sábado, 25 de fevereiro de 2017

Iêmen, uma guerra esquecida


Não é apenas na Síria que está ocorrendo uma  catástrofe humanitária em decorrência da guerra imperialista; outro país no Oriente Médio, o Iêmen, também vive sua tragédia.

Há dois anos, o país tem sofrido com os efeitos de uma devastadora guerra, fruto de um conflito por influência entre duas potências regionais, o Irã e a Arábia Saudita. Em 2015, rebeldes xiitas chamados houthis, apoiados pelo Irã, tomaram a capital do país, Sanaa, e expulsaram o fantoche saudita que estava no governo. Em resposta, a Arábia Saudita iniciou uma onda de bombardeios aéreos contra os houthis, e impuseram um bloqueio naval contra o país.
De acordo com as Nações Unidas, mais de 10 mil pessoas morreram durante os mais de oito mil bombardeios da coalizão saudita. Quase metade dos mortos é de civis, e pelo menos 19 milhões de pessoas precisam de alguma assistência humanitária, o equivalente a 70% da população iemenita. A situação é ainda mais grave devido ao bloqueio naval saudita, pois o Iêmen precisa importar 90% da comida, gasolina e remédios de que necessita.
O Iêmen é base de um dos mais poderosos braços da Al-Qaeda no mundo árabe, e o grupo terrorista Estado Islâmico também tem interesses nessa guerra. Ambos os grupos se aproveitaram do conflito para tomar o controle de várias cidades e combatem ao lado da Arábia Saudita contra os houthis.
Essa guerra não ocupa as manchetes da grande mídia burguesa pelo fato de estar sendo fortemente financiada pelo imperialismo norte-americano, aliado da monarquia saudita. Todas as bombas, armas e logística utilizadas pela Arábia Saudita são disponibilizadas pelos Estados Unidos, que ainda colocam seus serviços de inteligência ao lado dos sauditas.
A hipocrisia estadunidense é tão grande que, ao mesmo tempo em que falam de democracia e liberdade, apoiam o rei saudita Salman Ben Abdel Aziz, um dos últimos monarcas absolutistas do mundo, que governa uma teocracia religiosa sunita em que muçulmanos do ramo xiita, cristãos e judeus não são tidos como cidadãos; mulheres são proibidas de dirigir, votar ou fazer algo sem a permissão do marido; onde é comum a execução de pessoas por decapitação por motivos que vão desde bruxaria até homossexualidade; e onde os que criticam o governo são castigados com chibatadas em praça pública.
Por tudo isso, é preciso que os trabalhadores e as forças progressistas estendam sua solidariedade ao povo do Iêmen e denunciem a agressão praticada pelo imperialismo naquele país.

Davi Dias, estudante de História da UFF e militante da UJR – Campos/RJ

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

A globalização, segundo Karl Marx

Dado que existem largos sectores auto-dominados de marxistas radicais, que de novo voltam à carga e querem fazer passar o "proteccionismo económico" como se de uma teoria marxista se tratasse, somos obrigados a recorrer ao próprio Karl Marx para que esclareça tal assunto.


Ora vejamos:

 (Extrato da intervenção proferida em Bruxelas em 9 de Janeiro de 1848, sobre o Livre Câmbio)

 O que significa a liberdade de comércio, nas condições actuais da sociedade? Significa liberdade do capital. Quando se derrubarem as poucas barreiras nacionais que ainda dificultam o progresso do capital, este passará a dispor de completa liberdade de acção.

 Pouco importa que as condições de troca das mercadorias sejam mais favoráveis; Enquanto continuar a existir a relação entre o trabalho assalariado e o capital haverá sempre uma classe que explora e uma classe que é explorada.

 É de facto difícil compreender a reivindicação dos defensores da liberdade de comércio que imaginam que condições mais vantagosas de aplicação do capital poderão abolir o antagonismo entre os capitalistas da industria e os assalariados. O único resultado será, pelo contrário, a manifestação ainda mais nitida do antagonismo entre estas duas classes.

 Suponhamos por um momento que desaparecem as leis protecccionistas e os direitos de alfândega; O resultado será que, quando desaparecerem todas as circunstâncias acidentais a que o operário atribui hoje a causa da sua situação miserável, ele verá na sua frente o seu verdadeiro inimigo. Compreenderá que o capital inteiramente livre de peias continua a escravizá-lo.

 Não nos deixemos iludir pela liberdade em abstracto. Liberdade para quem?Não se trata da liberdade dos individuos mas da liberdade do capital para esmagar o operário. Porquê atribuir à livre concorrência a ideia de liberdade?

 Já vimos que espécie de fraternidade gera o comércio livre entre as classes de cada nação. Entre as diferentes nações do mundo, ele produzirá uma "fraternidade" semelhante. Chamar "fraternidade universal" à exploração cosmopolita é uma ideia que só podia surgir na cabeça da burguesia.Todos os fenómenos destrutivos que a concorrência sem peias provoca no interior de um país reproduzem-se em proporções gigantescas no mercado mundial.

 Dizem-nos, por exemplo, que o comércio livre dará origem a uma divisão internacional do trabalho, permitindo portanto a cada país produzir aquilo que esteja mais de acordo com as suas condições naturais.

 Mas será que a produção de cafè e açucar é o destino natural das Indias Ocidentais? Há dois séculos, a natureza, que nada tem a ver com o comércio, não tinha ali feito crescer os cafezais e a cana do açucar. E talvês daqui a menos de meio século já lá não se encontre novamente nem café nem açucar, se as Indias Orientais, por meio de uma produção mais barata, destronarem as Indias Ocidentais.

 Não se deve esquecer um outro facto; tal como tudo se torna monopólio, também a partir de agora alguns ramos da industria que dominam todos os outros dão às nações que mais amplamente os exercem o comando do mercado mundial.

 Não é de espantar que os defensores da liberdade de comércio não consigam compreender como uma nação pode enriquecer á custa de outra; Estes cavalheiros também se recusam a compreender como dentro de um país uma classe pode enriquecer à custa de outra classe.

 Mas não se pense que, ao criticar a liberdade de comércio, eu tenha a menor intenção de defender o sistema da protecção aduaneira. Não é pelo facto de nos declararmos inimigos do regime constitucional que passamos a ser adeptos do antigo regime.

 Além do mais, o sistema proteccionista é apenas um meio para estabelecer a indústria em larga escala num dado país, ou seja, de o tornar dependente do mercado mundial, e a partir do momento em que se estabelece a dependência do mercado mundial passa-se a depender em maior ou menor escala da liberdade de comércio.E mais: O sistema proteccionista contribui para desenvolver a liberdade de comércio dentro do país que o adopta.

 É assim que vemos nos países onde a burguesia procura afirmar-se como classe, na Alemanha por exemplo, os seus esforços para se proteger com direitos aduaneiros. Servem-lhe de armas contra o feudalismo e o governo absoluto, para concentrar o seu próprio poder e para estabelecer a liberdade de comércio dentro do seu país.

 Em geral, todavia, o sistema proteccionista é na actualidade conservador, enquanto o sistema do comércio livre é destrutivo. Desmorona as velhas nacionalidades e eleva ao extremo o antagonismo entre o proletariado e a burguesia. Numa palavra, acelera a revolução social. E é apenas neste sentido revolucionário que eu voto a favor da liberdade de comércio.


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

A actualidade de José Afonso


A Chispa! solidariza-se e apela á participação dos trabalhadores nas várias iniciativas que vão ser feitas pela Associação José Afonso que assinala 30 anos da morte do cantor e poeta revolucionário

A actualidade de José Afonso

AJA assinala 30 anos da morte do poeta com várias iniciativas

Por: Pedro Goulart

José Afonso — poeta, compositor, intérprete, resistente antifascista, militante da esquerda revolucionária, homem corajoso e homem solidário — continua hoje, 30 anos após a sua morte, a 23 de Fevereiro, como um forte exemplo, pelo difícil combate político que travou durante décadas da sua vida. Esta figura-chave da música popular portuguesa contribuiu decisivamente, com Os Vampiros, para a fundação do canto político no nosso país. E a sua Grândola Vila Morena permanece como um símbolo do derrube do fascismo em Portugal.


Por ocasião do seu 30.º aniversário, a Associação José Afonso tem estado a realizar um conjunto de iniciativas que visam, no dizer de Francisco Fanhais, presidente da associação, “não fazer perder a memória do Zeca no coração das pessoas”. “A ideia é celebrar os 30 anos da associação e evocarmos o legado que o Zeca nos deixou, que não está morto, mas que devemos perpetuar para as gerações que nos seguirem, porque se não o fizermos não cumpriremos a nossa função”, salientou.


Lisboa, Setúbal, Braga, Faro, Santiago do Cacém, Santo André, Aveiro, Seixal, Almada, Évora, Santarém, Agualva-Cacém, Abrantes e Bruxelas foram os locais indicados para as iniciativas.


Pela sua gritante actualidade, não queremos deixar de lembrar aqui, 50 anos depois de ter sido composta, a letra d’ Os Vampiros:


No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas pela noite calada
Vêm em bandos com pés veludo
Chupar o sangue fresco da manada


Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia as portas à chegada
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada


A toda a parte chegam os vampiros
Poisam nos prédios poisam nas calçadas
Trazem no ventre despojos antigos
Mas nada os prende às vidas acabadas


São os mordomos do universo todo
Senhores à força mandadores sem lei
Enchem as tulhas bebem vinho novo
Dançam a ronda no pinhal do rei


Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada


No chão do medo tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos na noite abafada
Jazem nos fossos vítimas dum credo
E não se esgota o sangue da manada


Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhe franqueia as portas à chegada
Eles comem tudo eles comem tudo

Eles comem tudo e não deixam nada

Partido Comunista da Turquia de volta à luta



O Partido Comunista da Turquia (TKP) declarou seu retorno à cena política com uma sublime assembleia em Istambul.

O Partido Comunista da Turquia (TKP) aprovou a decisão de seguir com suas actividades políticas, em uma sublime reunião em Istambul, no dia 22 de Janeiro de 2017. De acordo com o veículo “soL International”, milhares de comunistas de toda a Turquia, na presença de convidados e representantes de partido amigos, se reuniram na assembleia.

O TKP havia suspendido suas actividades políticas para garantir o nome e o legado do Partido depois de uma crise em 2014. “soL International” informou que a assembleia de domingo se reuniu após o apelo dos sete membros do TKP, em 27 de Dezembro de 2016, e a declaração da comissão responsável pela continuidade do TKP, que foi formada em 2014.

A assembleia histórica começou com o discurso de Yaçar Çelik, um dos sete membros do TKP que fez o apelo pela assembleia. Após a introdução da pauta de reunião e da designação da mesa directora, os representantes dos partidos amigos fizeram suas intervenções.

Giorgos Marinos, membro do Bureau Político do Comité Central do Partido Comunista da Grécia (KKE), leu uma declaração de congratulação do KKE.

“Em Abril de 2016, enquanto saudávamos vocês, declaramos que seu partido deveria assumir o nome que merece e que era a hora de lutar como o Partido Comunista da Turquia, como o TKP, no seio do seu próprio povo e dentro da Movimento Comunista Internacional. Saudamos esta decisão dos comunistas da Turquia e os felicitamos “, disse o comunicado.

Marinos, sublinhando os fortes laços entre o TKP e o KKE, que já remontam vários anos, afirmou também que “a relação entre o TKP e o KKE é um exemplo de relação internacionalista construída em condições muito complicadas. Esta relação é vivida sob orientação dos interesses de classe, pela união das classes trabalhadoras dos dois países, pela luta por derrubar o capitalismo e pela construção do socialismo-comunismo. A mesma coisa é válida para as nossas organizações juvenis, a KG (Juventude Comunista) e a KNE (Juventude Comunista da Grécia) ”.

Após o discurso de Marinos, Alberto Gonzalez Casals tomou a palavra em nome do Partido Comunista de Cuba (PCC). Casals mencionou a importância do retorno do TKP à cena política.

Além dos discursos em nome do KKE e do PCC, foi apresentada à assembleia a lista de 34 Partidos Comunistas e Operários de todo o mundo que enviaram suas mensagens de apoio.

No encontro, o Comité Central, que assumirá tal tarefa até o Congresso do TKP em 2017, foi eleito. Kemal Okuyan foi designado como o Primeiro Secretário do CC de TKP.

Okuyan tomou a palavra em nome do Comité Central do TKP e fez o discurso de encerramento da assembleia.

Kemal Okuyan começou seu discurso com a pergunta: “Qual é a utilidade de um partido comunista?” E sublinhou a irreconciliabilidade dos interesses da classe trabalhadora e da burguesia, afirmando que o TKP sempre se absteve de buscar tal conciliação. Okuyan mencionou que um partido comunista “é o partido que se concentra em derrubar as leis capitalistas; a mulher sábia, a vanguarda, o facilitador desse processo”.

Partindo do exemplo das revoluções soviética e cubana, que começaram com a liderança de partidos e movimentos com número limitado de pessoas e acabaram por derrubar o regime capitalista, contrastando-os com o Partido Social Democrata Alemão no início do século XX, que obteve bons resultados eleitorais, mas deixou de ser uma ameaça ao sistema capitalista, Kemal Okuyan sublinhou a importância de fixar-se no objectivo final de derrubar o capitalismo.


http://icp.sol.org.tr/europe/tkp-returns-back-struggle 

domingo, 12 de fevereiro de 2017

O ultra-oportunismo que hoje domina no PCP há várias décadas que percorre o seu caminho! -A Traição Revisionista de 1956. História do PCP

 Francisco Martins Rodrigues  antigo membro do CC do PCP já falecido, foi o principal responsável pelo corte com o revisionismo e pela reconstrução do movimento marxista –leninista na década de 1960.Mais tarde, a partir da década de 1980 até ao fim da sua vida, também ele acaba por considerar a revolução bolchevique, como uma "Revolução que não pode ser Socialista", renegar Stalin e a edificação socialista na ex-União Soviética - A Chispa!

Por:Francisco Martins Rodrigues
24 de Janeiro de 1979

 A degeneração revisionista do antigo PCP, como em tantos outros países, foi impulsionada pelo XX Congresso do PC da União Soviética. Mas poderia ter sido evitada. A principal responsabilidade pela transformação do PCP num partido de reformas, num partido burguês para operários, cabe aos seus dirigentes da época. Eles renegaram conscientemente o marxismo-leninismo, escolheram de livre vontade o caminho do revisionismo. E fizeram-no através dum verdadeiro golpe, à traição. Esse golpe, que a camarilha de Cunhal procura manter oculto dos seus militantes e da classe operária, deve ser constantemente denunciado. Lembremos os factos.

A VI Reunião Ampliada do CC

A ofensiva dos direitistas da direcção do PCP começou ainda antes do XX Congresso. Desde a morte de Staline, vinham da União Soviética sintomas duma viragem política. Em Maio de 1955, a viagem de surpresa de Kruchov a Belgrado, onde se reconciliou com Tito, pôs os oportunistasportugueses em grande agitação. Não os chocava a reabilitação do maior renegado até então surgido no movimento comunista internacional. Pelo contrário, sentiam-se livres dum grande peso. Começaram a reclamar a mudança da política do PCP, para acompanhar as “rectificações” de Kruchov. Surgiram è cabeça deste movimento, Vilarigues, Pires Jorge, Fogaça, Pato, Pedro Soares.

Invocando a “saúde preciosa” do camarada José Gregório (que sofria de grave doença cardíaca), afastaram-no não só da actividade prática de direcção, como da orientação política, em que a sua contribuição era insubstituível. Assim foi posto à margem o dirigente que como nenhum outro dera provas de firmeza e vigilância proletário-revolucionária.

A VI Reunião Ampliada do CC, realizada em fins de 1955, foi orientada contra o sectarismo e o dogmatismo. Os informes de Vilarigues e Pires Jorge fizeram uma crítica cerrada à actividade do Partido desde 1949 (data em que o camarada Gregório tomara a cabeça do secretariado, após a prisão de Cunhal e Militão). Anunciaram uma rectificação e uma viragem na actividade do Partido. Mas que espécie de rectificação e de viragem?

O Partido cometera efectivamente, no período anterior, certos erros de rigidez: tinha-se subestimado o aproveitamento de possibilidades legais; tinham-se aplicado algumas sanções disciplinares demasiado severas; tinha-se permitido o isolamento sectário de muitas células em relação às massas; tinha-se criado um clima de insuficiente debate nos comités do Partido; tinham-se feito alguns ataques precipitados a aliados vacilantes, em vez de procurar atraí-los.

Mas o que os críticos não disseram é que esses erros tinham surgido nas difíceis condições dum ataque policial contra o Partido como nunca houvera memória; nem disseram que o secretariado sob a direcção do camarada José Gregório defendera o Partido do perigo de desarticulação, cortando com todas as manifestações de pânico e capitulação; que o Partido reagira corajosamente a uma histérica campanha anticomunista fomentada pela NATO, campanha a que tinham aderido muitos políticos liberais; que o Partido encabeçara audaciosamente a criação do MND, Movimento Nacional Democrático, quando os políticos liberais dissolveram o MUD; que os erros, cometidos sobretudo no período mais duro de 1949-52, já tinham começado a ser corrigidos a partir de 1953.

Em resumo, não se disse que a orientação do Partido desde 1949 fora no essencial positiva e devia ser prosseguida. As críticas na VI Reunião Ampliada do CC ao sectarismo e ao dogmatismo tiveram como objectivo usar alguns erros na aplicação da linha do Partido como cobertura para atacar essa mesma linha. O que os direitistas do Comité Central pretendiam, como depois se verificou, era acabar com o MND e estender a mão aos políticos liberais mais direitistas; era suspender a luta contra o oportunismo de Fogaça e Cª, considerando-a uma atitude “sectária”; era retirar da circulação o Projecto de Programa, que apontava o caminho da Revolução Democrático-Popular e criticava a burguesia liberal; era finalmente desconsiderar a figura de revolucionário de José Gregório e promover os oportunistas como “marxistas-leninistas criadores”.

O XX Congresso veio dar um enorme impulso a estes projectos direitistas. Em Fevereiro de 1956, na tribuna do XX Congresso do PCUS, o traidorKruchov, sem prévia consulta ou informação ao movimento comunista internacional, fez aprovar as suas teses “inovadoras”: nas novas condições históricas, teria surgido a possibilidade de passagem pacífica ao socialismo, pela conquista da maioria no parlamento burguês; Staline agira como um tirano e falseara o poder soviético pelo “culto da personalidade”; a linha geral da política externa da URSS passaria a centrar-se na coexistência pacífica, na edificação dum mundo sem guerras, mesmo com a existência do imperialismo; os social-democratas deviam ser recuperados como parte do movimento revolucionário através duma política de unidade.

Isto era a mais monstruosa revisão do marxismo-leninismo em todas as suas bases essenciais: a conquista do poder, a ditadura do proletariado, o internacionalismo proletário, o papel dirigente do Partido Comunista, a luta contra o oportunismo. O desencadeamento desta grande traição colocava a cada partido comunista a obrigação de defender o marxismo-leninismo e levantar-se contra o revisionismo. Mas a direcção do PCP fracassou miseravelmente neste seu dever.


Para a situação concreta dos dois países da Península Ibérica, a clique de Kruchov traçara uma linha de orientação de acordo com os seus projectos de reconciliação com o imperialismo: o PCP e o PCE deveriam não só adoptar a linha da passagem pacífica ao socialismo (linha que foi imposta aos partidos de todo o mundo), mas, mais do que isso, deveriam admitir a possibilidade de afastar pacificamente as respectivas ditaduras fascistas. Assim Kruchov queria demonstrar a sua boa vontade para com a burguesia imperialista dos Estados Unidos e Europa, garantindo-lhe que se oporia a qualquer insurreição popular antifascista na Península.

Ali mesmo em Moscovo, após a conclusão do XX Congresso, a delegação do PCP foi “aconselhada” a reunir-se de imediato com a delegação do PCE para aprovarem em conjunto um documento nesse sentido. Kruchov queria prevenir-se contra qualquer resistência à traição e colocar os dois partidos perante o facto consumado. Além disso, para ter garantias de que o golpe não falharia, criou um sistema de “responsáveis regionais” que colocava a direcção do PCP sob o controle da clique de Carrillo—lbarruri, dirigente do PCE. Assim se espezinhava a independência dos partidos, enquanto, para desviar as atenções, se lançavam campanhas contra “as práticas nefastas do culto da personalidade” e o “dogmatismo stalinista”…
Tudo foi feito como Kruchov e Suslov ordenaram. As delegações do PCP e PCE, reunidas em Moscovo, em Março, assinaram uma declaração conjunta, na qual apoiavam incondicionalmente as novas teses do XX Congresso e previam a possibilidade duma solução pacífica para afastar as ditaduras sangrentas de Franco e Salazar, para o que se declaravam dispostos a “acabar com o espírito de guerra civil” e trabalhar pela “reconciliação nacional”.

Assim, a delegação do PCP assinou uma declaração que envolvia:
a.           a revisão dos princípios do marxismo-leninismo;
b.           o compromisso de não lutar pelo derrubamento da ditadura fascista;
c.           a subordinação aos dirigentes de outros partidos.

E tudo isto sem sequer ouvir o Comité Central do Partido! Estava consumado o golpe revisionista contra o Partido Comunista Português. Esse golpe seria completado um mês depois pela traição do próprio Comité Central.

Em Abril-Maio de 1956, o Comité Central do PCP reuniu-se para debater as teses do XX Congresso do PCUS. Como vimos, o golpe de Kruchovcolocava o CC sob a chantagem duma declaração comum já assinada em Moscovo pela sua delegação e pela delegação do PCE, aprovando incondicionalmente a via revisionista traçada no XX Congresso. A situação era difícil para os dirigentes do PCP. Isto contudo não os impedia de repudiar a chantagem, denunciar a traição, apelar ao Partido e à classe operária para a defesa do marxismo-leninismo e da revolução. Foi esse o caminho escolhido, por exemplo, pelos dirigentes do PTA, em condições bem mais difíceis. Mas os dirigentes do PCP revelaram que não tinham amor aos princípios, nem coragem de comunistas, nem o sentido das obrigações para com a classe operária e para com o movimento comunista internacional. Escolheram o caminho mais fácil, o caminho da submissão ao golpe revisionista soviético.
O CC do PCP adoptou uma Declaração (Maio de 1956) aprovando o XX Congresso e anunciando que se tornava doravante possível o afastamento da ditadura de Salazar por meios pacíficos. Como tarefa política central do Partido colocava-se a concorrência às eleições-burla para deputados, marcadas para Outubro do ano seguinte. Com esta declaração do CC, abriu-se na vida do PCP um período que ficou conhecido sob o nome de “período do desvio de direita” (1956-1959), mas que foi na realidade o da destruição revisionista do velho PCP.
Júlio Fogaça e Pedro Soares, dois direitistas de velha data, apresentaram-se na reunião do CC com uma plataforma organizada. Numa proposta em 12 pontos subscrita por ambos, onde não havia uma única palavra sobre luta de massas, defendiam: em vez do derrubamento da ditadura fascista “reclamar a saída de Salazar” (1º); “lançar o peso principal contra os fascistas destacados e não insistir em certos nomes para não dificultar a unidade” (4º); “fazer um trabalho de desligação de certas camadas militares e aprofundar a desagregação nas forças repressivas” (7º); “desligar do salazarismo os fascistas descontentes” (8º); “estabelecer acordos com os legionários” (10º). Assim, os oportunistas, obrigados durante anos a esconder as suas ideias políticas, revelavam agora, animados pelo XX Congresso, aquilo que verdadeiramente queriam: um acordo com a burguesia para liberalizar o regime.

Os dirigentes revisionistas do PCP alegaram mais tarde que a plataforma ultra-oportunista de Fogaça e Soares não fora aprovada pelo CC. Com isto tentaram esconder duas coisas: primeiro, que a política defendida pelos dois renegados foi efectivamente praticada pelo CC a partir de 1956. E sobretudo, que a reunião do CC de Abril-Maio de 1956, ao aprovar o XX Congresso e o afastamento pacífico de Salazar, constitui por si só a traição ao marxismo-leninismo, ao movimento comunista internacional e à classe operária portuguesa. O CC não tinha poderes para aprovar tais posições. Perante o acto sem precedentes da direcção soviética, o CC do PCP tinha por estrita obrigação convocar um Congresso do Partido, precedido de amplo debate, para desmascarar as teses revisionistas e decidir soberanamente a linha do Partido.

Lançando pela borda fora a meta da insurreição popular antifascista, pela qual tantos comunistas portugueses se tinham batido e sacrificado a vida; admitindo que se manchasse o nome de Staline, o dirigente do proletariado mundial depois de Lenine; adoptando as teses da “coexistência pacífica”, de capitulação perante o imperialismo norte-americano — os dirigentes do PCP trocaram nesse momento o campo do proletariado e da revolução pelo campo da burguesia. É útil recordá-lo àqueles que ainda hoje, mais de vinte anos passados, se mantêm no PCP à espera da “recuperação” de tais dirigentes.

A submissão do Comité Central do PCP ao golpe revisionista forjado em Moscovo foi possível porque nesta época já a maioria dos seus membros estavam em posições francamente direitistas. Defensores da política oportunista de Cunhal no período de 1945-49, tinham disfarçado as suas verdadeiras convicções nos anos seguintes, quando o Partido, sob a orientação do camarada José Gregório, lutara contra o oportunismo de direita, integrado na campanha internacional conduzida por Staline contra o revisionismo titista. Agora que Staline desaparecera e que o XX Congresso o renegava, esses elementos direitistas pronunciavam-se com energia pelo fim do “dogmatismo” e do “sectarismo”. Não queriam nunca mais sentir-se sob a canga duma política de princípios marxista-leninista. Reclamavam plena liberdade para as suas tendências de conciliação com a burguesia, que baptizavam de “marxismo criador”.

Nesta forte corrente oportunista de direita que dominava o Comité Central, destacavam-se Júlio Fogaça, Sérgio Vilarigues, Pires Jorge, Octávio Pato, Cândida Ventura, Pedro Soares, Blanqui Teixeira, Alexandre Castanheira, Guilherme Carvalho. A este conjunto haveria que somar as “reservas” direitistas que se encontravam nas cadeias nesse ano de 1956, tendo à cabeça, naturalmente, o renegado Álvaro Cunhal. Embora temporariamente afastados da actividade, estavam prontos a desempenhar um papel activo na “viragem” que se preparava para o Partido.

É verdade que nem todo o Comité Central partilhava destes pontos de vista. Um certo número de elementos, sobretudo alguns antigos operários, como Dias Lourenço, Jaime Serra, Manuel da Silva (e, entre os presos, Francisco Miguel e Américo de Sousa), não manifestavam satisfação pelo XX Congresso e punham reservas à nova linha pacífica; conservavam a admiração por Staline, um certo reflexo de resistência contra a burguesia e o oportunismo de direita. Mas estes elementos demonstraram não ter nenhuma firmeza de princípios. Eram praticistas incorrigíveis sem uma base ideológica séria. Levantavam algumas dúvidas mas não se atreviam a bater-se em torno de posições claras. O movimento contra a direita conduzido pelo camarada José Gregório em 1949-1954, não tendo chegado a assumir a envergadura de uma autêntica luta pelos princípios dentro do PCP, não desencadeara plenamente as forças revolucionárias do Partido, não acabara com as tradições de conciliação e de fuga praticista às questões fundamentais da linha do Partido.

Perante a autoridade do XX Congresso e da União Soviética, perante a ofensiva dos direitistas, que condenavam toda a actividade do Partido nos anos de 1949-54 como “sectária” e “dogmática”, esses elementos vacilantes foram recuando de concessão em concessão. Receosos de ser atacados como “esquerdistas”, acabaram por seguir a corrente, habituar-se ao oportunismo e tornar-se eles próprios elementos dos mais activos no desmantelamento ideológico do velho PCP, na traição revisionista.

Assim, o Comité Central do PCP, depois de aprovar a Declaração pacífica de 1956, enveredou sem conflitos de maior pela via revisionista. Com poucas alterações, os dirigentes de então foram promotores e cúmplices nessa grande traição ao proletariado e aos comunistas portugueses, ao movimento comunista internacional, ao marxismo-leninismo, são hoje ainda os componentes da camarilha revisionista de Cunhal. Tentando apagar os vestígios do crime cometido, falar o menos possível dos acontecimentos de 1956 e procuram fazer crer que o falso PCP actual é idêntico ao velho PCP comunista e revolucionário que desapareceu em 1956. Cabe-nos a nós pormos a nu a realidade desse golpe revisionista.

Depois da reunião de Maio de 1956, o Comité Central não convocou um congresso, uma reunião ampliada, ou sequer conferências regionais para debater e justificar a nova linha. Questões vitais que punham em causa a fidelidade ao marxismo-leninismo, como a “passagem pacífica ao socialismo”, a cooperação URSS-EUA, a liquidação política de Staline, a reabilitação de Tito, o “afastamento pacífico de Salazar”, foram apresentadas como ajustamentos tácticos sem gravidade de maior. Evitou-se um ataque demasiado brutal a Staline e garantiu-se aos militantes que o relatório secreto de Kruchov, divulgado pelas agências burguesas, era uma “invenção imperialista”. Disse-se que Tito fora vítima das “maquinações de Béria” e que eram falsas as acusações contra ele.
O argumento central dos dirigentes revisionistas para fazer aceitar a nova linha era:
“A correlação de forças entre o campo socialista e o imperialista inverteu-se. A superioridade do campo revolucionário cresce aceleradamente, o imperialismo desagrega-se, todas as tendências se dirigem para o socialismo. Se soubermos ser hábeis, atrairemos o resto das forças hesitantes para o nosso lado e obteremos grandes vitórias a curto prazo”.

Isto paralisou muitas dúvidas e objecções enquanto não se verificou que era uma burla. O prestígio da União Soviética, graças à política deStaline, tornara-se indiscutível. Toda a gente se habituara à ideia de que os soviéticos não falavam no ar. Até o fascista Salazar se iludiu e, nesse mesmo mês de Maio, num dos seus discursos ultra-reaccionários, veio alertar o Ocidente para o perigo de se deixar submergir pela política da coexistência pacífica.

Naturalmente, não deixou de haver resistência e protestos em amplos sectores do Partido. A questão Staline, sobretudo, era a mais dura de engolir. Qualquer militante operário admitia que Staline pudesse ter cometido erros na repressão dos contra-revolucionários. Mas não lhe entrava na cabeça o ataque em toda a linha àquele que fora durante trinta anos o dirigente supremo da URSS e do movimento comunista, o chefe do povo soviético no esmagamento do nazismo, o continuador de Lenine. Sentiam com razão que isto era renegar a revolução, era fazer coro com o inimigo de classe.

E depois, o que se vinha oferecer em substituição do tal “culto da personalidade de Staline”? As novas perspectivas de resolver tudo por meios pacíficos eram recebidas com chacota por muitos militantes: “Como é que nos querem convencer que os fascistas alguma vez sairão a bem? Agora passamos a ser cristãos?” A contra-revolução na Hungria, em Novembro desse ano, despertou uma onda de alarme e levou muitos trabalhadores a dizer: “Aí está o resultado da linha pacífica”. E a conivência descarada de Tito com os contra-revolucíonários húngaros levou a dizer que “afinal eraStaline quem tinha razão quando declarou o Tito como traidor”.

Na base operária do Partido havia descontentamento com o desarmamento ideológico do Partido que se acentuava. Os dirigentes já não apareciam a estimular a intransigência, a vigilância de classe, o ardor. Apaziguavam o entusiasmo revolucionário, semeavam o liberalismo, lançavam ilusões num futuro fácil, apagavam a autoridade do Partido, faziam elogios “imparciais” a políticos burgueses, à cultura burguesa, etc. Muitos militantes sentiam que a natureza revolucionária de classe do Partido era posta em causa com essas “aberturas”.

Ao mesmo tempo, noutros sectores do Partido, sobretudo intelectuais, as “revelações” do XX Congresso e a linha pacífica causaram um abalo de natureza diferente. Esses aplaudiram a condenação dos “crimes”, do “dogmatismo”, do “burocratismo”, porque tudo isso contribuía para tirar ao Partido o rigor revolucionário que os incomodava e criava um clima em que se sentiam mais à vontade: um clima em que se esbatia o confronto com a burguesia e o imperialismo, se exigia menos e havia mais promessas de êxitos fáceis. Esses formaram a base de apoio do revisionismo.

Na reunião de Maio de 1956, os dirigentes do PCP, ao mesmo tempo que adoptaram a linha revisionista do XX Congresso e se voltaram para o caminho do “afastamento pacífico de Salazar”, lançaram uma grande campanha a que chamaram “correcção do dogmatismo” na vida interna do Partido. Os dirigentes apelavam a todo o momento “que se abram todas as bocas”, “que ninguém guarde as suas críticas”, “precisamos da ajuda de todo o Partido para corrigir os erros”, “acabemos com as práticas do culto da personalidade”, etc. No “Militante” começaram a publicar-se colaborações de membros do Partido expondo diversos pontos de vista.
Como se explica que a traição dos dirigentes revisionistas tenha sido acompanhada desta paixão “democrática”, que de resto não foi caso isolado no nosso país?
A campanha “democrática” nas fileiras do Partido foi, nas mãos dos dirigentes revisionistas, uma manobra de diversão destinada a amolecer, confundir e paralisar a possível resistência dos militantes ao abandono da linha revolucionária.

Os estribilhos da “democracia” e da “descentralização” serviram nessa altura em todos os partidos comunistas para assegurar aos revisionistas a conquista integral do aparelho do Partido e a liquidação das resistências de esquerda. Classificando de “culto da personalidade” as tradições de centralismo e disciplina, desacreditava-se o passado revolucionário dos partidos, criava-se um clima de tolerância e de falta de vigilância propício a todas as “inovações” revisionistas, conquistava-se a popularidade junto dos militantes mais atrasados, das camadas intelectuais e estudantis do Partido, embriagando-as com o sentimento da sua “autonomia” e “liberdade”.

Naturalmente, esta “democracia” funcionava só para um lado. Todas as vozes que se levantavam em defesa das posições revolucionárias eram atacadas e silenciadas sob a acusação de “defensores do culto da personalidade”, de “dogmáticos empedernidos”, “stalinistas”, etc. Sob a aparência de uma maior liberdade de opinião e iniciativa nas fileiras do Partido, dava-se toda a liberdade à direita e negava-se toda a liberdade à esquerda. A campanha pela “democracia interna” foi parte integrante na guerra de classe conduzida pelos revisionistas para desmantelar o Partido Comunista.

Como não podia deixar de ser, esta campanha conduziu à destruição do centralismo democrático no PCP e deu liberdade plena ao liberalismo, à anarquia, à confusão política e ideológica, à difusão da mentalidade e dos hábitos da burguesia nas fileiras do Partido. O PCP ficou sem defesas perante a repressão policial que lhe aplicou severos golpes nos anos seguintes e chegou em fins de 1959 à beira da desagregação. Cunhal fez depois dele o partido revisionista que hoje conhecemos.
Fica de pé a questão: porque não houve qualquer resposta organizada da base e das estruturas do Partido à traição dos dirigentes? Isso foi possível porque a qualidade proletária revolucionária do PCP fora pouco a pouco destruída pela rotina oportunista, pelo praticismo, pela perda de todos os hábitos de luta ideológica. As perspectivas revolucionárias, a meta final do Partido, os princípios do marxismo-leninismo, a vigilância e a intransigência de classe tinham-se diluído pouco a pouco numa prática diária ao sabor do espontâneo.

Só assim se compreende como, apesar das suas realizações e da luta e do sacrifício de milhares de comunistas, apesar dos esforços de rectificação empreendidos pelo camarada José Gregório, o PCP acabou por deslizar sem resistência para o pântano do revisionismo.


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Os jovens são a principal vitima da crise e do sistema económico capitalista


OCDE vêm revelar que o número do desemprego não só não baixa, como aumenta e a juventude é a sua principal vitima.

Os dados recentes da OCDE vêm confirmar que o número de desempregados registados ( o que quer dizer que poderão ser bem maiores, já que é prática dos INE afim de protegerem o sistema capitalista e as burguesias, não revelarem a verdade, sobre o desemprego real) é cada vez maior e que nos 35 países que fazem parte deste organismo o desemprego atinge 38,5 milhões de trabalhadores, ou seja, mais 6 milhões do que em 2008, quando do inicio da crise económica capitalista.

Na União Europeia, entre os jovens dos 15 a 24 anos a taxa de desemprego cresceu para 18,8% e para 21,2% na zona euro.

A Grécia continua a registar a percentagem mais alta de desemprego jovem, cerca de 53%, enquanto que na Espanha subiu para 44,4%, mais um 1%, seguida da Itália com 39,4%, de Portugal com 28,4%, da França com 25,9 e Luxemburgo 19,1%.

Situação esta que vai continuar a agravar-se na medida em que a crise económica capitalista não dá qualquer sinal de que possa ser ultrapassada, bem pelo contrário... como por outro os desempregados e principalmente a juventude revelam uma baixa consciência e falta de organização que os impede de lutar pelos seus direitos e os leva a sujeitar-se e a tornar a situação ainda mais grave.