sábado, 9 de setembro de 2017

Uma reunião"muito produtiva" ou abertura de cedências à administração da Auto Europa Volkswagen?


"O coordenador do Sitesul - Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (afecto à CGTP) afirmou que a reunião com a administração da Autoeuropa realizada esta quinta-feira à tarde "foi muito produtiva".

"Ficaram abertos os canais de diálogo com vista a uma solução para os novos horários de laboração contínua
que agrade a todas as partes", disse à agência Lusa Eduardo Florindo, sem mais detalhes"

"Uma solução que agrade a todas as partes" mas a direção sindical também quer incorporar na negociação a defesa dos interesses patronais?

Pelas afirmações prestadas, não fica qualquer dúvida sobre o que se está a negociar,  dado que estão na disposição de ceder e aceitar os seis dias de trabalho, ou seja um melhor arranjo sobre os novos horários, desde que para tal haja uma melhoria no Pré-acordo que os trabalhadores rejeitaram? O que demonstra que as suas posições não estão assim tão distantes daquela que foi tomada pela ex-maioria traidora que compunha a CT.

O que pensam os trabalhadores da afirmação da direção sindical de que a "reunião" foi "muito positiva" já que tal "reunião" só possa ter sido  "positiva" para a administração da Volkswagen, na medida  em que aceitam  a implementação dos novos horários, sem que esteja garantido os direitos laborais ameaçados, ou seja, a manutenção dos cinco dias de trabalho de segunda a sexta conforme decisão dos plenários que rejeitaram o "pré-acordo"?

Por outro, quem mandatou os dirigentes sindicais a desconvocar a greve que tinha sido aprovada pelos trabalhadores, caso a administração mantivesse a sua ofensiva contra os direitos laborais e agravamento da exploração? Por acaso convocaram algum plenário ou mesmo referendo que lhes desse algum mandato para tal decisão, de que têm medo e a quem querem agradar, será que tal decisão de desconvocação da greve sem ouvir  e aprovado pelos trabalhadores, faz parte das condições determinadas pela administração da Volkswagen para que haja "abertura ao diálogo"?

Quanto à administração manifestar interesse em "só negociar" com a nova CT, compreende-se a sua estratégia já que mantém esperanças na eleição de uma nova maioria, que como a anterior não passe de um simples instrumento ao seu serviço. Esperemos que os trabalhadores não caiam em tal esparrela e elejam para a nova CT, os operários mais honestos, conscientes e combativos, pois só assim se pode criar condições para a defesa e garantia e pela conquista de novos direitos laborais, sociais e económicos na medida em que o novo projecto a implementar pela administração da Auto Europa Volkswagen visa aumentar a carga de exploração dos trabalhadores para o dobro da produção e assim acrescentar ainda mais os seus lucros. 

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