segunda-feira, 31 de março de 2014

A solução para os trabalhadores e os mais pobres não está na "reestruturação da divida", mas sim na RESISTÊNCIA e no COMBATE à ofensiva reaccionária capitalista!

Ao contrário do que possa parecer ou  que nos tentem  iludir, não é por qualquer sentido social ou patriótico de que há bastante tempo a esta parte várias dezenas de figuras destacadas da burguesia vem sugerindo e propondo ao governo PSD/CDS (agora em "manifesto") a "reestruturação da divida". 

Ao fazê-lo estas não estão contra os objectivos de recuperação da competitividade económica e da redução do défice público empreendido pelo governo, aliás tais figuras já o fizeram num passado bem recente quando atacaram os interesses e direitos da classe trabalhadora. Como também não manifestam no "manifesto" qualquer sentido "patriótico" (como procuram fazer acreditar as forças reformistas e oportunistas que lhes dão apoio e que até acham que só peca por ser tardio) na medida em que não se opõe à perda de soberania, nem à UE, ao Euro e à NATO.

 O que os move é a noção de que nas actuais circunstâncias de crise  económica e perda de competitividade, ou mesmo que haja um ligeiro crescimento económico este será sempre muito insuficiente para  pagar a enorme divída contraída,  daí que defendam «O abaixamento significativo da taxa média de juro do stock da divida, a extensão de maturidades da divida para 40 ou mais anos e a reestruturação,  pelo menos, de divida acima dos 60 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), tendo na base  a divida oficial», propostas estas que entram em contradição com a politica de austeridade do (custe o que custar), defendendo uma outra austeridade não tão dolorosa e que ao mesmo tempo, (dado que a recuperação a conseguir levará no seu entender várias décadas) assegure a sobrevivência de  amplos sectores das camadas médias burguesas e assalariadas, e permita ao mercado interno ir sobrevivendo,   e a manter a coesão social tão necessária à manutenção do sistema económico capitalista. 

O governo não se opõe a tal perspectiva, apenas a acha prematura na medida em que lhe é oferecido campo de manobra pelas ditas oposições e daí lhe ser possível impor continuadamente a sua politica de austeridade e anti-laboral do (custe o que custar), mas quando por este lado não for mais possível, por nada mais de importante haver para roubar, ou porque o movimento laboral e popular pela sua luta se liberte do oportunismo que o envolve e impede de reagir com maior eficácia e combatividade a tal politica fascista que o esmaga, o governo não terá outra possibilidade que não seja de recuar e optar pela via da "reestruturação da divida" que lhe é sugerido. 

Portanto o que há de novo não são tais propostas contidas no "manifesto" para salvar a burguesia e o capitalismo que há muito defendem, mas sim o amplo consenso conseguido entre figuras como: Manuela Ferreira Leite, Adriano Moreira, Freitas do Amaral, Bagão Félix, António Saraiva (Presidente da CIP), Sevinate Pinto e Vitor Martins (assessores de Cavaco Silva) Pacheco Pereira, João Cravinho e outros sociais liberais do PS, Francisco Louçã, João Semedo e Catarina Martins (BE) Carvalho da Silva, bem como o apoio expresso em comunicado pelo PCP, (lamentando apenas a demora de tal iniciativa), é bastante significativo e torna mais claro que se está perante um movimento que tem por objectivo reunir as condições de estabilidade politica e sociais a um próximo governo que cumpra tal programa. 

Assim sendo chamamos todos os militantes politicos e sindicais revolucionários a romper com tais partidos e tal prática burguesa oportunista, que tem como objectivo, servir os interesses da burguesia e do capitalismo, e se coloquem decididamente ao lado dos trabalhadores e do povo pobre contra a ofensiva capitalista e a dita "reestruturação da divida" que nos pretende esmagar e conduzir à miséria e à exclusão social.

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