sexta-feira, 10 de julho de 2015

O PCdaGrécia - KKE opõe-se ao consenso antipopular dos partidos burgueses


O conselho dos líderes políticos realizou-se no palácio presidencial, um dia depois do referendo de 5 de julho, presidido pelo Presidente da República, P. Pavlopoulos. 

O Primeiro-Ministro e Presidente do SYRIZA, A. Tsipras, o presidente em exercício da ND, E. Meimarakis, o Presidente do POTAMI, S. Theodorakis, o Secretário-geral do CC do KKE, D. Koutsoumpas, o presidente do ANEL, P. Kammenos, e o Presidente do PASOK, F. Gennimata, participaram na reunião de 7 horas. 

Durante a reunião, os partidos SYRIZA, ANEL, ND, POTAMI e PASOK chegaram a um acordo e, na verdade, assinaram uma declaração conjunta, interpretando o resultado do referendo como a aceitação do euro e da UE, abrindo o caminho a um acordo antipopular.

 O SG do CC do KKE, D. Koutsoumpas, expressou o seu completo desacordo com a declaração conjunta. O SG do CC do KKE, Dimitris Koutsoumpas, fez a seguinte declaração, após a reunião de ontem dos líderes políticos, presidida pelo Presidente da República: “Ouvimos a intervenção do Primeiro-Ministro, na reunião presidida pelo Presidente da República, respeitante à continuação das negociações e discussões, depois do referendo ao povo grego. 

Pela nossa parte, expressámos claramente, mais uma vez, os pontos de vista do KKE sobre a avaliação do resultado do referendo e, principalmente, no que respeita aos enormes problemas que estão a ser sentidos pelo povo grego, dentro da aliança predatória da UE, que tem uma linha política que, continuadamente, aumenta os impasses para o povo –, os rendimentos das pessoas, a evolução do país e do nosso povo como um todo. Ficou demonstrado, mais uma vez, que não pode haver negociações favoráveis ao povo e aos trabalhadores no interior dos muros da UE, no interior do caminho de desenvolvimento capitalista. 

 2 O KKE discordou da declaração conjunta como um todo, com a qual os restantes líderes e partidos políticos concordaram. A nossa discordância está relacionada com a forma como entendemos o veredito do povo grego ontem e, principalmente, com a nossa avaliação do curso e das táticas das negociações que o governo está a propor e que os outros partidos aceitam –, pelo menos, no que diz respeito ao seu enquadramento geral e orientação. 
Ninguém autorizou ninguém a assinar novos memorandos, novas medidas penosas para o nosso povo. E essas medidas serão duras”. 

Em resposta à pergunta de um jornalista sobre se está a falar acerca de uma “solução fora do euro”, D. Koutsoumpas salientou o seguinte: «Não. Nós tornamos clara a seguinte questão, a de que esta linha política pode ir em duas direções: ou eles vão assinar, como parece e está a ser agendado – ver-se-á nos próximos dias – um acordo doloroso, com duras medidas antipopulares, um novo memorando, ou teremos uma bancarrota do Estado, com um ‘grexit’, com a saída do euro, ou com duas moedas, ou qualquer outra coisa. Ouvimos falar sobre isto principalmente aos “parceiros” – os partidos políticos não o disseram no conselho dos líderes políticos. Os “parceiros” falam sobre isto. Por isso, o nosso povo deve estar preparado. A posição do KKE é a de que ambos estes possíveis resultados – isto é, um acordo com um memorando e duras medidas, ou um ‘grexit’, ou qualquer outra coisa – efetuar-se-ão à custa do povo grego. 

A rutura com a UE, o capital e o seu poder tem como pré-condição uma estratégia totalmente diferente, o poder dos trabalhadores e do povo, para que este tenha verdadeiramente o poder e socialize os meios de produção, saia da UE e cancele a dívida unilateralmente. Esta é a proposta global e totalmente diferente do KKE, que não tem relação com os diversos pontos de vista que levarão ao novo empobrecimento do nosso povo. E, quero dizer, pontos de vista que existem em outros partidos – pontos de vista minoritários, no momento –, como no partido do governo, que apenas fala sobre a saída do euro».

 07.07.2015 

Sem comentários:

Enviar um comentário

Por favor nâo use mensagens ofensivas.