RESOLUÇÃO DO COMITÉ EXECUTIVO DO
PCPE – PARTIDO COMUNISTA DE LOS PUEBLOS DE ESPAÑA
As organizações
oportunistas – com as suas propostas de conciliação de classes- colaboram com a
oligarquia, numa guerra geral contra a classe operária.
1.-
O PCPE exorta a classe operária a romper, as “correntes” da opressão.
O Comité Executivo do Partido Comunista de los Pueblos de España
exorta os trabalhadores, as trabalhadoras, a juventude trabalhadora e os/as
pensionistas a erguer a sua luta, contra o actual sistema político de
dominação, que só conduz à exploração e à miséria. O PCPE exorta ao
fortalecimento das fileiras do partido da classe operária, para avançar rumo à
construção da sociedade socialista-comunista.
O caminho a seguir pelo
povo trabalhador é o de romper com a opressão e - através da sua luta -,
conquistar a emancipação de toda a sociedade, acabando com o capitalismo. As
suas leis são as “correntes” que nos oprimem, e à classe operária não resta outra
opção de futuro senão quebrar essas “correntes”, para avançar para a sua
libertação.
2.-
O capitalismo espanhol transforma-se em ditadura férrea, como forma de superar
esta crise.
Com o intuito de salvar
o capitalismo, a oligarquia espanhola rouba à classe operária deste país, todo
o rendimento criado pelo seu trabalho. O opaco resgate bancário (de mais de 200
mil milhões de euros), a redução de pensões (de 50 mil milhões de euros), a
redução salarial da função pública, o corte em bolsas, a baixa de salários,
etc. são só uma amostra - parcial - do saque conduzido contra toda a economia do
país, por parte das classes parasitárias. O governo do PSOE antes, como agora o
governo do PP, junto com os governos autonómicos da CiU, PNV, CC, IU, etc.,
aplicam esta mesma política com firmeza ditatorial. Nenhum destes governos
renunciou à estratégia de privatização de todo o sector público, transferindo a
propriedade estatal para propriedade privada capitalista. É demonstrada na
prática, uma vez mais, a afirmação de Karl Marx: “O governo é o conselho de
administração que rege os interesses colectivos da classe burguesa.”
A classe operária e os
sectores populares estão sendo submetidos a um brutal aumento da exploração,
por parte da oligarquia espanhola, que encontra na redução do preço da força de
trabalho, o único elemento flexível do seu sistema económico. Esta oligarquia
apoia-se nas estruturas imperialistas da UE para reforçar a sua posição de classe
dominante. Endesa, Panrico, La Caixa, Mercadona, Pescanova, BBVA, Repsol, Banco
Santander, Acciona, Telefónica, FCC, etc., são alguns dos grandes grupos
monopolistas que exercem uma brutal ditadura, utilizando como subterfúgio, uma
cada vez mais reduzida democracia burguesa. O aumento da sobre exploração da
força de trabalho, conduz a classe operária a um empobrecimento crescente e a
umas miseráveis condições de vida, até a extremos de desnutrição infantil, que
afecta uma parte significativa dos filhos e filhas, da classe operária. Hoje, no
nosso país, a maioria social, entrega toda a sua vida -desde o nascimento até à
morte - aos interesses parasitários do capital monopolista.
A última fase expansiva
do capitalismo espanhol facultou ao actual bloco de poder, a estabilidade de
consensos necessários para a manutenção e a legitimidade do sistema de
dominação, mas hoje, a quebra económica do capitalismo, acarreta, em paralelo,
uma profunda crise institucional, que afecta todo el sistema de dominação:
crise do sistema partidário, crise da monarquia, crise da unidade do Estado,
crise do sistema judicial, etc. Nestas condições, uma parte da burguesia catalã
considera que chegou a sua oportunidade para procurar saídas particulares, à
crise geral do capitalismo, desenvolvendo uma estratégia para tratar de
conservar a iniciativa política na Catalunha e procurando configurar novas
relações políticas para manter-se enquanto classe hegemónica, o qual -entre outras-
provoca enormes contradições no bloco oligárquico-burguês que exerce hoje, o seu
domínio no Estado; contradições que, sendo alheias à classe operária, devem ser
aproveitadas por esta, para fazer valer os seus próprios interesses. Distrair a
classe operária da luta de classes, e colocá-la por detrás da sua estratégia, é
um objectivo não dissimulado da burguesia catalã; que, caso prospere, seria um
autêntico balão de oxigénio para consolidar o seu sistema de dominação, e por
sua vez, para o capitalismo espanhol em todo o seu conjunto. O fortalecimento
de todas as estruturas de organização de unidade revolucionária na classe
operária, assumem-se como um objectivo prioritário para os trabalhadores e as
trabalhadoras, tanto da Catalunha, como do resto do Estado.
O recente 30º
aniversário da Constituição, também pôs em evidência a extensão, da crise
institucional. O disciplinado “cerrar de fileiras” que permitiu, durante todos
estes anos, manter o tabu sobre a possibilidade de reformar a constituição
quebrou-se. Hoje, expressam-se de forma distinta, os interesses do bloco
dominante, que são reveladas a partir de exemplos, como o caso do inevitável
questionamento dos consensos acordados no final de ditadura anterior e na
chamada “transição política”. Agora pôr-se-á em marcha uma nova estratégia
“para que mudando algo, tudo permaneça igual”, onde com o pragmatismo, a
burguesia procurará acordos com os sectores oportunistas para reeditar uma nova
versão dos pactos que há trinta anos, lhe permitiram consolidar a sua
dominação, após a morte de Franco. Perante esta situação, a classe operária tem
que responder com o seu próprio programa de classe, fazendo da proposta da
República Socialista de carácter confederal, a consigna de identidade dos seus
interesses, sustentada numa política de alianças expressa por uma Frente
Operária e Popular, pela conquista do poder operário e da sociedade socialista.
O enganador modelo que
permitiu à burguesia espanhola manter um acelerado processo de acumulação de
capital durante treze anos (1994-2007) foi quebrado, e não é um modelo
recuperável, nem facilmente reconvertível. Essa estratégia planificada pelas
classes dominantes – e de percurso reduzido -, foi uma fuga para a frente desde a crise com início nos anos noventa (que
por sua vez advêm da crise nos anos setenta), que no fim de contas, não fez
mais que deixar de novo a burguesia á beira do precipício e, agora, numa
situação de risco de morte, ainda maior.
Hoje as classes exploradoras,
necessitam organizar outra forma de capitalismo para tratar de manter a sua
actual posição hegemónica. Um capitalismo mais ditatorial, e que imporá uma maior
desigualdade social. E nesta nova fase desesperada - se a oligarquia conseguir
consolidá-la - será mais um passo, no caminho sem retorno para a sua destruição
total. A burguesia sabe que isto é assim, e por isso, de forma apressada, trata
de conformar um novo marco jurídico repressivo; tramita-se um novo
endurecimento do Código Penal, coloca-se em causa o direito à greve, elimina-se
a negociação colectiva, aprova-se uma nova Lei de Segurança Cidadã e confere-se
um papel policial à segurança privada; o próximo passo - quando a burguesia sinta
nas suas costas, a respiração da classe operária combatente - será a
militarização em todas as corporações policiais, como desenvolvimento de uma
imparável espiral repressiva a que está obrigada, de modo a tratar de manter o seu
sistema anti-social.
O sistema capitalista
internacional, move-se nas mesmas coordenadas de parasitismo e decomposição. As
potências imperialistas, a NATO e outras alianças imperialistas inter-estatais,
desejam uma guerra geral contra a Humanidade e que se estenda planetariamente. A
pilhagem e o saque, a delapidação dos recursos e meio natural de modo a
incrementar lucros, as guerras imperialistas, o terrorismo de estado que ganha
maior capacidade criminosa, utilizando tecnologias de última geração, a
militarização da economia com um constante incremento de gastos armamentistas,
a vigilância e a espionagem universais, etc., são a autentica faceta da
formação capitalista mundial na sua fase de esgotamento histórico, ou seja o
imperialismo. A burguesia está disposta a cometer os crimes mais terríveis de
modo a conservar a sua hegemonia, como antes o fez, recorrendo ao fascismo e
agora avançando para um estado policial-militar que lhe permita o exercício
mundial da violência extrema para a consecução dos seus fins, submetendo
violentamente a classe operária internacional. Todas as fracções da burguesia
alinham-se com este posicionamento de forma disciplinada. Hoje é mais válida
que nunca, a máxima: “socialismo ou barbárie”.
3.-
A crise é uma crise de sobreprodução, como expressão concreta da crise geral e
estrutural do sistema capitalista de dominação.
Trabalhadores,
trabalhadoras, a burguesia dita todos os dias novas leis para submeter-nos à
escravidão, para arrebatar-nos todos os nossos direitos e para aumentar a
exploração como nunca até hoje, na história. Não estamos regredindo ao século
XIX -como se ouve dizer com frequência-, mas este é o capitalismo que existirá
no séc. XXI, até que a classe operária o derrote, destruindo-o até às suas
fundações.
Para o capitalismo, é
uma crise sem saída. Não é possível recuperar a taxa de lucro, com o modelo
capitalista imposto até à data, e em virtude disto o futuro no capitalismo será,
o de um aumento desmesurado do seu carácter ditatorial e da exploração da classe
operária, empobrecida a extremo.
Estamos assistindo de
forma concreta à crise geral do sistema capitalista que se iniciou nos
princípios do séc. XX. É uma crise de sobreprodução, que o capitalismo procura resolver
- como sempre - com um violento processo de destruição das forças produtivas: com
o desemprego, com a desvalorização de capital, com o encerramento de milhares
de pequenas e médias empresas, através do roubo bancário, etc.
O governo da oligarquia
-quer seja do PP ou PSOE, ou uma aliança com a participação do oportunismo
representado pela Izquierda Unida(IU) e outras forças “de esquerda”- não tem
solução para os número do desemprego que se manterão durante um largo período,
no razão de cinco a seis milhões. Uma de muitas consequências de esta situação
será a perda de 2,6 milhões de habitantes nos próximos dez anos, em todo o
Estado espanhol. Confirma-se deste modo, um panorama de retrocessos progressivos
das condições de vida da maioria operária e popular, caracterizado pelo
empobrecimento, pela expulsão de altíssimos percentuais de mulheres do mercado
laboral, para destiná-las ao cuidado e à reprodução familiar, à
sobreexploração, à perda de futuro para grande parte da juventude e às
constantes agressões ao colectivo de pensionistas, que conduzem a uma
deterioração generalizada das suas condições gerais de vida (sem saúde nem
medicamentos, sem assistência social, abandonados e empobrecidos).
4.-
A luta dos trabalhadores é o caminho.
O altíssimo
desenvolvimento das forças produtivas -que o sistema capitalista não pode
colocar a produzir, porque agravaria ainda mais a sua crise-, entra na
inconciliável contradição das relações de produção (capitalistas) e lança as
bases para a imparável mudança social. Hoje, a classe operária - pondo ao seu
serviço, o altíssimo desenvolvimento científico e tecnológico existente - tem a
possibilidade de produzir aquilo que a Humanidade necessita para satisfazer as
suas necessidades vitais; são as leis do capitalismo e da propriedade privada
dos meios de produção, que impedem o desenvolvimento destas capacidades sociais.
É chegado o momento, de
colocar na agenda da classe operária, a luta pelo socialismo-comunismo como um
objectivo do presente. E a classe operária não se encontra sozinha nesta tarefa
e com outros sectores populares (autónomos, pequenos produtores, campesinato
pobre), objectivamente ir-se-ão decantando por esta orientação revolucionária. Está
assim conformando o bloco social que, liderado pela classe operária, conduzirá
à derrota das classes parasitárias, hoje dominantes.
O capitalismo espanhol
trata de manter nos locais de trabalho, o seu poder absoluto através de um
autêntico estado de terror contra a classe operária, que tem que ser contestado
com a luta operária combatente; porque hoje, renunciar à defesa dos nossos
direitos e abaixar cabeça, significa – mais do que nunca -, facilitar o caminho
ao patronato para aumentar a exploração e retirar todo e qualquer direito aos
trabalhadores e trabalhadoras. Como tal, os colectivos operários mais
combativos, que protagonizaram numerosas greves nestes anos, são um exemplo a
seguir pelo resto dos trabalhadores e trabalhadoras, porque demonstram que a
luta é possível e necessária.
A Greve Geral é, nas
condições actuais, a ferramenta mais poderosa pela defesa dos nossos direitos. Junto
com ela, as lutas parciais, de empresas e de sectores, aportam uma acumulação
de experiência e capacidade de combate, que devemos multiplicar unindo todas as
lutas numa luta geral do proletariado contra a burguesia, pelo poder operário e
pelo socialismo-comunismo. Uma classe operária temperada, na luta consequente
pela defesa dos seus direitos, fará avançar as suas posições, e retirará o
resto da classe de modo a situá-la à altura das necessidades históricas do
momento. Sem medo da repressão, sem temor a despedimentos e a todo o tipo de
represálias empresariais, a classe operária tem que ir ao combate com
determinação de vitória.
Os Comités para a
Unidade Operária (CUO) são a melhor resposta organizativa da classe operária às
necessidades do momento, para avançar na unidade da classe e terminar com o
fraccionamento sindical que debilita as lutas.
5.-
O Partido Comunista é o partido da classe operária. A oligarquia não poderá parar
a firme vontade das trabalhadoras e trabalhadores, de caminhar para a sua
emancipação.
O bloco dominante encontra-se
numa difícil situação para manter a sua posição hegemónica na sociedade, mas
este bloco não cairá se a classe operária não se organizar para aproveitar este
momento e lançar todas as suas forças numa luta de contra-ataque a ser travado,
até à vitória.
A vitória que não se
alcançará sem a organização coordenada de todas as lutas operárias, vitória que
necessita de um projecto político próprio para derrotar o inimigo de classe de
uma maneira definitiva, vitória que necessita direcção política e luta pelo
poder dos trabalhadores. Não existirá vitória se não se lute com o horizonte
estratégico do socialismo-comunismo.
O PCPE nasceu há trinta
anos, como síntese superadora de toda a experiência revolucionária do Partido
Comunista do nosso país e tem a firme determinação de conduzir a classe
operária à vitória, ao poder dos trabalhadores e à derrota absoluta da
oligarquia parasitária que nos domina.
O PCPE assume o desafio
de preparar a classe operária para a luta e para o combate, com moral de
vitória, e este objectivo será possível, apesar da repressão patronal e do
estado policial quando a classe tenha plena confiança nas suas próprias forças,
no seu Partido e num futuro socialista-comunista. Não existe inimigo à altura,
para a classe operária quando luta organizadamente e na ofensiva.
Não aceitaremos a
miséria e a escravidão com que o capitalismo nos contempla, não aceitaremos a
resignação, nem as humilhações. A nossa confiança na classe operária faz-nos
fortes, não sabemos o que é o medo na luta, levantar-nos-emos uma e outra vez
até conseguir a unidade de toda a classe operária, no combate pela sua
emancipação. Demostraremos que somos vanguarda pelas nossas convicções, pelo
nosso projecto e pela nossa prática política, militante.
O nosso objectivo é
terminar, o quanto antes com o tempo da burguesia espanhola como classe
dominante, a sua derrota chegará mais cedo que tarde, o Partido Comunista
trabalha por estar à cabeça de todas as lutas e não descansará até à vitória,
até arrasar com os últimos vestígios de exploração.
PELA SAÍDA DO €URO; DA UE E DA NATO!
PELA UNIDADE DA CLASSE OPERÁRIA!
PELO PODER DOS TRABALHADORES E PELO
SOCIALISMO-COMUNISMO!
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