segunda-feira, 13 de junho de 2016

O secretário-geral do PCB em Portugal: "o carácter da revolução é socialista"


Ivan Pinheiro, secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro, fez uma pequena palestra aos imigrantes brasileiros em Portugal e a alguns portugueses que quiseram estar presentes, o assunto foi a situação política no Brasil com o impeachment da presidente Rousseff e, como não podia deixar de ser, a relação do PCB com os outros partidos que se reivindicam do "Comunismo", ou seja e mais propriamente, o Movimento Comunista Internacional (MCI).


A assistência não era muito grande mas esteve atenta, a sessão realizou-se na Casa do Brasil em Lisboa,...o que haverá a destacar, mais para além da posição especifica quanto ao que se passa no Brasil, é o caminho a seguir pelo MCI, e quanto a este ponto Ivan Pinheiro foi claro: a etapa que se segue é o do Socialismo, isto é, o carácter da revolução é socialista.

A decisão do PCB de enveredar por este caminho da revolução ser socialista, e não democrática e nacional, deparou com enorme resistência por parte do seu comité central, com as posições divididas a praticamente 50% para cada lado, à semelhança com outras posições como dar ou não apoio ao governo de Lula/PT, o que revela disse, que as posições típicas da pequena burguesia ainda predominam dentro dos partidos que se consideram do Comunismo, não sendo estranho a este facto as dificuldades passadas pelo PCB nos últimos anos, concretamente a partir da década de oitenta do século passado com fraccionismos  e deserções que levaram à quase extinção do partido que, graças à resistência e perseverança de um pequeno número de militantes e dirigentes que nunca perderam a certeza do comunismo, conseguiu reerguer-se a partir de 2005. Ivan Pinheiro deixou claro que o KKE (Partido Comunista Grego) com a sua estratégia revolucionária tem servido de referência e até de guia.

À pergunta de um presente, sobre as relações internacionalistas do PCB , o secretário do PCB,  não deixou dúvidas de que os contactos do PCB fazem-se com os partidos comunistas que se afirmam em termos práticos do comunismo, alguns dos quais conseguiram abandonar as ilusões da social-democracia, tendo referido a relação de internacionalismo proletário existente com os partidos revolucionários na América Latina, PCs do Mexico, da Venezuela e do Paraguai.

Sobre as relações com o PCP questão posta por alguns militantes presentes, limitou-se ao silêncio... dando a entender que as relações se deterioram na medida em que o PCB se aproxima e concorda, cada vez mais com  partidos comunistas que fazem parte da INICIATIVA COMUNISTA, que procura construir uma nova estratégia e táctica revolucionária para o MCI.

O secretário-geral do PCB considerou ainda a burguesia brasileira uma burguesia com aspirações a imperialista, pelos menos dentro de toda a América Latina, atendendo à dimensão da economia capitalista brasileira cujo PIB tem ultrapassado o da Grã-Bretanha, por exemplo, e que a luta a travar pelo proletariado e o povo brasileiro é aberta e declaradamente anti-capitalista, e não meramente anti-imperialista, acrescida por esse facto, para além, como anteriormente foi referido, do capitalismo ter atingido o limite de desenvolvimento a partir do qual só poderá surgir a sua derrocada. 

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