sábado, 3 de outubro de 2015

Que nenhum trabalhador se iluda, nem dê qualquer apoio que seja ao próximo governo e ao mesmo tempo não acreditem nos falsos profetas que prometem, que do alto do parlamento burguês irão travar a ofensiva capitalista e a reação.


Ganhe as próximas eleições o PS ou a Coligação PSD/CDS, a diferença entre ambos não está nos objectivos  de como melhor defender e continuar a garantir os interesses económicos da  burguesia capitalista e financeira, mas apenas na forma e na habilidade politica de como os atingir, ou seja a coligação PSD/CDS continua a defender a continuação da ofensiva politica reacionária e anti-popular contra os trabalhadores e os mais pobres,  daí afirmar continuamente que não podemos voltar ao passado, nem colocar os sacrifícios dos portugueses em causa (leia-se dos portugueses explorados) o que quer dizer que as medidas que impôs, que no inicío segundo o governo, se tratava de medidas com carácter conjuntural e com duração de apenas  dois anos hoje as queira perpétuar.

 Por seu lado o PS  entende  que se podem aplicar as mesmas medidas de forma mais civilizada e humanista, que possibilite um certo rendimento minimo aos trabalhadores, reformados e pensionistas no sentido de garantir o desenvolvimento e o crescimento da economia pela via do mercado interno e assim garantir os interesses da burguesia.

 A grande questão que se coloca é a de saber se com os actuais niveis de crescimento económico endémico, de déficit público de 7.2% caso se contabilize a capitalização do "novo" banco, a divida pública na ordem dos 130% do PIB e uma divida externa superior a 4oo.ooo milhões de euros é possivel cumprir tais compromissos, quando se está vinculado ao cumprimento do Tratado Orçamental Europeu,  que exige um déficit público de 0,5%?


Quando se até aqui nunca foi possível um crescimento sustentável da economia mundial após a crise iniciada em 2008, como é que a economia capitalista portuguesa pode crescer sustentadamente como sustenta demagógicamente o actual governo? E quando novos sinais de abrandamento das principais economias mundiais, em particular da China, que em face do seu menor crescimento e  das perdas colossais nas suas bolsas, foi obrigada a injectar na bolsa mais de uma centena de milhar de milhões e de desvalorizar a sua moeda em perto de 6%, para evitar que o terramoto financeiro não tivesse consequências económicas ainda mais devastadoras a nível mundial. 

Outro dado significativo que desmente o actual governo nas suas previsões de crescimento económico com que tenta embelezar a sua politica reacionária e anti-popular, é a baixa do preço do petróleo como consequência da quebra da produção industrial e do  novo abrandamento e até estagnação da economia em vários países.

Mas temos ainda o caso da Volkswagem que por obra da vigarice montada, pode muito bem vir a furar as contas ao futuro governo e a representar sérias consequências para o proletariado na Auto-Europa, bem como na própria Alemanha e em outros países onde está instalada.

Por último temos a agressão militar imperialista na Síria, Médio Oriente e Norte de Africa, que tanto pelos seus meios bélicos como pelo apoio a oposições fantoches e à criação de exércitos de mercenários, como é o caso do dito EIL, no sentido de os utilizar em  defesa dos seus interesses  de rapina e imperialistas, já produziu  milhões de mortos e refugiados como resultado  da destruição quase total  das infra-estruturas  económicas e sociais dos seus países, mas que não deixará de ter fortes consequências a nivel económico e social,  particularmente na Europa.

Daí que em tal quadro económico e baixa competitividade da economia nacional, a burguesia  capitalista e financeira e os seus governos, tudo continuem a fazer para manter a mesma ofensiva capitalista dos anteriores governos, de redução dos salários e de desmantelamento dos direitos laborais e sociais.

Perante tal situação e depois do que se passou na Grécia, onde a burguesia imperialista europeia esmagou todas as pretensões a uma vida melhor do povo grego e fez ajoelhar o Syriza em plena praça Sintagma, obrigando-o a cumprir os planos imperialistas para a Grécia, venha agora o PCP e o BE a defender praticamente o que antes o Syriza defendia, sem minimamente colocar em causa a permanência de Portugal na UE, bem como o próprio sistema capitalista.

A Chispa! acredita que o PCP e o BE pela campanha eleitoralista "inteligente" que fizeram e pelas graves consequências sociais que a ofensiva capitalista causou nas severas condições sociais em que vive o proletariado e os mais  pobres, que ambos reforcem a sua representatividade, mas isso não quer dizer que tal reforço venha a constituir qualquer alternativa ou mesmo resistência aos planos da burguesia e da UE. Depois do 25 de Novembro de 1975 e particularmente os últimos quinze anos de ofensiva capitalista, em que os vários governos liquidaram práticamente  todos os direitos conquistados pelos  trabalhadores após o 25 de Abril, mostrou bem à evidência, que a lógica de utilizar a luta concreta dos trabalhadores e do povo em função da dita acção e tagarelice burguesa parlamentar  de pouco valeu.

O próximo governo vai ser praticamente igual ao actual, os compromissos económicos e sociais não passarão de pequenas migalhas com que tentarão iludir e adormecer o povo, para fazer passar com o minimo de protesto social o grosso das medidas reacionárias  que irão tentar impôr de novo.

Assim sendo a A Chispa! apela ao proletariado, a todos os trabalhadores aos que lutam pelo comunismo, para que criem uma verdadeira alternativa e que não se iludam, nem deem qualquer apoio que seja ao próximo governo e ao mesmo tempo não acreditem nos falsos profetas que prometem, que do alto do parlamento burguês irão travar  a ofensiva capitalista e a reação.

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