O Partido
No período pré-revolucionário, no
período de desenvolvimento mais ou menos pacífico, quando os partidos da II
Internacional eram a força dominante do movimento operário e as formas
parlamentares de luta eram consideradas as principais, naquelas condições o
Partido não tinha, nem podia ter, a importância séria e decisiva que adquiriu
em seguida, num período de grandes batalhas revolucionárias. Defendendo a II
Internacional dos ataques de que é alvo, Kautsky disse que os partidos da II
Internacional são instrumentos de paz e não de guerra, que justamente por isso
não estavam em condições de empreender alguma coisa de sério, durante a guerra,
no período das ações revolucionárias do proletariado. Isto é verdade. Mas, que
significa isto? Significa que os partidos da II Internacional não servem para a
luta do proletariado, que não são partidos de luta do proletariado, que possam
conduzir os operários à conquista do Poder, mas um aparelho eleitoral, adaptado
às eleições parlamentares e à luta parlamentar. Assim se explica, precisamente,
o fato de que, no período de predomínio dos oportunistas da II Internacional, a
organização política fundamental do proletariado não era o Partido, mas o grupo
parlamentar. É sabido que, naquele período, o Partido era na prática um apêndice,
um elemento a serviço do grupo parlamentar. É desnecessário demonstrar que, em
tais condições e sob orientação de tal partido, não se podia falar sequer na
preparação do proletariado para a revolução.
As coisas mudaram, porém, radicalmente,
ao se iniciar o novo período. O novo período é o dos conflitos abertos de
classes, é o período das ações. revolucionárias do proletariado, o período da
revolução proletária, o período da preparação imediata das forças para a
derrocada do imperialismo, para a tomada do Poder pelo proletariado. Este
período coloca diante do proletariado tarefas novas: a reorganização de todo o
trabalho do Partido numa base nova, numa base revolucionária, a educação dos
operários no espírito da luta revolucionária pelo Poder, a preparação e
mobilização das reservas, aliança com os proletários dos países vizinhos, a
criação de sólidos laços com o movimento de libertação das colônias e dos
países dependentes, etc. etc.. Pensar que estas novas tarefas podem ser
resolvidas com as forças dos velhos partidos social-democratas, educados nas
pacíficas condições do parlamentarismo, significa condenar-se irremediavelmente
à desesperação, a uma derrota certa. Permanecer sob a direção dos velhos
partidos, quando se tem sobre os ombros tarefas dessa ordem, significa ficar
inteiramente desarmado. Não é preciso demonstrar que proletariado não podia
resignar-se a tal situação.
Daí a necessidade de um novo partido, de
um partido combativo, de um partido revolucionário, bastante audaz para
conduzir os proletários à luta pelo Poder, bastante experiente para saber
orientar-se nas complicadas condições de uma situação revolucionária, e
bastante ágil para evitar toda sorte de escolhos no caminho que leva ao
objectivo.
Sem um partido desse tipo não se pode
sequer pensar na derrubada do imperialismo, na conquista da ditadura do
proletariado.
Este novo partido é o Partido do
leninismo.
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