sábado, 18 de maio de 2024

A brutalização das massas, como estratégia de poder da ditadura do capital

 A brutalização das massas é uma estratégia planeada pelo atual sistema de dominação, na sua fase imperialista, para sustentar a sua ditadura de classe. O capitalismo já esgotou a fase histórica em que foi capaz de produzir um aumento da cultura e do desenvolvimento social, como consequência das poderosas mudanças em todos os domínios provocadas pelo início deste modo de produção. Essa fase de florescimento já terminou há muito tempo; agora tudo no capitalismo está impregnado pelo fedor da morte.

 


CAPITALISMO PARASITÁRIO E DECADENTE

Uma forte contradição entre o elevado desenvolvimento das forças produtivas e as relações de produção existentes determina o momento atual. Hoje, no capitalismo, já está criada a base material necessária para a construção da sociedade socialista.

Depois, estas forças produtivas altamente desenvolvidas, que já não se enquadram no sistema capitalista, são utilizadas pela burguesia de uma forma estranha à sua utilidade social histórica intrínseca. Um exemplo para ilustrar esta ideia: os drones são invenções magníficas de grande utilidade para a sementeira agrícola ou o controlo de incêndios, mas nas mãos da oligarquia monopolista tornam-se instrumentos letais de morte. A utilização da IA em operações de guerra, como o sionismo está a fazer neste momento, é também um exemplo neste sentido.

São forças produtivas quase socialistas, mas não são governadas pelo poder da classe trabalhadora - a classe que as criou - mas pela sua classe antagonista, que as utiliza de forma pervertida para perpetuar a sua ditadura de classe.

O vertiginoso processo de concentração e centralização do capital, de dimensões gigantescas, provoca enormes conflitos no seio da burguesia enquanto classe dominante. Uma dinâmica imparável está a expulsar e a proletarizar uma parte cada vez maior desta burguesia e, como resultado, uma fração cada vez mais pequena da burguesia está a exercer todo o poder. Uma elite - que é uma minoria social - decide tudo, tanto económica como politicamente. Um poder violento que ignora as mínimas formalidades democráticas. O número dos seus coveiros não pára de crescer.

O imperialismo é um capitalismo parasitário e em decomposição (Lenine)O que é que se decompõe? Não é só o processo de acumulação de capital que se decompõe, ao mesmo tempo que se decompõem todos os mecanismos de legitimação desta lógica económica. E o que é que se torna parasitário? Bem, não só a acumulação atual por desapropriação, mas também todo o edifício social. Todas as normas e hábitos sociais que foram necessários na fase pré-imperialista para a legitimação desta ditadura do capital, para a legitimação da escravatura assalariada e da exploração(mais-valia) como regra de ouro do sistema de dominação, e que hoje constituem um obstáculo para a elite dominante, estão arruinados.

Marx e Engels, em vários textos, reconhecem os avanços do capitalismo em relação ao anterior regime feudal, no sentido em que a sociedade se libertava de uma situação servil por um novo padrão social objetivamente mais avançado, sendo ao mesmo tempo uma nova forma de ditadura de classe e, como tal, nunca um regime de liberdades, justiça e igualdade social.

O SIMPLISMO COMO ALIENAÇÃO

Há um empobrecimento geral da vida, tanto nas relações sociais como na elaboração intelectual. O pensamento alienado e subalterno permeia tudo. Assim, a classe subjugada admira a classe opressora. A mensagem torna-se simplista ao extremo, não há debate de idéias, apenas likes e emoticons. Com o indivíduo social submetido à negação sistemática das capacidades intelectuais, impõe-se a cultura de Walt Disney, a banda desenhada mais vulgar e a estupidez do reggaeton. A hipersexualização, desde tenra idade, é outro fator de alienação. O indivíduo é deixado na degradação e enfraquecimento dos seus valores e capacidades, à mercê das estratégias da oligarquia monopolista, que tudo controla e que verifica a subjetividade das massas em tempo real através do controlo das redes sociais, utilizando big data e IA.

O poder colide com os seus próprios avanços civilizacionais anteriores, porque hoje eles já são um obstáculo ao exercício da sua violência opressiva. O imperialismo precisa de confinar a capacidade de pensar das massas, de as anular, de as subjugar. Nesta fase histórica tenta paralisar o desenvolvimento das forças de progresso social, porque está a conduzir a sua classe dirigente à morte. Tentam inutilmente impedir "o movimento do sol" - o desenvolvimento superador das suas agudas contradições sistémicas internas - porque nunca conseguirão impedir o surgimento de novos espaços favoráveis às lutas de libertação.

A brutalização das massas, conscientemente provocada e planeada, é uma expressão da própria degeneração do sistema capitalista e da degeneração da classe de elite no poder. Como consequência do seu esgotamento histórico, a classe dominante está a tentar inutilmente paralisar o processo de eclosão da crise revolucionária e o início da transição para uma sociedade socialista. A classe dominante no capitalismo, mais uma vez, procura refúgio no recurso ao fascismo versão 2.0.

DITADURA DE CLASSE EXPLÍCITA E GUERRA

O capital, encurralado pelo punho de ferro da lei da queda tendencial da taxa de lucro, recorre explicitamente à repressão e à violência mais directas, uma vez que a sua hegemonia enfraquecida já não tem capacidade para servir de colete de forças às aspirações sociais libertadoras. Agora a Lei da Mordaça, os espancamentos e as montagens policiais-judiciais de todo o género. Assange preso e ameaçado até à eternidade. Centro de tortura de Guantánamo e prisões secretas por todo o lado.

No final, guerra sistémica permanente. Guerra sem regras. Barbárie sem limites.

Assim chegamos a Milei, Trump, Biden, Bannon, Meloni, Abascal, Le Pen, Netanyahu, Bolsonaro, Bukele, (A.Ventura)*etc. Seja com a motosserra, com a Bíblia, com os MENAs, com o racismo mais miserável, com privatizações, com salários de merda,... sempre ao serviço da ditadura do capital, desenvolvem toda uma dinâmica marcada pelo histrionismo, que inflama as massas simplistas e simplificadas, transformando-as em ovelhas para implantar os comportamentos sociais mais reaccionários e decadentes, apodrecendo os valores elaborados por séculos de civilização acumulada e encapsulando as potencialidades oferecidas por uma nova base material altamente desenvolvida, que levará a Humanidade a níveis de bem-estar nunca conhecidos na História. O futuro será uma sociedade em que não haverá lugar para nenhum destes trapaceiros assassinos ao serviço mercenário da ditadura monopolista do capital.

Os tempos históricos estão a preparar a chegada da revolução socialista. As forças revolucionárias têm de cortar o bisturi nesta lógica do imperialismo na sua fase fanática. Impondo um confronto duro com a sua estratégia de degradação e decomposição do ser social através da brutalização e da estupidificação. Um caminho final do capitalismo que só conduz a uma barbárie dantesca, até à destruição de tudo.

É tempo de levar o capitalismo à sua derrota total e ao seu fim histórico.

Tempo de sociedade socialista e de ditadura do proletariado.

C. Suárez

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