segunda-feira, 31 de maio de 2010

Operação terrorista da marinha israelita, assassina 19 pessoas e feriu outras 30


Israel atacou nesta segunda-feira, um navio da Frota de Gaza Livre, que transportava cerca de 10 toneladas de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza. O ataque matou 19 pessoas e feriu outras 30.



O correspondente da Telesur no Oriente Médio, Hisham Wannous, informou que o ataque foi efectuado por marinheiros de Israel e que no processo empregou-se o uso de um helicóptero.

Wannous observou que logo depois de saber da notícia houve manifestações em Gaza e na Turquia em repúdio ao ataque, enquanto o governo israelense mantém silêncio sobre o assunto.

O correspondente indicou que os navios de guerra israelenses que participaram no ataque saíram do porto de Haifa, no norte de Israel, transportando mísseis e todos os tipos de armas.

O jornalista também explicou que o que restou da Frota Gaza Livre será levado para Haifa, onde se prevê que sejam detidas as pessoas que viajam na Gaza Livre. Segundo Wannous, a maioria dos mortos são europeus e turcos.

Gaza Livre escreveu em seu site na Internet que o navio atacado foi o HHI, de bandeira da Turquia, assegurou a organização humanitária, foi abordado por membros da Marinha de Israel.Entre os passageiros da embarcação de Gaza Livre se encontram parlamentares europeus e ganhadores do Prêmio Nobel da Paz.

A imprensa turca mostrou imagens tiradas no interior do barco turco Mavi Marmara, nas quais se viam soldados israelenses abrindo fogo.

Desta forma, Israel cumpriu as advertências realizadas no último sábado pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Yigal Palmor, que disse que seu país estava preparado para bloquear a passagem das embarcações, incluindo o uso da força.

"Vamos tentar impedi-los de se aproximar da costa da Faixa de Gaza de forma pacífica, mas se eles insistem em passar, os impediremos", afirmou Palmor, no sábado passado.

Os barcos da Frota Gaza Livre, que busca ajudar o povo palestino que vive sob o férreo bloqueio israelense, com o envio de alimentos, móveis, assistência médica e materiais de construção, estruturas como hospitais e escolas foram destruídos ou deixadas em muito mau estado pelos ataque realizado pelas forças israelenses.

Segundo a imprensa turca, o ataque israelense contra o barco da Frota Gaza Livre ocorreu em águas internacionais às 04:00 horas locais (01:00 GMT).

Logo que a informação do ataque israelense foi divulgada, centenas de pessoas se reuniram para protestar enfrente ao consulado israelense na cidade turca de Istambul.

A frota é composta por seis navios, três deles turcos, e transporta, entre outras coisas, materiais de construção, equipamentos médicos de necessidades básicas, com o fim de romper o bloqueio que sofre a Faixa de Gaza por parte de Israel.

Traduzido por Dario da Silva

Original encontra-se em: http://www.telesurtv.net/


quarta-feira, 26 de maio de 2010

Solidariedade com Baltazar Garzón? NÃO


Por concordar-mos inteiramente com o texto públicado por "Rádio Moscovo" e este se enquadrar na onda de solidariedade que é necessário desenvolver em Portugal, em apoio dos presos politicos independentistas e comunistas presos em Espanha, decidi-mos reproduzi-lo na nossa página. A CHISPA!

Unai Romano. Antes e depois de ter sido torturado pela polícia espanhola.


Tenho recebido diversos e-mails e mensagens a pedirem a assinatura de um abaixo-assinado em solidariedade com o juiz Baltasar Garzón. Este juiz espanhol foi suspenso das suas funções por, entre outros motivos, tentar investigar os crimes do franquismo sobre os republicanos. Não tendo qualquer dúvida sobre a importância de se condenar o fascismo e os fascistas, não sou capaz de me sentir solidário com Baltasar Garzón.


Baltasar Garzón é um dos principais responsáveis pela ilegalização do Herri Batasuna e de vários partidos da esquerda independentista basca. É também responsável pela ilegalização do PCE(r). Baltasar Garzón é um dos principais responsáveis pelas centenas de cidadãos bascos inocentes que passaram pelos calabouços. É também responsável por silenciar e não investigar a tortura de que foram e são alvos milhares de cidadãos bascos. Baltasar Garzón é um dos principais responsáveis pela proibição de vários jornais e rádios bascos. É também responsável pela proibição de várias manifestações e acções de protesto, posteriormente alvos de violentas cargas policiais.


A Rádio Moscovo não apoia o juiz Garzón. Daqui, toda a solidariedade com as vítimas do franquismo e todo o apoio à abertura de uma investigação que é urgente.
Publicada por Pedro Bala em http://www.radiomoscovo.blogspot.com/

Reproduzida por http://www.achispavermelha.blogspot.com/

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Saiba o que é o capitalismo




Atilio A. Boron [*]
O capitalismo tem legiões de apologistas. Muitos o são de boa fé, produto de sua ignorância e pelo fato de que, como dizia Marx, o sistema é opaco e sua natureza exploradora e predatória não é evidente aos olhos de mulheres e homens.
Outros o defendem porque são seus grandes beneficiários e amealham enormes fortunas graças às suas injustiças e iniquidades. Há ainda outros (‘gurus’ financeiros, ‘opinólogos’ e ‘jornalistas especializados’, acadêmicos ‘pensantes’ e os diversos expoentes desse "pensamento único") que conhecem perfeitamente bem os custos sociais que o sistema impõe em termos de degradação humana e ambiental. Mas esses são muito bem pagos para enganar as pessoas e prosseguem incansavelmente com seu trabalho.

Para contra-atacar a proliferação de versões idílicas acerca do capitalismo e sua capacidade de promover o bem-estar geral, examinemos alguns dados obtidos de documentos oficiais do sistema das Nações Unidas. Isso é extremamente didático quando se escuta, ainda mais no contexto da crise atual, que a solução dos problemas do capitalismo se consegue com mais capitalismo; ou que o G-20, o FMI, a Organização Mundial do Comércio e o Banco Mundial, arrependidos de seus erros passados, poderão resolver os problemas que asfixiam a humanidade.

Todas essas instituições são incorrigíveis e irreformáveis, e qualquer esperança de mudança não é nada mais que ilusão. Seguem propondo o mesmo, mas com um discurso diferente e uma estratégia de "relações públicas" desenhada para ocultar suas verdadeiras intenções. Quem tiver duvidas, olhe o que estão propondo para "solucionar" a crise na Grécia: as mesmas receitas que aplicaram e continuam aplicando na América Latina e na África desde os anos 80!

A seguir, alguns dados (com suas respectivas fontes) recentemente sistematizados pelo CROP, o Programa Internacional de Estudos Comparativos sobre a Pobreza, radicado na Universidade de Bergen, Noruega. O CROP está fazendo um grande esforço para, desde uma perspectiva crítica, combater o discurso oficial sobre a pobreza, elaborado há mais de 30 anos pelo Banco Mundial e reproduzido incansavelmente pelos grandes meios de comunicação, autoridades governamentais, acadêmicos e "especialistas" vários.
População mundial: 6.800 bilhões, dos quais...

• 1,020 bilhão são desnutridos crônicos (FAO, 2009)

• 2 bilhões não possuem acesso a medicamentos (http://www.fic.nih.gov/)

• 884 milhões não têm acesso à água potável (OMS/UNICEF, 2008)

• 924 milhões estão "sem teto" ou em moradias precárias (UN Habitat, 2003)

• 1,6 bilhão não têm eletricidade (UN HABITAT, "Urban Energy")

• 2,5 bilhões não têm sistemas de drenagens ou saneamento (OMS/UNICEF, 2008)

• 774 milhões de adultos são analfabetos (http://www.uis.unesco.org/)

• 18 milhões de mortes por ano devido à pobreza, a maioria de crianças menores de 5 anos
(OMS).

• 218 milhões de crianças, entre 5 e 17 anos, trabalham precariamente em condições de escravidão e em tarefas perigosas ou humilhantes, como soldados, prostitutas, serventes, na agricultura, na construção ou indústria têxtil (OIT: A eliminação do trabalho infantil: um objetivo ao nosso alcance, 2006).

Entre 1988 e 2002, os 25% mais pobres da população mundial reduziram sua participação na renda global de 1,16% para 0,92%, enquanto os opulentos 10% mais ricos acrescentaram mais às suas fortunas, passando de dispor de 64,7% para 71,1% da riqueza mundial. O enriquecimento de uns poucos tem como seu reverso o empobrecimento de muitos.

Somente esse 6,4% de aumento da riqueza dos mais ricos seria suficiente para duplicar a renda de 70% da população mundial, salvando inumeráveis vidas e reduzindo as penúrias e sofrimentos dos mais pobres. Entenda-se bem: tal coisa se conseguiria se simplesmente fosse possível redistribuir o enriquecimento adicional produzido entre 1988 e 2002 dos 10% mais ricos. Mas nem sequer algo tão elementar como isso é aceitável para as classes dominantes do capitalismo mundial.

CONCLUSÃO: se não se combate a pobreza (que nem se fale de erradicá-la sob o capitalismo) é porque o sistema obedece a uma lógica implacável centrada na obtenção do lucro, o que concentra riqueza e aumenta incessantemente a pobreza e a desigualdade socioeconômica.

Depois de cinco séculos de existência eis o que o capitalismo tem a oferecer. O que estamos esperando para mudar o sistema? Se a humanidade tem futuro, será claramente socialista. Com o capitalismo, em compensação, não haverá futuro para ninguém. Nem para os ricos e nem para os pobres. A frase de Friedrich Engels e também de Rosa Luxemburgo, "socialismo ou barbárie", é hoje mais actual e vigente do que nunca. Nenhuma sociedade sobrevive quando seu impulso vital reside na busca incessante do lucro e seu motor é a ganância. Mais cedo que tarde provoca a desintegração da vida social, a destruição do meio ambiente, a decadência política e uma crise moral. Ainda temos tempo, mas já não tanto.
12 de Maio de 2010

[*] Atilio A. Boron é diretor do PLED, Programa Latinoamericano de Educación a Distancia em Ciências Sociais, Buenos Aires, Argentina
Sítio: www.atilioboron.com/