segunda-feira, 13 de junho de 2011

Única alternativa não é a "renegociação"da divida, mas sim Resistir à ofensiva capitalista, acumular e alterar a correlação de forças !




Depois de lançarem o país numa longa década de estagnação, recessão económica e banca rôta, de ataques profundos aos direitos económicos e sociais dos trabalhadores, crise económica capitalista esta, que é responsável por um milhão de desempregados, dos quais perto de 30% são jovens e entre estes 75 mil são licenciados; 20% da população activa em situação de precariedade laboral e recibos verdes; Por uma vaga emigratória só comparável com aquela ocorrida nos anos sessenta do século passado; 2 milhões de pessoas a viver abaixo dos limites de pobreza; 40% das nossas crianças, (segundo dados oficiais recentes) a passar fome; De elevada corrupção e onde os corruptos saiem sempre ilesos, o que é que determinou que fossem exactamente os partidos capitalistas mais conservadores a beneficiar e a capitalizar o descontentamento social que parte do proletariado e dos mais pobres vêm travando contra esses ataques?

O BE e o PCP para encobrirem o seu desaire e estagnação eleitoral, afirmam que o resultado obtido pelo conjunto dos três partidos que realizaram o "acordo" se deve à pressão, manipulação e intoxicação que os meios de comunicação social burgueses realizaram em torno dos perigos que o pais podia correr, caso não se viabiliza-se e vota-se nos partidos que "acordaram" com a triade imperialista UE/BCE/FMI o empréstimo. E é evidente que esta pressão existiu e teve a sua quota parte de responsabilidade, mas o contrário nos espantaria se não o fizessem, visto que são defensores e propagandistas do sistema económico capitalista.

Afirmaram ainda para completar o seu raciocínio politico o facto de o PSD, PS e CDS, fugirem ao debate e ao esclarecimento das medidas que "aprovaram", o que também não deixa de ser verdade. Mas se o PSD, PS e CDS sabiam que tal debate os impossibilitava de utilizarem a sua demagogia politica e os podia prejudicar com resultados eleitorais menos favoráveis e a colocar em causa a sustentação social que tais medidas necessitam para ser concretizadas, porque razão fazê-lo se estavam a ir contra os seus interesses económicos e politicos.

Apesar da sua importância não foram estes dois factores que determinaram que 80% dos eleitores votantes,votassem nos partidos que assinaram o chamado "memorando" foi antes sim, a intervenção politica oportunista social-democrata do BE e do PCP que é feita em torno do combate às politicas de direita dos vários governos ao longo dos anos, como se estes governos estivessem obrigados a fazer uma politica de acordo com os interesses gerais do país e da sociedade e não em torno dos interesses económicos da classe e do sistema económico capitalista que defendem, ou seja em vez de combaterem o capitalismo de que dizem opôr-se, acabam por defender uma politica dita social à esquerda do quadro constitucional capitalista, escondendo o caracter explorador, reaccionário e responsável do sistema económico, como o causador das chagas sociais existentes, provocando a confusão nas massas menos conscientes e dando aso que estas optem sempre independentemente dos seus interesses económicos e sociais pelo partido que lhes parece a ALTERNÂNCIA na esperança de melhorarem o seu nivel de vida, como foi agora o caso.

Outra das questões que mais contribuiu para o seu desaire e estagnação eleitoral, foi o facto de o BE e o PCP estarem impedidos pela suas propostas politicas de se demarcarem politicamente das causas principais que determinaram a crise profunda que o capitalismo nacional atravessa e apresentarem como alternativa central ao "acordo" a "renegociação" ou "reestruturação" da divida soberana, quando se sabia e sabe que tal alternativa não era mobilizadora e muito menos defendia os interesses do proletariado e dos mais pobres da sociedade. Ou seja a preocupação que revelaram e revelam com o pagamento da divida contraída que serviu para enriquecimento da burguesia, foi e é de tal ordem, que acabaram também eles por ajudar a criar um clima de medo e terror que favoreceu a actual maioria se voltou contra as suas próprias pretensões eleitorais.

No nosso entender o que determinou este resultado eleitoral e a obtenção por parte do PSD, PS e CDS de uma maioria esmagadora parlamentar, que lhes concede uma base numérica confortável para aplicar as suas politicas reaccionárias, foram as formas de luta inconsequentes, pouco combativas e a conta gotas que os dirigentes sindicais proposeram aos trabalhadores durante toda a vigência da politica capitalista sócratista, que permitiram a este aplicar os seus OGE e PECs e aprofundar a ofensiva capitalista com o minimo de instabilidade social, razão pelo qual os trabalhadores foram recuando e não elevaram a sua capacidade de resistência e o seu nivel de consciência de classe e politica, criando assim as condições propicias para transformar o acto eleitoral num PLEBESCITO de apoio às politicas de austeridade que querem impôr. E tanto assim é, que P.P.Coelho debaixo da sua arrogância reaccionária já prometeu levar as medidas para além do "acordado" o que prova de certa maneira que a triade imperialista pouco impôs e que apenas exigiu aquilo que a burguesia financeira e capitalista vem exigindo à muito.



Esperamos que todos compreendam a nova situação e as exigências que ela comporta, para que possamos romper com todas as nossas forças as situações que nos trouxe até aqui.
























4 comentários:

  1. Acho que estão muito bem desmontadas nos parágrafos quarto e quinto, o carácter de classe dos dois partidos parlamentares que se dizem pelo socialismo (BE e PCP) e a impossibilidade dentro do sistema, dentro desta sociedade,da "resolução" das suas contradições e de alguma vez esses partidos rumarem à luta decisiva pela extinção da exploração capitalista (cada vez mais desenfreada, quanto maior for a crise em que eles próprios se meteram.
    Todo o apoio à linha política aqui exposta!
    Um trabalhador defensor da Revolução Socialista, do poder operário.

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  2. Caro anónimo, entra em contacto connosco para aprofundarmos estas ideias.
    jotaluz@gmail.com

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  3. meu descontentamento, por nao ter havido mais resistencia (BE e PCP) -opiniao amiga

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  4. Agradeço que alguém me esclareça qual devia ter sido a posição tomada por o PCP face à atual conjuntura politica provocada por o desaire da governação desastrosa dos partidos alinhados com o grande capital (PS/PSD/CDS)?

    Eu vivo no Algarve, região onde o desemprego mais cresceu, a opressão e repressão sobre os trabalhadores mais se acentou-o, no entanto os partidos burgueses mais à direita viram aumentar o numero de votos.

    Experimentem ir distribuir propaganda partidária ou sindical junto dos Centros de Emprego para conhecerem de perto a opinião da maioria deste povo que vive na miséria.

    Não basta atribuir culpas a A e a B, primeiro devemos ter a noção exata das razões porque as coisas acontecem deste modo.

    Infelizmente a maioria dos Portugueses prefere viver da caridade que exigir os seus direitos.

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