sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Ingleses querem estatais de volta

Mais de 75% dos eleitores ingleses querem renacionalizar as ferrovias, a água, a eletricidade, o gás e outros serviços públicos que foram privatizados nas últimas décadas. A informação está na edição do jornal inglês The Guardian, de 09 de janeiro de 2018.

A percepção geral dos britânicos é de que houve perda de qualidade, redução da expansão dos serviços e um severo aumento dos preços. Ainda que permaneça a ilusória percepção de que o setor privado é mais dinâmico, o balanço feito pelos eleitores é de que a privatização não valeu a pena, e o sentimento geral é a de que deve-se retomar a propriedade pública dos serviços associada a um melhor modelo de gestão, com a venda de ações para o público geral e outras medidas que garantiriam um melhor controle social sobre as empresas e as tornaria menos dependentes de recursos orçamentários do Estado para a realização de novos investimentos. A reversão das privatizações poderia ser operada sem grandes gastos para o Estado, diz a matéria do Guardian.

Os números das pesquisas confirmam o que todos já previam: o controle privado dos serviços públicos restringiu o acesso aos serviços para boa parte da população, pela redução dos investimentos em sua expansão e pelo grande aumento das tarifas. Em geral, não melhorou o atendimento e reduziu-se sobremaneira o controle social sobre as empresas, seja na sua gestão, no diagnóstico dos problemas ou no planejamento da expansão e melhoria dos serviços visando ao atendimento universal.

A luta pela reestatização dos serviços públicos ganha força na Inglaterra e deve ser uma referência para todos os países que foram submetidos às políticas neoliberais privatizantes nas últimas décadas. Como pano de fundo, está a luta contra o capitalismo, que pratica a lógica das empresas na busca do lucro pela venda dos serviços públicos para os que podem pagar preços elevados em detrimento do atendimento às necessidades da grande maioria da população, ou seja, da classe trabalhadora.

Por pcb.org.br


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