quarta-feira, 25 de maio de 2016

Viva a justa luta dos trabalhadores da Estiva! A luta dos estivadores faz parte da luta mais geral dos trabalhadores contra a exploração capitalista!

"Os Estivadores estão em luta contra mais um despedimento colectivo que pretende substituir trabalhadores com direitos por precários, sem direitos e com salários de miséria, quando existem condições para criar centenas de empregos dignos e permanentes nos portos portugueses. O que nos está a acontecer é a realidade em muitos outros sectores de actividade onde centenas de milhares de pessoas continuam sujeitas à precariedade e ao desemprego. Porque sabemos que juntos temos mais força para exigir uma mudança efectiva da legislação laboral, apelamos a toda a população para nos acompanhar neste combate. Ao ataque generalizado aos direitos dos trabalhadores, temos que responder com a generalização da solidariedade e da luta. Queremos a revogação da lei do trabalho portuário, na origem dos problemas na muralha e nas nossas vidas, porque lutamos por viver num país sem escravatura. Todos por todos, voltamos às ruas!"
A luta dos trabalhadores da estiva, por melhores salários, pelo direito ao trabalho efectivo, contra a precarização e pela revogação da Lei anti-laboral do trabalho portuário não é uma luta corporativa, mas sim uma luta justa e que exige a solidariedade de todos os trabalhadores.
O actual "acordo" entre o BE e o PCP que sustenta o governo capitalista PS, promete combater a precariedade laboral, daí que seja justo também que se exija a revogação de toda a legislação anti-laboral elaborada pelos vários governos capitalistas e que condena os trabalhadores à precariedade e ao desemprego, e que reponha toda a legislação laboral conquistada após o 25 de Abril. 
A Chispa! é de opinião que a solidariedade não pode ser apenas expressa em palavras, daí que apele a que se exija também a todos os sindicatos e às centrais sindicais todo o apoio e empenho na mobilização dos trabalhadores para dia 16 de Junho.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Pode o Partido degenerar?


Extrato de “Perguntas e respostas” da palestra proferida por Josef Stálin na Universidade de Sverdlov, 9 de junho de 1925

Pergunta – Quais são os perigos de degenerescência do nosso Partido caso a estabilização do capitalismo se prolongue?
Resposta – Existem realmente esses perigos? Sim, é indiscutível que existem e são bem reais. Eles existem independentemente da estabilização, que apenas os tornam mais palpáveis. Eis, em minha opinião, os três perigos principais:

  1. O perigo de perdermos a perspectiva socialista no trabalho de edificação do nosso país e, em conseqüência, o perigo de aparecer uma tendência de liquidação das conquistas da revolução;
  2. O perigo de perder a perspectiva revolucionária internacional e, portanto, o perigo de aparecimento do nacionalismo;
  3. O perigo de enfraquecer a direção do Partido e, portanto, a possibilidade de o Partido se transformar num apêndice do aparelho estatal.

Comecemos pelo primeiro desses perigos.
Ele caracteriza-se pela falta de confiança nas forças internas da nossa revolução; pela falta de confiança na aliança entre os operários e os camponeses e no papel dirigente do proletariado nessa aliança; pela falta de confiança na transformação da “ Rússia da NEP” em Rússia socialista; pela falta de confiança na vitória da construção socialista no nosso país.

Esta é a via do liquidacionismo e da degeneração, porque leva à liquidação dos princípios e objetivos da Revolução de Outubro, à degeneração do Estado proletário num Estado democrático-burguês.

A origem desta mentalidade, o terreno que lhe permite desenvolver-se dentro do Partido, é o reforço da influência burguesa sobre o Partido nas condições da Nova Política Econômica e da luta desesperada entre os elementos capitalistas e os elementos socialistas no seio da nossa economia. Os elementos capitalistas não lutam apenas no domínio econômico; tentam transpor a luta para o domínio da ideologia proletária, procuram introduzir nos nossos destacamentos menos firmes a falta de confiança na possibilidade de construir o socialismo, o ceticismo em relação às perspectivas socialistas do nosso trabalho de edificação; e não se pode dizer que os seus esforços tenham sido completamente estéreis.

“Como pode um país atrasado como o nosso edificar o socialismo integral”, dizem alguns desses comunistas contaminados. “O estado das forças produtivas no nosso país não nos permite aspirar a objetivos tão utópicos. Procuremos manter-nos no poder como pudermos e deixemos de sonhar com o socialismo. Façamos o que é possível de momento e depois se verá.”

Dizem outros: “Já cumprimos a nossa missão revolucionária ao fazer a Revolução de Outubro. Agora tudo depende da revolução internacional, porque sem a vitória do proletariado do Ocidente não poderemos construir o socialismo. Para dizer a verdade, um revolucionário já não tem mais nada a fazer na Rússia...” como se sabe, em 1923, às vésperas da revolução na Alemanha, uma parte da juventude das nossas escolas estava disposta a abandonar os livros e partir para a Alemanha, considerando que um revolucionário já nada tinha a fazer na Rússia e que o seu dever era ir fazer a revolução para a Alemanha.

Como vêem, tanto um como outro destes dois grupos de comunistas negam as potencialidades socialistas do nosso trabalho de construção, adotam uma posição liquidacionista. A diferença entre eles consiste em que os primeiros cobrem o seu liquidacionismo com a teoria pseudocientífica das “forças produtivas” (não foi por acaso que Miliukov os elogiou, há dias, no seu “Posliednie Novosti”, como “marxistas sérios”), ao passo que os segundos cobrem o seu liquidacionismo com frases de esquerda e “terrivelmente revolucionárias” acerca da revolução mundial. 

Com efeito, admitamos que um revolucionário nada tenha a fazer na Rússia; admitamos que seja inconcebível e impossível edificar o socialismo no nosso país antes da vitória nos outros países; admitamos que a vitória do socialismo nos países avançados só surja daqui a dez ou vinte anos. Pode-se acreditar que, nestas circunstâncias, com o país cercado por Estados burgueses, os elementos capitalistas da nossa economia consintam em parar a luta sem tréguas contra os elementos socialistas e esperem, de braços cruzados, o triunfo da revolução mundial? Basta colocar esta suposição para ver todo o seu absurdo. Mas, nesse caso, o que resta para fazer aos nossos “marxistas sérios” e aos nossos “terríveis revolucionários”? Obviamente, não lhes resta senão seguir a corrente e degenerar pouco a pouco em vulgares democratas burgueses.

Das duas uma: ou nós consideramos o nosso país como a base da revolução mundial, possuímos, como disse Lênin, tudo o que é necessário à construção de uma sociedade socialista integral -  e, nesse caso, podemos e devemos construir essa sociedade, na perspectiva de uma vitória completa sobre os elementos capitalistas da nossa economia; ou então não consideramos o nosso país como a base da revolução mundial, não temos as condições necessárias à construção do socialismo, é-nos impossível construí-lo – e, nesse caso, se a vitória do socialismo nos outros países demorar, teremos que nos resignar com a perspectiva de os elementos capitalistas da nossa economia levantarem a cabeça, de o regime dos soviets entrar em decadência, de o Partido degenerar.

Ou uma coisa ou a outra.    
É por isso que a falta de confiança nas potencialidades socialistas do nosso trabalho de construção leva à liquidação e à degenerescência.

É por isso que a luta contra o perigo liquidacionista é uma tarefa imediata do nosso Partido, sobretudo no período atual, enquanto durar a estatização temporária do capitalismo.

Passemos ao segundo perigo.

Ele caracteriza-se pela falta de confiança na revolução proletária mundial, na sua vitória; falta de confiança no movimento de libertação nacional das colônias e nações dependentes; pela incompreensão de que, sem o apoio do movimento revolucionário internacional, o nosso país não teria podido resistir ao imperialismo mundial; pela incompreensão de que a vitória do socialismo num país isolado não pode ser definitiva porque está à mercê de uma intervenção enquanto a revolução não tiver triunfado pelo menos em vários outros países; pela incompreensão da base do internacionalismo, que exige que o triunfo do socialismo num país não seja um fim em si, mas um meio de desenvolver e apoiar a revolução noutros países.

Essa é a via que leva ao nacionalismo, à degenerescência, à liquidação total da política internacional do proletariado, porque aqueles que são afetados por essa doença consideram o nosso país, não como uma parte do movimento revolucionário internacional, mas como o princípio e o fim desse movimento, consideram que os interesses de todos os outros países devem ser sacrificados aos interesses do nosso país.

Apoiar o movimento de libertação nacional da China? Para que? Não será isso perigoso? Não nos trará complicações com outros países? Não será melhor estabelecer “esferas de influência” na China de acordo com outras potências “civilizadas” e apanharmos uma parte desse país? Isso traria vantagens e não arriscaríamos nada... apoiar o movimento de emancipação na Alemanha? Valerá a pena? Não seria melhor entrar em acordo com os Aliados acerca do Tratado de Versalhes e obter uma compensação? Manter a amizade com a Pérsia, Turquia, Afeganistão? Não nos seria mais vantajoso abdicarmos dela? Não seria melhor restabelecer as “esferas de influência” de acordo com uma ou outra das grandes potências? E assim por diante.

Esta é uma mentalidade nacionalista de novo tipo que tenta liquidar a política externa da Revolução de Outubro e onde se desenvolvem à vontade os elementos de degenerescência.

Enquanto o primeiro perigo, o perigo de liquidacionismo, surge da influência burguesa sobre o Partido no terreno da política interna, no terreno da luta entre os elementos capitalistas e socialistas na nossa economia, a origem do segundo perigo, do perigo de nacionalismo, está no reforço da influência burguesa sobre o Partido no terreno da política externa, no terreno da luta que os Estados capitalistas conduzem contra o Estado de Ditadura do Proletariado. É fora de dúvida que a pressão dos Estados capitalistas sobre o nosso Estado é enorme, que os funcionários do nosso Comissariado dos Negócios Estrangeiros nem sempre lhe conseguem resistir e, pelo receio de complicações internacionais, são tentados muitas vezes a seguir o caminho da menor resistência, o caminho do nacionalismo.

É evidente que, só na base do internacionalismo conseqüente, da política externa da Revolução de Outubro, pode o primeiro Estado proletário continuar sendo o porta-bandeira do movimento revolucionário mundial; e é claro que a linha da menor resistência e do nacionalismo em política externa significa o isolamento e a decomposição do país da primeira revolução vitoriosa.

É por isso que a ausência de uma perspectiva revolucionária internacional leva ao perigo do nacionalismo e da degenerescência.
É por isso que a luta contra o perigo do nacionalismo na política externa é uma das tarefas imediatas do Partido.

Passemos finalmente ao terceiro perigo.

O seu traço característico é a falta de confiança nas forças internas do Partido e o seu papel dirigente; a tendência do aparelho de Estado para enfraquecer a direção do Partido, para se emancipar dela; a incompreensão de que, sem a direção do Partido Comunista não pode existir ditadura do proletariado.

Esse perigo ameaça-nos de três lados.

Primeiro, as classes que temos de dirigir modificaram-se. Os operários e os camponeses já não são os mesmos do período do comunismo de guerra. Antes, a classe operária estava desorganizada e dispersa, os camponeses estavam dominados pelo medo do regresso dos senhores da terra em caso de derrota na guerra civil, e o Partido, única força centralizada, governava em estilo militar. Agora a situação é outra. Já não há guerra. Portanto, o perigo eminente que agrupava as massas trabalhadoras à volta do nosso Partido já não existe. O proletariado recompôs-se e elevou o seu nível material e cultural. Os camponeses também se desenvolveram e educaram. A atividade política de ambas as classes cresceu e continuará a crescer. Já não podem ser governadas em estilo militar. Em primeiro lugar, é necessária a maior flexibilidade nos métodos de direção. Em segundo lugar, é preciso dar extrema atenção às necessidades e aspirações dos operários e camponeses. Em terceiro lugar, é preciso saber chamar ao Partido os operários e camponeses que surgem na vanguarda devido ao desenvolvimento da atividade política destas classes. Mas, como sabemos, essas qualidades e condições não se adquirem de um dia para o outro. Daí o desnível entre o que se exige do Partido e aquilo que ele pode dar neste momento. Daí também o perigo de enfraquecimento da atividade dirigente do Partido, o perigo de o Partido perder o papel dirigente.

Em segundo lugar, é de notar que nestes últimos tempos, durante o período de desenvolvimento econômico, os aparelhos das organizações estatais e públicas se alargaram consideravelmente e se fortaleceram. Os trustes e sindicatos, os organismos de comércio e crédito, as organizações administrativo-políticas, culturais e educativas e, por último, as cooperativas de todos os gêneros, cresceram e alargaram-se muito, recrutando centenas de milhares de novos trabalhadores, a maior parte deles sem partido. E esses aparelhos não aumentam só numericamente; o seu poder e influência aumentam também. E quanto mais cresce a sua importância, mais sensível se torna a sua pressão sobre o Partido, com maior persistência tentam enfraquecer o papel dirigente do Partido, maior é a sua resistência ao Partido. É preciso proceder a um reagrupamento das forças e a uma distribuição dos elementos dirigentes por esses aparelhos, de forma a assegurar a direção do Partido na situação nova em que nos encontramos. Mas isso não se consegue de repente. Daí o perigo de que o aparelho de Estado se desligue do Partido.

Em terceiro lugar, o próprio trabalho se tornou mais complicado e variado. Falo do nosso trabalho atual de edificação. Setores inteiramente novos de atividade surgiram nas cidades e nos campos, obrigando a direção a tornar-se mais concreta. Antes era habitual falar-se de direção “em geral”.

 Agora, a direção “em geral” não passa de palavreado que nada dirige. Hoje se exige uma direção concreta, específica. O período anterior criou uma espécie de militante do tipo sabe-tudo, pronto a responder a qualquer questão teórica ou prática. Agora, esse tipo de militante deve ceder o lugar ao novo tipo de militante, capaz de se tornar conhecedor de um dado ramo da atividade. 

Para dirigir efetivamente é preciso conhecer a fundo o seu setor de trabalho, estudá-lo conscienciosamente, com paciência e perseverança. Não se pode dirigir no campo sem conhecer a agricultura, as cooperativas, a política de preços, sem ter estudado as leis que respeitam diretamente ao campesinato. Não se pode dirigir na cidade sem conhecer as industrias, as condições de vida dos operários, as suas reivindicações e aspirações, sem conhecer tudo o que se relaciona com os sindicatos, as cooperativas e associações. Infelizmente, todos esses conhecimentos não se adquirem num abrir e fechar de olhos. 

Para elevar a ação dirigente do Partido ao nível exigido, é necessário antes de tudo elevar a preparação dos militantes do Partido. Mas não é fácil elevá-la rapidamente. Ainda persistem nas organizações do Partido os antigos hábitos de dar ordens a torto e a direito em vez de estudar as questões. É por isso que a chamada ação dirigente do Partido degenera por vezes num ridículo amontoado de ordens perfeitamente inúteis, numa “direção” verbal, puramente imaginária. Esse é um dos perigos mais sérios de enfraquecimento e desaparição da direção do Partido.

São estas, de modo geral, as razões por que o perigo de o Partido perder a direção leva ao enfraquecimento e degenerescência do Partido.
É por isso que o combate resoluto contra esse perigo é uma das tarefas imediatas do nosso Partido.       

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Stalin: "A propósito das experiências com a bomba atômica na URSS"


Entrevista de J. V. Stalin concedida ao Jornal Pravda

Pergunta: — Que pensais da gritaria levantada nestes dias na imprensa americana a propósito das experiências com a bomba atômica na União Soviética?

Resposta: — De fato, há pouco, no país soviético, foi feita a experiência com um dos tipos da bomba atômica. As experiências com bombas atômicas de diversos calibres continuarão também, no futuro, de acordo com o plano de defesa de nosso país contra qualquer ataque do bloco agressivo anglo-americano.

Pergunta: — Em relação às experiências com a bomba atômica, diversos políticos norte-americanos levantam alarme e gritam, dizendo que a segurança dos Estados Unidos está ameaçada. Existe acaso algum fundamento para tal alarme?

Resposta: — Não existe fundamento algum para tal alarme. Os políticos dos Estados Unidos não podem deixar de saber que a União Soviética se coloca não somente contra o emprego da arma atômica, como também pela sua proibição e pela cessação de sua fabricação. Como se sabe, a União Soviética já reivindicou por várias vezes a proibição da arma atômica e todas as vezes em que o fez esbarrou com a recusa das potências que constituem o bloco do Atlântico Norte. Isso significa que, em caso de agressão dos EE. UU. contra o nosso pais, os círculos governantes dos Estados Unidos empregarão a bomba atômica. É precisamente esta circunstância que obriga a União Soviética a possuir a arma atômica para receber os agressores devidamente preparada. Certamente, os agressores gostariam que a União Soviética estivesse desarmada em caso de agressão contra ela. Mas a União Soviética não está de acordo com isso e pensa que é necessário receber os agressores devidamente preparada. Por conseguinte, se os EUA não pensam agredir a União Soviética, o alarme dos políticos dos Estados Unidos deve ser considerado supérfluo e falso, pois a União Soviética jamais pensou em agredir os EUA ou qualquer outro país.

Os políticos dos EUA estão descontentes pelo fato de que o segredo da arma atômica seja posuido não só pelos Estados Unidos, como também por outros países e, antes de mais nada, pela União Soviética. Eles gostariam que os Estados Unidos fossem os monopolistas da fabricação da bomba atômica para que os Estados Unidos tivessem a ilimitada possibilidade de amedrontar e fazer chantagem nas suas relações com os outros países. Mas, em que se baseiam e com que direito pensam assim? Os interesses da manutenção da paz exigem, por acaso, semelhante monopólio? Não! Será mais certo dizer que acontece precisamente o contrário. Que os interesses da manutenção da paz exigem antes de mais nada a liquidação de semelhantes monopólios e, depois, a proibição incondicional da arma atômica.

Penso que os partidários da bomba atômica só aceitarão a proibição da arma atômica se virem que já não são mais os monopolistas de tal arma.

Pergunta: — Que pensais do controle internacional da arma atômica?

Resposta: — A União Soviética pronuncia-se pela proibição da arma atômica e pela cessação da fabricação de tal arma. A União Soviética pronuncia-se pelo controle internacional, a fim de que a decisão da proibição da arma atômica e da cessação da fabricação de tal arma, bem como da utilização exclusivamente para fins civis das bombas atômicas já fabricadas, seja cumprida rigorosa e conscientemente.

A União Soviética manifesta-se precisamente por esse controle. Os políticos americanos também falam em "controle", porém o "controle" deles não se baseia na cessação da fabricação da arma atômica, mas na continuação dessa fabricação e, além disso, em número correspondente à quantidade de matérias primas de que este ou aquele país dispuser. Por conseguinte, o "controle" americano não se baseia na proibição da arma atômica, mas na sua legalização e legitimação. Desse modo, é legitimado o direito dos incendiários de guerra de exterminarem, com auxilio da arma atômica, dezenas e centenas de milhares de pessoas da população civil.

Não é difícil compreender que isso não significa controle algum, mas uma fraude de controle, um escárneo aos anseios de paz dos povos. Compreende-se que semelhante "controle" não pode satisfazer aos povos amantes da paz, que reivindicam a proibição da arma atômica e a cessação de sua fabricação.


Entrevista de J. V. Stalin concedida ao Jornal Pravda,
de Moscou, publicado na Revista Problemas nº 37 - Nov-Dez de 1951.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Josef Stálin – O Pai dos Povos


Jossif Vissarionóvich Dzugasvili  Stálin  nasceu em 21 de dezembro de 1879 em Gori, província de Tífilis, Geórgia, região da Transcaucásia. Seu pai, Vissarion Ivanovich era filho de camponês pobre, tornou-se sapateiro autônomo e, depois, operário de uma fábrica de calçados. Sua mãe, Catarina Gueorguievna, filha de servo (camponês pobre).


A Rússia era o país mais atrasado da Europa, tinha como base a agricultura caracterizada pelo latifúndio e regime de servidão. Mas nas últimas décadas, o capitalismo avançava, lutas operárias vinham acontecendo, formando-se um campo fértil às idéias revolucionárias. Círculos clandestinos para estudo e divulgação do marxismo foram formados por intelectuais. O desafio era como fundir a teoria marxista com o movimento operário, o que foi conseguido por Lênin (V. A Verdade, nº  49), com a União de Luta pela Emancipação da classe operária de São Petersburgo.  Em 1898 fundou-se o Partido Operário Social-Democrata da Rússia ( POSDR).
No seminário de Tífilis, Stálin conheceu a literatura marxista, entrou em contato com grupos ilegais, organizou um círculo de estudos e ingressou no POSDR no ano de sua fundação, sendo expulso do seminário no ano seguinte, em razão de suas atividades.
A partir de então, dedicou-se inteiramente à atividade revolucionária, editando publicações clandestinas, redigindo textos e artigos e fazendo a propaganda do marxismo entre os operários.
O lutador e o dirigente
No levante operário de 1905, as divergências dentro do PSODR se clarificaram: de um lado, os mencheviques, defendendo meios pacíficos de luta e, de outro, os bolcheviques que propunham transformar a greve operária em insurreição armada. Stálin defendeu esta posição firmemente na Primeira Conferência Bolchevista de toda a Rússia, ocasião em que se encontrou com Lênin pela primeira vez e, juntos, redigiram as resoluções do Encontro.  A insurreição aconteceu em dezembro de 1905 e foi derrotada.
Stálin redobrou o trabalho de base, concentrando suas atividades na região petrolífera de Baku: “Dois anos de atividade revolucionária entre os operários da indústria petrolífera temperaram-me como lutador e como dirigente. Conheci pela primeira vez o que significava dirigir grandes massas operárias”.
Em 1912, na Conferência de Praga (Checoslováquia), dada a impossibilidade de realizá-la na Rússia, os bolcheviques decidem organizar-se em partido independente, afastando completamente os mencheviques e adotando o nome POSDR (b), isto é, bolcheviques. Stálin estava na prisão, de onde fugiu pouco depois, participando com Lênin da criação do PRAVDA (A Verdade). Indicado para dirigir o grupo bolchevique na Duma (parlamento russo), foi detido mais uma vez e enviado para longínqua cidade da Sibéria, de onde só sairia com a revolução (burguesa) de fevereiro de 1917.
A jornada de luta dos operários, que acontecia desde o início do ano de 1917, se amplia e obtém a adesão de um grande número de soldados sublevados em razão das precárias condições em que enfrentavam os alemães (1ª guerra mundial). A insurreição culmina com a derrubada do czarismo e constituição de um governo burguês, provisório. Livre,  Stálin se desloca para Petrogrado e no dia 16 de abril está à frente de uma delegação operária, recebendo Lênin (retornava do exílio) na estação Finlândia. Uma semana depois, realizou-se a sétima Conferência e ele foi eleito para o birô político do Partido Bolchevique.
Organizam-se os soviets (conselhos) de operários, camponeses e soldados, que em pouco tempo instauram uma situação de dualidade de poder. Lênin propõe a passagem da revolução democrático-burguesa para a revolução socialista e em julho/agosto realiza-se o II Congresso do Partido. Al-guns delegados defenderam que não era o momento para esse salto, por falta de apoio dos camponeses ou mesmo porque só era possível construir o socialismo com a vitória da revolução nos países euro-    peus. Stálin pronunciou: “ …É necessário desprezar essa idéia caduca de que só a Europa pode nos indicar o caminho. Há um marxismo dogmático e um marxismo criador. Eu me situo no terreno do segundo”. Esta era também a visão de Lênin e da esmagadora maioria dos bolcheviques, o que tornou possível a revolução socialista de outubro.
Stalin esteve à frente de todos os preparativos para a insurreição e integrou o grupo que conduziu o Comitê Militar Revolucionário. O levante começou no dia 6 de novembro, à noite.  No dia 7,  rapidamente, as tropas revolucionárias tomaram os principais pontos de Petrogrado e o Palácio de Inverno, onde se tinha refugiado o governo provisório. Quando o II Congresso dos Soviets se instalou naquele mesmo dia, proclamou: “… apoiando-se na vontade da imensa maioria dos operários, soldados e camponeses e na insurreição triunfante levada a cabo pelos operários e a guarnição de Petrogrado, o Congresso toma em  suas mãos o poder”.
No período de 1917 a 1924, Stálin atua ao lado de Lênin na condução do Partido e dos negócios do Estado. Durante a guerra contra-revolucionária desencadeada pela burguesia e pelos latifundiários russos, e pelos exércitos de uma dezena de potências estrangeiras, destacou-se como estrategista militar, principalmente nas frentes onde havia insegurança ou indisciplina. Sempre envolvendo a massa popular da região, Stálin conseguia debelar o foco do problema e devolver a confiança e o ânimo às tropas vermelhas que voltavam a obter êxitos.
Transformando o sonho em realidade
Em  (1922), no XI Congresso, Stálin, que sempre esteve ao lado de Lênin, foi eleito para o cargo de secretário-geral e assumiu a tarefa de organizar a união livre e voluntária dos povos, vindo a constituir a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Com o agravamento da saúde de Lênin, Stálin assumiu a direção do XII Congresso, propugnando o combate à tendência de retorno ao capitalismo, por má interpretação da Nova Política Econômica ( NEP) em alguns setores da economia e propôs um programa que acabasse com a desigualdade econômica e cultural entre os povos da URSS.
Lênin faleceu no dia 21 de janeiro de 1924. No XIV Congresso (1925), definiu-se como caminho para fortalecer o socialismo na URSS: “Transformar nosso país, de um país agrário num país industrial, capaz de produzir com seus próprios meios, as máquinas e ferramentas necessárias”. Não havia unanimidade quanto a essa estratégia, à qual se opunham os dirigentes Kamenev e Zinoviev, que propunham maior fortalecimento da agricultura e um ritmo de crescimento industrial mais lento.   Trostki também se opunha, argumentando que Stalin estava desviando energias para o desenvolvimento econômico interno, em vez de canalizá-la para a revolução proletária mundial. Na concepção de Stálin,  a melhor forma de contribuir com a revolução mundial, de fortalecer o internacionalismo proletário, seria fortalecendo o socialismo na URSS.
Para implementar a industrialização, a URSS só podia contar com as próprias forças. Havia de contar com o entusiasmo da classe trabalhadora e eliminar ideológica e organicamente os setores que se opunham à aplicação das resoluções do Congresso. “Não se podia alcançar a industrialização sem a destruição ideológica e orgânica do bloco trotskista-zinovievista” ( Stálin, Instituto Mel).
A luta contra os kulaks e os restauradores do capitalismo
O XV Congresso realizado em 1927 constatou os êxitos da industrialização. Stálin ressaltou que era necessário avançar, superando o único obstáculo existente ainda, o atraso na agricultura e indicou a solução: “passagem das explorações camponesas dispersas para grandes explorações unificadas sobre a base do cultivo comum da terra com técnica nova e mais elevada”. Destacou que essa agrupação deveria se dar pelo exemplo e pelo convencimento, não pela coerção dos pequenos e médios agricultores.
A Revolução de 1917 havia eliminado o latifúndio, transformando-o em sovkozes (fazendas estatais) e incentivava os pequenos camponeses a se organizarem em cooperativas, os kolkhozes. Agora, tratava-se de intensificar essa campanha e de neutralizar os camponeses ricos (kulaks), setor que se fortalecera durante a Nova Política Econômica (NEP).
Dentro do Partido, um grupo liderado por Bukharin, Rikov e Tomski se opôs à repressão aos kulaks, defendendo um processo gradual e pacífico de coletivização da terra. Stálin avaliava que o grupo pretendia na verdade restaurar o capitalismo e agia como agentes dos camponeses ricos e promoveu “o esmagamento dos capitulacionistas”. Em 1927, em comemoração ao XII aniversário da Revolução, escreveu: “O ano transcorrido foi o ano da grande virada em todas as frentes de edificação socialista”. Com a liquidação dos kulaks, procedeu-se à coletivização total do campo.  Stálin criticou excessos praticados em alguns lugares onde se impuseram medidas para as quais os camponeses não estavam preparados e ensinou aos militantes: “…não se pode ficar à retaguarda do movimento, já que retardar-se significa afastar-se das massas, mas tampouco deve-se adiantar, já que isto significa perder os laços com as massas” (J. Stálin, Problemas do Leninismo).
Com base nos resultados alcançados, o informe dado por Stálin no XVI Congresso (1930) afirmou: “nosso país entrou no período do socialismo”. O congresso aprovou o primeiro plano qüinqüenal, cuja meta era a reconstrução de todos os ramos da economia com base na técnica moderna. Eis o balanço apresentado por Stálin no XVII Congresso (1934): “…Triunfou a política de industrialização, da coletivização total da agricultura, da liquidação dos Kulaks, triunfou a possibilidade de construção do socialismo num só país”. É lançado o segundo plano qüinqüenal, que prevê realizações em todos os ramos da economia e nos campos da cultura, das ciências, da educação pública e da luta ideológica.

Em quatro anos e três meses, o plano estava cumprido. Afigurava-se agora a necessidade de uma revolução cultural no sentido de capacitar quadros oriundos do proletariado para que dominassem a técnica e assumissem funções de direção no governo soviético. A partir do apelo de Stálin, surge o movimento stakanovista “ iniciado na bacia do Donets, na indústria do carvão, se espalhou por todo o país. Dezenas e centenas de milhares de heróis do trabalho deram exemplo de como se devia assimilar a técnica e conseguir aumentar a produtividade socialista do trabalho na indústria, na agricultura e no transporte”. (Stalin, Instituto Mel).
Em 1936, o XVIII Congresso dos sovietes aprovou a nova constituição da URSS, a constituição do socialismo, garantindo não apenas liberdades formais como as constituições burguesas, mas “amplíssimos direitos e liberdades aos trabalhadores, material e economicamente, assegurados por todo o sistema da economia socialista que não conhece as crises, a anarquia nem o desemprego”.
O XVIII Congresso ocorreu em 1939. Enquanto os soviéticos comemoravam êxitos, os países capitalistas viviam profunda crise e Hitler já ocupava as nações vizinhas da Alemanha. Em relação à política externa, o congresso aprovou a orientação de Stálin no sentido de se continuar aplicando a política de paz e de fortalecimento das relações com todos os países, não permitindo que a URSS seja arrastada a conflitos por provocadores.
Em nível interno, a tarefa lançada foi a de ultrapassar nos 10 ou 15 anos seguintes os países capitalistas no terreno econômico. No seu informe ao XVIII Congresso, Stálin concluía que “É possível construir o comunismo em nosso país, mesmo no caso de se manter o cerco capitalista”.
Comandando a guerra contra Hitler e o nazifascismo
O ano de 1940 registrou um aumento sem precedentes da produção na URSS e em 1941, quando o povo soviético se preparava para comemorar novas vitórias, Hitler rompeu o pacto e invadiu o território socialista. Para centralizar a defesa e coordenar a luta de libertação nacional, o Conselho de Comissários do Povo criou o Comitê de Defesa do Estado, nomeando Stálin seu presidente. O povo respondeu com toda disposição e os invasores, que acreditavam dominar a URSS em dois meses, fracassaram.  Em 1944, se retiravam humilhados.
“Para Berlim!”, bradou Stálin, e o Exército Comunista foi libertando do jugo capitalista os países da Europa Oriental, até erguer a Bandeira Vermelha na capital alemã no dia 9 de maio de 1945.
A URSS foi o país que mais sofreu com a agressão nazista, tanto em perdas econômicas quanto em humanas, mas, poucos anos depois, já se recuperava e alcançava os níveis anteriores de produção na indústria e na agricultura, apesar da guerra fria (corrida armamentista, boicote econômico) lançada pelas potências capitalistas, especialmente os EUA, rompendo o acordo assinado na conferência de Ialta que resultara na criação da ONU.
No dia 5 de março de 1953, morreu Stálin, deixando uma lacuna jamais preenchida na URSS e enlutando também o movimento comunista em todo o mundo. Em toda a União Soviética, os operários fizeram cinco minutos de silêncio e  em Moscou, 4 milhões e meio de pessoas acompanharam o enterro do seu herói e líder. Também, em vários países os operários pararam para se despedir de Stálin.
Sobre uma infinidade de acusações lançadas sobre Stálin pela burguesia mundial e pelos dirigentes russos após o XX Congresso do PCUS, fala o genial arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer: “Foi tudo invenção capitalista”.
Retirado do Jornal A Verdade 
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O governo SYRIZA-ANEL treme diante da raiva e indignação do povo e já ultrapassou todas as fronteiras da vilania política

por Dimitris Koutsoumpas
O secretário-geral do CC do KK, em declarações sobre os planos do governo para aprovar a lei-guilhotina durante o fim-de-semana de 7-8 de Maio, observou:

"O governo SYRIZA-ANEL treme diante da raiva e indignação do povo. Ele ultrapassou todas as fronteiras da baixeza política. Ele está a tentar aprovar os projectos de lei anti-povo da segurança social e tributação e os seus acordos adicionais com o quarteto neste fim-de-semana, num movimento de surpresa.

Isto é um acto de descarado autoritarismo e hostilidade para com o movimento dos trabalhadores a fim de servir o grande patronato. É a prova de que um tal governo, seja como for que se apresente, implementa políticas anti-povo e recorre a actos que objectivam manipular o movimento e o nosso povo.

Isto também demonstra que a recuperação, o ajustamento da dívida, a narrativa de novos êxitos, desta vez a la Tsipras, e todas as promessas do governo para adoçar a pílula dos acordos anti-povo que ele assinou com as instituições dos abutres têm como condição prévia novas e infindáveis medidas bárbaras para o povo.

O governo está realmente a enlouquecer-se se acredita que com a utilização de truques baratos evitará os protestos do povo contra as medidas-guilhotina que está a avançar.

O KKE conclama os trabalhadores, os auto-empregados, os agricultores, os jovens, os pensionistas, as mulheres das famílias populares a darem uma orgulhosa resposta militante, pela participação nos comícios da greve e nas manifestações de um modo maciço, mirando aqueles que são realmente os responsáveis pelos problemas do povo: a UE, o FMI, o próprio poder do capital, os governos e os partidos que os servem.

Um levantamento do povo hoje e durante todo o dia seguinte, com um clímax imediato neste fim-de-semana, quando os deputados do governo planeiam votar a favor da lei-guilhotina.

O KKE combaterá esta batalha nas ruas e dentro do parlamento até o derrube final da linha política anti-povo de modo a que o povo grego se torne realmente o mestre na sua própria terra e remeta aqueles que assassinam os seus direitos para o Tártaro [NT] da história". 
[NT ] Tártaro: mundo subterrâneo na mitologia grega.
O Original encontra-se em inter.KKE.gr/...
06/05/2016