domingo, 21 de novembro de 2021

A greve dos operários metalúrgicos em Cádiz.


A luta hoje não é mais só por salários

 PCOE-

Na fase actual do capitalismo, não há mais espaço para melhorias nas condições de trabalho e de vida do proletariado. A burguesia se intensifica cada vez mais em suas políticas contra a classe trabalhadora, pois é seu único meio de subsistência diante de uma taxa de lucro decrescente inerente ao sistema capitalista.

A greve dos metalúrgicos em Cádiz é mais um exemplo da validade do marxismo-leninismo e desta Lei da tendência decrescente da taxa de lucro do capitalismo. Por um lado, o capitalista propõe congelar os salários ou mesmo reduzi-los, enquanto os sindicatos vendidos e amrelos da CCOO e UGT propõem aumentos ridículos tendo em conta a subida dos preços.

O Partido Comunista Operário Espanhol mostra todo o seu incentivo e apoio aos trabalhadores em greve do sector metalúrgico em Cádiz. Os metalúrgicos, com longa tradição na luta pela defesa de suas condições de trabalho, fizeram greve sem hesitar para, mais uma vez, manter seus direitos.

Porém, com o CCOO e a UGT, essa greve vira uma pantomima, pois sem dúvida essas centrais sindicais vendidas aos patrões vão acabar assinando, como fizeram no passado, reveses para a classe trabalhadora sob o pretexto de terem conquistado alguma melhoria do que foi inicialmente oferecido pelo patronato.

A alta de preços por conta da inflação já atingiu 5,4% em outubro, o que representou alta de 1,4 ponto em relação ao mês anterior. É a taxa mais alta desde setembro de 1992. A última oferta do patronato, segundo o CCOO, é aumentar os salários em 1,6% neste ano e 2,1% em 2022 e 2023. Mas os sindicatos que venderam CCOO e UGT nem cogitam vincular os reajuste salarial ao IPC acrescentando-se um percentual do acréscimo real

Na verdade, CCOO e UGT já assinaram o novo acordo Córdoba Metal em setembro passado com um aumento salarial de 1% neste ano e 2% em 2022, o que representa uma perda de poder de compra tendo em conta a alta dos preços correntes. E, mais recentemente, o pré-acordo na Convenção da Carne que também consuma, se finalmente firmado, um grande prejuízo econômico para os trabalhadores do sector, com elevações bem abaixo do aumento do IPC.

CCOO e UGT, especialistas em trair a classe trabalhadora, assinando como vemos reduções nas condições de trabalho, agirão da mesma forma que nestes casos com os metalúrgicos em Cádiz. Os trabalhadores, não só da metalúrgia em Cádiz, mas de todo o Estado espanhol em cada setor devem enfrentar a realidade que hoje se impõe: CCOO e UGT são instrumentos do Estado e, portanto, do patronato, para liquidar as condições de trabalho  da classe trabalhadora.

Só o sindicalismo de classe e combativo permitirá que a classe operária se forme na luta para se libertar do jugo que tem hoje, que vai muito além do próprio salário, mas o agarra com a temporalidade, o desemprego, as demissões coletivas (ERE e ERTE) , o aumento dos preços, a perda de serviços públicos, a queda nas pensões e a impossibilidade de se aposentar no futuro, e assim por diante.

A luta hoje não está ocorrendo apenas no campo econômico, mas principalmente no campo ideológico. Assim, a burguesia impõe primeiro a sua ideologia, fazendo com que o trabalhador se renda à necessidade de baixar o seu salário para se manter no emprego para, após a derrota ideológica, impor economicamente a sua vitória. Os comunistas devem ser os primeiros a travar essa batalha em cada frente de massa, em cada local de trabalho, para fortalecer e elevar ideologicamente nossos camaradas para sustentar uma luta contra o sistema capitalista com garantias de sucesso.

E no campo sindical, somente o sindicalismo de classe e combativo, aderindo aos princípios da Federação Mundial de Sindicatos, garante poder fazer aquele trabalho que permite aos camaradas elevar ideologicamente os companheiros de cada empresa para enfrentar lutas além do econômico e imediato, e fazer compreender que a luta é para derrubar o sistema capitalista podre, corrupto e em esgotamento, e construir o socialismo e o comunismo, a sociedade sem classes como a aspiração máxima do proletariado.

 

Socialismo ou barbárie!

Comissão do Movimento Operário e de Massa do Comitê Central do PCOE

 


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