Texto de Luz Andrade
Fuga a impostos e alta exploração não é apenas o dia a dia das empresas de transporte, mas da generalidade das empresas capitalistas e até públicas...
Tal situação de fuga ao fisco e à
Segurança Social e de alta exploração para os trabalhadores, é praticado em
todos os sectores da economia, por todas as empresas que prestam serviços,
sejam de ditos "recursos humanos" ou outros, empresas como a
Siderurgia Nacional, na Lisnave, na Portucel ectc,etc. sempre recorreram a
empreiteiros, mas a partir da década de 90, a situação piorou, reduziram na
ordem dos milhares o pessoal efectivo e passaram contratar estas empresas,ou a
criar elas próprias empresas de trabalho temporário, que aproveitando-se da
fragilidade laboral provocado pelo imenso desemprego existente e falta de
firmeza por parte das direções sindicais, que recuavam tanto que até as
"irregularidades" e "(a)normalidades" passavam a fazer
parte dos CCTV, dando assim cobertura às imposições patronais, à fuga ao fisco
e à segurança social, (como aliàs ainda acontece com o recente CCTV assinado
entre a Fectrans e a Antram.
Tais empresas negreiras não só não
respeitavam os direitos laborais conquistados na época do 25 de Abril, como
passaram a pagar metade do salário, impuseram e continuam a impôr horários de
12 horas de trabalho diárias e fins de semana sem qualquer pagamento
extraordinário, é um fartar vilanagem. Ao fim de algum tempo umas boas dezenas,
senão mais de empreiteiros (negreiros) enriquecem a olhos vistos com tal
escravatura.
Todos os governos são responsáveis por
tal prática na medida em que eram os próprios a obedecer à exigência das
associações patronais, que em sede de dita concertação social, flexibilizaram
até transformar o código de trabalho numa arma patronal.
Esta entrevista demonstrou a tudo e a
todos o que já se sabia, tanto aos reacionários que estavam contra a greve,como
aos que tinham "dúvidas" sobre as razões e a existência de tal greve,
colocando-se ao lado do governo e do patronato. Esperemos que agora em nome da
solidariedade que deve ser prestada aos motoristas e a toda a classe
trabalhadora, rectifiquem e alterem as suas posições.
Espera-se ainda que os motoristas a
aproveitem para se unirem como UM SÓ, sejam solidários e passem a aderir à luta e a prossigam sem desfalecimentos até à vitória, na medida em que esta luta também é sua. Que depois se faça um profundo balanço, se elimine as
hostilidades entre trabalhadores e se construa um poderoso sindicato UNIDO e
COMBATIVO e que se passe de imediato a exigir, dado que o desgaste sofrido por
largos anos de trabalho, é brutal, que a idade limite para a reforma seja de 35
anos de trabalho e de 60 de idade, nem mais um dia!
Toda a minha solidariedade!
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