sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Fuga a impostos e alta exploração não é apenas o dia a dia das empresas de transporte, mas da generalidade das empresas capitalistas e até públicas...


 Texto de Luz Andrade

Fuga a impostos e alta exploração não é apenas o dia a dia das empresas de transporte, mas da generalidade das empresas capitalistas e até públicas...



Tal situação de fuga ao fisco e à Segurança Social e de alta exploração para os trabalhadores, é praticado em todos os sectores da economia, por todas as empresas que prestam serviços, sejam de ditos "recursos humanos" ou outros, empresas como a Siderurgia Nacional, na Lisnave, na Portucel ectc,etc. sempre recorreram a empreiteiros, mas a partir da década de 90, a situação piorou, reduziram na ordem dos milhares o pessoal efectivo e passaram contratar estas empresas,ou a criar elas próprias empresas de trabalho temporário, que aproveitando-se da fragilidade laboral provocado pelo imenso desemprego existente e falta de firmeza por parte das direções sindicais, que recuavam tanto que até as "irregularidades" e "(a)normalidades" passavam a fazer parte dos CCTV, dando assim cobertura às imposições patronais, à fuga ao fisco e à segurança social, (como aliàs ainda acontece com o recente CCTV assinado entre a Fectrans e a Antram.


Tais empresas negreiras não só não respeitavam os direitos laborais conquistados na época do 25 de Abril, como passaram a pagar metade do salário, impuseram e continuam a impôr horários de 12 horas de trabalho diárias e fins de semana sem qualquer pagamento extraordinário, é um fartar vilanagem. Ao fim de algum tempo umas boas dezenas, senão mais de empreiteiros (negreiros) enriquecem a olhos vistos com tal escravatura.


Todos os governos são responsáveis por tal prática na medida em que eram os próprios a obedecer à exigência das associações patronais, que em sede de dita concertação social, flexibilizaram até transformar o código de trabalho numa arma patronal.


Esta entrevista demonstrou a tudo e a todos o que já se sabia, tanto aos reacionários que estavam contra a greve,como aos que tinham "dúvidas" sobre as razões e a existência de tal greve, colocando-se ao lado do governo e do patronato. Esperemos que agora em nome da solidariedade que deve ser prestada aos motoristas e a toda a classe trabalhadora, rectifiquem e alterem as suas posições.


Espera-se ainda que os motoristas a aproveitem para se unirem como UM SÓ, sejam solidários e passem a aderir  à luta e a prossigam  sem desfalecimentos até à vitória, na medida em que esta luta também é sua. Que depois se faça um profundo balanço, se elimine as hostilidades entre trabalhadores e se construa um poderoso sindicato UNIDO e COMBATIVO e que se passe de imediato a exigir, dado que o desgaste sofrido por largos anos de trabalho, é brutal, que a idade limite para a reforma seja de 35 anos de trabalho e de 60 de idade, nem mais um dia!


Toda a minha solidariedade!


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