Os indivíduos, componentes das
sociedades animais, estão mais ou menos ligados por dependências provocadas
pela necessidade de obter da natureza os elementos materiais necessários para
subsistirem, isto é, alimentos, proteção contra as forças naturais (calor,
frio, chuvas, etc:) e a defesa contra os outros animais. Numa colmeia, por
exemplo, existem certas relações sociais de produção, circulação, repartição e
consumo.
Economia Humana — Entre as espécies
animais, existe uma, a espécie humana, (Homo Sapiens), que conseguiu dominar as
restantes, graças a um elemento diferenciado que facilita a ofensiva-defensiva
(o sistema nervoso), nela desenvolvido em escala muitíssimo maior do que nas
outras.
A evolução da Economia Humana — As
relações econômicas, entre os grupos sociais que compõem essa espécie zoológica
(animal), e entre os indivíduos dentro de cada grupo social, nem sempre foram
as mesmas, desde os tempos mais remotos aos atuais, nem tampouco o são, num
determinado momento histórico, nas diferentes áreas do planeta. Numa só região,
podem coexistir regimes econômicos diferentes e até antagônicos.
As relações social-econômicas estão no
tempo e no espaço em contínua transformação.
Os grupos humanos passaram por diversas
fases de desenvolvimento econômico desde o seu aparecimento na face da terra
até a época atual. Da luta corpo a corpo com outros animais para arrebatar a
presa, ou entre si para a disputa por um terreno fértil, utilizando-se das
garras e dentes, até a produção fabril em cadeia, com dezenas de milhares de
operários a produzir, a sociedade humana passou por diferentes estágios,
baseados em diversos instrumentos de produção e em várias formas de luta pela
existência.
Os homens, em longo nomadismo, foram
simples herbívoros e carnívoros ocasionais, em pleno comunismo primitivo,
depois caçadores e pescadores, para o que usaram instrumentos de pedra simples,
talhada e polida, de cobre, bronze, ferro, etc., e finalmente, utilizaram o
vapor e a eletricidade como força motriz, etc., com que dominam a natureza.
As lutas dos grupos humanos entre si —
Os homens, em épocas remotas, não lutaram apenas contra a natureza e as outras
espécies de animais, mas também lutaram entre si os diversos grupos humanos,
possivelmente formados por motivos de conveniência sexual (familiares).
Continuavam lutando entre si fundamentalmente por causas de origem econômica:
domínio dos bosques, lugares de caca abundantes ou de pesca, etc.
Origem da escravidão — Os prisioneiros
de guerra, eram mortos ou serviam de alimento ao grupo vencedor. Por que não
eram utilizados como escravos? Porque os rudimentares “instrumentos de
produção” não possibilitam ao escravo produzir caça, pesca, etc., além do que
era necessário para sua própria subsistência. Assim, não poderia criar um
sobre-produto de seu trabalho, de que se aproveitaria o seu escravizador.
Mais tarde, com a domesticação de
animais e a agricultura o homem já possuía instrumentos de produção que lhe
permitiam produzir, individualmente, mais do que o necessário para cobrir as
suas necessidades vitais; nasceu então a escravidão. Nasceu desde aí, a
exploração do homem pelo homem, com o surgimento da propriedade privada,
inexistente antes.
Evolução da exploração — A história da
exploração do homem pelo homem, ou, melhor, de grupos humanos por grupos
humanos, através dos séculos, passou pelas etapas da escravidão, servidão e do
sistema burguês do salariado.
Baseadas na exploração do homem pelo
homem ergueram-se as civilizações, a cultura, a arte e a ciência antigos e modernos.
Os gregos foram artistas, filósofos e
políticos, porque o trabalho de seus escravos e o comércio de seus produtos
lhes permitia o ócio necessário para o seu desenvolvimento intelectual. Foi uma
etapa necessária para o progresso humano.
Atualmente, a sociedade mantêm-se
baseada nas riquezas criadas pelo proletariado, o campesinato e os técnicos,
mas não contribui, pelo contrário, entrava o desenvolvimento da sociedade
humana, sob qualquer dos seus aspectos.
A dialética da História — Cada regime
econômico cumpre o seu papel progressista, pois, ao mesmo tempo que se
desenvolve, vai desenvolvendo em seu seio a sua negação, que originará outro
regime econômico superior, e, no desenrolar histórico, se produz revolucionariamente
a síntese: um novo regime econômico e social.
A escravidão cumpriu um papel
progressista, porque permitiu o desenvolvimento das forças produtivas de então.
Do regime escravagista — tese — e sua desagregação — antítese — surgiu o
feudalismo — síntese. Dentro do regime feudal — tese — o desenvolvimento
mercantil deu lugar ao nascimento dos burgos e da burguesia — antítese. O
desenvolvimento, dentro do regime feudal, do sistema burguês, fez com que
rompessem violentamente os pilares que o sustentavam. O Terceiro e Estado
(burguês) vence os aristocratas possuidores das terras e o alto Clero; a
Revolução Inglesa de 1688, a Revolução Francesa de 1789, etc.
O progresso do regime burguês e do
Terceiro Estado — tese — vai criando concomitantemente formas econômicas de
organização socialista e uma força humana antitética: o proletariado, de que
resultará o “Quarto Estado” — síntese. Com efeito, o industrialismo e o
maquinismo criam a grande produção industrial e superam os quadros nacionais da
economia.
Os países ricos dominam os mais débeis.
Vai-se formando uma só cadeia econômica mundial, dominada pelos principais
Estados imperialistas. Mas, ao mesmo tempo, o proletariado une-se
internacionalmente. E, assim como o Terceiro Estado rompeu, na França, a cadeia
feudal-absolutista, o proletariado rompeu, na Rússia, a cadeia imperialista.
A evolução — desenvolvimento dialético —
não se detêm nem mesmo no regime socialista. O regime socialista, dirigido pelo
proletariado, evolui. Ao coletivizar a produção, ao resolver as contradições
sociais, ao elevar a cultura, vai destruindo as classes sociais e, entre elas,
o próprio proletariado como classe, criando as premissas para uma sociedade sem
classes, a sociedade comunista, em que todos serão igualmente trabalhadores,
sem distinção de manuais ou intelectuais. Terminará aí o processo histórico?
Não. Terminarão, sim, as lutas de classes, com o desaparecimento das mesmas,
mas perdurarão as contradições: Forças humanas e Forças naturais, Ignorância e
Ciência, Paixão e Raciocínio, etc., continuarão provocando, já agora, numa
evolução pacífica, novos e maiores progressos.
Resolvidos os problemas fundamentais da
subsistência, o homem eleva os seus sentimentos e os seus objetivos. Na
antiguidade e tempos atuais, somente os exploradores podem contribuir para o
progresso das artes e ciências. Numa sociedade socialista essa oportunidade é
estendida a todos, donde o progresso se acelerar de forma incrivelmente maior.
Velocidade relativa do processo
histórico — A evolução histórica não é uniforme na velocidade de seu progresso.
O homem demorou, talvez, dezenas de milhares de anos, para conseguir meios com
que dominar os animais.
Menos 800 anos foram suficientes para o regime feudal
dar origem e ceder seu lugar à vitória da burguesia. Em menos de 200 anos, a
burguesia positivista e revolucionária forneceu as bases para o nascimento da
liberdade política, despertou a ciência, a filosofia e a arte, dando ao homem
confiança em suas próprias forças e criando um grau de cultura infinitamente
superior ao do regime feudal.
Hoje, o proletariado, em 20 anos apenas,
transformou um país atrasado econômica e culturalmente, como o antigo Império
Russo, no primeiro país produtor da Europa, possuidor de uma técnica, uma
cultura e um regime jurídico que a colocam na vanguarda de todos os países
civilizados(2), além de capacitá-la a contribuir principal e decisivamente na
vitória bélica contra o nazi-fascismo, a maior e mais potente força guerreira
surgida em qualquer época da humanidade.
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