A greve dos enfermeiros contra as condições extenuantes de trabalho a que são sujeitos em praticamente todas as instituições do SNS, devido a falta gritante não só do pessoal de enfermagem, que leva a sobrecarga de horários, como falta de outros profissionais de saúde, falta de material e condições de trabalho, começou no início do mês de Agosto, período do ano em que os problemas se agravam pela insuficiência de recursos como pelo aumento da afluência dos utentes. Não foi por acaso que a greve teve início no Algarve, obteve a adesão de médicos e de praticamente de todos os profissionais da área e com níveis elevados de participação. O mal-estar é geral.
Facilmente a greve se tem estendido a outras regiões do país, Barreiro, Montijo, Lisboa, Santarém e agora Viana do Castelo e outras unidades de saúde do Alto Minho, como que uma onda que se dirige de sul para norte (mas que parece se ter “esquecido de passar por Coimbra e região Centro em geral, onde se concentram alguns milhares de enfermeiros), porque as causas de mal-estar são as mesmas: sobrecarga de trabalho, salário reduzido e congelamento da carreira (ao que parece das próprias negociações, adiadas para 17 de Setembro).
A greve parece incomodar quer o governo quer os seus órgãos de informação/propaganda: o primeiro, pela voz do privatizador-mor do SNS, acusou os enfermeiros de acumularem vários empregos, daí a exaustão (física e psicológica) de que se queixam; os últimos (principalmente as televisões), quase que se sentiram na obrigação de fazer a abertura dos noticiários com a greve dos enfermeiros, não deixando, contudo, de lançar alguma provocação.
Na azáfama privatizadora do governo, EGF, STCP, Linha de Cascais, TAP, resto dos CTT, para breve as Águas de Portugal e, se houver apoio explícito do PS, a Segurança Social ou parte dela, o resto do SNS que garanta lucros líquidos, e por aí fora, a greve dos enfermeiros nesta altura não deixa de ser oportuna e deve merecer o apoio e solidariedade de todos os cidadãos portugueses. São os cidadãos utentes que também estão em causa, a qualidades dos cuidados de saúde prestados no SNS, e a boa utilização dos dinheiros provenientes dos seus impostos.
Fazemos votos que a greve seja geral, alastrando por todo o SNS, mobilize outros sectores de trabalhadores da área da saúde e outras afins, faça abanar ainda mais o governo PSD/CDS, contribuindo para a sua rápida demissão.
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