Os Jogos Olímpicos estão prestes a começar e os trabalhadores e os sindicatos continuam a denunciar condições de trabalho inseguras. Alguns, como Daouda Tounkara, um trabalhador maliano recentemente regularizado, e outros, inclusivamente intentaram acções judiciais contra empresas de construção por exploração e condições de trabalho semi-escravas.
Entrevistas com trabalhadores, dirigentes sindicais e inspectores do trabalho destacam a exploração não mitigada. Alguns trabalhadores migrantes, muitas vezes sem documentos oficiais, foram forçados a realizar trabalhos perigosos durante longas horas de trabalho, sem equipamento de segurança adequado, como óculos ou arneses.
Os trabalhadores denunciam a falta de controle de segurança e vários acidentes graves, que não foram registrados oficialmente, por isso escapam das estatísticas.
Durante as obras do metrô, essenciais para a logística dos Jogos, a morte de dois trabalhadores não foi contabilizada nos relatórios olímpicos. A ocultação levanta questões sobre a validade das declarações oficiais, especialmente quando Macron afirmou, há alguns meses, que a França tinha cumprido o seu compromisso de segurança.
O artigo do New York Times também aponta a definição restritiva que o governo francês utiliza para determinar o que constitui um local olímpico. Os acidentes fatais ocorridos em locais de construção não reconhecidos como parte integrante da infra-estrutura olímpica foram classificados em outras categorias administrativas, minimizando assim o seu impacto nos dados oficiais.
Além disso, os empregadores encorajaram os trabalhadores indocumentados a não comunicarem os seus ferimentos nem procurarem cuidados médicos, uma prática que ajuda a manter as estatísticas oficiais de lesões notavelmente baixas. Esta gestão dos acidentes de trabalho mostra que o governo francês não está preocupado com a protecção dos trabalhadores empregados nas instalações olímpicas, independentemente do seu estatuto jurídico.
Os Jogos Olímpicos estão prestes a começar e os trabalhadores e os sindicatos continuam a denunciar condições de trabalho inseguras. Alguns, como Daouda Tounkara, um trabalhador maliano recentemente regularizado, e outros, inclusivamente intentaram acções judiciais contra empresas de construção por exploração e condições de trabalho semi-escravas.
(*) https://www.nytimes.com/2024/05/08/world/europe/olympics-france-migrant-labor.html
Sem comentários:
Enviar um comentário
Por favor nâo use mensagens ofensivas.