Em trinta e sete anos é a terceira vez, que os vários governos capitalistas afundam e aproximam o país da Banca Rôta.
O Individamento Externo que na maioria esmagadora das vezes foi feito para servir os interesses económicos da grande burguesia capitalista e financeira, atingiu valores colossais e superiores a 400.000 milhões de euros (sendo a divida pública perto de 175.000 milhões de euros) tornando quase impossível o seu pagamento.
Apesar deste valor volumoso da divida ainda receberem milhares de milhões de euros provindos da UE,(onde o FARTAR VILANAGEM, foi a palavra de ordem diária) o governo é OBRIGADO a recorrer a novo RESGATE, agora à UE/FMI, para pagamento dos juros aos crédores e injectar liquidês financeira na banca privada à beira do colápso e ainda para satisfazer as contas correntes do Estado.
Para que este RESGATE financeiro decorra de acordo com os seus interesses económicos, montaram um circo mediático à volta das decisões da UE/FMI, como se as imposições fossem o resultado do diálogo e da negociação préviamente obtido. É preciso dizer que não há NEGOCIAÇÃO NENHUMA entre a UE/FMI e o Governo, as medidas que vão ser impostas tanto no plano social, como no plano laboral para atender à situação de crise do DÉFICE PÚBLICO e do INDIVIDAMENTO EXTERNO são as medidas que a grande burguesia nacional e internacional vem exigindo ao governo há muito tempo e que este vem satisfazendo.
Para provar isto mesmo basta lêr as declarações do Sr. Strauss-Kahn, Director do Fundo Monetário Internacional (FMI) : "Portugal vai sofrer cortes orçamentais dolorosos e durante muito tempo". Dito de outra forma quer dizer: O governo cumprindo as ordens da UE/FMI e servindo os interesses económicos da classe capitalista dominante, vai impôr medidas de austeridade DOLOROSAS ao proletariado e aos mais pobres da população trabalhadora não assalariada.
Ou seja, eles vão impôr a redução do Estado Providência à sua minima expressão, com cortes financeiros no Sistema de Saúde e obrigar a população a pagar mais pelos serviços de saúde e farmaciéuticos que lhes são prestados; Congelamento das pensões e cortes nos apoios sociais em todas as áreas da Segurança Social; Cortes no apoio financeiro ao Ensino, prevendo-se o despedimento de milhares de professores.
No plano económico do Estado vão impôr a privatização das empresas publicas rentáveis e o encerramento das não rentáveis, como se todas as empresas que o Estado cria, estejam obrigadas a dar lucro, aqui milhares de trabalhadores tem o seu posto de trabalho em risco. Pretendem alargar ainda mais os sectores públicos da Educação e da Saúde ao capital privado e à igreija; Privatizar parte dos fundos da Segurança Social, como há muito o PSD e CDS exigem.
No sector económico privado e de acordo com as medidas que o actual governo tinha já preparado, vão impôr a Flexibilização total da Lei Laboral, transformando esta num farrapo, impondo uma maior precariedade laboral, maior facilidade para despedir e o não pagamento de qualquer soma indemnizatória ao trabalhador e cortes nos direitos económicos e sociais agregados ao trabalho, o aumento da carga horária e da exploração sobre os trabalhadores, com ritmos mais intensivos de trabalho.
A exemplo do que aconteceu no PEC III, as camadas intermédias assalariadas serão novamente fustigadas, além dos novos cortes salariais definitivos que vão sofrer, a UE/FMI/Governo está-se a preparar para lhes roubar também o décimo terçeiro mês e a juntar-se a estes estão também os pensionistas que auferem pensões acima do escalão dos 1500 euros (se não for mais baixo) que sofrerão cortes na sua pensão, que a juntar ao número da inflação de 4% tanto uns como outros verão os seus ordenados e pensões baixar perto de 7,5% vendo assim o seu nível de vida adquerido a aproximar-se da pobreza.
As camadas mais baixas do proletariado e da população trabalhadora não assalariada, que sobrevivem de baixos rendimentos e abaixo do limite de pobreza verão também a sua miséria social aumentar, por um lado pelo congelamento dos salários e pensões, por outro pela diminuição resultante dos aumentos dos impostos e pelo aumento da inflação.
Mas não só, dado que estas medidas são altamente gravosas, DRÁCONIANAS (como afirmam os seus autores) e a ser implementadas nos próximos anos, nós dizemos enquanto o crescimento económico não se verificar e que segundo os economistas do sistema capitalista poderá demorar no minimo uma década, e como vão agravar profundamente a miséria social existente, a burguesia, JÁ EXIGE um governo FORTE e MAIORITÁRIO que abranga os seus três partidos, PS, PSD e CDS, para PODER REPRIMIR o movimento proletário e popular que tente resistir a tal ofensiva reaccionária e colocar os seus interesses económicos em causa.
Covarde e Enganadora
A esquerda do sistema constitucional parlamentar burguês, o B.E. e o PCP e também a CGTP confrontados com esta ofensiva e vendo o campo de manobra para a sua politica reformista, conciliadora e colaboracionista a fugir-lhe debaixo dos pés, dizem-se contra a intervenção da UE/FMI, mas de pronto corrigem as suas posições politicas e recuam, (como é hábito na sua lógica utópica e demagógica de procurar suavizar os sacrificios impostos pela burguesia e pelo capitalismo) propondo a RENEGOCIAÇÃO ou REESTRUTURAÇÃO da DIVIDA, que a ser renegociada ou reestruturada só o será por um governo burguês capitalista, que não terá os interesses e sacrifícios populares em conta, mas sim e apenas como é lógico, os interesses da burguesia capitalista e financeira, daí esta proposta para os interesses dos trabalhadores, não ter interesse nenhum.
Esta atitude COVARDE e ENGANADORA que nem sequer tem em conta o VALOROSO exemplo que veio do povo Islandês, que se nega a pagar as dividas contraídas pela sua burguesia, PROVA mais uma vez até que ponto estes partidos estão dispostos a sacrificar os interesses dos trabalhadores e a quebrar a sua resistência à ofensiva capitalista, em prol de contra-partidas menos dolorosas e que não coloquem em causa a existência da aristocracia operária e a pequena e média burguesia capitalista que defendem.
A CGTP que pela voz de C. da Silva já antes tinha chamado a atenção para o "perigosissimo conflito social que estas medidas podiam incorporar", quando antes devia de ter chamado os trabalhadores à luta mais intrasigente contra a ofensiva capitalista da UE/FMI/Governo, vêm agora também propôr que se lute por "mobilizar as pessoas para a resolução dos problemas do interesse nacional" como se o interesse nacional, fosse o interesse das várias classes que compõem a sociedade.
Ao tomar esta atitude de colaboração com a dita "defesa dos interesses nacionas" a CGTP está-se a colocar ao lado dos interesses imediatos da burguesia capitalista nacional e internacional e a procurar sujeitar o proletariado e as camadas mais pobres da população, a arcar com as responsabilidades do Estado de Banca Rôta em que a burguesia colocou o país e a vida dos trabalhadores e ao mesmo tempo a dar sinais de que não se vai opôr a tal ofensiva e a ter o mesmo papel que determinou a aplicação dos PECs anteriores.
É necessário mobilizar e chamar as pessoas sim, mas é para novas Greves Gerais e novas manifestações mais combativas e que ultrapassem o número de presenças das de 12 de Março e de 1 de Abril, assim apelamos a todos os trabalhadores, à juventude e a todas as Gerações à Rasca, para que em 25 de Abril e no 1ºde Maio, encham as ruas e praças de todas as cidades de Portugal e gritem bem alto, NÃO PAGAMOS A VOSSA CRISE ! UE/FMI FORA DAQUI !
Anónimo disse...Quando oiço agora tanto falar do "interesse nacional", tanto pelo 1º ministro da burguesia como por outros dirigentes políticos dela, dá-me a impressão do "A bem da Nação" de outros tempos!
ResponderEliminarA classe operária não defende o "interesse nacional" da burguesia, mas os seus interesses de classe.
E também não está "atrás dos arbustos" como disse o super-Primeiro Ministro há dias.
FMI, FORA DAQUI!