Governo cumpre em toda a linha às
exigências das associações patronais dos diversos sectores da economia impondo
serviços de 50%, 75% e 100% ou seja serviços máximos, que esmaga por completo
os efeitos que a greve dos motoristas possa vir a ter, numa clara demonstração
de apoio à rejeição do cumprimento de parte do protocolo assinado em Maio com
os sindicatos, nomeadamente nos aumentos salariais acordados.
A ANTRAM e outras associações patronais
congratularam-se pela satisfação das suas exigências, elogiando a atitude do
governo e já exigem a revogação da lei da greve procurando assim dificultar
cada vez mais o direito dos trabalhadores a recorrer à greve para defender os
seus direitos.
Pelo seu lado a Fectrans com enormes
responsabilidades na degradação salarial, laboral e social vivida pelos
motoristas ao longo dos anos e depois de andar 20 anos a sustentar uma farsa
negocial com o objectivo de dotar o sector de um novo CCTV conseguindo apenas
cedências minimas e várias vezes interrompida pela chantagem e prepotência
escravizadora por parte da ANTRAM, em vez de repudiar a nova manobra e
ilegalidade da ANTRAM em não querer aplicar os novos salários acordados, em
Maio, razão pela qual surge com razão o pré-aviso de greve para dia 12 de
Agosto, a Fectrans que devia como era sua obrigação acompanhar por seu lado, na
medida em que só conseguiu avançar nas negociações em Maio, graças à greve
realizada pelos motoristas que obrigou a ANTRAM a sentar-se e a ceder,
submete-se covardemente de novo à chantagem e recua no acordado no protocolo,
colocando as matérias salariais já acordadas em risco e a nova negociação que
só pode ser para pior, colocando em causa os interesses e particularmente a UNIDADE
da CLASSE o que lhe valeu fortes elogios por parte do patronato pela sua
"moderação e responsabilidade".
Atitude louvável e combativa tiveram os dirigentes
do STTRUN, (Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários Urbanos do Norte)
pertencente à Fectrans que percebendo as intenções do patronato, não alinharam
no recuo da sua Federação, anunciando por seu lado um pré-aviso de greve a
iniciar na mesma data, ou seja de 12 a 20 de Agosto.
Acusamos ainda o miserável secretário
geral da UGT, Carlos Silva elogiou a acção do governo pelos serviços máximos
que impôs, o que mais uma vez demonstra que estamos na presença não de um
sindicalista que devia defender os interesses dos trabalhadores que diz
representar, mas na presença de um verdadeiro inimigo e lacaio do patronato.
Tais medidas contra o direito à greve, a
concretizarem-se, abre a porta a partir daqui,caso não seja combatido com
firmeza pelos trabalhadores, a este, ou a outro governo a aplicá-las e
ampliá-las a outros sectores de actividade, desde que para tal façam
apreciações económicas e conjunturais e as considerem prejudiciais aos
interesses capitalistas, bem como às formas de luta que os trabalhadores possam
decidir em defesa dos seus interesses e direitos.
Fazemos sinceros votos que todos os
motoristas se unam e levem para a frente a sua luta, como apelamos aos
sindicatos para repudiar veementemente tal ofensiva capitalista, mobilizando os
trabalhadores não só contra tais medidas reacionárias contra o direito à greve,
mas também pela defesa dos seus interesses e direitos, na medida em que
centenas de milhares de trabalhadores se encontram na mesma situação ou pior.
A Chispa! apela ainda a todos os
trabalhadores para que prestem o máximo de solidariedade à luta dos motoristas,
hoje por eles, amanhã por nós!
Viva a justa luta dos trabalhadores motoristas!
Abaixo as medidas reaccionárias contra o
direito à greve!
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