terça-feira, 17 de outubro de 2023

TODO O APOIO À PALESTINA ! A PALESTINA VENCERÁ !

O que significa descolonizar? A luta por libertação da Palestina nos 75 anos da Nakba

 "O ano de 1948 é marcado na memória palestina como Nakba, palavra árabe que significa catástrofe. Na ocasião da declaração de existência do Estado de Israel, 750 mil palestinos foram expulsos de suas terras e mais de 500 vilarejos foram destruídos. Porém, a catástrofe palestina não começou, tampouco terminou, em 1948. Antes mesmo da declaração e constituição de Israel, planos militares de limpeza étnica desenrolaram-se pelos vilarejos palestinos tendo como objetivo a expulsão em massa da população nativa palestina."

 



 

TODO O APOIO À PALESTINA ! A PALESTINA VENCERÁ !

Também na guerra da Palestina se mascara a verdade. A ocupação militar israelita é como se não existisse e apenas contasse o ataque do Hamas de 7 de outubro. As vítimas palestinas passam à condição de vilãos e os criminosos israelitas, impunes vai para 80 anos, são acolhidos como vítimas.

O genocídio está à vista de todos e em directo. O número de vítimas causadas pelo Hamas em Israel não se compara com a população que o exército israelita massacra em Gaza. Bairros inteiros são deitados a baixo soterrando centenas de pessoas de uma assentada. Os rockets lançados sobre Israel não se equiparam ao cerco imposto a Gaza, destinado a matar o maior número de civis palestinos.

Há que ver além do terror. EUA e UE classificam o Hamas como “organização terrorista” para o desvalorizar como partido político e afastá-lo de qualquer papel na solução do conflito Israel-Palestina. Com isso querem condenar toda a resistência palestina.

O ataque do Hamas levou o terror ao território israelita, mas isso não retira sentido político à acção. Quem são os israelitas e os seus amigos ocidentais para criticarem os métodos de combate seja de quem for? Onde está a sua autoridade moral à vista duma ocupação pejada de massacres? Ou à vista dos morticínios cometidos no Afeganistão, no Iraque, na Líbia ou na Síria?

O Ocidente vê sempre o terror com um olho vesgo. Explora o terror infligido pela operação do Hamas para esconder o efeito das bombas israelitas lançadas ao longo de quase 80 anos, e sobretudo para mascarar a natureza de guerra popular da resistência palestina que o Hamas, tal como outras forças, encarna.

Os efeitos políticos da operação do Hamas estão à vista. Netanyahu teve de recorrer a um governo de entendimento com a oposição, formado de urgência. A contestação dos últimos meses ao governo de Netanyahu, dada como uma prova de vitalidade da “democracia” israelita, esfumou-se — mostrando uma democracia para consumo interno de que os direitos dos palestinos estão excluídos.


A insegurança espalhou-se. Os colonos instalados em terras palestinas experimentaram o que é ser alvo de ataques armados. A maioria da população, que apoia o regime de apartheid, o racismo e os governos de extrema-direita, não pode invocar inocência política diante dos acontecimentos.

A questão palestina, que estava ignorada, saltou para o primeiro plano das preocupações mundiais. Mais efeitos políticos não poderia haver. Quem hoje conduz Israel são os herdeiros mais directos do ideário nazi, apenas recoberto com tintas confessionais — na linguagem brutal, na classificação dos inimigos como animais a esmagar, na noção de superioridade racial, no propósito de limpeza étnica da Palestina, na conquista de “espaço vital” à custa das populações autóctones, na consideração dos judeus como “povo eleito” a quem tudo é devido. 

É a este tipo de gente que os EUA e a UE — e com eles o governo e o Estado português — estão a dar apoio político incondicional, a financiar e a municiar abundantemente. Ao mesmo tempo que ameaçam cortar os apoios aos palestinos, atingindo-os na suas necessidades de sobrevivência, a pretexto de não reforçar indirectamente o Hamas.


Os mais puros democratas ocidentais toleram o massacre anunciado à boca cheia por Israel. Invocam o “direito de resposta” e de “legítima defesa” de Israel como se a história tivesse começado a 7 de outubro, quando é aos palestinos que tem de ser reconhecido o direito de resistir e de reivindicar a sua liberdade. Aceitam a liquidação dos civis de Gaza dizendo que “é difícil estabelecer critérios de proporcionalidade” na resposta que Israel prepara. É tudo o que os criminosos querem ouvir para levar a cabo a carnificina com as mãos livres.


Esta não é uma guerra entre Israel e o Hamas. O que está em causa é o direito dos palestinos, todos eles, a verem-se livres da ocupação israelita e disporem da sua independência.O Ocidente não quer resolver o problema, quer apenas que a punição exemplar da população de Gaza seja uma lição para todos os palestinos, fazendo-os baixar a cabeça por mais uns anos.


Enganam-se, porque nada será como dantes. Nem entre os palestinos, que perceberão, melhor ainda, que o Ocidente nada faz por eles; nem entre
os israelitas, que não mais terão sossego. Deste novo conflito sairá reforçada a certeza de que a Palestina vencerá.
 

18 Outubro 2023


A Chispa - achispavermelha.blogspot.com
Colectivo Mumia Abu-Jamal -
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Mudar de Vida -
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