segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Cinco “intervenções humanitárias” dos EUA terminaram em tragédia



19 de fevereiro de 2019

imagemResumen Latinoamericano

Nota editorial: Desde os primeiros meses do ano passado, esta tribuna realizava um painel sobre as graves consequências que trazem consigo as intervenções militares com fins supostamente humanitários. Agora que a oposição venezuelana, articulada sob a tutela absoluta de Washington, desenha um novo “Dia D” (o 23 de fevereiro) para ingressar com a “ajuda humanitária”, convém refrescar a memória e buscar em exemplos históricos recentes as tragédias sociais que ficaram no rastro este método de mudança de regime. Sobretudo, e daí a importância e o interesse de republicar esta investigação, se faz necessário insistir nos personagens e ações que as promovem há tempos, tendo em vista que sobre a Venezuela se abate uma ameaça real de intervenção militar. Sem mais preâmbulo, recordemos.

O século XXI foi inaugurado por um novo mecanismo de intervenção e guerra contra nações soberanas promovido pelo alto comando oficial do Pentágono e seus “sócios” europeus da OTAN. Trata-se da “intervençãi humanitária”, uma ferramenta geopolítica usada em algumas regiões do mundo no marco da estratégia formulada por assessores militares de inteligência como Thomas Barnett e apoiado na burocracia estadunidense, pelas mãos do almirante da reserva Arthur K. Cebrowski.

O mencionado plano do Pentágono para o planeta se baseia na divisão binária entre Norte (“the Functioning Core”) e Sul (“Non-Integrating Gap”). No mapa extraído de uma apresentação que fizera Barnett en 2003, na parte superior se encontram os países do chamado “Primeiro Mundo”, onde se concentram os grandes capitais privados e negócios e a estabilidade política pretende ser preservada; na parte inferior, fica o “Terceiro Mundo”, região toda que estaria destinada, segundo os militares estadunidenses, a ser “balcanizada”, ou seja, territórios a serem desmembrados, absorvidos no caos, de onde se captam riquezas em benefício dos grandes capitais centrais do Norte para sua própria opulência.

Precisamente o termo “balcanização” foi cunhado logo da primeira experiência de “intervenção humanitária” no mundo, com a instrumentalização dos direitos humanos e das leis internacionais a favor dos interesses estratégicos da OTAN, aplicada à extinta Iugoslávia. Revisemos este e outros quatro casos deste tipo de guerra (e suas variantes) para chamar a atenção sobre a atualidade venezuelana nos moldes deste plano militar estadunidense e da proposta de Antonio Ledezma de solicitar uma intervenção neste estilo.

IUGOSLÁVIA

Em 1999, a OTAN bombardeou Belgrado, uma das cidades mais antigas da Europa, nos marcos do (fabricado) conflito armado entre os separatistas albaneses do Exército de Libertação de Kosovo (KLA) e as forças militares e policiais da Iugoslávia, então integrada por Sérvia e Montenegro.

Segundo os máximos responsáveis da OTAN, o governo iugoslavo havia criado uma “catástrofe humanitária” com o pretexto de um suposto genocídio (limpeza étnica) dos kosovares. A medida tomada pela organização gringo-europeia não foi sancionada pelo Conselho de Segurança da ONU, questão que sabemos não lhe importou.

Os ataques aéreos se realizaram de março a 10 de junho de 1999. Segundo estimativas publicadas por Sputnik Mundo, as bombas mataram umas 2 mil 500 pessoas e mais de 10 mil ficaram feridas. O prejuízo econômico foi estimado entre 30 e 100 bilhões de dólares. A divisão da Iugoslávia em “republiquetas”, com a instalação de uma imensa base militar estadunidense no coração de Kosovo, foi conhecida como “balcanização”, pois ampliou o panorama jurídico-político no mapa dos Bálcãs.

Kosovo é, na atualidade, produto desta “intervenção humanitária”, um centro logístico do narcotráfico e do mercado de armas na Europa, e funciona como uma “fábrica de terroristas” albaneses-kosovares que lutam nas fileiras do Estado Islâmico no Oriente Médio e parte dos Bálcãs até o território asiático. Todo um paradigma.

IRAQUE

Uma das fake news mais poderosas da história recente foi a das “armas de destruição em massa” de Saddam Hussein, usada contra o Iraque para justificar sua invasão. O governo de George W. Bush usou provas falsas para envolver numerosos países no apoio à operação militar que posteriormente ocupou o território iraquiano, pois supostamente o governo de Saddam teria usado tais armas contra a população curda.

Durante anos, os EUA e seus “aliados” mantiveram um embargo econômico e financeiro sobre o Iraque, que provocou as condições precárias de abastecimento alimentar e medicinal e que serviu ao Ocidente como justificativa para a “intervenção humanitária”. Isto, junto com as “armas de destruição em massa”, foram a desculpa midiática para o garrote militar.

A operação foi vendida com base em nada, sob o pretexto da “liberdade” do povo iraquiano, pois logo após a chegada das tropas estadunidenses e britânicas, não se encontraram evidências do armamento citado.

Entre 30 de março e primeiro de maio de 2003, os exércitos dos EUA, Reino Unido, Espanha, Austrália e Polônia invadiram e tomaram o controle do governo iraquiano. Somente no lado estadunidense morreram em combate uns 5 mil e 500 soldados e mercenários de empresas privadas de segurança. Entre os iraquianos murreram, de acordo com distintas fontes, uns 500 mil, dentre os quais 120 mil eram civis.

Cabe destacar que, das guerras étnicas fabricadas no Iraque pela intervenção realizada por militares estadunidenses, nasceu o conhecido Estado Islâmico, que em 2014 tomou a cidade de Mosul.

LÍBIA

Meios de comunicação ocidentais viralizaram montagens e notícias falsas em torno do suposto massacre que perpetrava o governo de Muammar Khaddafi contra a população líbia. Sob o lema da Responsabilidade para Proteger (R2P), os EUA assumiram a liderança junto com a OTAN para invadir e bombardear a Líbia, e assim permitir que os grupos mercenários-terroristas tivessem o acesso às principais regiões do país africano.

A Líbia também recebeu a etiqueta de “crise humanitária” com a intenção de se aprofundar o expediente da intervenção, apesar de que o país vivia uma de suas épocas mais prósperas sob a égide do “socialismo árabe” de Khaddafi.

A revolução colorida na Líbia começou com protestos “pacíficos” que terminaram em assassinatos pelo uso de armas convencionais por parte de manifestantes contra as forças líbias de segurança. Os mortos civis foram atribuídos a Khaddafi e seu governo, enquanto o Pentágono preparava a aprovação das Resoluções 1970 e 1973 no Conselho de Segurança da ONU, que autorizavam uma zona de exclusão aérea em território líbio. As consequências são evidentes hoje, já que o outrora país mais rico da África é agora uma sopa de caos.

Estatísticas anunciadas pela Telesur ilustram as mais de 20 mil pessoas mortas pela “intervenção humanitária”, além de uns 350 mil refugiados devido à crise fabricada pela guerra.

SOMÁLIA

Entre a pobreza extrema e a guerra civil, iniciada em princípios da década de 1990, a Somália tem vivido uma das piores ondas de fome da história da humanidade. Segundo a Cruz Vermelha, já morreram cerca de 1 milhão e meio de pessoas. Os ditames do FMI e do Banco Mundial em matéria de política econômica e monetária sobre o governo somali do ditador Mohamed Siad Barre, aliado de petroleiras estadunidenses, provocaram tão lamentável legado. As facções locais em conflito contribuíram com o contrabando de alimentos por armas com comerciantes ocidentais.

Em 1993, o Pentágono usou a ferramenta de “intervenção humanitária” sobre a Somália com 30 mil marines, numa operação denominada “Restaurar a esperança”. Conoco Somalia Ltda., petroleira americana, foi a única transnacional importante que manteve uma filial ativa na capital Mogadíscio, antes e durante a invasão. A empresa cedeu suas infraestruturas e instalações em Mogadíscio para que fossem utilizadas como embaixada e quartel general do comboio especial das tropas estadunidenses.

Informes e reportagens indicam que a fome e a crise sanitária no país africano se multiplicou 10 vezes mais que no princípio da guerra. A “ajuda humanitária” era só uma camuflagem para a militarização dos recursos gerais e o começo do projeto de “balcanização” no Chifre da África, onde a USAID tem mais negócios em curso, região esquecida pelo mundo.

HAITI

O abuso no número de invasões e ocupações estadunidenses no Haiti na história da última centúria dá uma mostra aos EUA de que deveria repensar um novo pretexto para voltar a militarizar a ilha caribenha. Em 2010 se deu uma intervenção de caráter lucrativo, em resposta à tragédia de 222 mil e 570 pessoas mortas pelo terremoto, que deixou um milhão e meio de cidadãos na indigência e perdas materiais calculadas em 7 bi e 900 milhões de dólares.

A nova “invasão humanitária” haitiana dos EUA e da ONU tomou o controle da ilha e instalou a missão MINUSTAH, com mais de 7 mil soldados e policiais. Houve centenas de denúncias por abusos criminosos (sexuais e de força) dos corpos de segurança estrangeiros (Capacetes Azuis, exército dos EUA) sobre a população haitiana. Além disso, a ONU recebeu um questionamento legal dos próprios haitianos que sofreram com a epidemia de cólera causada pela organização multilateral. A enfermidade matou mais de 8 mil e 300 pessoas e deixou enfermos mais de 650 mil desde outubro de 2010, cerca de 7% da população. A ONU não respondeu.

A recolonização do Haiti ocorreu por meio de uma usurpação multimilionária e um assassinato seletivo: em julho de 2017 foi encontrado morto Klaus Eberwein, ex-funcionário de Estado do Haiti, que pretendia denunciar a Fundação Clinton no senado de seu país por fraude e corrupção nos moldes das “ajudas humanitárias” do Ocidente para a ilha. Eberwein afirmou que 0,6% das doações feitas por doadores internacionais à Fundação Clinton, com o propósito expresso de ajudar diretamente os haitianos e reconstruir infraestruturas vitais logo após o terremoto de 2010, terminou nas mãos de organizações haitianas. Outros 9,6% terminaram en mãos do governo haitiano. Os 89,8% restantes, ou seja, 5 bi e 400 milhões de dólares, foram canalizados para organizações não-haitianas, e a principal responsável foi a entidade dirigida pelo casal Clinton.

Foi uma “ajuda humanitária” que não ajudou.

O PLANO DE INTERVENÇÃO “HUMANITÁRIA” NA VENEZUELA

O fugitivo da justiça Antonio Ledezma tem visitado vários países do Ocidente com o fim de promover a malfadada “intervenção humanitária” para derrubar o Governo Bolivariano em nome da “sociedade civil”. Representante internacional do grupo Soy Venezuela, o ex-prefeito de Caracas se fez dono e senhor da grita intervencionista contra o país que o viu nascer e, apesar do prontuário deste tipo de ações militares por parte dos EUA e cia, segue empenhado em arregimentar, junto com outros dirigentes do Vontade Popular e Primero Justicia, recursos de poder brando e poder duro contra a Venezuela, que derivem em uma “intervenção humanitária”.

Ledezma se reuniu com no mínimo uma dezena de altos políticos do mundo, como o governador da Flórida, Rick Scott; os presidentes latino-americanos Sebastián Piñera, Mauricio Macri e o outrora presidente (por corrupção) Pedro Pablo Kuczynski, a vice-presidenta do Panamá; com os europeus Emmanuel Macron, Mariano Rajoy; o vice-presidente dos EUA, Mike Pence; para citar alguns por ora.

Uma paisagem de destruição nacional e morte será a conclusão da solicitação de Antonio Ledezma, tal como ocorreu com a Iugoslávia, o Iraque, a Líbia, a Somália e o Haiti. Não somos nós a dizer, mas a história.

Fuente: Misión Verdad

Tradução: Partido Comunista Brasileiro

http://www.resumenlatinoamericano.org/2019/02/18/cinco-intervenciones-humanitarias-de-eeuu-que-terminaron-en-desgracia-2/


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Os que estão Assustados com a Falência do Velho e os que Lutam pelo Novo


V. I. Lénine

24/27 de Dezembro de 1917

«Os bolcheviques já estão no poder há dois meses, e em vez do paraíso socialista vemos o inferno do caos, da guerra civil, de uma ruína ainda maior.» Assim escrevem, falam e pensam os capitalistas juntamente com os seus partidários conscientes e semiconscientes.

Os bolcheviques só estão no poder há dois meses - responderemos nós -, e o passo em frente que já foi dado em direcção ao socialismo é enorme. Não vê isto quem não quer ver ou não sabe avaliar os acontecimentos históricos na sua conexão. Não querem ver que em algumas semanas foram destruídas quase até aos fundamentos as instituições não democráticas no exército, no campo, na fábrica. E não há nem pode haver outro caminho para o socialismo senão através dessa destruição. Não querem ver que em algumas semanas a mentira imperialista em matéria de política externa, que prolongava a guerra e encobria a pilhagem e a conquista com os tratados secretos, foi substituída por uma política realmente democrática revolucionária de paz realmente democrática, que produziu já um êxito prático tão grande como o armistício e a centuplicação da força propagandística da nossa revolução. Não querem ver que o controlo operário e a nacionalização dos bancos começaram a ser aplicados, e isto são precisamente os primeiros passos para o socialismo.

Não são capazes de compreender a perspectiva histórica aqueles que foram esmagados pela rotina do capitalismo, aturdidos pela estrondosa falência do velho, pelo estrépito, pelo barulho, pelo «caos» (aparente caos) do desmoronamento e afundamento dos seculares edifícios do tsarismo e da burguesia, assustados com o facto de a luta de classes ter sido levada a uma extrema agudização, com a sua transformação em guerra civil, a única que é legítima, a única que é justa, a única que é sagrada - não no sentido clerical mas no sentido humano da palavra -, a guerra sagrada dos oprimidos contra os opressores, pelo seu derrubamento, pela libertação dos trabalhadores de toda a opressão. No fundo todos estes esmagados, aturdidos e assustados burgueses, pequenos burgueses e «serventuários da burguesia» se guiam, muitas vezes sem eles próprios terem consciência disso, pela ideia velha, absurda, sentimental e intelectual-vulgar da «introdução do socialismo», que adquiriram «por ouvir dizer», apanhando fragmentos da doutrina socialista, repetindo a deturpação desta doutrina por ignorantes e semi-sábios, atribuindo-nos a nós, marxistas, a ideia e mesmo o plano de «introduzir» o socialismo.

Essas ideias, para já não falar de planos, são-nos alheias a nós, marxistas. Nós sempre soubemos, dissemos, repetimos, que não se pode «introduzir» o socialismo, que ele surge no decurso da mais tensa e mais aguda - indo até à raiva e ao desespero - luta de classes e guerra civil; que entre o capitalismo e o socialismo há um longo período de «dores de parto»; que a violência é sempre a parteira da velha sociedade; que ao período de transição da sociedade burguesa para a socialista corresponde um Estado particular (isto é, um sistema particular de violência organizada sobre uma certa classe), a saber, a ditadura do proletariado. E a ditadura pressupõe e significa uma situação de guerra contida, uma situação de medidas militares de luta contra os adversários do poder proletário. A Comuna foi uma ditadura do proletariado, e Marx e Engels censuraram a Comuna, consideraram uma das causas da sua morte o facto de a Comuna ter utilizado com insuficiente energia a sua força armada para reprimir a resistência dos exploradores(N183).

No fundo, todos estes brados de intelectuais a propósito da repressão da resistência dos capitalistas não constituem senão uma sobrevivência da velha «conciliação», para falar «educadamente». Mas para falar com franqueza proletária é preciso dizer: a continuação do servilismo perante o saco do dinheiro, é esse o fundo dos brados contra a actual violência operária empregue (infelizmente de modo ainda demasiado fraco e não enérgico) contra a burguesia, contra os sabotadores, contra os contra-revolucionários. «A resistência dos capitalistas foi quebrada», proclamou o bom Pechekhónov, um dos ministros conciliadores, em Junho de 1917. Este bom homem nem suspeitava que a resistência tem realmente de ser quebrada, que ela será quebrada, de que é precisamente a esse quebrar que, em linguagem científica, se chama ditadura do proletariado, que todo um período histórico se caracteriza pela repressão da resistência dos capitalistas, se caracteriza, por conseguinte, por uma violência sistemática sobre toda uma classe (a burguesia), sobre os seus cúmplices.

A cobiça, a suja, raivosa, furiosa, cobiça do saco do dinheiro, o medo e servilismo dos seus parasitas - tal é a verdadeira base social do actual uivo dos intelectuais, do Retch à Nóvaia Jizn(N184), contra a violência da parte do proletariado e do campesinato revolucionário. Tal é o significado objectivo do seu uivo, das suas tristes palavras, dos seus gritos de comediantes sobre a «liberdade» (a liberdade dos capitalistas de oprimir o povo), etc., etc. Eles estariam «dispostos» a reconhecer o socialismo se a humanidade saltasse para ele de golpe, com um salto espectacular, sem fricções, sem luta, sem ranger de dentes da parte dos exploradores, sem diversas tentativas da sua parte de defender os velhos tempos ou de voltar a eles por caminhos desviados, às ocultas, sem repetidas «respostas» da violência revolucionária proletária a essas tentativas. Estes parasitas intelectuais da burguesia estão «dispostos», como diz o conhecido provérbio alemão, a lavar a pele desde que a pele fique sempre seca.

Quando a burguesia e os funcionários, empregados, médicos, engenheiros, etc., que estão habituados a servi-la, recorrem às medidas mais extremas de resistência, isso horroriza os intelectuaizinhos. Eles tremem de medo e berram ainda mais estridentemente acerca da necessidade de voltar à «conciliação». Mas a nós, tal como a todos os amigos sinceros da classe oprimida, as medidas extremas de resistência dos exploradores só nos podem alegrar, pois nós não esperamos o amadurecimento do proletariado para o poder a partir das exortações e da persuasão, da escola das pregações adocicadas ou das declamações edificantes, mas da escola da vida, da escola da luta. Para se tornar a classe dominante e vencer definitivamente a burguesia, o proletariado tem de aprender isto, porque ele não tem onde ir buscar este conhecimento já pronto. E é preciso aprender na luta. E só uma luta séria, tenaz e desesperada é que ensina. Quanto mais extrema for a resistência dos exploradores, mais enérgica, firme, implacável e bem-sucedida será a sua repressão pelos explorados. Quanto mais diversas forem as tentativas e esforços dos exploradores para defenderem o velho, mais depressa o proletariado aprenderá a expulsar os seus inimigos de classe dos seus últimos recantos, a minar as raízes da sua dominação, a remover o próprio terreno em que a escravidão assalariada, a miséria das massas, o enriquecimento e o descaramento do saco do dinheiro podiam (e tinham de) crescer.

À medida que cresce a resistência da burguesia e dos seus parasitas cresce a força do proletariado e do campesinato que a ele se uniu. Os explorados fortalecer-se-ão, amadurecerão, crescerão, aprenderão, afastarão de si o «velho Adão» da escravidão assalariada à medida que crescer a resistência dos seus inimigos - os exploradores. A vitória estará do lado dos explorados, porque do seu lado está a vida, do seu lado está a força do número, a força da massa, a força das fontes inesgotáveis de tudo o que é abnegado, avançado e honesto, de tudo o que aspira a avançar, de tudo o que desperta para a construção do novo, de toda a gigantesca reserva de energia e de talentos do chamado «baixo povo», os operários e camponeses. A vitória pertence-lhes.


(N183) Cartas de Marx a W. Liebknecht de 6 de Abril de 1871 e a L. Kugelmann de 12 de Abril de 1871 (ver esta última in K. Marx/F. Engels, Obras Escolhidas em três tomos, t. 2, pp. 457-458). 

(N184) Novaia Jizn (Nova Vida): jornal diário publicado em Petrogrado de Abril de 1917 a Julho de 1918. Os inspiradores da publicação do jornal eram os mencheviques internacionalistas, ala pouco numerosa do partido menchevique que durante a Primeira Guerra Mundial assumiu uma posição internacionalista inconsequente. O jornal acolheu com hostilidade a instauração do poder soviético. 

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Contra a ingerência imperialista e a reação fascista, toda a solidariedade ao povo da Venezuela !


De: João Salazar

6/2/2018

Na iminência de mais uma agressão criminosa do imperialismo, com a anuência dos seus paus-mandados da UE, seria chegada a altura de organizar manifestações de milhares de pessoas, nos principais distritos do país, como forma de repúdio por mais um verdadeiro atropelo susceptível de acontecer a mais um país soberano como é a Venezuela, e de total solidariedade com o seu povo?

Será que o fantoche da dita oposição interna, nomeado pelos yanquis, que continua a espalhar veneno por tudo o que é sítio na Venezuela, já não devia estar a pagar bem caro a sua ousadia, no mínimo atrás das grades?

Será que não deveríamos mostrar o nosso veemente repúdio pelo apoio do governo P"S" à fantochada que se está a passar na Venezuela?

Antes do crime de uma mais que possível agressão selvagem imperialista a um país soberano, não seria oportuno manifestarmos nas ruas as nossas indignações, a mais uma monstruosa farsa que poderá vir a fazer correr o sangue a milhares de pessoas?

Não nos podemos manifestar somente através das redes sociais, que é importante, mas não é tudo! Uma manifestação tem um impacto muito mais importante, todas as pessoas e organizações progressistas deverão desenvolver todos os esforços no sentido de mobilizar todas as pessoas que repudiam mais uma possível e brutal agressão ao povo soberano da Venezuela bolivariana, vítima da selvajaria norte-americana.

A história não deverá reescrever-se, prestemos toda a nossa solidariedade para com a Venezuela, livre e independente!!!


 (Esperemos que as direções sindicais que expressaram a sua solidariedade ao povo venezuelano, não fiquem apenas pelas palavras, mas que as traduzam em actos práticos de activa solidariedade internacionalista.)