segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Não é com formas de luta, TIMIDAS e DISPERSAS que conseguiremos travar a ofensiva capitalista !

"O que é feito do impacto da Greve Geral de 24 de Novembro ?"

Depois de considerarem a Greve Geral de 24 de Novembro, uma grande jornada de luta contra as medidas anti-laborais e de austeridade do governo e nela terem participado mais de três milhões de trabalhadores, paralisando práticamente os principais sectores da economia, era suposto, que a luta continua-se visto que o governo não recuou, pelo contrário, endureceu ainda mais as suas politicas anti-laborais e anti-sociais, como mesmo alterou, (dando cumprimento às exigências do patronato), o acordo aprovado à quatro anos sobre o aumento do Salário Minimo.

A UGT que sempre colaborou com a politica do governo e manifestou apoio ao OGE, do qual as medidas de austeridade do PEC III fazem parte, que pela mão da CGTP decidiu aderir à greve geral para encobrir as suas verdadeiras intenções politicas, rápidamente se desmascara quando acordou alterar o acordo sobre o Salário Minimo e dar o seu apoio às novas 50 medidas anti-laborais apresentadas pelo governo/P"S", em concordância com os outros partidos capitalistas ainda mais à sua direita.

Por seu lado a CGTP, em vez de continuar a mobilizar e a elevar a consciência dos trabalhadores e dessa forma ampliar o movimento contra a ofensiva capitalista e a arrogância do governo, com novas e imediatas formas de luta mais combativas e radicais e com essa atitude desmascarar a FALSIDADE e a DEMAGOGIA da UGT, Não... recuam, substituem a luta concreta das massas e recorrem para os tribunais como forma de "luta" como se estes fossem o meio e a via para deter o governo e impedir os cortes salariais, esquecendo todas as outras medidas que estão contidas no PEC III, deixando milhares de trabalhadores e aposentados sujeitos às restantes medidas reaccionárias do governo.

Têm, tanto uns como outros, CGTP e UGT, o CUIDADO de não levantar o minimo protesto social contra a aplicação prática do OGE durante a campanha eleitoral, quando era sabido o apoio dado, a este, pelos dois principais candidatos, contribuindo assim consciêntemente para o clima de paz social existente e para a vitória do candidato mais reaccionário Cavaco Silva.

Só no fim de Janeiro, passado mais de dois meses da data da Greve Geral, surgem de novo novas formas de luta, TIMIDAS, DISPERSAS e a CONTA GOTAS, nem sequer foram greves de 24 horas como era de esperar e como MINIMO dado a envergadura da ofensiva capitalista, não provocaram por isso mesmo qualquer impacto assinável, nem contribuiram para uma maior mobilização da população trabalhadora para a luta, dando-se assim novas oportunidades ao governo capitalista para continuar a aplicar as suas politicas reaccionárias.

É esta intervenção e conduta politica sindical moderada, conciliatória e colaboracionista com os governos que representam os interesses da burguesia capitalista e do imperialismo, que tem que ser responsabilizada por não se procurar mobilizar as massas trabalhadoras para uma politica de resistência consequênte e combativa, em torno da defesa dos direitos económicos e sociais, que desde o 25 de Novembro de 1975 são atacados e destruidos pela ofensiva capitalista.

Em sede de "Concertação Social" em diálogo e negociação permanente com o Governo/Patronato, COM ACORDO OU NÃO, o que é facto, é, que os vários governos ao longo destas três décadas conseguiram impôr as reivindicações exigidas pela burguesia capitalista, com o minimo de resistência e de conflito social. Foram impostos os Contratos a Prazo, os falsos Recibos Verdes, a Redução dos Salários, por fim o trabalho Temporário e Precário onde os trabalhadores estão expostos e sujeitos a baixos salários e à perda de outros direitos e às mais indignas condições de trabalho.

Com a perda da competitividade económica e com o agravamento da crise capitalista, que tem colocado centenas de milhar de trabalhadores no desemprego, e de acordo com as orientações politicas e ideológicas pequeno-burguesas dos seus partidos, sugerem ao governo em nome de uma dita "MUDANÇA" mais apoios à modernização do tecido produtivo e reduções nos impostos para as empresas privadas, como forma de se aumentar a productividade, quando estas estão directamente relacionadas com o aumento do desemprego e da exploração, quando antes deviam defender, como medida anti-capitalista a redução do horário de trabalho e o trabalho para todos.

É por demonstrarem esta disponibilidade e sujeitarem os trabalhadores à capitulação permanente perante a ofensiva capitalista, que o actual Governo à semelhança dos anteriores tem vindo a desmantelar os direitos sociais e as leis laborais, através dos vários PECs e por isso, agora o 1º Ministro e o Ministro das Finanças, já fizeram saber, que se as medidas de austeridade já tomadas não forem suficientes e a crise económica se manter e aprofundar, que mais medidas serão tomadas.

Perante esta situação só nos resta, tomarmos como exemplo as recentes movimentações sociais ocorridas no Norte de África e no Médio Oriente, onde as massas trabalhadoras pela sua mobilização e combatividade derrubaram TIRANOS e REGIMES que durante largas décadas os oprimiram, criando assim novas condições para prosseguirem a sua luta para novas conquistas e pela sua emancipação. É neste sentido que apelamos aos jovens, aos desempregados, às mulheres e a todos os trabalhadores que participem nas próximas manifestações de protesto e dêem-lhes um carácter mais combativo e revolucionário e EXIGAM o continuar da luta e levem esta o mais longe possivel contra a ofensiva dos governos capitalistas e o capitalismo.

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