Com tais “dirigentes” e tal prática sindical amarela e reacionária, bem podem os trabalhadores esperar sentados, dez ou mais anos pelas suas reivindicações
Depois de mais de dez anos sem aumento e a serem sujeitos a cortes salariais durante o governo capitalista PSD/CDS/Troika, o governo PS seguindo os mesmos princípios impostos pela UE, de redução da despesa pública, com salários, educação, saúde e direitos sociais, propõe um aumento miserável de 7 euros por mês até ao escalão de 680 euros e 0,3% para os restantes trabalhadores, proposta esta que as várias direções sindicais da Função Pública consideram e com razão de "inaceitável e provocadora", mas que por outro, não deixa também de ser consequência das suas práticas sindicais, na medida em que tem imperado a conciliação de classe e os acordos anti-laborais, como resultado da fraca mobilização e formas de luta a roçar a paz social absoluta que têm impedido os trabalhadores de conseguir conquistar as suas justas reivindicações, que caso a sua indignação fosse séria e de acordo com os valores de classe que dizem representar tinham a obrigação de imediato convocar formas de luta que obrigassem o governo a recuar. Mas não.
Imbuídos incorrigivelmente na sua prática sindical burguesa, nem mesmo a arrogância do governo em manter a sua posição os fez importunar o debate parlamentar sobre o OE, convocam a greve para a tardia data de 31 de Janeiro, que diga-se, que muito pouco efeito teve na medida em que o governo numa atitude altamente reaccionária do quero, posso e mando, muito pouco altera a sua posição inicial, dão-se ao luxo de remeter para o final do mês de Fevereiro uma resposta a dar, à tal "inaceitável e provocadora" proposta que dizem estar contra, o que quer dizer que só lá para meio do mês de Março ou mais, poderá haver qualquer nova forma de luta. Daí que se possa perguntar, a quem serve tal demora na reação de resposta à "inaceitável e provocadora" proposta que dizem estar contra, quando esta só pode ter como efeito se procurar manter os trabalhadores desmobilizados e afastados da luta pelos seus direitos e ao mesmo tempo dar um enorme campo de manobra ao governo para que regulamente a seu belo prazer ?
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