domingo, 16 de janeiro de 2022

Doze Teses para a Bolchevização do Partido

 


 Doze Teses para a Bolchevização do Partido
 
3 de Fevereiro de 1925 - J. V. Stálin
 
Para se atingir a bolchevização é necessário reunir, pelo menos algumas condições básicas, sem as quais, em geral, não é possível a bolchevização dos Partidos Comunistas.
 
É necessário que o Partido não se considere um apêndice do mecanismo eleitoral parlamentar, como em essência a social democracia se considera, nem como um anexo gratuito dos sindicatos, como pretendem às vezes alguns elementos anarco-sindicalistas — mas como a forma mais elevada de união de classe do proletariado, chamada a dirigir todas as demais formas de organização proletárias, desde os sindicatos à fração parlamentar.
 
É necessário que o Partido, sobretudo os seus elementos dirigentes, dominem inteiramente a teoria revolucionária do marxismo ligando-a indissoluvelmente à prática revolucionária.
 
É necessário que o Partido lance palavras de ordem e directivas não na base de fórmulas decoradas e de paralelos históricos, mas como resultado de uma cuidadosa análise das condições concretas do movimento revolucionário, internas e externas, levando em conta obrigatoriamente, a experiência das revoluções de todos os países.
 
É necessário que o Partido comprove o acerto dessas palavras de ordem e directivas no fogo da luta revolucionária das massa.
 
É necessário que todo o trabalho do Partido, particularmente se ainda não foram superadas as tradições social democráticas, seja estruturado de um modo novo, revolucionário, visando-se a que cada passo e cada uma das manifestações do Partido conduzam naturalmente à revolucionar as massas, à preparar e educar as amplas massas da classe operária no espírito da revolução.
 
É necessário que o Partido, em seu trabalho, saiba combinar a mais alta fidelidade aos princípios (não confundi-la com o sectarismo!), com o máximo de ligações e contacto com as massas (não confundi-los com o seguidismo!), sem o que é impossível ao Partido não só ensinar as massas mas também aprender com elas, não só dirigir as massas e elevá-las ao nível do Partido, mas também ouvir a voz das massas e perceber as suas necessidades mais prementes.
 
É necessário que o Partido, em seu trabalho, saiba combinar um espírito revolucionário irredutível (não confundi-lo com o aventurismo revolucionário!) com o máximo de flexibilidade e capacidade de manobra (não confundi-lo com o espírito de acomodação!), sem o que, é impossível ao Partido dominar todas as formas de luta e de organização, ligar os interesses diários do proletariado aos interesses vitais da revolução proletária e combinar em seu trabalho a luta legal com luta ilegal.
 
É necessário que o Partido não oculte os seus erros, que não tema a critica, que saiba desenvolver e educar os seus quadros na base de seus próprios erros.
 
É necessário que o Partido saiba selecionar para constituir o grupo dirigente básico os melhores elementos entre os combatentes de vanguarda, suficientemente dedicados para serem autênticos porta-vozes das aspirações do proletariado revolucionário e suficientemente experimentados para se tornarem os verdadeiros chefes da revolução proletária, capazes de aplicar a tática e a estratégia do leninismo.
 
É necessário que o Partido melhore sistematicamente a composição sócial de seus organismos, depurando-os dos elementos em decomposição, oportunistas, a fim de conseguir o máximo de unidade monolítica.
 
É necessário que o Partido elabore uma férrea disciplina proletária baseada na coesão ideológica, na clareza dos objetivos do movimento, na unidade de ação prática e na atitude consciente em relação às tarefas do Partido por parte das amplas massas do Partido.

 
É necessário que o Partido controle sistematicamente o cumprimento de suas próprias resoluções e diretivas, sem o que estas correm o risco de se  transformarem em promessas vãs, que só servirão para minar a confiança que as amplas massas proletárias nelas depositaram.

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