre uma coisa má (a invasão) e uma coisa pior (a presença da Nato na sua fronteira, nas costas norte do Mar Negro e no Mar de Azov). 

Como afirma o texto do Global Times que divulgamos, Washington finalmente deixou de fingir.

 

WASHINGTON REVELA A SUA VERDADEIRA INTENÇÃO. ESCALADA DE TENSÃO COLOCA A EUROPA E O MUNDO EM RISCO

Global Times, 26 de abril

Os EUA querem “ver a Rússia enfraquecida”, disse o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, em entrevista colectiva na Polónia na segunda-feira [25 de abril], após a viagem dele e do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a Kiev.

Washington finalmente parou de fingir e revelou o seu verdadeiro propósito. A principal intenção de Washington ao provocar o conflito Rússia-Ucrânia foi enfraquecer a Rússia, facto que tem sido amplamente reconhecido pela comunidade internacional. Moscovo está farta das investidas de Washington. Falando na segunda-feira numa reunião com altos funcionários do gabinete do Procurador-Geral, o presidente russo, Vladimir Putin, acusou os EUA e seus aliados de tentarem “dividir a sociedade russa e destruir a Rússia por dentro”.

Um artigo do The New York Times considera que a essência do conflito Rússia-Ucrânia mudou, transformando-se “de uma batalha pelo controle da Ucrânia para uma batalha que coloca Washington mais directamente contra Moscovo”.

A retórica de “ver a Rússia enfraquecida” do chefe do Pentágono claramente implica que os EUA estão a tentar esgotar as forças militares da Rússia. “Washington planeia fornecer mais armas ofensivas à Ucrânia para equipar a capacidade militar ofensiva dos ucranianos contra a Rússia”, disse Lü Xiang, investigador da Academia Chinesa de Ciências Sociais, ao Global Times.

Os EUA não querem dar espaço à negociação. A porta para a negociação, de facto, foi fechada. Embora Lavrov [ministro russo dos Negócios Estrangeiros] tenha apontado que as negociações de paz com a Ucrânia continuariam, os contactos tornaram-se uma conversa de surdos, sem qualquer significado prático.

As provocações cegas dos EUA contra a Rússia nada podem fazer a não ser atirar combustível para o fogo, empurrando a situação de escalada entre a Rússia e a Ucrânia ainda mais para o campo da incerteza. Como resposta, o ministro Sergey Lavrov alertou na segunda-feira [25 de abril] o Ocidente para não subestimar os riscos elevados de um conflito nuclear e enviou um alerta de que havia um perigo “real” de Terceira Guerra Mundial. Disse também que a Nato estava “em essência” envolvida numa guerra por procuração com Moscovo ao fornecer armas a Kiev.

Essas afirmações indicam que a Rússia está a fazer os seus preparativos. Se a Nato liderada pelos EUA fornecer à Ucrânia um fluxo constante de armas ofensivas e até destrutivas, e continuar as suas provocações verbais contra a Rússia, isso irá exasperar Moscovo, levando-a a procurar maneiras de aumentar a resposta para lidar com a crise na Ucrânia. Isto provocaria riscos de o conflito transbordar. As práticas dos EUA em relação à Rússia agravam o risco de transformar a Europa num campo de batalha, o que representará um enorme desastre para os países europeus e para o mundo.

O principal objectivo da viagem de Blinken e Austin é prolongar o conflito militar entre a Rússia e a Ucrânia. Washington está a tentar enfraquecer a Rússia à custa da Ucrânia, o que é claramente o que os ucranianos estão relutantes em ver. Aos olhos dos EUA, a Ucrânia é apenas um peão. O derramamento de sangue dos ucranianos é apenas um instrumento para servir a intenção de Washington de pressionar a Rússia. Tal como o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlüt Çavuşoğlu, disse em 20 de abril: “De entre os estados membros da Nato há os que querem que a guerra continue, que deixam que a guerra continue para que a Rússia fique mais fraca. Eles não se importam muito com a situação na Ucrânia”.

(Tradução: Mudar de Vida)

Via "jornalmudardevida.net"

Sem comentários:

Enviar um comentário

Por favor nâo use mensagens ofensivas.