sábado, 21 de outubro de 2023

QUEREMOS UMA VIDA JUSTA NÃO QUEREMOS VIVER À JUSTA!

Enquanto o capitalismo permanecer tal situação social não só se manterá como tende aceleradamente a piorar na medida em que as crises económicas, (como se constata) serão cada vez mais profundas e violentas, bem como com maior nível de consequências sociais para a classe trabalhadora

 

QUEREMOS UMA VIDA JUSTA NÃO QUEREMOS VIVER À JUSTA

Será que vivemos num mar de progresso e não sabemos? A cantada vitalidade económica do país é uma mentira. O país não é uma famíliaunida: há trabalhadores e há patrões, há quem enriqueça e quem empobreça. Um terço da população vive na pobreza. Entre os trabalhadores (activos e empregados), 12% são pobres: nem mesmo trabalhando ganham para se sustentarem.

A fome aumenta na medida em que aumentam os lucros dos supermercados. A falta de casas é a outra face da especulação imobiliária, da subida dos juros, da multiplicação dos hotéis e dos alojamentos locais. O trabalho precário e os baixos salários são a explicação para o desemprego reduzido de que o Governo se gaba.

O Serviço Nacional de Saúde responde cada vez pior às necessidades da população. Porquê? Porque os comerciantes da doença querem à viva força canalizar o financiamento do Estado para os privados. Querem reduzir o serviço público a uma misericórdia para acudir só aos muito pobres, que não rendem. E os governos vão fazendo a vontade aos grandes grupos de exploradores da doença, que se apoiam na alta finança.

As condições de alojamento dentro e fora das cidades são pavorosas para quem vive de salário. A habitação social foi liquidada. Porquê? Porque a banca, o imobiliário, o turismo, a especulação fundiária, os empreiteiros tomaram conta de toda a construção. Governo e câmaras municipais não têm qualquer preocupação social, estão apenas ao serviço do negócio.

A Educação foi reduzida aos mínimos. Faltam professores e faltam meios. Porquê? Porque ao capital só interessa formar uma reduzida elite bem instruída e especializada. O resto será uma massa minimamente educada mas indiferenciada, disponível para todo o tipo de trabalho, especialmente trabalho precário.

Os impostos esmagam o trabalho. Para quê? É com os milhões dos impostos que o Estado paga a dívida dos privados e a guerra. Nem uma, nem outra foram escolha dos trabalhadores.

A seis meses do 25 de Abril, cabe lembrar a letra da canção: Só há liberdade a sério quando houver paz, pão, habitação, saúde, educação — e sobretudo quando pertencer ao povo o que o povo produzir.

Foi a acção directa dos trabalhadores que lhes deu uma melhoria considerável de condições de vida. Foi por não aceitarem resignar-se à ordem imposta pelo patronato, pelo governo, pelo regime político, foi por desrespeitarem as instituições e as regras que lhes queriam impor, foi por ousarem enfrentar os de cima que os trabalhadores obtiveram ganhos importantes, como nunca antes tinham tido, mesmo que não tenham sido definitivos.

Vida justa foi o que os trabalhadores quiseram há 50 anos. Para isso, meteram mãos à obra fazendo por si o que nenhum governo tinha feito — ocupando casas vazias, exigindo aumentos de salários, correndo com corruptos e fascistas, organizando-se nos bairros e nos locais de trabalho. Forçando patrões e governos a ceder no que não queriam dar. Esta experiência é património dos trabalhadores — lembrá-la é apontar um caminho.

Dinheiro de impostos só para benefícios sociais.

Os ricos que paguem a sua dívida.

Fim dos apoios à guerra.

Indexar salários, travar os preços.

Os pobres não querem caridade, querem direitos.

Conciliar interesses entre capital e trabalho só resulta em perda para os trabalhadores.

21 Outubro 2023

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