quarta-feira, 18 de maio de 2011

Trabalhadores gregos fazem Greve Geral contra as medidas anti-sociais de austeridade ! Um Forte exemplo a seguir pelos trabalhadores portugueses !

Grécia: A Greve Geral de 11 de Maio
por KKE


Uma greve geral de grande importância, conduzida pela PAME (Central Sindical), foi iniciada na quarta-feira, dia 11 de Maio, contra o contínuo ataque contra os trabalhadores que vem sendo praticado pelo governo do PASOK, a União Europeia, o FMI, o Banco Central Europeu, a plutocracia do país apoiada por seus partidos.


Milhões de trabalhadores do sector público e privado, aderiram à Greve Geral. Fábricas, empresas, estabelecimentos comerciais, todos os orgãos de comunicação, os portos e outros sectores permaneceram encerrados. Linhas de piquetes desde a madrugada, rodearam locais de trabalho e apoiaram a greve dos trabalhadores de forma organizada. Os trabalhadores grevistas ao demonstraram uma enorme combatividade desafiaram o terrorismo da classe capitalista, a intimidação, a decepção e o fatalismo.


Milhares de comunistas, membros e dirigentes do KKE e KNE, visitaram e interviram nas fábricas e em diversos locais de trabalho com sucesso, apresentando as suas alternativas revolucionárias imediatas aos trabalhadores.


Dezenas de milhares de manifestantes protestaram e lutaram no centro de Atenas e em dezenas de outras cidades pela condenação das medidas anti-trabalhadores que estão sendo implementadas pelo Governo capitalista, em particular, os salários do sector público e as antigas empresas públicas que pretendem privatizar, os direitos sociais e as pensões, eles estão a querer impôr, como um principio geral "relações laborais mais fléxiveis" e favoráveis aos interesses da classe patronal, ao mesmo tempo o Governo está a elaborar um plano de encerramento de organismos públicos e a demitir os trabalhadores que se encontram em situação de trabalho com contrato a prazo e precário. Estão previstos cortes mais profundos nos serviços de Saúde e no apoio à medicação, na Educação e Bem estar e na cobertura de seguro social para profissões perigosas e insolubres, novos impostos indirectos vão ser implementados.


A secretária-geral do KKE, Aleka Papariga, participou da manifestação da PAME em Atenas e fez a seguinte declaração aos jornalistas: "A linha política dos de cima (da burguesia capitalista) leva a uma falência organizada e controlada. O povo, os trabalhadores do sector público e privado , os trabalhadores pobres e por conta própria, devem escrever suas próprias páginas na história deste país, em letras realmente bem grandes e em negrito. Esta angústia deve ser transformada em força para que a nossa resistência se possa transformar num contra-ataque e nos levar à vitória. Não há outro caminho".


O principal orador da manifestação da PAME em Atenas, Vasilis Stamoulis, presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Têxteis e Curtume, salientou, entre outras coisas na sua intervenção: "Nós estamos a enviar uma mensagem, onde dizemos, que as novas e bárbaras medidas que eles estão a preparar encontrarão resistência massiva e decisiva dos trabalhadores, dos autônomos, dos agricultores pobres e médios, da juventude e de todo o povo. Eles querem que nos ajoelhemos, querem nos subjugar para que não ergamos nossas cabeças em resposta. Eles serão surpreendidos por um plano e uma perspectiva para nossa libertação final e radical da propriedade capitalista. Não importa a forma de administração que eles escolham, a barbárie não pode se tornar humana. Com ou sem uma renegociação com prazos mais dilatados ou uma maquilhagem ou qualquer outra forma que eles escolham para lidar com a dívida, continuaremos a pagar sem fim no horizonte.


Eles estão a levar-nos à falência económica e social mais completa no intuito de salvar os lucros do capital. Exigimos que sejam eles a pagar a sua crise. O déficit e a dívida são da sua inteira responsabilidade. Há lucros massivos nos seus bancos e cofres...


" A promoção de rodadas vazias pelas maiorias da Confederação Geral dos Trabalhadores Gregos (GSEE) e da Confederação dos Sindicatos de Funcionários Públicos (ADEDY) não nos ilude. Eles estão completamente alinhados à linha política básica do capital e do governo. Eles defendem, como saída o reforço da competitividade do capital. Isso faz parte da liderança comprometida dos sindicatos Europeus que virão ao nosso país nos próximos dias para promover seu congresso, os quais, por anos, tem sido activos e ansiosos na mesma direção – como o capital, em nível Europeu, se tornará mais competitivo que outros centros imperialistas e competidores como a China, a Índia, etc. Essa casta de burocracias sindicais, esses capachos das transnacionais não são bem vindos em nosso país".


Depois disso, os manifestantes marcharam ao longo das ruas de Atenas e passaram pelo parlamento do país. O slogan "Sem nós nenhuma engrenagem gira. Os trabalhadores, podem fazer as coisas sem os patrões", que agitou os actos da greve, demonstrou que o movimento sindical classista, que é organizado pela PAME, não somente almeja a organização da luta com o intuito de repelir os ataques anti-sociais, mas também reforçar o seu conteúdo político-ideológico, enfatizando a possibilidade e a necessidade de outra sociedade, sem a exploração do homem pelo homem.


A PAME, no total, realizou manifestações de greve e marchas em 73 cidades, que foram claramente, maiores que aquelas organizadas pelos líderes comprometidos com as federações sindicais privadas (GSEE) e públicas (ADEDY). Em Atenas, na marcha da GSEE-ADEDY, depois da conclusão da manifestação de greve da PAME, houve brigas devido à actividade de provocadores. Seguiu-se um ataque das forças especiais da polícia, que teve, como resultado, um manifestante gravemente ferido. O ataque criminoso da polícia contra os manifestantes foi denunciado na declaração da assessoria de imprensa do CC do KKE, que apontou além de outras coisas, que: "o KKE denuncia o assalto criminoso da polícia contra manifestantes que resultou no grave ferimento de um manifestante. O ataque policial é parte de, e o resultado, tanto da linha política governamental quanto dos mecanismos burgueses de barrar a fúria e a luta do proletariado, que foram provocadas pelo furacão anti-social das medidas de austeridade do governo capitalista, da UE e da plutocracia. O povo não deve se submeter a nenhum tipo de chantagem e ataque contra ele; deve organizar uma muralha e contra-atacar".

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