Aos 99 anos de idade, Nexhmije Hoxha, revolucionária albanesa, falece em Tirana, cidade onde construiu a maior parte de sua vida política revolucionária ao lado da classe operária livre.
TIRANA – Ilir Hoxha, filho de Nexhmije Hoxha, comunicou a morte da revolucionária através de uma nota pública: “Com profunda dor que informamos que, aos 99 anos, morre a nossa mãe, Nexhmije Hoxha, em 26 de fevereiro de 2020. Durante toda a vida, ela lutou pela libertação do país, pela construção de uma nova Albânia, para que fossemos um país marcado pelo progresso e pelo desenvolvimento”. E ainda continuou: “Nossa família, amigos e todo o povo albanês jamais esquecerá de sua história. Sempre seremos abençoados por seus ensinamentos e por sua luta em vida”. Ilir Hoxha anunciou também que o funeral acontecerá hoje (27) entre as 9h e 12h em Tirana, capital da Albânia. Ao que tudo indica, será enterrada ao lado de seu companheiro de vida, Enver Hoxha.
Durante o governo socialista, Nexhmije desempenhou papel determinante no desenvolvimento econômico e social do país. Foi integrante do secretariado do Comitê Central do Partido do Trabalho da Albânia, Deputada da Assembleia da República e Presidente da Frente Democrática, organização que uniu toda classe trabalhadora contra o nazifascismo. Ativa guerrilheira, durante a guerra contra a Itália e a Alemanha, foi presidenta da Liga de Mulheres Comunistas da Albânia, sendo apenas substituída por sua amiga e camarada até o final da vida, Vito Kapo.
Foi uma ávida estudante e defensora do Marxismo-Leninismo, sendo directora do Instituto de Estudos Marxistas-Leninistas que centralizava o curso superior de Marxismo-Leninismo da Universidade de Tirana, local onde milhares de comunistas estudaram e aprenderam o que tinha de mais rico da teoria revolucionária. Ao final de sua vida, lutou avidamente pela reconstrução completa do partido, sendo bem sucedida em novembro de 2016, liderando o congresso de unificação.
Nexhmije Hoxha está sendo homenageada por artistas, trabalhadores em todo o país. A cantora, pintora e fotografa Rezarta Shkurta registou os últimos dias de Hoxha e a relembrou como “a mulher mais forte da história da Albânia”.
O Ismail Kadaré não diz nada?
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