terça-feira, 31 de maio de 2011

Não às imposições capitalistas ! Em 5 de Junho votemos todos contra a tríade PS, PSD, CDS !



Afinal a dita "ajuda" financeira a Portugal de 78 mil milhões de euros, a juros de 5.7% na qual grande parte servirá para recapitalizar e manter os lucros do sistema financeiro privado, foi também um enorme negócio lucrativo para o BCE e FMI (que arrecadarão em juros apróximadamente 30 mil milhões de euros) mas que no entanto, não só não eliminará os riscos iminentes de colapso económico em que se encontra a economia e o sistema financeiro nacional, como sujeita o país a novos e imediatos empréstimos, criando novas exigências de cumprimento do pagamento da divida soberana insuportáveis, para uma economia absoleta, em perda de competitividade e que revela incapacidade crónica de crescimento.
Ficou demonstrado ainda, como antes o tinhamos previsto, que o "memorando acordado" entre a tríade nacional PS/PSD/CDS e a EU/BCE/FMI, é afinal um conjunto de medidas, ainda mais reaccionárias e DRACONIANAS que aquelas que o Governo/PS aplicou e que vai muito mais para além do PEC IV , medidas essas que os economistas ao serviço da grande burguesia, o PSD e o CDS há muito vinham a exigir e que agora vão ter a possibilidade de as aplicar ao abrigo da intervenção da UE/BCE/FMI.

Trata-se de um conjunto de medidas que visa reduzir o Déficite Público e que exige, uma nova ornamentação administrativa do território nacional, com encerramento de Câmaras e Juntas de Fréguesia e outras Instituições Públicas, a privatização acelerada das empresas públicas rentáveis, que acarretará milhares de despedimentos, independentemente de estes virem a ser objecto ou não, do chamado acordo de "rescisão amigável", bem como a continuação do desmantelamento e redução ao minimo do que resta do chamado Estado de Previdência.


Na Segurança Social, na Saúde e na Educação, não só exigem que os mais pobres paguem mais por estes serviços, como querem garantir a continuidade da privatização e o sustento desta por parte do Estado. Com o argumento da insustentabilidade dos fundos da segurança social, cortam vários apoios às familias quando estas não têm outro meio de sobrevivência, reduzem e congelam as pensões, cortam nos subsidios e nos prazos de tempo que os desempregados têm direito, querem o aumento da idade de aposentação para os 67 anos, obrigando estes a trabalhar até morrer ou então a recorrerem à reforma antecipada para lhes diminuir a pensão a que têm direito, entretanto reduzem em 4% se não for mais, os descontos da Taxa Social Única aos capitalistas.

Com o objectivo de reduzirem a perda de competitividade da economia e relançar esta numa nova fase de crescimento, única condição que lhes permite o retorno aos lucros a que estavam habituados e a garantir o pagamento da divida e o acesso a novos empréstimos ruinosos, (além da redução de 4% na Taxa Social Única)exigem ainda, o congelamento do Salário Minimo e o rebaixamento dos outros salários, bem como a eliminação do que resta dos direitos económicos e sociais agregados à Lei Laboral e uma maior flexibilização desta, como por exemplo: Reduzir as indemnizações que os trabalhadores têm direito, de um MÊS por cada ANO, para dez dias por ANO, e a ABOLIÇÃO do conceito de " Justa Causa" que devia de servir para defender o trabalhador das arbitrariedades do poder patronal.

O dito "acordo" entre a TRÍADE NACIONAL e a IMPERIALISTA EUROPEIA, não é nada mais que a continuação a um grau mais elevado da ofensiva capitalista que o actual governo e os anteriores já realizaram e que não vai ficar por aqui. A classe capitalista nacional já demonstrou e demonstra constantemente, que é INCAPAZ de INOVAR e de ULTRAPASSAR a sua habitual subserviência económica em relação às outras economias e como tal, não tem outra saída para a crise económica profunda que atravessa, que não seja baixar os custos da sua produção para poder readquerir a competitividade perdida, e a fazê-lo, só tem duas formas para o fazer : Primeiro, pela redução dos salarios e dos direitos sociais, do aumento dos ritmos e do horário de trabalho. Segundo, pela concentração e fusão de capitais entre as pequenas e médias empresas ( caso vão a tempo e tenham capital para o fazer) e pela sua modernização tecnológica. Ambas as situações, não só não resolverão o desemprego existente como o irão agravar no presente e no futuro, na medida em que a competitividade ainda se torne mais agressiva.

VOTEMOS TODOS CONTRA A TRÍADE CAPITALISTA, PS, PSD, CDS !
A burguesia financeira e capitalista, quer transformar o próximo acto eleitoral num PLEBESCITO POPULAR de apoio às medidas que quer impôr, para isso cobre-se de toneladas de demagogia para salvaguardar e irresponsabilizar o sistema económico capitalista, procurando responsabilizar o Governo e J.Sócrates, pelo descalabro económico e social e pelas centenas de milhar de desempregados, como se este não tivesse tomado as medidas necessárias para defender os interesses económicos capitalistas e não fizesse parte do mesmo sistema, para justificar e coptar o apoio popular para as medidas DRACONIANAS de austeridade que querem impôr.

Para completar a situação o PCP e o BE embora com posições politicas diferentes,ou seja à esquerda do sistema, mas que acabam por servir os interesses do partido da alternância sempre que o outro que está no governo se apresente esgotado defendem a mesma coisa, responsabilizam Sócrates e deixam o sistema económico isento de responsabilidades. Esta VELHA TÁCTICA que tem permitido ao longo de 35 anos o PS substituir o PSD e vice-versa com o apoio do CDS, lógica reaccionária esta, com consequências económicas e sociais gravissimas para o proletariado e para os mais pobres da população trabalhadora e aposentada.

Mas mais grave é apresentarem como ALTERNATIVA soluções económicas que se caracterizam e se reduzem a auxiliar a burguesia nacional a ultrapassar os seus momentos de crise, como por exemplo este que agora atravessa, quando propõem propostas que em vez de combaterem a ofensiva capitalista, pelo contrário vão ao seu encontro, tais como: O apoio ao "desenvolvimento e crescimento económico", à "dinamização do mercado interno", "apoio às pequenas e médias empresas" aplicação de "Taxas de Juro Fiscais Extraordinárias" apenas para os capitalistas que obtenham um lucro anual superior a 50 milhões de euros, que convenhamos não está ao alcance de qualquer grande capitalista, e por fim, a "renegociação ou reestruturação" da divida soberana, quando se sabe que este desenvolvimento e dinamização, como mesmo o pagamento da divida com prazos mais alargados e a juros mais baixos, no quadro do capitalismo será sempre realizado e renegociado segundo os interesses económicos da classe capitalista e como tal, será sempre o proletariado e os mais pobres a pagar.

Quando pelo contrário era necessário mobilizar o proletariado, a juventude e todos aqueles que vão sofrer profundamente as consequências da ofensiva capitalista numa frente de RESISTÊNCIA para novas e mais consequentes formas de luta, contra as medidas que nos querem impôr, resistência esta que pode acumular e alterar a correlação de forças e reduzir o apoio social eleitoral, bem como o espaço de manobra ao futuro Governo e os obrigue a recuar e a fazê-los pagar a crise que criaram.





2 comentários:

  1. «Quando pelo contrário era necessário mobilizar o proletariado, a juventude e todos aqueles que vão sofrer profundamente as consequências da ofensiva capitalista numa frente de RESISTÊNCIA para novas e mais consequentes formas de luta, contra as medidas que nos querem impôr, resistência esta que pode acumular e alterar a correlação de forças e reduzir o apoio social eleitoral, bem como o espaço de manobra ao futuro Governo e os obrigue a recuar e a fazê-los pagar a crise que criaram.» Durante 11 dias a Acampada do Rossio resistiu e organizou assembleias populares diárias. Por que não foi a população apoiar esta resistência? Onde esteve o proletariado? Onde estiveram a maioria dos jovens estudantes universitários? Por que é que em Espanha, em Madrid e não só, estiveram milhares de pessoas a apoiar este movimento que exige uma democracia verdadeira e mudanças reais na forma de intervir? Famílias inteiras, desempregados, pessoas de todas as idades... de tal forma que se tornou impossível aos media a soldo ocultarem as mobilizações e nem sequer puderam vir com o habitual discurso de que eram anarquistas ou black-blocks... a acampada de Madrid não se dissipou em nada, pelo que me constou 80 assembleias surgirão por todos os bairros para trazer ainda mais gente a participar neste movimento... afinal isto que se passou pelas praças dos países do Norte de África e depois nas Praças europeias, provocou no mínimo uma dinâmica que o Sr. Sarkozy veio à pressa dizer que nada tinham a ver as revoltas dos povos do N. de África e dos povos europeus, porque na Europa a Democracia já existia... podre democracia a deste senhor que passado um dia mandou os seus cães de fila carregarem sobre os acampados da Bastilha! Uma coisa é certa: não vai ser nas urnas que os nossos problemas se vão resolver... não é a votar que as pessoas vão ganhar representatividade ou consciência política. Também não é manipulando veladamente as assembleias populares enviando as suas hostes dissimuladas que os partidos vão convencer os que lá se juntam contra as velhas e as novas formas de controle e de autoritarismo... felizmente estas coisas, mesmo quando parecem chegar ao fim, servem para unir ainda mais os verdadeiramente conscientes, os que realmente querem que uma verdadeira mudança se verifique. Asseguro que aos olhos destes, as manobras dos enviados pelos partidos políticos não passaram despercebidas nem tiveram bons resultados. Isto é apenas o princípio... a luta continua!

    ResponderEliminar
  2. A abstenção consciente é uma tomada de posição válida: http://www.facebook.com/note.php?note_id=10150179096903248

    ResponderEliminar

Por favor nâo use mensagens ofensivas.