POR UMA VIDA JUSTA!
O aumento do custo de vida não toca a todos da mesma maneira. São os trabalhadores e os pobres quem mais paga para poderem sobreviver.
A inflação dos produtos alimentares e de primeira necessidade chega a ser o dobro da inflação média.
É a penúria dos trabalhadores que enche os bolsos do Continente, do PingoDoce, da Galp, dos bancos, dos especuladores, dos corruptos.
Em vez de limitar os preços, o Governo trava os salários. A liberdade dos negócios é sagrada. O direito de quem trabalha a ter uma vida justa não tem qualquer valor, nem para os patrões nem para o Governo.
Patrões e Governo entendem-se para que sejam os assalariados, e entre eles
os mais pobres, a pagar a crise económica e os custos da guerra.
Todos conhecem a miséria e a marginalização da mão-de-obra imigrante. Tal convém aos poderes instalados porque é a maneira de manter essa imensa força de trabalho em condições de submissão e a baixo custo para quem a explora. E, de caminho, empurrar para baixo os salários da generalidade dos trabalhadores.
O problema da habitação soma-se ao da saúde, da educação, dos apoios sociais. Bastou o Governo anunciar umas tímidas medidas para se levantar um coro de protestos, desde grandes proprietários a pequenos investidores. Todos eles defendem os direitos dos senhorios, dos especuladores imobiliários, dos negócios turísticos.
Mas quem defende o direito de quem trabalha a ter casa digna? Há no país 700 mil casas vagas, sem contar segundas habitações ou casas de férias. Em vez de paliativos é precisa uma política de habitação social que corte nos interesses dos proprietários.
Não pode haver uma casa vazia enquanto houver gente sem casa. Em 1974-75 a população pobre deu uma solução prática ao problema: organizou-se, tomou decisões e ocupou as casas vazias, e foi sob essa pressão que os governos da altura puseram em marcha planos de habitação social.
O apoio do Governo à guerra só vem piorar os efeitos da crise económica.
Dinheiro que vá para a Nato ou para a tropa é dinheiro que falta na saúde, na escola pública, na habitação, nos apoios sociais, nos salários e pensões. Há uma ligação directa entre a guerra e o agravamento das condições de vida.
As crescentes despesas de guerra, prometidas pelo Governo em obediência à
Nato, vão ser feitas à custa do Estado Social.
A dívida do Estado e a guerra levam milhões por ano. No ano passado os juros da dívida custaram 5 mil milhões de euros e as despesas militares outros 4 mil milhões. A dívida não é nossa, a guerra não a queremos.
Que legitimidade têm o Governo e o presidente da República para envolverem o país numa guerra de consequências imprevisíveis, ditada por interesses alheios? Que democracia é esta que permite a dirigentes políticos transitórios arrastarem um país e um povo inteiro para um sorvedouro sem fundo que pode comprometer a vida de gerações?
Há mais vida e mais política para além da Assembleia da República, do Governo ou da presidência da República. Não podemos consentir que quem está instalado no poder fale em nosso nome como se a população trabalhadora não tivesse direito à palavra.
Os custos do silêncio estão à vista: carestia, despesas militares inúteis, degradação do magro Estado Social, travagem de salários e pensões, agressões a trabalhadores imigrantes, incentivo às vozes belicistas de direita e extrema-direita, estímulo dos ódios nacionalistas.
Trabalhar para empobrecer e ver a vida a degradar-se é o caminho que as coisas tomam se não houver uma mudança de rumo político. O futuro nada oferece de bom às próximas gerações se não forem os trabalhadores a mudar o rumo do país.
Precisamos de um movimento popular aguerrido pelo bem-estar das classes trabalhadoras, pela justiça social, contra a guerra, contra a Nato.
CONTRA A CARESTIA, indexar salários, tabelar preços!
CONTRA A AUSTERIDADE, os ricos que paguem a dívida!
FIM À GUERRA, FORA A NATO, não ao aumento da despesa militar!
16 Fevereiro 2023
A Chispa - achispavermelha.blogspot.com
Colectivo Mumia Abu-Jamal - colectivomumiaabujamal@gmail.com
Mudar de Vida - www.jornalmudardevida.net
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