Era natural e previsível que o governo e a burguesia utilizassem todos os meios ao seu alcance para sabotar e minorar os efeitos da Greve Geral e que para isso recorresem à lei que estabelece os "serviços minimos" de urgência e os transforma-se em SERVIÇOS MÁXIMOS, como aconteceu na CP, que colocou em circulação 315 combóios, alguns de mercadorias; A repressão e coação exercidas nas empresas públicas e privadas pelo patronato ou pelas Administrações sobre os trabalhadores, particularmente sobre todos aqueles que estão sujeitos a contratos a prazo ou a Recibo Verde, apontando-lhes a cada momento o despedimento, caso lutem pela aplicação ou defesa dos seus interesses ou direitos; A subserviência politica canina e o trabalho de sapa desenvolvido pelos principais dirigentes "sindicais" da UG"T" que de tudo fizeram para desmotivar e desmobilizar as direcções sindicais e trabalhadores que estão debaixo da sua influência politica e sindical para não aderirem á Greve Geral; Bem como a enorme pressão que os comentaristas reaccionários vêm desenvolvendo nos meios de comunicação burgueses, no sentido de intoxicarem a mente aos trabalhadores e às camadas sociais pobres menos consciêntes, responsabilizando-os pela crise económica e pelas ditas dividas que lhes estão subjacentes, com o objectivo de lhes quebrar qualquer resistência que possa impedir ou dificultar a ofensiva anti-social e anti-laboral do governo em fazer os pobres pagar a crise.
Mas se o governo, a burguesia e todos os seus agentes agiram deste modo para defender os seus amos e interesses de classe, era lógico e esparava-se, particularmente por parte da direcção sindical que surgisse no minimo a mesma CONSEQUÊNCIA e DETERMINAÇÃO e se tivesse mobilizado e apelado aos trabalhadores, para que NÃO ACATASSEM os acordãos judiciais, visto que se tratava de uma autêntica VIOLAÇÃO ao Direito à greve, bem como se devia de ter feito um esforço maior de esclarecimento junto dos trabalhadores, sobre todas as outras violações e meios coassivos que a burguesia utilizou para sabotar e a apresentar a greve como um fracasso e daí procurar retirar dividendos politicos para sustentar e continuar a implementar a sua acção governativa reaccionária, anti-social e anti-laboral presente e futura, como é o caso das recentes medidas tomadas após a Greve Geral, como por exemplo; De congelação das Reformas Antecipadas; A reducção do subsídio de doença para 55%; O adiamento dos cortes dos subsidios de Férias e de Natal para 2015, mas já com o aviso de que será só reposto parcelarmente; O anúncio do encerramento da Maternidade Alfredo da Costa e de outras medidas já exigidas pelo FMI e pelas Associações patronais com o qual o governo concorda, de mais reducção dos salários e maior flexibilização do código laboral.
Mas se esta atitude politica receosa e conciliadora com os planos da burguesia, por parte da direcção sindical enfraqueceu o movimento e o carácter combativo necessário a qualquer Greve Geral, mais grave e nefasto para os trabalhadores foram os objectivos politicos contraditórios propostos, quando por um lado diz se opôr às politicas anti-sociais e por outro exige a "renegociação" da dita divida, com o propósito de suavizar e consensualizar entre as várias camadas da população a aceitação dessas mesmas medidas de austeridade.
Assim torna-se obrigatório concluir que o que separa e faz divergir a direcção sindical da politica do governo, não é outra alternativa económica, (aliás como se pode provar na mais recente proposta em 10 pontos elaborada e apresentada pela direção da CGTP) que mobilize e eleve a consciência politica de classe do proletariado e restantes camadas sociais pobres, mas sim e apenas um PERÍODO DE TEMPO MAIS ALARGADO que possibilite a sua aplicação de modo a contrariar qualquer descontrolo e agravamento da conflitualidade social, evite a recessão económica e melhor possa alavancar o crescimento da economia (capitalista).
Não é com estas politicas de conciliação de classe, contrárias aos interesses económicos e politicos dos trabalhadores que se combate a ofensiva capitalista em curso, pelo contrário, a persistir-se nelas só se agravará o estado de consciência do movimento e contribuir-se-à para a sua desmobilização e como é lógico a facilitar o aprofundamento da própria ofensiva burguesa, bem como as consequências sociais que daí derivam. Esperemos que os dirigentes e activistas sindicais honestos estejam à altura das suas responsabilidades politicas e sociais e modifiquem esta situação.
Muito bem, camaradas. Há uma questão que tem de ser desmontada e desmistificada, a da "coesão social" de que tanto falam os defensores da sociedade capitalista, incluindo alguns dirigentes sindicalistas, agora "formados" nas Universidades burguesas. Os trabalhadores e as suas organizações populares e sindicais têm de dizer NÃO à tal coesão. Viva a luta de classes!
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