Nunca é demais reforçar a importância de
aprender sobre as ideias de Karl Marx. Em 2018, os povos em luta celebraram os
200 anos de nascimento deste revolucionário e grande estudioso. Além de
comemorar, precisamos refletir se, de fato, estamos nos esforçando para
conhecer mais sobre sua vida e suas teorias.
Marx nasceu em 05 de maio de 1818, numa
pequena cidade do sul da Prússia (atualmente Alemanha). Viveu momentos de
muitas dificuldades pessoais e familiares, sendo bastante perseguido desde que
começou a se levantar contra as injustiças do capitalismo. Deixou para os
trabalhadores uma teoria capaz de impulsionar revoltas e revoluções contra a
fome, a pobreza e a exploração capitalista. Morreu em 1883 por problemas de
saúde.
Desenvolveu a única teoria na história
que serviu de arma do povo para conseguir destruir definitivamente o
capitalismo. Ideias que partidos, movimentos e sindicatos colocaram na prática
e conquistaram vitórias para a classe trabalhadora. Por isso é que Marx e o
marxismo são tão odiados e difamados pelas elites e pela burguesia de todos os
países capitalistas. Por isso também muitos tentam desqualificar a teoria
marxista e apagar o seu conteúdo revolucionário.
Ninguém constrói uma casa começando pelo
teto. Para construir uma casa, começamos pela base. Conhecer a vida e a obra de
Marx tem que fazer parte da nossa base de formação como militantes. Uma grande
obra social como a revolução exige uma militância cada vez mais firme,
conhecedora da teoria e ousada na prática.
Infelizmente, muitas vezes,
menosprezamos seus ensinamentos. Subestimamos a importância de aprender,
ensinar e pôr em prática a teoria revolucionária do marxismo. Nos deixamos
levar pela ideia de que já sabemos muito. Achamos que somos ótimos militantes e
não precisamos de uma formação teórica cada vez mais profunda.
Muitos militantes, de fato, têm e terão
dificuldades para entender aspectos teóricos. Vivemos em um país em que o
direito à educação é muito restrito. Contudo, errado é não tentar encontrar
formas de estudar, aprender e ensinar essas teorias. Não podemos ficar na zona
de conforto e nos esconder atrás de dificuldades como essas. Marx viveu tempos
de muita miséria e provações. Mesmo isso, não o fez abaixar a cabeça, desistir.
Seguiu as lutas e os estudos com ainda mais força e determinação.
A atual crise econômica do capitalismo
massacra o nosso povo. Milhões de pessoas são obrigadas a viver na extrema
pobreza. Os capitalistas jogam toneladas de comida fora, enquanto milhões de
crianças passam fome. Infinitos remédios estão estocados nas grandes farmácias
e idosos morrem à espera do direito à saúde e sem dinheiro para medicamentos. A
política e os paramilitares assassinam os negros por causa do preconceito e do
racismo e também os lutadores populares. A nossa arma contra esse cruel e
agonizante estado de coisas é fazer lutas rebeldes, guiadas pela teoria
revolucionária marxista.
Precisamos urgentemente estimular a
publicação de cadernos populares de formação, em linguagem e formatos
acessíveis. Precisamos realizar mais cursos e encontros de formação marxista.
Para nós, o marxismo precisa ser uma ideologia de massas, uma metralhadora do
povo contra a opressão capitalista.
Em 2019, devemos reforçar o estudo, ser
mais criativos e ter a ousadia para criar um grande movimento de massas
revolucionário. Isso só é possível quando cada militante, cada coletivo e cada
movimento entender a importância de estudar e ensinar mais Marx e o marxismo.
As contradições não existem para serem contempladas, e sim superadas. Aprender,
estudar, ensinar e fazer do marxismo uma ciência viva e revolucionária é
superar parte dessas contradições.
Cordenador-geral do DCE-UFMG e militante
da UP
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