A. Costa do PS (1ºministro) recebe em Portugal
dois agentes do capitalismo internacional e chefes do imperialismo
norte-americano, o fascista Mike Pompeo e o genocida Benjamin Netanyahu,
fazendo lembrar a célebre (tristemente) Cimeira dos Açores onde o lacaio de
libré Barroso recebeu reverentemente os chefes da altura do mundo capitalista
ocidental na preparação da invasão e posterior destruição de um país soberano,
o Iraque. É o lacaio que recebe o amo, acompanhado pelo ajudante, um
ex-trotskista trauliteiro Santos Silva, não é o encontro de três chefes de
estado em igualdade de circunstâncias e de poder, é o preito de vassalagem.
Esta atitude de subserviência ficou bem
atestada, mais uma vez, na comparência e intervenção do chefe do PS “português”
(apenas no registo) na festa do 70º aniversário da OTAN (NATO na sigla inglesa
e adoptada há muito por todos os órgãos de informação nacionais). O Costa achou
que o debate entre os líderes das potências presentes foi “franco, tranquilo e
sereno”, como conversa entre velhos amigos, iludindo as profundas divergências
existentes entres os diversos países presentes, principalmente entre França,
EUA e Turquia, e a sua posição de subalterno que foi receber ordens. A
unanimidade foi justificada: “todos reafirmarem a unidade e a confiança
acrescida na solidariedade transatlântica”.
Uma solidariedade entre o patrão do lado
de lá do Atlântico e uma União Europeia dócil (perante o mais forte) que, sob a
bandeira da defesa contra possíveis e imagináveis inimigos, usa a NATO como o
que ela sempre foi, um instrumento de ingerência e agressão contra os povos na
prossecução e salvaguarda do saque – a morte dos soldados franceses no Mali não
deixou de ser apresentada como o exemplo e o sacrifício da “defesa das
liberdades” (para roubar) ocidentais. A NATO “não atravessa nenhuma crise
existencial”, no entanto, Trump não deixará de exigir a comparticipação de 2%
do PIB de cada um dos países para o seu financiamento, um dos muitos impostos
imperiais.
A.Costa faz questão de mostrar que é um
lacaio de corpo, e tempo, inteiro, em vez de estar presente na capital do país,
nas comemorações da Restauração da Independência, ausentou-se para receber no
Reino de Espanha um prémio pela “defesa dos valores socialistas” (?!), e de
seguida rumou para a capital do Reino para participar na Cimeira Mundial do
Clima (COP25), acompanhado pelo ministro que é, provavelmente, um dos mais
corruptos e lacaios que passaram pela governação portuguesa, o incontornável
Matos Fernandes. E não se inibiu de dizer que "o tempo é curto"
porque "há uma ameaça contra a própria humanidade" e "vale a
pena agir"; desplante não falta para quem se prepara para construir um
aeroporto em pleno estuário do Tejo, autorizou as dragagens no rio Sado e
concessionou a exploração do lítio, obras todas a ser realizadas por empresas
estrangeiras, embora com alguns intermediários chico-espertos nacionais, ou
seja, tudo o que é totalmente contrário aos interesses do povo português e
destruidor do meio ambiente.
O ministro do Ambiente, artista sem
vergonha, soube dizer em Setembro que a retenção da água no Tejo por parte do
governo espanhol, em frontal e completo desrespeito pelos acordos estabelecidos
entre os dois países, não era problema e, depois de confrontado com uma
realidade impossível de iludir, vem agora declarar que o problema será
resolvido neste mês de Dezembro. Estará à espera que chova, ou de algum outro
milagre, contando que o problema seja atirado para o esquecimento, tal como
aconteceu com a poluição do Tejo pela Celtejo, empresa do universo da Cofina
que não paga os impostos que deve ao estado português. Empresa que ainda espera
receber mais alguns milhões pelos órgãos de informação que possui, a que
acrescentará a TVI, numa monopolização descarada da informação em Portugal, se
o apelo do PR Marcelo for aceite neste Orçamento de Estado e seja previsto mais
uma “ajuda”, agora, aos media on-line privados – já não chegavam os bancos! Em
relação à poluição do Tejo, ficou-se sem saber ao certo das conclusões das
inquirições oficiais, apenas se soube que a multa determinada pelo tribunal foi
substituída por uma “repreensão” escrita – tal terá sido a propina por debaixo
da mesa?! Este caso, também, revela à evidência a política na prática do Costa
do PS quanto à descarbonização do país. E quanto ao patriotismo e isenção dos
órgãos de informação (propaganda) do regime ficamos de igual modo esclarecidos
quando vemos uma SIC Notícias “noticiar” que o 1º de Dezembro é “cerimónia
comemorativa da implantação da Republica” – não será só iliteracia.
Alguns dias antes das comemorações que a
imprensa dita “de referência” diz que se realizam sem o entusiasmo ou até com a
ausência dos “populares”, o primeiro-ministro espanhol, o companheiro
socialista de Costa e seus “muchachos”, teve mais que a ousadia, a arrogância
de apresentar uma “queixa formal” (ao PS português) por ter apoiado uma moção
na Assembleia Municipal de Lisboa (AM) denunciando a repressão sobre o povo da
Catalunha e exigindo a liberdade dos presos políticos, acusando os socialistas de
cá de “profunda ignorância” da realidade espanhola. Claro que de imediato a
reacção não se fez esperar por parte do executivo lisboeta, não para repudiar a
arrogância e a ingerência espanhola, mas para reafirmar que a Câmara Municipal
não é responsável pelas decisões tomadas por reuniões de vereadores ou
deliberações da AM, e mais ainda: “A posição da Câmara Municipal de Lisboa é a
este respeito inequívoca: total respeito pela soberania do estado espanhol, da
sua constituição, das suas leis e do funcionamento das suas instituições”.
Costa e Matos Fernandes não estão sós, o Medina e ajudantes não ficam atrás na
subserviência e na sabujice. Ah, o Medina ainda está a pensar se o story centre
dedicado ao bacalhau, a construir na Praça do Comércio, vai ter nome em
português, Centro da História do Bacalhau, ou em inglês: “Temos de ver se o
nome fica em inglês ou português”.
A. Costa foi premiado pela “defesa dos
valores socialistas”, ao que parece estes valores deverão ser, atendendo à
realidade, continuar a aceitar as imposições da troika de dar dinheiro ao fundo
abutre Lone Star para controlo total do Novo Banco, já foram torrados 8,8 mil
milhões de euros, continuar a aceitar as imposições de Bruxelas quanto às
regras orçamentais, dar privilégios fiscais às grandes empresas, nomeadamente
multinacionais, manter a degradação dos serviços públicos para recapitalizar
empresas privadas de vários sectores, não revogar as alterações ao Código do
Trabalho para aumentar os lucros dos acionistas das empresas nacionais e estrangeiras,
sendo completamente enganador o discurso de subida salarial, em particular do
salário médio, até 2023. O que é desmentido de imediato pelo super-ministro da
Economia Siza Vieira quando este manifesta a pretensão de se estabelecer metas
salariais inferiores (2,7%) ao que o mercado (os patrões) estaria disposto a
dar ou o que seria justo para atingir os níveis anteriores à intervenção da
troika (acima dos 4%). O Costa tanto é lacaio lá fora como cá dentro.
E A. Costa já se disponibilizou a dar ao
patronato as devidas “compensações”, que não serão apenas provenientes dos
fundos europeus, mesmo estes são uma pequena parte do saque perpetrado sobre o
povo trabalhador português através da exploração da barata mão-de-obra
nacional, da dívida soberana e da desigual balança comercial entre Portugal e a
Alemanha, grandemente a favor desta, e que servem para comprar fidelidades e
vassalagem políticas – a União Europeia é um projecto da burguesia nacional no
seu todo. Não é por acaso que os políticos ao serviço do regime passam
facilmente dos cargos governativos para os conselhos de administração das
grandes empresas nacionais e estrangeiras, tanto faz, o dinheiro não tem cor
nem cheiro, e exemplos não faltam e são transversais aos principais partidos do
poder que não são só os da governação. Depois venham queixar-se que os
“populismos” estão a aí e que o povo não vota, diz o estudo Abstenção e
participação eleitoral em Portugal : considerando os 20% mais pobres e os 20%
mais ricos (cidadãos eleitores), a participação eleitoral destes dois grupos
foi bastante semelhante até 2002 nas eleições legislativas, mas a partir daí, a
participação dos mais ricos sobe, enquanto a dos mais pobres desce. Concluindo
que os mais pobres já deixaram de acreditar no regime. Falta agora uma
direcção política de classe e revolucionária.
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04 de Dezembro 2019
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