sábado, 18 de março de 2017

Só a luta se pode opor à exploração capitalista e trazer vitórias!

A 9 de Março de 2017
Um grupo de trabalhadores que exigia melhores condições de trabalho destruiu a linha de produção de uma fábrica chinesa fornecedora da retalhista de moda sueca Hennes&Mauritz (H&M numa das mais violentas disputas laborais em Myanmar.
A disputa que já se prolongava há um mês e resultou também num ataque direto aos gerentes da fábrica que veio sublinhar a necessidade do governo de Aung San Suu Kyi decretar reformas sociais e laborais.
A produção da empresa Hangzhou Hundred-Tex Garment (Myanmar), uma das 40 fornecedoras da H&M em Myanmar, estava suspensa desde o dia 9 de fevereiro, revelaram os trabalhadores e gerentes da empresa chinesa à agência noticiosa Reuters.
A disputa começou com uma greve no final de janeiro, depois do despedimento de um líder sindical local, de acordo com os trabalhadores e gerentes.
As divergências escalaram em violência a 9 de fevereiro, provocando o encerramento da fábrica e  dezenas de trabalhadoras a cercar e a agredir um gerente chinês que estava a tentar escapar.
No final de fevereiro, centenas de trabalhadores invadiram a fábrica e danificaram as instalações, incluindo máquinas têxteis, computadores e câmaras de vigilância.
«A tensão entre os trabalhadores e a gerência estava a intensificar-se dia após dia», admitiu o ex-líder sindical That Paing Oo, demitido em janeiro por tirar licença sem aprovação.
 Paing Oo havia liderado um protesto sindical no final do ano passado, que pressionou, com sucesso, a Hangzhou Hundred-Tex Garment a compensar os operários que não receberam horas extraordinárias, indicaram vários trabalhadores. A empresa confirmou que pagou horas extraordinárias atrasadas a quase todos os seus 570 trabalhadores, com base numa solução encontrada em conversações com os funcionários no passado mês de dezembro.
A embaixada chinesa em Myanmar descreveu o incidente como um «ataque» e incitou o governo de Myanmar a responsabilizar os envolvidos.
A empresa chinesa confeciona vestuário como saias e camisas exclusivamente para a H&M, revelou o gerente assistente, San Htwe, à Reuters. Os estragos foram avaliados em 75 mil dólares (aproximadamente 71 mil euros).
A indústria têxtil em rápido crescimento de Myanmar, que emprega mais de 300 mil trabalhadores, pelos miseráveis custos salariais tornou-se atraente para marcas globais de vestuário como a H&M e a Gap
Com um salário mensal mínimo de cerca de 63 dólares, baseado numa semana de trabalho de seis dias, o Myanmar tem uma vantagem competitiva sobre os vizinhos Vietname e Camboja, onde o salário mínimo mensal varia entre 90 e 145 dólares, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).


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