quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Sobre as presidenciais.


Ao contrário do que afirmam os comentadores de serviço, estas eleições não representam um novo paradigma de candidatos fora dos partidos, bem pelo contrário, a "pouca" importância dada pelos principais partidos da burguesia à campanha e a seus candidatos "disfarçados" só o foi na medida em que viram que os seus interesses estavam à partida práticamente garantidos, como é flagrante a candidatura de M.R. de Sousa, que durante anos a preparou, não só com o apoio das televisões e jornais onde comentava, mas também pela tolerância politica e boas relações de amizade concedidas, por aqueles que hoje demagógicamente o acham um perigo para a "democracia".
Por outro a desmobilização popular que se assiste, conjugada com a pobreza das várias propostas politicas burguesas dos candidatos, anúncia cada vez mais o esvaziamento politico a que os orgãos de soberania nacional estão sujeitos, particularmente desde que Portugal, pelas mãos de uma burguesia decadente, parasita e vende pátria, decidiu sem consultar o povo aderir à UE, aprofundando a sua pobreza e sujeitando-o a tratados e a regras imperialistas absolutamente ruinosas para o país.
Assim o jornal comunista A Chispa! considera.
1º- M.R.de Sousa pelo seu passado enquanto presidente do P"SD" e pelos anos que comentou nos vários orgãos de comunicação social burgueses, que sempre manifestou com clareza o seu pensamento liberal conservador e alinhado com os interesses da burguesia portuguesa e europeia mais reacionária, daí que seja o seu candidato mais forte e natural e que reúne práticamente todo o seu apoio e como tal, o povo deve repudia-lo para que seja derrotado.
Maria de Belém é a representante da ala direita do PS, com fortes ligações à igreja e ao capital financeiro e pró-europeista. A sua candidatura não passa de uma reserva dos sectores reacionários que apoiam M.R.Sousa, a sua verdadeira natureza e objectivo, tem como finalidade procurar dividir o PS e assim minar o apoio a Sampaio da Nóvoa e como tal também não deve merecer o voto do povo.
Paulo Morais apesar das sondagens lhe darem pouca percentagem, não deixa de ser um candidato de direita e perigoso, na medida em que procura utilizar o "combate" à corrupção, para se auto promover e credibilizar o sistema capitalista, quando na verdade, ele sabe, que é a própria lógica concorrêncial do sistema que provoca tal corrupção. Portanto não se deixem arrastar pela sua fácil demagogia e falsas profecias.
Sampaio da Nóvoa é um candidato do centro politico, social-liberal, apoiado por largos sectores da esquerda social-democrata e menos reaccionário que os três primeiros,no entanto, segundo as suas próprias palavras é um defensor do sistema constitucional burguês e ao mesmo tempo cai em contradição quando diz que respeitará os acordos imperialistas da UE e da NATO e que não se oporá às regras impostas pela UE, que não só contrariam o texto Constitucional, como levam à perda de Independência Nacional, a votar nele só em último recurso.
As candidaturas do BE e do PCP não são uma alternativa, mas sim uma alternância às candidaturas mais à direita, na medida em que elas não se opõem ao capitalismo e se enquadram na defesa do quadro constitucional burguês, alimentando a ilusão nas massas trabalhadoras e no povo pobre, que o documento Constitucional desde que aplicado pode humanizar a exploração capitalista.
Tanto um como outro afirmam que caso sejam eleitos serão o Presidente de "TODOS" os portugueses, que o mesmo é dizer que defenderão tanto os interesses dos trabalhadores, como dos capitalistas.
Que defenderão os "ideais de Abril" e a Constituição, quando na verdade a Constituição de Abril foi REVISTA OITO VEZES e eliminado grande parte dos seus aspectos progressistas conquistados pelo proletariado e nela se introduziu outros altamente reaccionários e favoráveis aos interesses da grande burguesia. O que não deixa de ser lamentável e quando se podia esperar que iam lutar pela reposição total desses direitos roubados na Constituição.
Quando não exigem a saída da UE e se limitam a MITIGAR a saída do euro de forma cautelosa para que não crie maiores problemas à depauperada economia e classe capitalista nacional, quando o que é necessário é levantar bem alto e como única "ALTERNATIVA" á BARBÁRIE CAPITALISTA, o SOCIALISMO.
Por fim e em última análise consideramos: Que à falta de um candidato Comunista nestas eleições, que tenhamos que optar desgraçadamente por uma politica de "mal menor" apelando ao proletariado, aos trabalhadores e reformados pobres, que votem no candidato que considerem mais à esquerda, como forma de evitar prejuízos maiores, na medida em que se avizinha nova ofensiva capitalista e é imperioso RESISTIR. Só esperamos que tal opção não se eternize e que o proletariado apresente as suas alternativas revolucionárias o mais urgente possível.
Resistir à ofensiva capitalista, já é vencer!
Viva a luta do proletariado pela sua emancipação!

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